A Chama Azul escrita por Luís Henrique


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Prólogo de A Chama Azul. Espero que gostem :D



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A escuridão pairava pela grande sala, e as únicas iluminações vinham das pedras das chamas. Os três objetos de quase 10 centímetros planavam ao teto, cada um com uma coloração diferente, sendo elas verde, azul e preta.

Pela primeira vez em três mil anos os controladores superiores de cada chama haviam decidido se encontrar. Mas claro que iriam – situações desesperadas precisam de medidas desesperadas.

Oito pessoas se encontravam sentados à mesa, dois guardas os rondavam para o caso se uma invasão inimiga. As vozes e gritos ecoavam pelo corredor, revelando uma grande discussão. Outros sons também sacudiam o cômodo, explosões aconteciam o tempo inteiro. Mesmo que não conseguissem ver, as pessoas naquela sala sabiam que a guerra lá fora estava horrível.

— Muitos estão morrendo por causa da chama negra! – gritou Magnus - Eles são todos ambiciosos e desprezíveis, precisam ser parados.

O conjurador se sentava ao lado de dois dos seus melhores guerreiros, Marta e Henrique. Parecia estar irritado, pois segurava um cálice de vinho com tamanha força. Sua pele pálida ressaltava seus cabelos negros. Robusto, parecia muito jovem para sua idade, 30 anos. Seus olhos azuis mostravam o poder e honra dos domadores da chama azul.

— Nem todos são ruins – afirmou Virgínia. – Gabriel, irmão de Morgana e Kietzu, tem boas intenções para essa dimensão. Ele não apoia o que os irmãos estão fazendo.

— Ele pode não estar do lado dos irmãos, mas tem sim um coração de pedra. E nem pronuncie os nomes dos irmãos dele. São os mais nojentos, repugnantes. Criaram uma guerra apenas por poder. Eles não tem sentimentos, devemos mata-los.

Amora, domadora da chama verde, estreitou os olhos para Magnus.

— Do jeito que você fala, não me parece que é diferente sobre não ter sentimentos.

— O que disse? – Magnus elevou a voz.

Miguel pigarreou.

— Não briguem. Nós devemos discutir sobre o que fazer com Kietzu, só isso.

— Eu concordo. – Disse Marta, virando os olhos para Magnus – Mestre, agora que temos a pedra negra podemos controlar Kietzu e...

— Sem entender como a pedra funciona não temos nada – revelou Magnus. - Cada pedra da chama tem seu jeito, e apenas os domadores da chama negra sabem o jeito desta.

— Então o que faremos? – questionou Miguel - Não sabemos como arrancar o poder de Kietzu, e ele está muito forte. Irá nos matar, a não ser que... – não continuou.

— A não ser o que? – perguntou Marta.

— Existe um jeito de ganharmos isso, mas é muito arriscado e perigoso. Sacrificios seriam necessários e ainda não teríamos garantia se conseguiremos derrotá-lo – alertou.

— Faremos qualquer coisa para eliminá-lo, antes que ele elimine a todos nós. Só diga o que você pensou – pediu Magnus.

— Temos que mudar de dimensão. – anunciou - Mas não para outra dimensão das chamas, mas sim para a dos seres chamados Humanos.

— Você sabe que é impossível Miguel. – afirmou Marta - Existem apenas duas maneiras de conseguir ultrapassar dimensões tão longes. Uma está descartada, e outra apenas Kietzu consegue, pois ele domina todas as chamas.

— Você está errada, existem três – corrigiu Miguel.

Gwen, o líder homem da chama verde, olhou para o rapaz e finalmente se pronunciou.

— Cale-se Miguel – ordenou.

Magnus pareceu intrigado.

— Do que está falando?

— Há outra maneira de ultrapassar as dimensões...

— Cale-se! – repetiu.

— É o único jeito mestre, e o senhor sabe disso! Ou sacrificamos algumas pessoas, ou a espécie inteira dos dominadores será dizimada.

O silêncio tomou conta da sala. Aparentemente, quase ninguém sabia sobre a magia antiga dos sacrifícios além dos portadores da chama verde. Os olhos de Miguel percorreram por todos da sala, a procura de alguma aprovação, mas ninguém se pronunciou. Finalmente o silêncio foi cortado.

— Sacrificar algumas pessoas? - perguntou Virginia, líder da chama verde.

Pela sua expressão, a mulher se mostrava confusa e talvez assustada. Com certeza era a mais bela da sala, ou se não a mais linda de toda Flamma. Suas feições se mostravam delicadas como a de uma criança. Seus cabelos ruivos caiam quase até o chão, seus olhos pareciam lindas esmeraldas. Seu tom de pele era marrom como ópio e assim como todos os controladores do fogo verde, exibia orelhas pontudas como as de um elfo.

— Sim, esse será o mal mais necessário. Essa maneira de ultrapassar dimensões foi abolida pelas pessoas do meu próprio clã, os da chama verde, com a intenção de não causar mais mortes desnecessárias. Um casal de cada chama deverá servir de sacrifício em um ritual místico. O sangue de cada um dos escolhidos deverá derramar em cima da pedra que os deu poder, e assim quem quiser, domador ou criatura, poderá entrar em qualquer dimensão ao seu desejo.

— Isso é terrível – disse Marta.

— Eu sei, mas é isso ou nada. É o único lugar onde Kietzu ficará fraco a ponto de conseguirmos derrotá-lo. É isso ou a morte de todos os domadores e criaturas desta dimensão. E eu me sacrificarei, já que dei a ideia – anunciou Miguel. – Penso que é minha responsabilidade.

— Eu também - disse um casal em uníssono, representantes da chama azul.

Virginia respira fundo, e então fala.

— Você tem razão. Não posso mais deixar que meu povo morra, nem que eu tenha que morrer.

— Não Virginia, você não pode – murmura Magnus. - Tem uma filha recém nascida lhe esperando em casa.

— Eu não só posso, como devo. Sou a líder da chama verde, este sempre foi meu destino. E se não me engano, seus dois representantes possuem filhas. Eles sabem, assim como eu, que isso será um mal necessário.

Magnus suspirou, atordoado com a ideia de perder a única pessoa que amava.

Os conjuradores de cada chama possuíam apenas um treinamento em comum: o de não ter sentimentos fortes por pessoas de outras chamas. Mas mesmo com Magnus sendo o líder dos domadores do fogo azul, tendo assim que dar o exemplo das ordens e leis, não poderia ignorar seus sentimentos por Virgínia.

— Eu não farei – avisa Gwen. - Não foi minha ideia, e se fosse apenas minha decisão, não faríamos isso. Não devemos interferir na natureza das coisas e...

Um ruído de nojo e irritação é liberado por Magnus.

— E você acha que morrer pelas mãos de Kietzu, um demônio assassino e frio, é a natureza das coisas? Seu pensamento me enoja Gwen.

— E você acha, sr. Liandra, que suas palavras idiotas me agradam? Acha mesmo que...

Foi Virginia quem o interrompeu.

— Não devemos nos exaltar, apenas temos que ser rápidos. Devemos arranjar um homem e uma mulher da chama negra, rápido, antes que a situação piore.

Magnus assente.

— Então está quase completo. Devemos fazer o ritual imediatamente. Guardas de cada chama: avisem aos domadores que devem se preparar para atravessar as dimensões, que devem lutar e aguentarem pelo menos mais um pouco. Agora: façam de tudo para ter os do fogo negro. Eles nunca contribuirão conosco de boa vontade, então sabem o que fazer. Se conseguirmos, logo estaremos livres de Kietzu.


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Notas finais do capítulo

Obrigado!



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