Os doces morangos das macieiras escrita por não importa


Capítulo 1
Os doces morangos das macieiras




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As folhas nem sempre eram verdes; as rosas vermelhas um dia
nasceram azuis; Dizem que os ventos não sopram em seus meios. Bom, este é
o pequeno, gigantesco bosque saturno.
Dizem que os grandes deuses se casavam lá, e com o passar dos anos,
com a queda dos grandes poderes, só sobrou os restos mágicos pairando
sobre Saturno.
Não me lembro muito bem, mas tinha um garotinha, pequeno e
perdido... Encontrava-se em meio às gigantescas árvores. A sua atenção
estava voltada para a, não tão pequena e nem tão grande macieira. Os
morangos que nela nasciam parecia te olhar. O tronco da árvore esculpia um
corpo jovem. Suas folhas amareladas... ah, e que folhas... Lembravam um lindo
cabelo.
Os deuses deviam ter planejado tudo isso. Digo, antes de perderem
seus poderes para o menino profeta. Os deuses sabiam que aquele jovem
precisava daquele amor.
O jovem cresceu ali, se alimentando dos cascos da doce e linda
macieira, tendo apenas o bosque como companhia.
Pena que o destino não foi tão alegre.
De repente tudo mudou. Como o vento muda no oeste, as coisas, de
uma hora para outra pareceram diferentes.
As lembranças dos deuses foram esquecidas e com elas o poder do
bosque.
Quando o jovem acordou percebeu que naquela manha o capim não
acendeu. O casco da macieira não estava tão doce como antes.
A linda e adorável macieira estava morrendo.
As orquídeas azuis gritavam por socorro. Só alguém, com o coração que
pertencesse ao bosque poderia salva-lo.
Ao fundo da caverna
Da montanha mais alta
Uma ultima rosa vermelha
Sua magia trará novamente...
A força que o bosque precisa.
Cada orquídea dizia uma frase e assim que terminava de falar deixavam de existir magicamente, virando flores comuns, como nos bosques comuns.
O homem não tinha muito tempo.
Correu, nadou, pisou nos pequenos cogumelos resmungantes até que chegou em frente à montanha.
Este era o momento, nunca ousara colocar os pés naquele lugar. Todo ódio e raiva dos deuses estavam guardados naquele local. Mas não tinha escolha.
Dava para ver a mudança do tom verde da grama na entrada.
O homem respirou fundo, levou o pé direito em direção à grama escura...
Toda sua visão sumiu, um pássaro gigantesco apareceu em sua frente.
Fuja!-Gritou o pássaro e depois se desfez em seu próprio lugar.
Seu grito foi tão alto que deixou o homem desnorteado. Sua visão estava embaçada e as coisas perderam seu sentido. Fuja, Fuja, Fuja... Isto ecoava na mente do homem. E era só isso que ele queria fazer, correr para perto da sua linda e adorável macieira.
Retornou à consciência depois de alguns minutos, mas não sabia mais onde estava. A montanha parecia diferente, como se fosse outra. O sol não iluminava mais o local, ele só conseguia enxergar pela luz do capim, que, ao invés de alegria, transmitia medo.
CUIDADO, SUA MENTE PODE TE ENGANAR.
Isto estava escrito nas paredes das árvores roxas.
Um gigantesco cão apareceu ao longe. Mal conseguia enxergar sua face. Só um sorriso, um sorriso macabro que transmitia ódio e raiva.
Com um uivo ensurdecedor o cão começou em direção ao homem, que, não se movia. Sua face estava repleta de pavor, mas o medo o paralisara. Se não corresse iria morrer, mas ficou ali, olhando o cão gigantesco.
O cachorro se aproximava, cada vez mais rápido e no momento da colisão...
......
Tudo parou.
Como se os deuses tivessem parado todo o tempo.
O homem olhou para o lado, as folhas paradas... o cão parado. Tudo paralisado.
Nas árvores.
Parabéns homem corajoso, enfrentou o medo.
O cão se desfez, deixando apenas cinzas em seu lugar.
Então o homem seguiu seu caminho, tendo passado por um dos macabros testes da montanha.
Ao longe ele vê a macieira, a linda e adorável macieira.
-O que faz aqui me amor? – Pergunta ele, assustado.
Sem fazer som algum ela vai apodrecendo... Apodrecendo... e morre. Simplesmente morre, deixando toda sua história para trás.
O QUE? COMO ISSO PODE TER ACONTECIDO? PARA RESTAURAR O PODER DO BOSQUE PRECISARIA PERDER O QUE TENHO DE MAIS PRECIOSO?
Isso não é justo!
Com medo, triste, desesperado, aterrorizado... com ódio.
Um machado apareceu em sua mão.
Nas árvores.
Vingue-se. Destrua a fonte de poder por deixar-te sofrer.
E ele deveria fazer isso. Não era justo perder seu amor.
Uma linda roseira apareceu em sua frente. Suas folhas tinham a mesma essência da linda e adorável macieira.
Uma lágrima rolou na face do homem e caiu ao chão, no mesmo momento que o machado. Ele não tinha mais forças para continuar, não poderia ferir aquela rosa que tanto tinha de bom.
Ele se deitou ao chão e esperou o destino.
Suas lagrimas começaram a tocar o chão de um modo diferente. Iam cavando um buraco.
O chão ia se abrindo, deixando à mostra uma caverna.
A roseira, assim como a macieira morta sumiram em uma fumaça, tendo nunca existido naquele local.
Fora só mais um teste. A linda e adorável macieira estava viva.
Nas árvores
PARABÉNS. VENCEU O ÓDIO.
O homem correu pela caverna até encontrar uma linda rosa ao chão. Assim que à tocou ela explodiu. Simplesmente explodiu.
......
Os segundos que se passaram pareceram horas.
Então ele havia estragado tudo. Agora o bosque morreria. Seu amor morreria. Como fora tão burro?!
Agora morreria aos pés da linda macieira morta. Esse seria seu destino.
......
-Então, o que eu aconteceu? – uma voz lá fora perguntou
-Ele conseguiu, é claro. – outra voz
-Onde ele esta?
-Lá dentro, é claro.
O bosque estava restaurado. A rosa deu sua vida para a magia continuar.
A raiva e ódio foram enfrentados. Tudo estava bem novamente.
A macieira voltou a dar morangos
O capim finalmente acendeu
Fim


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Notas finais do capítulo

O destino nos da caminhos, mas de qualquer forma tema-o, ele é feroz.



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