Geração Pamerval - A história do início ao fim escrita por Sophie Carsifur
Por Pamela:
– O que... foi isso...? – Herval ofega assim que volto para o banco do motorista. Não consegui conter um sorriso no meio da respiração completamente descompassada.
– Precisa mesmo falar? – O olhei e ele fez o mesmo, abrindo um sorriso enorme.
– Acho que não... até porque... nem dá, né? – De fato. As palavras saiam com dificuldade de nossa boca. – A gente... precisa voltar pra casa... antes que... alguém nos veja nesse estado. O vidro do carro é escuro, mas se alguém chegar muito... perto dá pra ver!
– Ah claro! E você vem dirigir? Porque eu não tenho a menor condição agora...
– Então vamos ficar aqui por mais um tempo... porque minhas pernas nem me obedecem! – Sorri. – Tá vendo o que é que só você faz comigo...? – Inclinava-se para o meu lado, colocando a mão sobre a minha perna.
– Nem vem, Herval...! Tira essa mão daí, senão a gente não chega em casa hoje. – Falei me inclinando para trás, a fim de pegar minhas roupas.
– Ah tortura... – Murmura, me resvalando sua mão boba.
– Tome, vista! – Lhe impus sua camisa.
– Mulher mandona, meu Deus... há meia hora atrás só faltou rasgar a camisa, agora tá mandando colocar... – Lhe olhei fingindo fulmina-lo.
– Ué! Of course! Eu faço o que eu quiser de você... – Sussurrei em seu ouvido. – Tiro sua roupa quando eu quero e te mando colocar quando eu quero também... – Finalizei com uma mordida no lóbulo de sua orelha.
Eu podia vê-lo se arrepiar e estremecer com a minha voz em seu ouvido, mas qual não foi minha surpresa, quando Herval segurou minhas mãos e começou a vir para cima de mim...
– Você faz o que quer, é...? – Afirmo. – E eu? – Me perguntou percorrendo o rosto em meu pescoço.
– Herval...
– Diz! Você sabe o poder que tem sobre mim... sabe como me deixar doido só com uma frase, só com um sorriso... agora fala; o que é que eu faço com você? – Podia dizer resumidamente que me fazia a mulher mais feliz do mundo! Mas não ia dar o braço a torcer.
– Absolutamente nada. – Brinquei e ele logo entrou na brincadeira.
– Absolutamente nada? É...? Você tem certeza disso? – Confirmo com a cabeça. – Olha... eu não teria tanta certeza assim...
– Why...?
– Porque... se eu não tivesse poder nenhum sobre você... você não ficaria assim.
– Assim como?
– Ofegante, arrepiada...
– Isso não quer dizer nada...
– Seu corpo fala por você, Pam! Pupila dilatada, lábios entreabertos prontos a qualquer momento para um beijo, punho cerrado, seja apertando algum tecido, arranhando minha pele ou como agora, apenas machucando a palma da mão com as unhas... pra conter o desejo. E também... – Largou um de meus pulsos e levou sua mão até minha intimidade.
– No! – O afasto. – Não se atreva a completar a frase! Não é você que me deixa assim, é só...
– Eu que te deixo assim. Confessa! E aceita que dói menos! – Disse sorrindo e vestindo a camisa, enquanto eu fazia o mesmo com a calcinha e sutiã.
– Você não presta, Herval! – Rosnei, lhe arrancando uma risada.
– Certo, não presto, mas é por isso que você me ama! – Abotoava a calça. Ah como eu amava esse homem! Cedi.
– Amo. Muito. – Disse pausadamente, lhe dando um beijo e vestindo o vestido logo em seguida.
(...)
No dia seguinte, fomos buscar Megan e Davi no local de pouso de seu jatinho. Assim que eles apareceram, Joaquim correu para abraçar a irmã.
– Hey seu moleque chato! Como é que vai? – Megan o abraçou forte.
– Não sou chato! Você me ama que eu sei... – Ela riu.
– Of course que amo! Não disse o contrário.
– E aí, Quim, tudo beleza? – Davi o cumprimentou com uma remexida em seu cabelo. Ele concordou.
– Mom!! – Megan soltou um grito agudo ao olhar para mim. Que saudades da minha baby girl... correu em minha direção e eu mal pude fazer o mesmo por causa do salto. Nossos corpos se chocaram num abraço mais que delicioso; desejei nunca cessar aquele abraço que era saudoso, sincero, não existe presente melhor para uma mulher, que ser mãe, principalmente ser mãe de Megan Lily!
– Megan!! Que saudade... – Lhe apertei bem forte, a fim de mostrar a falta que me fez.
– Eu também morri de saudades, mom... – Murmura perto do meu ouvido.
– Seja bem-vinda de volta, Megan! E agora, uma mulher casada! – Herval a tocou nas costas. Logo ela me soltou e o surpreendeu com um abraço também.
– Thanks, Herval... – Ele correspondeu ao abraço meio sem entender a razão do ato. – Eu tenho certeza que Davi vi me fazer tão feliz quanto você faz à mom! – Davi se aproximava.
– Mestre!! – Abraçou Herval com aquela típica batida nas costas, masculina. – Senti saudades do meu professor pra vida!
– Também senti sua falta, moleque!
– Pamela... – Me cumprimentou com um abraço meio frouxo.
– Hi Davi! – Sorri sincera.
– Pronto, eles já chegaram! Agora vamos voltar pra casa que eu quero comer a torta que a tia Dorothy tá preparando! – Joaquim estragou a surpresa.
– Quim! – O censuro. – Não era pra dizer, baby... – Herval o pega nos braços e fala:
– Agora já era. É só ir agora. E comer a torta...
(...)
– Megan! – Depois de algumas horas colocando o papo em dia, fui até o quarto para buscar meu presente.
– Sim, mom?
– Tenho uma coisa pra você... – Estendo-lhe a mão com a caixinha contendo a pulseira. – Algo pra você levar consigo para São Paulo e lembrar sempre de sua mommy. – Falei enquanto ela pegava e abria a caixa.
– Mom! – Revezou o olhar entre mim e a pulseira, com os olhos arregalados. – É linda! – Tirou-a da caixinha e pedia para Davi, ao seu lado, colocar em seu pulso. – Mas não precisava de presente pra me fazer lembrar de você... tá achando que eu vou te deixar em paz quando for pra São Paulo? Enganou-se! – Levantou e veio me abraçar.
– Isso é o que eu menos quero, dear! Mas eu tinha o dever de comprar essa peça pra você... parece que foi feita especialmente para o seu pulso... – Disse, sentando-me no colo de Herval que estava calado numa poltrona.
– Megan, Darling, precisamos ter uma conversa em particular. – Dorothy fala, olhando-a de modo suspeito.
– E eu posso saber o que é? – Questiono curiosa.
– Se é em particular, é porque não pode, dear... – Me respondeu. – Apenas... prepare-se. – E arrasta Megan para o seu quarto.
Me preparar para que? Eu e Herval nos entreolhamos sem entender, mas momentaneamente damos de ombros.
(...)
– Passou rápido, né? – Estávamos deitados na cama, já era noite. Todos dormiam, quando Herval se pronunciou.
– Passou rápido? O que? – Perguntei deitando sobre seu peito.
– Os anos... tudo... você sabe em que mês estamos, né?
– Setembro. Estamos na última semana de setembro, o que tem isso?
– Tem que daqui a quase três semanas será...? – Oh sim... ele estava lembrando com antecedência...
– Sete anos do nosso casamento. – Falei com um sorriso satisfeito.
– E seu aniversário... – Disse acariciando meu rosto. – Uma data duplamente especial. – Sorrimos os dois. Realmente passara depressa os anos... tanta coisa havia acontecido! Coisas ruins, boas, terríveis, maravilhosas... 7 anos!
7... o número da perfeição...
E era assim que com todas as suas vicissitudes as nossas vidas eram: Perfeitas.
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