Dust in the Wind - Decadence escrita por NyKaminsky, Blake Wolf
Notas iniciais do capítulo
Será uma shortfic, com capítulos postados a cada semana - assim que eu for revisando cada um. Tenho o aval do lindo do Kawaii, então está de boa. Haha
Aproveitem a história e nos vemos lá embaixo!
"Num inusitado instante pude ver meu sangue se extinguir diante de meus olhos. Era real. Aquilo estava realmente acontecendo. Eu iria morrer, não havia dúvidas."
— Então, você não lembra...? — Ele me encarou impaciente, seus dedos trêmulos estavam incertos sobre puxar o gatilho.
Fechei meus olhos, a resposta estava clara. Eu estava preparado para a "redenção". Todos os meus pecados em breve seriam selados pela eternidade e minha respiração silenciada de uma vez por todas pelo estrondoso som do disparo.
O revolver congelava meu osso temporal, fazendo o tempo parar. Naquele exato segundo entre o fio da vida pós morte, um turbilhão de lembranças colidiram-se na minha memória. Mas eu só conseguia pensar nela: Catherine. E na última vez que a vi.
"Era de manhã, multidões de pessoas carregavam bagagens, maletas e esbarravam-se entre si, o fragor era abominável. O aeroporto de NY não era diferente de outros que conheço: agitado, lotado e tedioso. Porém naquele dia, em especial, eu me sentia inseguro e essa ideia me fazia abraçá-la intensamente. Aquela seria a primeira vez que ficaríamos distantes. E isso não me era agradável.
— Você precisa mesmo ir? — Perguntei desanimado, lamentando profundamente em não a poder acompanhar. Ela me soltou e sorriu suave, tão logo me presenteou com um selinho doce.
— Drew, eu já te disse umas dez vezes que é uma viagem a trabalho, não posso evitar. — Cath riu, achando graça da minha criancice, e eu não me contive em rir junto. Francamente, eu só perguntava aquilo.
— É, eu sei. Só estou um pouco preocupado. — "E com um mal pressentimento." — Aquele sonho que eu tive hoje... — Não consegui terminar. Ela desfez seu gracioso sorriso num semblante preocupado, porém caloroso.
— Não se preocupe, meu amor. Eu ficarei bem! — Ela sorriu novamente. — Ah! Esqueça aquele sonho sem pé nem cabeça, foi apenas um pesadelo. Já passou...
— Pois é.. — Parei pensativo, ainda com a ideia absurda que algo estava estranho.
O sonho que eu tivera naquela manhã fora um tanto esquisito. Recordo-me bem pouco dele. Só me lembro de ter acordado aterrorizado e de me repreender por tê-la despertado também, mas Cath, por sua vez, conseguiu tranquilizar meu espírito. Mesmo assim, depois que eu havia terminado de lhe contar, seu olhar estava um tanto inquieto.
— Drew? — Ela me despertou de minha hipnose momentânea. Sem pensar, segurei em suas mãos, olhando-a pelo seus belos olhos castanhos cintilantes.
— Volte logo pra mim! — Declarei com um sorriso fraco.
— Eu voltarei. Espere por mim! — Respondeu. Com um sorriso discreto, me aproximei e nos beijamos aproveitando cada toque, caricias e sensações. Mas, uma vez ou outra, meu peito pesava e eu não sabia o porquê.
— Atenção senhores passageiros do vôo 197, com destino ao Canadá. Por favor, embarquem agora mesmo no setor 3 da... — Uma voz aguda e ensaiada anunciava a chamada do embarque.
Nem havia me dado conta do tempo, quando vi ao longe o avião de Cath voando no céu, se afastando, com ela. Permaneci ali, parado e de mãos atadas, encarando o grande vazio. Eu podia sentir uma fenda se expandindo dentro mim. 'Mas por que?!? Catherine irá voltar a salvo, então qual é a droga do seu problema?!?', gritou meu subconsciente e antes que eu pudesse respondê-lo, meu bolso vibrou. Alguém estava me ligando. Por um segundo, pensei que fosse ela, mas eu sabia que não se pode fazer ligações em pleno vôo.
Número desconhecido.
— Andrew Daniels, pois não? — A voz grave do outro lado só disse três palavras e desligou. Eu entrei em pânico. Meus batimentos passaram de um peso para uma tonelada em disparate.
— Alô?! Alô?! Droga!!! — Corri para o estacionamento com certa dificuldade. Se o que ouvi for mesmo verdade, isso significa que aquele sonho... — Idiota! O sonho é a resposta!
Liguei a chave na ignição dando partida acelerada. Aos poucos, a velocidade do meu Astra prata se igualava com meus batimentos. Eu tinha que ir até lá. Edmund Laswell sabia, foi sua voz que me avisou: 'Lucius está vivo'."
— Gostaria de dizer algo antes de morrer? — A voz dele quebrou meus devaneios, fazendo-me voltar para a "real situação".
Meu sangue já não tinha gosto e meu corpo inerte não emanava uma gota sequer de esperança. Eu não sabia mais diferenciar a realidade da ficção e foi exatamente assim que me senti quando eu o encontrei, ou melhor, quando eu vi seu corpo moribundo ao chão.
"— Edmund?! — Gritei abrindo a porta desesperadamente. Tarde demais. O escritório dele estava revirado, como se um furacão feroz tivesse devorado cada centímetro de vida existente. Só restava o silêncio e um corpo ensanguentado.
— Eddie!!! — Me ajoelhei impulsivo e rapidamente comecei uma massagem cardíaca, tentando reanimá-lo. Foi em vão.
Edmund Logan Laswell, era mais do que um grande amigo, ele era um pai pra mim. Eu o admirava e era grato por ele ter me tirado das ruas, ter me dado uma profissão idêntica a dele e um lar. Mas isso já não importava mais, ele estava morto e o culpado era eu."
— Não... — Respondi abatido. Ele destravou o revolver e sorriu jubiloso.
— Já que não vai me contar... Atenderei seu pedido! — Seu polegar acariciou o gatilho, a boca do cano forçou minha cabeça a inclinar.
É agora... A minha decadência.
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Uhh.. Que final! Quem serão esses que o Andrew citou? E o melhor: quem será o carinha com a arma? Isso é informação para os próximos capítulos! :3
Beeeeijos!
Mandem seus comentários dizendo sobre o que acharam da proposta em geral e sobre o capítulo, é claro.