Geração Pamerval - A história do início ao fim escrita por Sophie Carsifur


Capítulo 124
Capítulo 124


Notas iniciais do capítulo

Boa leituraa!!



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Por Pamela:


Tendo Megan encomendado uma superfesta, ficou meio difícil continuar no jardim, depois da cerimônia... meu estado emocional não era dos melhores, já que fora tudo tão lindo que não parei de chorar um só segundo. A cabeça começou a apontar um certo desconforto e foi aí que decidi entrar de vez. Fui para o quarto, precisava de silêncio por pelo menos 10 min.

Sentando-me na cama, tratei logo de tirar o sapato, aquilo apertava demais... relaxei. Sabe aquela sensação de trabalho cumprido? Foi o que eu senti... eu havia cumprido o meu dever de mãe para com Megan, agora ela independia de mim e ao mesmo tempo que aquilo me deixava triste, também me deixava orgulhosa.

Fechei os olhos por alguns minutos, enquanto a música de lá de fora ainda soava nos meus ouvidos. Não era algo elétrico, agitado, por incrível que pareça, se tratava de uma música calma e romântica. Senti então, duas mãos nos meus ombros e um perfume familiar...

– Tá tudo bem, Pam? – Ouço sua voz perto do meu pescoço.

Very well, baby! Só estou um pouco cansada...

– E nostálgica, certo? – Completa, iniciando uma massagem em mim.

Right... sinto falta do tempo em que Megan se atracava com as garotas no colégio, quando elas falavam mal de mim só para provoca-la... – Ouço-o sorrir.

– Filhos crescem, meu bem...!

Yeah... Infelizmente. – E ali o assunto morreu. Deixei-me concentrar na massagem que ele me fazia e nos beijos que a acompanhavam, enquanto tudo o que se passara nesses últimos anos, passava na minha cabeça como um filme.

Depois de um tempo, ouvimos alguém chamar Herval e ele teve que sair. Ao me ver sozinha no quarto, decidi ir até a cozinha pegar um copo d’água para tomar um remédio para dor de cabeça. Quando voltava para o quarto, esbarrei com Ernesto na sala.

– Hi, princesa!

– Hi, Ernesto... o que faz aqui? Por que não está lá fora se divertindo com os outros jovens!?

– Porque ultimamente eu não tenho gostado muito de festas, danças, não... vim porque é casamento do Davi e da Megan, que são grandes amigos meus, não poderia faltar...

Oh... of course... bom, e-eu precisava ir para o quarto, estou com uma baita enxaqueca, mas não queria que ficasse aqui sozinho!

– Ele não vai, Pam. Pode ir descansar tranquila que eu fico aqui com ele... – Dorothy entrava, acompanhada de Herval, que não pareceu estar muito feliz em me ver conversando com o rapaz.

Okay... até mais, Ernesto! – Falo de uma vez e fui para o quarto. Enquanto eu bebia a água para fazer o comprimido descer, a porta se abriu e Herval entrava, menos contente que antes, fiquei calada, poderia ser só impressão minha...

(...)

Horas depois, era hora de nos despedirmos de Megan e Davi. Ela não quis esperar, descansar e ir no outro dia. Desde o começo ela disse que sairia da festa direto para a lua de mel in Vegas! A despedida foi repleta de lágrimas, avisos e reviradas de olhos da parte dela. Joaquim a esta altura, já estava dormindo, cansara-se muito durante o dia e Megan só foi se despedir dele com um beijo na testa.

Era oficial: Megan tinha crescido.

Depois que o casal se despediu de todos nós, a festa não se estendeu muito... apenas por mais uma hora, nada mais que isso. As pessoas começaram a se despedir de nós e os empregados do buffet e da organização começavam a limpar toda a casa.

– Como se sente ao ver sua filha casada, Pamela? – Eu estava inerte, encostada a uma entrada, quando essa voz surge atrás de mim, me assustando. Era Ernesto, e de convidados só havia sobrado ele mesmo... e Brian com Lara e o pequeno Louis.

– Oh, I’m so happy! – Respondi sorrindo e ele ficou na minha frente.

– Olha... eu tenho que falar, eu nunca pensei que um dia viria a cena de hoje... A Megan mudou muito não foi?!

Yeah! Megan cresceu! Amadureceu! Criou asas e acabou de voar para longe do meu ninho... você não conhece nenhuma porção que faça uma pessoa voltar a ser criança? – Brinquei.

– Não, infelizmente não, princesa... sequer em Andrômeda isso existia! Mas até que não seria uma má ideia, não é mesmo?

– Seria uma ótima ideia, carismático Ernesto! E eu daria tudo para ter uma porção dessas!

– Então eu... eu acho que... vou dar um jeito de fabricar esse negócio agora mesmo! – Respondeu, daquela sua maneira so cute, me arrancando um sorriso.

– Oh Ernesto! Só você para me fazer rir agora...

– É? Que bom... – E ele me olhava de maneira bem intensa e intimidadora, o que fez o sorriso se esvair da minha boca, aos poucos.

– Pam? Não vai entrar? Tá frio aí fora. – Era a voz de Herval.

– Bom, eu... eu acho que já vou indo... vai acabar ficando tarde pra voltar para casa.

Okay... obrigada por ter vindo, Ernesto...!

– Imagina... – Desajeitadamente se despediu de um com um beijo na bochecha e foi embora.

– O que é que vocês tanto conversavam lá fora? – Herval me perguntou, assim que entrei.

– Nada demais... apenas falávamos de como Megan amadureceu nos últimos tempos. – Ele confirmou com a cabeça, se despediu de Brian e Lara que continuavam lá e foi para o quarto. O que eu havia feito de errado?

Fiz o mesmo que ele, me despedindo de todos, até porque já iria dar 23h00min e eu estava morrendo de sono. Quando entrei no quarto, ele estava desabotoando a camisa, de costas para a porta. Entrei de mansinho, lhe abraçando por trás e lhe dando um beijo nas costas, e ele logo se virou.

– Que susto, Pam...! – Forçou um sorriso, desafivelando agora o cinto e caminhando para mais perto da cama.

– Vamos tomar banho juntos, baby?

– Não, se quiser, pode ir primeiro. – Deu uma pausa como que se arrependendo de ter falado tão secamente. – Acho meio perigoso a gente tomar banho junto. – E deu um sorriso de canto de boca, me olhando de lado. Dessa vez fui eu que forcei um sorriso e não contestei, apenas fui primeiro.

Quando voltei para o quarto, Herval estava sentado na cama, com a cara entre as mãos, talvez pensativo, cansado, ou sei lá.

You’re fine, baby? – Perguntei, me sentando ao seu lado e passando a mão pelo seu ombro.

– Melhor agora. – Responde, me dando um beijo no rosto.

– Tem certeza?

– Absoluta. Deixa eu tomar meu banho agora... – Se levantou da cama e foi para o banheiro. Fiquei ali sentada por alguns segundos. Das duas, uma: ou Herval havia sido abduzido, e quem estava ali comigo era um ET, ou aquele era seu mecanismo para controlar o ciúme que sentiu ao me ver com Ernesto. E eu sinceramente não sei qual é a melhor opção.

(...)

No dia seguinte, levantamos todos, tarde. A festa de casamento havia nos deixado verdadeiros trapos! Nada de trabalho, nada de nada, só ficar em casa, com a Family, esperar por alguma ligação de Megan e sentir saudades dela. Ao que me parecia, a crise de inercia em que Herval havia se metido na noite passada, havia se extinguido e ele brincava animadamente com Joaquim num canto, enquanto Dorothy me contava tudo o que Megan lhe disse que pretendia fazer nessa lua de mel. Eu, sinceramente, senti pena de Davi.


Por Herval:

Levar Megan no altar para mim foi uma honra! E assim que entramos naquele recinto, eu vi os olhos do Davi brilharem, eu vi os meus olhos nos dele. Parecia que eu estava voltando no tempo, só que agora vendo meu casamento com Pamela de um outro ângulo. Mas a minha mulher estava lá no altar como a mãe da noiva, não era o nosso casamento, era o da filha dela e o do moleque que eu considerava um filho.

Pamela estava linda, deslumbrante! Claro que eu preferia ela sem aquela roupa e sem nenhuma, mas ela estava perfeita para ocasião. A cerimônia foi linda e eu acho que nunca vi Pamela chorar tanto na vida, salvo momentos extremamente tristes e dolorosos que viveu.

Mas depois da cerimônia eu não a vi mais no meio das pessoas, logo deduzi que estaria no quarto e acertei. Ela estava sentada em cima da cama, de olhos fechados. Cheguei por trás dela, pousando as mãos sobre seus ombros e perguntando se ela estava bem. Era óbvio que ainda não tinha se recuperado da ideia de que sua filha agora era uma mulher casada. Passei então a lhe fazer uma massagem para que relaxasse. A tensão de seus músculos era evidente e eu queria deixa-la o mais confortável possível com a sua nova situação de mãe de uma mulher feita.

Até que ouvi alguém me chamando, na verdade, Brian. Apenas para mostrar como seu filho crescia rápido e para dizer o quão fofo estava Joaquim de terno e gravata. Também puxou algum assunto referente a Plugar, mas a minha cabeça estava apenas em voltar para a Pam. Não entendia porque, talvez aquele clima de casamento me afetasse e eu quisesse pensar que era o nosso, mas eu só queria estar pertinho dela.

Mas antes tivesse ficado conversando com o Brian. Mal entrei na sala, acompanhado da Dorothy, e ela já estava de papo com aquele moleque que nunca me desceria à garganta. Mas enfim, estávamos no meio de uma festa e eu não poderia dar showzinho de crise de ciúmes ali. Pamela foi para o quarto e eu, impulsivamente fui atrás, mas não disse nada. Fingi estar procurando alguma coisa, para não ficar tão óbvio o meu ciúme, e saí do quarto logo em seguida.

O problema foi que horas depois, no final da festa, eu havia voltado a conversar com o Brian, só que agora dentro de casa, enquanto Pamela estava do lado de fora. Inicialmente sozinha, dava para ver. Mas quando a figura do Ernesto se fez presente na frente dela, meu humor amargou. Aquele cara estava atravessado na minha garganta e não me desceria nunca, como eu já disse. Na Pam eu confiava, mas nele não, e quem ama, cuida. Chamei-a para entrar, com a desculpa de que estava frio e o idiota ao menos caiu em si e se despediu. Tive vontade de dar um murro na cara dele, quando ousou dar um beijo no rosto da Pam, mas me controlei, ao menos a boca ainda era exclusividade minha.

Mesmo mordendo a língua para não falar nada, ainda perguntei sobre o que conversavam. Ela me respondeu que era sobre a Megan, mas a minha contra resposta foi como se ela tivesse me dito: “estávamos conversando sobre nossas posições favoritas durante o sexo.” Pois simplesmente me despedi dos presentes e fui para o quarto. Tinha que engolir o ciúme, já que ela não havia feito nada de errado. Foi duro, mas durante aquela noite eu me segurei.

No dia seguinte, a crise tinha passado. Estávamos no clima até agradável em casa. Eu e Joaquim brincávamos no chão com sua coleção de carrinhos e super-heróis, enquanto eu via a Pam ficar vermelha uma vez ou outra com alguma coisa que a Dorothy lhe dizia. Tínhamos tirado o dia de folga, porque convenhamos que ninguém é de ferro! Até que alguém tocou a campainha. Dorothy que foi atender e eu perdi meu dia ao ver a cara que a acompanhava.

– Ernesto? O que faz aqui?

– O-oi Pamela... olá, Herval... – Idiota. – Tudo bem, Joaquim? – O menino sequer lhe respondeu, mas porque não havia escutado mesmo. – Esse é meu garoto! – Eu só vim aqui pra você assinar um documento, Pamela. Eu sei que você tá meio cansada de ontem... tirou o dia de folga, mas é um contrato importante na Marra, não podia esperar, a gente tem que entregar hoje.

– Oh, não tem problema. Vamos comigo até o escritório para que eu possa ler isso direito... – Pamela respondeu, me jogando um olhar, talvez desconfiada do que eu pudesse dizer, fazer ou pensar, e enfim se levantou, sendo seguida pelo garoto chato.

Juro que dava um braço pra saber o que ficaram fazendo tanto tempo dentro daquele escritório. Pode até ser que eu esteja arriscando um braço à toa, mas valeria a pena... no entanto, não saí do lugar, já que Dorothy ficou me olhando todo o tempo. Ela sabia bem do terrível ciúme que eu sentia da Pam com o Ernesto e seus olhos buscavam me dizer que eu ficasse sossegado, que eram apenas negócios... mas tava demorando muito!

Very good, Ernesto! Obrigada por ter vindo. Sempre que houver algo assim que precise do meu aval, não se acanhe, venha sem pestanejar! – Saíam enfim do escritório. Sério que eu ia ter que ver aquele cara de coala na minha frente muitas outras vezes? Ok, eu nem sei se ele parecia mesmo um coala, mas foi o primeiro bicho esquisito que me veio na cabeça.

– Ok, pode deixar! Até logo! – Se olhar matasse... a Pam já estaria mortinha da Silva pelos olhares dele. Será que ela não percebia o quão louco ele era pela adorada princesa Shelda?

Pamela foi para o quarto e impulsivamente – mais uma vez – eu fui atrás dela.

– Que documento era aquele?

– Como Ernesto disse ao chegar, um contrato para a Marra. – Respondeu, colocando uns brincos.

– Vai sair?

No. Os brincos só fazem parte do look do dia e eu só lembrei de colocar agora.

– Por que demoraram tanto no escritório? – Ela suspirou.

– Por que tantas perguntas, Herval?

– Não são tantas, foram apenas três. Por que não responde a última? – Franziu o cenho, eu estava muito esquisito?

– Demoramos porque o documento era bem extenso. Eu queria ter certeza o que estava assinando...

– Tem certeza que foi só por isso? – Dessa vez ela bufou e ia falar alguma coisa, mas fui mais rápido. – Não, desculpa. Não vou insistir nisso. – Me joguei na cama. – Eu sou um idiota... – Suspiro esfregando as mãos no rosto. Ouço-a sorrir e logo sinto seu corpo em cima do meu.

Yey! O meu idiota. O idiota que eu amo e o idiota mais lindo do mundo. – Ela retira minhas mãos do meu rosto. – Relax baby... Ernesto é um funcionário, um amigo, só. – Suspiro. – Já você... is the man of my life! Há comparação? – Me pergunta, acariciando meu rosto e é em momentos assim que eu me sinto ainda mais idiota por sentir ciúmes. Nego com a cabeça. – Very good... – Diz sorrindo e logo tem os lábios grudados nos meus em um beijo cheio de carinho.


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Notas finais do capítulo

Continua...



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