A Maldição Ouija escrita por Rich Kevin
Notas iniciais do capítulo
P.s: Penúltimo capítulo.
Sétimo capítulo com imagem.
Envolta da mesa, todos se sentaram o mais próximo possível da ponta em que Randall estava, sem fazer cerimônia. Como já sabiam o que fazer, rapidamente colocaram os dedos sobre uma porcelana preta e perceberam que a situação estava diferente: Tinhas velas ao redor da tábua, todas acesas.
– Pra que isso? – Wallace perguntou.
– Pra reforçar a sessão. – O outro respondeu.
O silêncio voltou a predominar, exceto pelos múrmuros que Helen fazia ao chorar. A imagem do corpo de Alice que vira a pouco, não saia de sua mente. E parecia que iria ali ficar para o resto da sua vida.
– Pedra nova? – Rian questionou a nova porcelana onde estavam com os dedos.
– É minha, é especial. Ela age rápida e detecta facilmente os demônios e espíritos que podem querer nos atacar. – Explicou. – Mas, voltando ao assunto, preparem-se. Vou começar o ritual, depois perguntarei algo e algumas coisas estranhas podem vir a acontecer. Mas por hipótese nenhuma, tirem o dedo dessa pedra. Vocês estarão protegidos.
– Tudo bem... Mas, que tipo de “coisas estranhas”? – Wallace perguntou com certo receio.
– Já, já irão ver. – Randall deu início. – Espíritos do bem e espíritos do mal, se estão ai, quero saber quem está aqui. Não terminamos a sessão, mas viemos nos desculpar pela interrupção e viemos finalizar o que foi iniciado e selar o que está aberto.
Um pequeno vento gelado soprou pela casa. As cortinas balançaram, alguns ruídos foram ouvidos. O trio permaneceu atento a tudo o que ocorria ao seu redor, enquanto Randall ficava de olhos fechados e sussurrando palavras mudas ao vento.
– Preparem-se. – Ele disse.
– “preparem-se”? – Repetiu Helen. – Para o quê?
De repente, todas as velas se apagaram. A energia da casa caiu instantaneamente, tudo ficou assolado na incrível escuridão. Logo, um gemido de porta se abrindo foi dado do andar superior. Rian, Wallace e Helen olharam rumo à escadaria com uma preocupação, enquanto Randall enfim abria os olhos.
– Tem alguém lá em cima. – Falou Rian.
– Eu sei. – Randall afirmou, pegando a porcelana onde o dedo de todos estavam. – Podem soltar a pedra agora, daqui pra frente eu controlo essa situação. E, repetindo, não importa o que vocês verem, não levantem ou saiam da mesa.
– Eu estou com um péssimo pressentimento. – Wallace disse.
O som de passos vieram do segundo andar. Alguém ou algo que estava lá se dirigia habilmente para a escadaria. Randall estava com os olhos no buraco da porcelana, olhando atentamente para tudo ao seu redor.
– O que está fazendo? – Rian perguntou confuso.
– Com essa pedra, posso ver se algum espírito está aqui com a gente.
O barulho dos passos parou repentinamente. Randall sinalizou para os outros, então começou a perguntar:
– Tem alguém aqui com a gente?
A pedra que estava perto dos seus olhos rapidamente voltou para o tabuleiro sozinha, parecia que algo tinha a puxado, então se moveu pelas letras “S, I, M”. Todos voltaram o dedo para a porcelana.
– Quem está aí? Que se manifeste agora mesmo!
Um rugido agravante veio do outro andar. Fulminantemente, um ser com passos rápidos começou a descer as escadas. Todos olharam para a escadaria, mas só pegaram quando uma mulher – parecendo zumbi – chegava perante a mesa com uma boca totalmente arreganhada e urros graves.
– O que é isso? – Wallace caiu pra trás.
– AHHH! – Helen gritou apavorada.
O ser bateu contra a mesa – que atravessou-a – e chegou até o tabuleiro. Um circulo de fogo começou a ser feitos, as chamas jogaram todos para os lados. Antes de cair totalmente desacordado no chão, Randall percebeu algo estranho.
O fogo se apagou sozinho, tudo voltou como estava antes, até as velas se acenderam. Helen se levantou tremendo da mesa, foi rapidamente até o namorado – que estava ao seu lado – e ajudou-o a se levantar do chão.
– Temos que sair daqui. – Ele disse.
Ao olharem para os lados, não viram nenhum sinal de Rian e nem de Randall.
– Vamos até a porta. Chamamos a polícia e voltamos para ajuda-los.
Quando se preparavam para correr, a porta de saída da casa – para onde iam – se abriu levemente em um gemido aterrorizador. Os dois deram passos para trás, um vento forte passou pela abertura da casa e veio derrubando vasos e outros objetos.
– Vamos para o segundo andar. – Wallace puxou a namorada para a escadaria.
Os dois subiram rapidamente, chegaram em um corredor completamente escuro. Wallace foi na frente, prestando atenção em tudo, até que a porta do fim do corredor – do quarto de Daniela – se abriu de uma vez.
Helen assistiu a tudo, parada próxima do inicio da escadaria. Ela começou a chorar, alguma coisa muito estranha estava acontecendo e não tinha mais a certeza de que pudesse sair viva daquele ambiente hostil.
– Helen, meu amor, a gente vai sair daqui, ok.
Wallace voltou na direção da garota, porém algo o puxou para trás com força bruta e ele foi arrastado – aos gritos de pavor – para dentro do quarto da garota.
– Wallace!
Helen passou os olhos em volta, tudo estava completamente negro, ela não podia ver mais nada a não ser as paredes brancas que pareciam brilhar naquele clima tenebroso. Olhando para a escadaria abaixo de si, percebeu o momento em que dois olhos brilhantes apontaram de um lado.
– Rian? Randall?
A garota foi correndo em sua direção, desceu rapidamente os degraus. Ao chegar de frente para os olhos, uma expressão de pavor marcou o seu rosto. Ela deu um passo largo para trás, mas não foi o suficiente para protegê-la de um golpe com uma pedra de porcelana preta, que furou o seu olho esquerdo e entrou em seu crânio.
O corpo da moça caiu no chão. O ser puxou sua porcelana de volta, o objeto saiu sujo de sangue e com algumas veias pingando sangue. Olhou para a escadaria e começou a subi-la lentamente, no mesmo tempo que ouvia gritos de pavor vindo de lá.
***
Wallace gritava arrepiado enquanto ainda era puxado para o canto da parede. Assim que as mãos de alguém saíram das suas costas, ele foi ver quem estava ao seu lado.
– Fique calmo, sou eu, o Randall. – Disse.
– O quê?... Por que você fez isso? – O ruivo se levantou histérico.
– Não grite, não faça barulho. Ele ainda está lá.
Randall estava com um pé-de-cabra nas mãos, perto da porta do quarto que estava fechada.
– O quê? Quem?
– Eu descobri tudo. – Falou. – Na verdade, vocês nunca chegaram a libertar um espírito do tabuleiro. Tudo o que aconteceu, todas as mortes e coisas, foi culpa de um assassino do mundo real. O Rian!
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