Five nights at Freddy's - Mais do que 5 noites escrita por Nyao


Capítulo 2
Amigo, monstro e adeus.


Notas iniciais do capítulo

Como eu ainda estava animada com o primeiro capítulo eu resolvi dar uma olhada no segundo, acabei colocando mais algumas palavras e acho que fiquei satisfeita com o resultado. Ainda está nas partes de lembranças do Mike, mas em breve virá o Fazbear Pizzaria atualmente e seus segredos obscuros pós meia noite.



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Voltei várias vezes ao Fazbear Pizzaria. Por vontade própria agora.
Era engraçado, todas as crianças preferiam ir lá todos os dias para ver Freddy, mas eu não suportava olha-lo. Porém eu tentava todas as vezes ir ali só por um animatronic escondido, encardido e caindo aos pedaços que nem funcionava direito.
Todas as vezes em que ia ver o Foxy naquela sala tinha que ter o máximo de cuidado para ninguém me ver e ir disfarçadamente. Ainda sentia um arrepio na espinha quando passava pelo palco só que dessa vez eu conseguia ir normalmente. Nas primeiras vezes quando eu ia a sala, ela estava trancada, então falava para dentro do comodo pelo buraco da fechadura, pedia desculpas por não poder entrar, explicava que não tinha como e depois voltava decepcionado para desenhar no mesmo canto de sempre.

Hoje, quando apareci lá mais uma vez e estava fechado, fiz tudo como sempre, só que no momento em que avisava para ele escutei um som estranho vindo de dentro, logo em seguida o barulho da fechadura. Pensei que era algum funcionário, por isso fiquei desesperado, mas não poderia fugir mesmo que quisesse, a porta já estava aberta e... não tinha ninguém?
Olhei do canto da porta para ter certeza de que não havia alguém e novamente tive uma certa aflição com aquelas coisas ali dentro, cada uma delas parecia um monstro e outras pareciam formas de esqueletos pendurados, balançando e me pedindo ajuda, passei por todas, nervoso, enquanto meus olhos se acostumavam ao escuro. Quando estava na metade da sala senti um vento estranho, como se algo tivesse passado por mim, mas tudo o que vi foi um vulto amarelo e fedorento passar na minha frente. Era muito grande, acabei me assustando e cai sobre algumas latas próximas ao palco do Foxy, algumas delas caíram sobre mim e realmente doeu muito. Fiquei arfando de dor e medo naquele canto meio escondido entre as latas que cheiravam a tinta velha e naftalina, ou talvez óleo, quando ouvi barulhos de estática e rangidos vindos do meu lado. Girei lentamente a cabeça para ver, morria de medo de saber o que era, mas vi apenas a enorme raposa ali, parada. Estava sentado ao meu lado fora do palco, mesmo com suas pernas defeituosas ele desceu, não sabia bem como, mas fez... passei a mão na minha bochecha enquanto afastava algumas lagrimas, respirei fundo e olhei para o outro lado meio emburrado e corado, não gostava que me vissem chorando. Não queria que Foxy me visse chorando. E eu estava morrendo de medo mais uma vez. Ele apenas fez um barulho de rangidos e começou a falar algo aparentemente programado para ele, com sua voz de robô travada (acho que porque não a usava muito) letargicamente; "Olá companheiro, como está hoje?". Olhei para ele e o vi encarando a sua frente com o tapa olho levantado. Parecia ter um ar sério, sério demais para um boneco.

– Estou bem - funguei disfarçadamente, era uma mentira mas não queria ele pensando que eu era um bebê chorão - O que foi aquilo?

A pergunta saiu de vez, no automático. Sentia que não queria saber realmente, nem o Freddy parecia tão assustador quão aquela coisa foi. Foxy fez alguns estalidos, esses eram diferentes dos de antes, muito forçados, e com uma voz pouco diferente da última ele respondeu simplesmente; "GoLdiE", as palavras saíram repletas de amargura até onde um animatronic poderia demonstrar, talvez pouco mais.
Quando acabou de falar o nome eu não tive tempo nem de ficar surpreso com ele falando dessa forma, porque logo depois de pronunciar aquele nome uma risada roboticamente sinistra ressoou pelo comodo. Me encolhi um pouco mais para o lado e acabei por me encostar na lateral do Foxy. Murmurei um sinto muito para ele e abracei meus joelhos contra o peito.
Fiquei por um tempo assim, meu queixo apoiado no joelho esquerdo, estava tremendo e tentava disfarçar ao máximo. Ainda estava meio encostado no Foxy me perguntando se o incomodava estar tão próximo dessa forma. Foi aí que soltando um pesado bufo de poeira do seu nariz ele começou a se deitar ao meu lado. O movimento foi lento, mas reparei em como suas pernas traseiras eram baixadas de uma forma como se ele sentisse cada parte quebrada.
Então luzes fracas se acenderam numa cor amarelada, a cor dos seus olhos, e ele perguntou: "QUEr OuVIr uma HIstória miKe?", os tons de sua voz subiam e desciam mostrando o defeito contido.
Concordei com a cabeça, só que percebi que não estava virado para mim e disse um fraco "sim", depois olhei para ele esperando que começasse, então ele tocou a mesma melodia que tinha me feito vir aqui só que bem animada dessa vez. Ouvi aquela risada de novo me encolhendo, mas Foxy apenas tocou mais alto e me disse para não ter medo. Foi assim que ficamos dessa vez, eu ouvia suas histórias que ele contava sobre seu navio pirata e todos os seus tripulantes navegando pelos sete mares, desbravando aventuras e encontrando baús do tesouro. Ele contou muitas coisas que me fizeram rir. Embora aquela coisa ainda fizesse sons assustadores, eu não tinha mais medo pois tinha um valente pirata do meu lado e essa raposa contava em suas histórias como sempre fazia um urso amarelo idiota sempre se dar mal. Parece que o Goldie não gostava muito das partes em que Foxy mencionava isso...
No meio de mais uma dessas história ele apareceu com seus olhos negros e vazios, mas Foxy o espantou com um som horrível saindo da base de sua garganta, tapei meus ouvidos, quando fazia isso eu simplesmente sentia um pouco de medo dele também, algo da minha cabeça me mandava correr para longe, mas eu ignorava.
Acho que em uma das histórias acabei cochilando porque num instante eu estava rindo de algo e depois tinha acordado num susto por causa do alarme no relógio. Significava que meu tempo pra ficar tinha acabado 10 minutos atrás e eu precisava ir agora, me espreguicei e levantei... ou tentei levantar, alguma coisa na base da minha barriga não deixava. Mudei o ângulo da minha visão e vi um borrão vermelho em cima de mim, esfreguei os olhos enquanto bocejava e a visão focalizou a cabeça enorme de raposa deitada ali, estava quieta demais, porém eu sabia que não podia estar dormindo pois robôs nunca dormem, eu acho. Eu o empurrei de leve, pedindo que saísse. Foi então que tudo aconteceu muito rápido.
Primeiro estava pedindo para ele sair de cima de mim porque minha perna estava começando a formigar e eu precisava ir. Depois ouvi alguns leves sons estranhos e estalidos, como quando eu ligava meu computador velho. Daí sua cabeça se ergueu lentamente e então se virando para mim Foxy fez aquele mesmo som horrendo que havia feito para assustar o monstro, com uma cara totalmente assustadora. Apenas fiquei o encarando com olhos arregalados, caindo para trás. No fim, ele era o pior, tive medo e raiva dele e, sem olhar para trás, corri ouvindo o idiota do Goldie gargalhar mais uma vez.

Na verdade eu me sentia o idiota da história, acreditando numa dessas coisas, cada passo que dava fazia questão de demonstrar isso pisando bem forte inconscientemente. Me sentia triste e me sentia traído.
Quando cheguei a mesa, meu pai se assustou de me ver chegar correndo e chorando, perguntou se eu tinha me machucado, se estava tudo bem, o que tinha acontecido. Apenas lhe disse que não queria mais voltar aquela pizzaria idiota e pedi para ir embora.
Antes de passar pela porta eu dei uma última olhada para trás, não sei por que fiz, mas fiz e vi três coisas. A primeira era Freddy, que mirava-me com um olhar sarcástico; a segunda, Bonnie, com aquele mesmo sorriso de como se tivesse algo muito engraçado na minha cara; por fim, Chica, me acenando, coisa que ela nunca fez. Ninguém percebeu nada porém, não que me importasse.
Talvez eu tenha visto mais uma coisa também, fez meu coração pesar por um segundo, era um focinho muito triste de uma raposa solitária pela fresta de uma porta, mas foi muito rápido e eu apenas tentei com todas minhas forças esquecer daquilo lá mesmo. Não queria mais pensar nisso, nem voltar ali, nunca mais.


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Notas finais do capítulo

Admito que senti uma afliçãozinha escrevendo certas partes, mas bem, er... fazer o que.
Mais uma vez, se chegaram até aqui, obrigada e espero que tenham gostado de verdade! Nos vemos no próximo capítulo (se você quiser é claro). o