Mordidas de Morcego escrita por SamMCR


Capítulo 4
Capítulo 4 – Mordidas....de Morcego.


Notas iniciais do capítulo

Desculpem ³³ a demora. Tive um bloqueio mental que espero que não se repita xD

Capa nova \o/

Espero que gostem



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/56301/chapter/4

 

 

 

 

 A noite estava bastante nublada, mas ainda assim Chen podia ter um vislumbre da lua cheia acima de si. Sentia muito frio e ao mesmo tempo suava , olhou para o céu desconfiado...se começasse a chover ele iria embora bem rápido, por algum motivo sentia um certo receio da água aquela noite. Ele estava sentado em um caixão no cemitério, esperando.

 

 Quando ele decidiu que ia embora finalmente a viu. Emily caminhava entre os túmulos de maneira misteriosa. Estava com seus conhecidos coturnos, saia longa preta, e usava um espartilho preto e roxo. Ela sorriu quando o viu. Chen achava que ela parecia diferente hoje, talvez mais pálida, ou talvez fosse algo diferente no sorriso dela.

 

 

 

- Então...Você veio! – Emily disse assim que se aproximou dele.

 

- Eu disse que viria. – Chen respondeu.

 

 

 

Emily riu mesmo não havendo graça nenhuma na situação. E Chen achou que os dentes dela estavam diferentes.

 

 

 

- Você parece nervoso. – Ela comentou. Realmente, Chen não estava se sentindo bem, alias faziam dias que já não se sentia bem, estava suando e estava com frio. Porque diabos ele havia vindo ao cemitério naquelas condições?

 

- Acho que estou com febre...- Chen disse coçando a cabeça, em sinal de nervosismo. – Talvez fosse melhor eu ir pra casa e... – ele disse se virando para ir embora, mas ao fazê-lo Emily se pôs na sua frente em um piscar de olhos.

 

- Você não vai a lugar nenhum. – ela disse com doçura. Chen por um breve momento acreditou que ela estava falando sério, mas então ela sorriu e ele entendeu que ela estava apenas brincando.

 

- Muito engraçada. – Chen riu. – Bem...até mais. – ele se despediu dando um passo à frente. Mas Emily segurou seu braço, o impedindo. Chen a olhou confuso, o que ela estava fazendo? Emily se aproximava dele fechando os olhos, ele fechou os dele também esperando o que estava por vir.

 

 

 

Mas então sentiu uma mordida no pescoço. Emily o mordia com caninos afiados, e sangue jorrava do local que ela mordia. Ela então se separou dele, lhe deu um sorriso com dentes afiados ensangüentados, se afastou um pouco e se transformou em um morcego.

 

 

 

Enquanto Chen observava assustado o morcego se afastar ele acordou e viu o mesmo morcego do sonho continuando a voar por seu quarto. Chen rapidamente pegou seu travesseiro e o atirou com toda a força no morcego que ia em direção a janela. O morcego desapareceu no ar, antes de alcançar a janela aberta, como mágica, e seu travesseiro que não acertou nada, já não havia nada para ser acertado, voou janela afora.

 

 Chen foi até esta e viu seu travesseiro caído na calçada de casa, logo depois olhou para o céu, esperando ver o morcego que nunca saiu de seu sonho. Num gesto automático ele levou a mão ao pescoço onde Emily havia o mordido no sonho. Ali estavam as duas marcas que ela havia visto no espelho outro dia. Bem que elas pareciam de uma mordida...mas não exatamente de um vampiro, já que eram bem pequenas e indolores, elas pareciam mordidas de morcego.

 

 

 

 

 

 

 

Quando a manhã chegou Chen foi acordado por uma estranha pergunta de sua mãe:

 

 

 

- Chen.... Chen! – ela chamou até que ele abrisse os olhos e lhe resmungasse um “Oque?”. – Já tá na hora de acordar....Onde está seu travesseiro?? – ela perguntou confusa.

 

- Ahh...- ele exclamou com sono. – Caiu pela janela.

 

- Pela janela?? – ela perguntou e foi no mesmo momento olhar pela janela, encontrando ali na calçada o travesseiro do filho. – Como ele caiu lá???

 

- Eu joguei....Achei que tinha um morcego no meu quarto. – Chen explicou, sentando em sua cama, sorrindo sem graça para a mãe.

 

- Um morcego? No seu quarto? – ela perguntou um pouco preocupada.

 

- Mas não era real...é que eu estava sonhando com um morcego, aí eu acordei e o vi aqui.

 

- Já disse pra você não dormir com a janela aberta. Tem morcegos aqui pela rua, seu pai já disse que viu, eles podem te passar alguma doença. – a mãe deu a bronca. – Levanta que já ta atrasado. – ela ordenou passando os dedos pelo cabelo do filho. – Você está meio quente...Será que está com febre?? – ela perguntou examinando-lhe a testa.

 

- Não, mãe. – ele disse afastando a mãe. Sabia que se faltasse a escola teria que ouvir muita reclamação de seu pai depois, dizendo que seu irmão nunca faltava a escola na sua época. – Estou bem, só preciso de um banho.

 

 

 

 

 

Na escola Chen ainda não estava se sentindo bem, desconfiava que o sonho o tivesse afetado um pouco, e olhava distraidamente para frente, parecendo um zumbi. Nesse momento seu colega de classe, Daniel, um ocidental loiro chegava:

 

 

 

- E aí, Chen? – Daniel falou, mas não houve resposta do outro que continuava olhando bobamente para o nada. Daniel riu e lhe deu um peteleco na cabeça.

 

- Aii...- Chen exclamou acordando do transe, massageando a cabeça.

 

- Ta sonhando acordado, meu? – Daniel disse. – Me conta, qual a gata da vez?

 

- Não enche o saco, meu! – Chen disse imitando o colega.

 

- Pra ta sonhando assim só pode ser por causa de uma mina...- Daniel disse. – A não ser que não seja... Sempre achei que você tinha jeito de gay. – disse ele gargalhando, chamando atenção do resto da classe.

 

- Tá...tem uma menina sim... – Chen confessou emburrado. Não gostava muito de Daniel, mas costumava passar os intervalos com ele e outros colegas, de quem também não gostava.

 

- Aahhh safado! – o outro disse feliz. – E como ela é?

 

- Ela é meio esquisita...- descreveu. – Está sempre vestida toda de preto, é bem branca, cabelo preto, maquiagem preta.....

 

- Uma gótica? – perguntou o outro.

 

- É...e ocidental, ainda por cima! – Chen disse. – Nunca gostei de ocidentais.

 

- Ah, aí é mentira porque eu sou ocidental e você gosta de mim, né mano? – Daniel disse dando-lhe batidinhas nas costas.

 

- Eu não, você é mó mala. – Chen disse em tom de brincadeira, fazendo o outro rir, mas no fundo estava falando sério. Percebeu então que realmente devia ter algum preconceito com ocidentais, já que não gostava de nenhum de seus colegas de classe, sendo que todos eram ocidentais. Porque aquela estranha menina era uma exceção?

 

 

 

Foi para o cursinho a noite com a mesma pergunta na cabeça, subiu para a sala encontrando Emily sentada bem no fundo da sala sozinha, e foi sentar-se com ela. Eles se cumprimentaram e passaram a prestar atenção na aula, no intervalo de uma aula para outra conversavam mais um pouco. Mas só quando chegou o intervalo mais longo que Chen teve coragem de perguntar:

 

 

 

- Você acredita em vampiros?

 

 

 

Emily o olhou com a sobrancelha erguida, estranhando a pergunta, mas respondeu:

 

 

 

- Bom, não sei se pode se classificar que eu acredito. Eu tenho esperança que eles existam. – ela disse. – Mas ter esperança é bem diferente de acreditar...Costumo ser um pouco cética, nem em Deus eu acredito.

 

- Como?? – Chen perguntou surpreso com a última afirmação. – Você não tem religião?

 

- Sou atéia. – ela disse.

 

- Então não acredita em céu e inferno, Jesus....em nada? – perguntou.

 

- Não mesmo. – ela disse simplesmente.

 

- E acredita em vampiros!?!? – ele perguntou incrédulo.

 

- Cada um acredita na mentira de que mais gosta. – ela respondeu, dando de ombros. – Mas porque me perguntou isso???

 

- Nada....- Chen disse sem graça. – Só achei que por você ser gótica você devia gostar dessas coisas.

 

- Ah. – Emily disse ainda não convencida. Mas decidiu mudar de assunto. – Última aula é inglês hoje. Quer matar aula e ir no cemitério comigo? – ela perguntou.

 

- Cl-claro! – Chen disse apesar de não ter muita certeza se queria ir, o sonho ainda muito nítido em sua mente. Aquela garota o afetava mais do que achava que seria possível.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Mordidas de Morcego" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.