Diário de Uma Garota Quase Perfeita escrita por Nakamura Tisuky


Capítulo 8
O enterro


Notas iniciais do capítulo

~^ _ ^~
Sim, a família DiLaurents tem uma empregada, desculpe não ter mencionado isso antes

~Capítulo editado 22/01/2016~



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"Querido diário,

Minha mãe tem andado muito esquisita depois da morte da Marina.

Quer dizer, mais esquisita que o normal.

Acho que isso afetou um pouco ela, não é fácil se despedir de ninguém assim de repente

Bom, deseje boa sorte a ela diário"

 

— EU-NÃO-VOU - Disse Cebola.

— Por favor Cebola - Disse Carmem.

— Não vou ao enterro da sua irmã Carmem, você não vive dizendo que não quer que eu me aproxime da sua família?

— Mas é só você fingir que é da família, por que só vem parentes distantes que nem me conhecem direito, obviamente vão achar que você é um primo de 3º grau.

— E quanto aos seus pais?

— Quando eles aparecerem você se esconde.

— Ah Carmem, não sei não, a gente fez ás pazes agora a pouco e você já vem pedindo isso.

— Por isso mesmo, eu quero me aproximar de você, e essa ocasião vai ser perfeita.

— Um enterro?

— Ah, você me entendeu.

 

— ... Tá.

 

 

O tempo passou voando, e logo já era o dia do enterro da Marina.

 

— Senhorita Carmem - Disse Antonella batendo na porta do quarto de Carmem.

 

Carmem estava adormecida, mas ao ouvir as batidas de sua empregada ela despertou.

Abriu os olhos e deu um longo despreguiço.

 

— Oi Antonella - Disse ela ainda dentro de seu quarto - Bom dia.

— Bom dia Sinhá.

— Ah Antonella, já falei que não precisa me chamar assim.

— São ordens de sua mãe.

— Mas eu não sou ela, pode me chamar de Carmem.

— Sim senhora. Mas tens que levantar, o enterro de sua irmã sera em uma hora.

— Estou indo - Ela saiu do quarto e foi até o banheiro.

 

Depois de um longo tempo se arrumando, faltando apenas 10 minutos para o enterro, ela recebe uma ligação

— Alô - Diz ela.

— Oi Carmem, é o Cebola. Estou te esperando na outra rua, pra gente ir ao enterro.

— Ok, estou descendo.

 

Carmem desce as escadas e sai de sua casa.

Ela vê Cebola e caminha até ele com um sorriso.

 

— Nossa você tá incrível - Diz Cebola.

— Obrigada - diz ela um pouco envergonhada.

 

Ela estava realmente linda,usava um vestido longo e negro para representar o LUTO pra sua irmã e usava também um chapéu da mesma cor com um véu que cobria parte de seus olhos.

Cebola também estava todo de preto, mesmo não estando de LUTO ele precisava fazer parecer que sim.

 

Eles entram no carro e seguem o caminho até o local do enterro.

 

— Cebola? - Diz Carmem.

— Sim? - Diz Cebola.

— Lembra daquela conversa que ainda não tivemos?

— Sim, o que tem?

— Bom, eu quero falar sobre ela hoje.

— Sério?

— Sim, depois do enterro eu vou falar tudo pra você, eu prometo.

 

Ele sorri e continua dirigindo até chegarem ao local do enterro.

 

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8:10h

Casa dos Oliveira

 

— Tchau mãe - Disse Xaveco - Tchau Pai, tchau Maria.

— Tchau - Dizem todos.

— Volto em uma semana.

— Só isso? Porque não vai e fica por lá mesmo? - Disse Maria Xavequinha.

— Cala a boca Maria.

— Parem de brigar - Disse Yuka - Vai logo Xavier, se não sua irmã fica aqui perturbando.

 

Xaveco saiu e deu de cara com Irene que estava esperando-o.

 

— Oi Xa - Disse ela abraçando-o.

— O-oi Irene - Disse Xaveco vermelho.

— Essa viagem vai ser demais.

— É, eu também acho.

 

Eles seguem o caminho da viagem.

 

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8:16h

Cemitério da Saudade

 

 

— E nesse dia se reúnam-se parentes, amigos e admiradores de Marina Dilaurents para se despedir de tão boa e inocente menina - Diz o"fazedor" de enterros.

— E aí? Tá vendo alguma coisa? - Pergunta Magali.

— Estão na cerimônia ainda - Diz Amanda.

— Esses ricos são tão cheios de frescura - Diz Mônica.

— Se um enterro é assim imagine um casamento - Diz Ellen.

— Deve ser na casa branca - Brinca Magali - Amanda, sobe você agora porque meu ombro já está doendo.

—Sou tão gorda assim?

 

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08:22h

Casa dos Santos

 

— Parabéns pra você

Nessa data querida

Muitas felicidades

Muitos anos de vida

EêEêEêEêeÊ

 

Todos estavam comemorando o aniversario de Luca.

 

— Pra quem é o primeiro pedaço do bolo? - Perguntou dona Luísa, mãe de Luca.

— Pro meu pai - Disse Luca.

 

Todos que estavam no local ficaram em silêncio, olhando um para o outro e cochichando.

 

— Hãn..Vem buscar seu bolo Mauro - Disse dona Luísa chamando seu esposo para "evitar a fadiga".

— Ele não é o meu pai - Disse Luca sem expressão.

— Luca..

— Mãe, eu já estou cansado dessa historinha de não poder saber nada sobre o meu pai.

— Disse que te contaria quando fizesse 17.

— Mentirosa, disse que era quando eu fizesse 15.

—Luca...

— E toma essa droga de bolo - Luca pega o bolo e joga em sua mãe assustando todos o convidados. Depois disso ele se retira e vai pro seu quarto.

 

—______________________________________________________

08:30h

Cemitério da Saudade

 

— E assim terminamos essa grande homenagem a nossa querida Marina DiLaurents - Disse o fazedor - Podem enterrar.

 

Quatro caras começaram a girar as manivelas que abaixavam o caixão pra baixo da terra.

 

— Não, a minha filha não - Ana Paula correu pra perto do caixão mas os caras a impedem de chegar perto do caixão.

— Aquela é sua mãe? - Pergunta Cebola.

— É sim - Diz Carmem.

— Ela me assusta um pouco.

— Acho que você não é o único que se assusta com ela.

— Como assim?

— Esquece.

 

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08:33h

Casa dos Santos

 

— Luca Alkamim dos Santos, o que deu em você? - Pergunta a mãe de Luca.

— Eu já disse mil vezes que quero conhecer meu pai, será que dá pra entender? - Diz Luca irritado.

— O seu pai fez uma coisa horrível Luca.

— O que ele fez de tão horrível que você não me deixa nem pensar nele?

— Pergunte a ele.

— Então..vai me deixar finalmente conhecer meu pai? - Ele perguntou se levantando da cama.

— Sim, eu te fiz uma professa e não seria justo descumpri-la assim.

— Obrigado mãe, obrigado - Luca dá um forte abraçado na mãe - Onde ele mora?

 

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08:37h

Cemitério da Saudade

 

— Hm, essa carne está divina - Diz Carlos, um dos tios de Carmem.

— E essa salada então? Perfeita - Diz Esmeralda, avó de Carmem.

— Quem é aquele rapazinho ali no canto, não falou com ninguém - Disse Ricardo, cunhado de Ana Paula.

— Deve ser algum parente daqui do Brasil - Disse Esmeralda.

— Ai, odeio esse povinho daqui do Brasil, por que a tia Ana e o tio Rubens não ficaram lá na frança conosco? - Disse a prima de Carmem, Julieta.

— Julieta, se comporte filha - Disse Paloma, outra tia de Carmem - Sei que aqui no Brasil tem pouca parte da nossa família, a parte pobre por sinal. Mas pelo menos já estávamos de passagem aqui no Brasil antes do enterro da Marina, assim não teríamos que vir pra cá só pra ver um cadáver ser jogado naquela terra nojenta.

— Mas a Julieta tem sua razão, bem que Carmem e Rubens podiam ter ficado na França.

— Ah, sabe como é o Rubens, queria ser professora e veio aqui no Brasil pra realizar esse sonho, grande porcaria.

— Sem contar que vocês sabem que Ana Paula não conseguiu casar com um homem tão rico assim né? E sem contar que ele ainda tinha dois filhos de outro casamento e ainda tiveram essa menina aí, como eu smepre sigo, filhos só servem pra estragar a nossa vida.

— Mamãe - Disse Paloma indignada.

— Tenha mais respeito vocês - Diz Carlos - Porque você e a Julieta não vão falar com aquele rapazinho, amor?

— Eu não vou de jeito nenhum, vai você filha.

— Sempre sobra pra mim fazer as coisas, sempre - Diz Julieta indo revirando os olhos e batendo o pé.

 

Ela se aproxima de Cebola.

 

— E aí rapazinho tudo bem? - Diz Julieta com cara de poucos amigos, só de olhar suas roupas já percebeu que se tratava da parte pobre da família.

— T-tudo - Diz Cebola nervoso.

— Acho que nunca vi você na minha vida. Você é o que da Marina?

— E-eu? Eu sou..sou..PRIMO! É isso sou primo da Marina.

— Primo é? Pois eu conheço todos os primos do 1º ao 4º grau de Marina e tenho certeza de que você não faz parte de nenhum deles.

— É que eu..eu.. sou primo de.. de muito distante hehehe.

— Distante é? Distante quanto?

— Eu sou..filho da filha da plima da mãe,da mãe da Malina.

— Plima? Malina? Ó bárbaros sem cultura. Estão por toda a parte.

 

 

Mais perto da grelha de churrasco estavam os pais de Marina.

 

— Nossos filhos ainda não apareceram? - Perguntou Rubens olhando em volta.

— A-acho que eles não vem amor, sabe como é, eles amam o novo país que estão morando então talvez não queiram vir - Disse Ana Paula.

 

Na verdade ela nem havia convidado os filhos.

Seria muito arriscado, eles podiam abrir a boca e contar pra família inteira,então ela decidiu nem tocar no assunto com eles.

Carmem e Cebola estavam afastados de todos, agora sim teriam privacidade.

 

— Vai me contar agora? - Perguntou ele se sentando na grama.

— Não, eu quero contar isso com mais calma, vamos marcar um lugar depois - Responde ela se sentando também.

— Ok. Eu queria te pedir desculpas.

— Pelo quê?

— Por ter tentado te beijar naquele dia.

— Ah, não foi nada - Diz Carmem vermelha por ter lembrado daquele beijo, ela daria tudo pra sentir os lábios de Cebola nos seus de novo. Por que não? - Eu também queria te pedir desculpas por tentar te beijar.

— Tentar me beijar? Quando você fez isso?

— Vou fazer agora.

 

Carmem agarrou Cebola e selou seus lábios nos dele, o beijo começou calmo mas foi ficando cada vez mais ardente e tentador.

 

Enquanto isso, do lado de fora do cemitério as meninas espiavam a família DiLaurants.

 

— Tá acontecendo o quê agora Mô? - Pergunta Ellen.

— O corpo da Marina já foi enterrado e agora eles estão fazendo um...churrasco? - Diz Mônica.

— Nossa, churrasco em um enterro? - Pergunta Amanda - Da pra ver aí de cima Magali?

— Aii, da sim - Diz Magali lambendo os beiços - Tem picanha, linguiça, asinha, torresmo, coxa, lagarto, costela...

— Foco amiga, foooco - Diz Ellen - Tá vendo a Carmem?

— Tô sim ela tá ali em baixo de uma árvore longe de todos os convidados, que estranho - Diz Magali.

— Ela tá com alguém? - Pergunta Amanda.

— Não ninguém. Peraí, chegou um cara agora.

— Um cara? - Pergunta Mônica, não tô vendo.

— Ali Mônica - Magali aponta para Carmem - Espera, ela tá beijando o cara.

— Beijando? Ai que babado e quem é? pergunta Ellen.

— Espera aí, mas aquele.. Aquele é meu irmão - Diz Mônica


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