A Maldição Ouija escrita por Rich Kevin


Capítulo 4
Quatro


Notas iniciais do capítulo

Segundo capítulo com imagem.



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Assim que entrou em casa, Rian fechou a porta e foi procurando a luz da cozinha para acendê-la, pois estava uma escuridão só. Graças aos reflexos dos postes acesos na rua, atravessando uma janela, o rapaz achou o apagador e tentou ligar a energia. Porém, nada aconteceu.

– Será que a luz queimou? – Rian tentou ligar novamente, mas como da primeira vez, também não obteve sucesso. Olhou em volta, não enxergava mais nada na escuridão, então saiu da casa apressadamente.

Na calçada, viu que a porta da casa de Daniela acabava de bater, devia ser ela entrando. Um vendaval forte surgiu repentinamente, as luzes dos postes da rua começaram a piscar, falhar e se apagar.

– Tem alguma coisa errada...

***

Entrando em casa, Daniela se dirigiu para a sala, onde seus amigos bebiam. Tony e Alice estavam em pé, preocupados de alguma forma. Helen continuava sentada na escada, Wallace bebia sorrateiramente perto da namorada e Gibson comia um sanduiche, sentado ao redor de uma mesa de madeira.

Ela observou a tábua, sobre a antiga mesa, por alguns instantes. Os cacos de porcelana ainda enfeitavam o chão ao redor.

– Cadê o Rian? – Alice questionou.

– Foi embora. – Daniela disse em desanimo, olhando seriamente para Wallace, que percebeu.

– Não fui culpa minha. – Ele parou de beber. – Alguém tava fazendo hora com a nossa cara, acho que era ele. Eu simplesmente fiquei incomodado e fiz aquilo. Agora acha mesmo que um espirito vai vir do além pra nos matar?

– Cala a boca, Wallace. – Helen se levantou impaciente. Ela passou perante o namorado, dando um tapa em sua mão e derrubando sua bebida no chão, então seguiu direto para fora da casa.

– Calma ai, Helen. O que eu fiz? – O ruivo a seguiu.

Quando o silêncio voltou, todos escutaram um pequeno chio vindo do andar acima.

– Tem ratos na sua casa? – Tony fez piada.

– Claro que não. – Daniela se aproximou da escada. – Do lado de fora, eu vi alguém lá no segundo andar. Aposto que era o Wallace, apesar de parecer uma mulher... Ele deve ter deixado a janela aberta, vou lá fechar.

– Quer que eu vá com você? – Alice perguntou.

– Não, relaxe. Uma janela não vai me possuir, né? – A pálida foi sarcástica com um sorriso animador.

Daniela partiu escadaria a cima, enquanto Tony e Alice se entreolharam, depois olharam para Gibson, que mexia na câmera de Wallace.

– O que está fazendo? – Perguntou a loira.

– Se tem alguma maneira de sabermos quem estava mexendo a porcelana, a filmagem vai nos responder. – Explicou.

***

Helen estava de braços cruzados perante a rua, na calçada, observando sem desinteresse a escuridão. Percebendo a aproximação do namorado, ela foi logo fazendo um sinal para se afastar.

– O que eu fiz? – Wallace ficou indignado.

– Você estragou a festa. – Respondeu secamente. – Todos estavam se divertindo, tudo estava sendo ótimo... Até você quebrar a porcelana e interromper tudo. E pior, a Danny vai ficar com raiva de mim.

– Não vai não, ela sabe como eu sou. Depois eu vou pedir desculpas pra ela. – Ele então se aproximou e deu-lhe um abraço por trás. – Você me perdoa?

A moça então percebeu a presença de Rian do outro lado, andando em zig-zag por cima da grama da entrada de sua casa.

– Quer que eu te perdoe? Peça desculpas pra ele. – Apontou.

– O quê? Ah, Helen, pedir desculpas pra esse garoto esquisito? Eu sei que é ele quem mexia a peça estranha. Não vou fazer isso!

– Então o nosso namoro está...

– Tudo bem, eu vou lá.

– Também vou. Pra garantir que você não vai começar com tudo de novo!

O casal rapidamente atravessou a rua. Quando Rian os viu, emitiu um pequeno sorriso para a garota e olhou com certo rancor para o ruivo. Depois, chegou mais perto deles.

– Na casa da Daniela também acabou a luz?

– Não. – Helen disse desentendida. – Por quê?

– Estranho... Desde a hora em que cheguei aqui, a luz não quer acender de maneira alguma. Já olhei nos fios, está tudo okay.

– Estranho mesmo... Mas viemos aqui pra outra coisa, né Wallace?

– É... – Ele respondeu com uma cara de velório. – Ai, Rian, desculpe pela parada lá. Eu... Eu não queria estragar a festa pra você, mano.

– Beleza, cara, tá tudo bem. – Ele advertiu. – Me desculpe pelo empurrão também. É que eu fiquei com um frio na espinha, pois era a primeira vez que alguém interrompia o Ouija no meio da sessão. Achei que alguma coisa iria acontecer... Sabe?

– É, foi mal.

– E alguma coisa aconteceu. – Helen apontou para a escuridão na casa do rapaz. – Entretanto, um eletricista resolve isso.

Os três riram.

***

Daniela acabava de chegar no corredor extenso e escuro do segundo andar, que passava pelas portas do seu quarto e do quarto do seu pai, além de ter um banheiro e uma janela no fim.

Aos cochichos, ela foi ao seu quarto. No local, só havia um breu de obscuridade. A janela do quarto estava aberta, ela suspirou por estar certa e correu até a mesma para fechar. O vento entrava, balançava as cortinas e fazia folhas voarem, a sensação era bizarra.

– Pronto! – Bateu a janela. – Agora eu acho que a festa pode contin...

“Shil”. Algo passou como um raio pelo corredor, Daniela pegou-o sumindo.

– Quem está aí? – Foi rápida até a porta do quarto, olhou na escuridão do corredor e não viu ninguém de uma ponta a outra. – Alice, é você? Wallace? Quem está aí?

“Prack”. Um estrondo veio da janela no fim do corredor, que dava para se ver a rua. A pálida imediatamente se dirigiu até lá.

– Aposto que é o estúpido do Wallace atirando pedras pelo lado de fora.

Quando chegou perante os vidros, não viu ninguém na rua além de Wallace, Helen e Rian, que conversavam no quintal da casa do pálido. Olhou para a varanda da sua casa, ninguém estava na escuridão.

De repente, escutou algum ruído vindo de trás de si. Se virou lentamente, com um frio percorrendo todo o seu corpo, e viu dois olhos e uma boca avermelhada na escuridão, a poucos metros atrás de si.

– Quem é você?

A coisa não respondeu, somente foi com uma velocidade espantosa na direção de Daniela. Ela tentou correr, mas foi apanhada facilmente e jogada contra a janela, que trincou. O ser a pegou mais uma vez, ringindo de dor, e a bateu de cabeça nos vidros novamente. Sangue começou a manchar a janela, então o corpo foi jogado fortemente contra a mesma. Os vidros quebraram, a janela quebrou, e o corpo de Daniela caiu sobre o concreto da varanda.

– O que foi isso? – Helen se virou amedrontada e viu a cena.

– Dani... ela? – Rian falou chocado quando reconheceu o corpo.

Os amigos dentro da casa saíram as pressas e correram para o jardim. Todos ficaram horrorizados com a cena, aquele corpo com uma feição de medo, com sangue por todos os lados, e com cicatrizes de queimadura nos ombros e nas pernas.


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