Liar Game escrita por nídia


Capítulo 1
Hajime I


Notas iniciais do capítulo

Naruto acabou gente ;-; Me sentido triste aqui, quase nem acreditando. Porém, Kishi-nii-chan nunca nos deixou mal e nos deu: a Próxima Geração! Então, aqui fica uma fanfic de Borusara, espero que gostem e se divirtam! Boa leitura. Nota: Otohime é personagem criada por mim; E estou shippando loucamente estes dois ◑ω◐

Tradução: "Hajime": "Primeira vez".



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Agachei o queixo no cachecol, tentando proporcionar qualquer calor ao meu corpo. Desviei o olhar para Otohime que estava incomodada com alguma coisa, vinha a mexer os lábios como se fosse beijar alguém desde que saíra de casa. Ela era um pouco estranha a maior parte das vezes. Até a sua aparência a fazia estranha. O cabelo ruivo-laranja descontroladamente cacheado, as sardas em uma linha, abaixo dos olhos de cor negra, e os lábios finos faziam com que ela fosse um tanto estranha. Deveria ser por isso que eu me dava tão bem com ela.

Eu deveria perguntar o que estava acontecendo com ela, mas isso levaria a inúmeros problemas nos quais eu não fazia a intenção de estar envolvida. Para nem falar que a corrente de ar gélida daquela manhã fazia as minhas pernas bambas e a ponta do nariz congelada que até chegara a perder o olfacto, me fazendo perder completamente a vontade de falar o que quer que fosse.

Assim que passamos a esquina já conseguia ver Konoha High School, a escola onde eu e Otohime estudávamos. Tirei a mão do bolso do casaco do uniforme com muito esforço e ajeitei os óculos que ateimavam em deslizar pelo nariz. Funguei e voltei a colocar a mão no seu devido sítio.

Olhei para o céu e pude concluir que nem por Zeus aquele tempo iria melhorar. Percebia-se o sol escondido por detrás das nuvens sem cor e ele não iria sair de lá tão depressa. A corrente de ar que embatia em mim e na Otohime, fazendo esvoaçar loucamente os nossos cachecóis também não fazia questão de abrandar. Outono tinha definitivamente ido embora mais cedo que o costume, dando lugar ao Inverno.

Pensei no último Inverno que tivera e não fora nada de especial. Quase não houvera dias de neve – e nem me importava muito com isso – e o sol apareceu mais vezes do que ao que devia. Em compensação, este ano, deveríamos ter o dobro de neve, chuva, granizo e tempestades.

Tempestades.

Estremeci com a palavra. Não entendia o que Zeus tinha contra nós. Chuva, tudo bem. Granizo? Até que se aceita. Agora, tempestade? Por uma razão totalmente desconhecida eu sempre odiara tempestades. Sempre tive um pavor enorme. Para mim, relâmpagos no céu às vezes apaixonam-se por alguma coisa cá de baixo e têm um amor tão incondicional que não resistem e ao tentar tocar, destroem. Destroem o seu amor. Por um ser de cima e outro ser de baixo, é proibido esse amor, então alguém ou algo criou uma forma de eles nunca ficarem juntos. Coisas proibidas não deviam acontecer, só trazem problemas, pensei.

Assim que passamos o portão da escola e entrámos no átrio, finalmente consegui sentir algum calor novamente.

– Sarada-chan? – Otohime chamou. – Eu gostaria de saber se era possível, eu lhe pedir um favor e você o cumprir sem reclamar. – Rolei os olhos, mas ela fingiu que não viu e continuou. – No final das aulas, eu vou precisar de ir na biblioteca fazer um trabalho, será que não se importa de ir buscar o meu irmão mais novo à escolinha dele?

Otohime estava a fazer a sua cara “não-recuse-ou-eu-vou-chorar”. Suspirei, não era preciso ser tão melodramática, se bem que eu odiava prestar favores.

– Tudo bem… - O sorriso de Otohime alargou-se. – Mas se aquele fedelho começar a estourar a minha paciência, eu juro que ele…

– Ele não irá! – Ela garantiu, abraçando-se ao meu braço, sorrindo. – Obrigada Sarada-chan, você me ajudou bastante. – Continuando agarrada ao meu braço, foi encaminhando-os para a sala. Tentei afastar, mas era inútil.

A amizade entre mim e Otohime era simples, mas complicada. Eramos demasiado diferentes para nos darmos bem, mas mesmo assim, o fazíamos. Ela gostava de doces e eu de salgados. Ela amava bandas de pop e tudo o que desse para dançar e eu preferia soundtracks. Ela praticava dança, já eu, dedicava os meus tempos livros a tocar piano e a observar a natureza. Ela era eléctrica e nunca conseguia estar quieta, já eu ficava no meu lugar e quanto mais paz e sossego, melhor. Erámos como ying e yang que se contemplavam. Erámos o tudo e o nada. E por estranho que parecesse, eu estava bem com isso.

– Sarada-chii? Como correu ontem o seu dia? Eu faltei às aulas, então não sei.

– Não foi nada demais, o do costume.

– Chouchou não esteve com você?

Pensei por um pouco, já que a minha cabeça não funcionava bem em modo congelado.

– Esteve sim, porquê pergunta?

– Ah, nada não. Só estava perguntando por causa de você não ter ficado o dia todo sozinha, já que normalmente só anda comigo e com Chouchou-chii. – Ela sorriu amigável.

Dei-lhe um leve sorriso e ela continuou.

– Chouchou disse que iria faltar hoje. Ela disse que estava doente, mas cá entre nós, ela está mentindo.

– Chouchou. Mentindo? – Tentei imaginar aquela palavra e nome juntos e não funcionavam de nenhuma maneira.

– Acho que Chouchou anda aborrecida sobre o pai estar saindo em negócios por dois meses. Eles se dão muito bem, então, ela não está habituada.

Quer passar mais tempo com ele, conclui. Eu compreendia isso e respeitava, já que eu tinha mesmo esse problema quando o meu pai era obrigado a sair de casa por vários períodos de tempo. Sente-se uma falta enorme, principalmente quando sua mãe te dá sermão e seu pai ser o único que defende você.

– Eu por vezes fico preocupada com ela. – Suspirou, encostando o sua cabeça no meu ombro pouco mais alto que o seu. – Ela não tem falado muito ultimamente…

– Desde que ela continue a comer, quer dizer que está feliz.

Dei-lhe um leve sorriso e quando estava para continuar, ouvimos um estrondo vindo mais à frente no corredor.

– O que foi isso? – Otohime perguntou, apertando os dedos finos à volta do meu braço.

– Não sei, mas mais à frente… Aquilo parece ser… – Avançamos apressadamente e nos deparamos com uma multidão que não deixava espaço no corredor para quem quisesse passar.

Todos estavam gritando várias coisas ao mesmo tempo e não dava para perceber o que realmente estava acontecendo. Otohime ainda perguntou se eu conseguia ver alguma coisa, porém a minha altura não era muito superior à dela e eu não era propriamente alta, então, pouco mais via do que cabeças enormes irrequietas.

– Ei, com licença, será que nós poderíamos passar? – Otohime perguntou gentilmente a alguém, tocando no seu ombro, mas esse alguém nem se virou para encará-la.

– Esqueça, nunca conseguiremos passar por aqui. Vamos voltar para trás e tomar outro caminho. – Decidi e Otohime assentiu.

– Vamos. – Ela falou, entrelaçando novamente o seu braço no meu.

Começamos a andar e mais garotos vinham a correr, felizes e entusiasmados com o que quer que fosse que estivesse ali acontecendo. Estava decidi a ignorá-los, até que um deles pronunciou:

– Bolt está lutando contra Hayato novamente! Vamos Hayato, estou torcendo por você! Dê cabo dele! Não o deixe vivo para contar a história!

Bolt. Boruto.

Eu devia ter imaginado. Quem mais poderia estar a arranjar confusão a logo pela manhã? Eu não o conhecia propriamente bem, nunca falara com ele, se é que tivesse algum tempo para isso. Ele pertencera à mesma classe que a minha, mas se estivesse na mesma sala, eu não o reconheceria, até porque ele quase nunca vem às aulas. Segundo o que sabia, ele era do tipo que só arranjava confusão, mesmo desde pequeno; não queria saber de regras nem de prioridades ou de estudos; a única coisa que se importava era mostrar aos outros o quanto era bom em artes-marciais.

Otohime puxou-me pelo braço, fazendo-me parar.

– Não o devíamos ajudar? – Perguntou com receio.

Olhei para a confusão imposta no corredor e agora que sabia o que estava acontecendo, consegui perceber o que diziam. “Hayato, vai!”, “Hayato ensine a esse merda quem manda!”, “Hayato estamos aqui!”, “Bolt você não presta, desista logo, vai!”, “Hayato acabe com ele!”. Definitivamente aquilo eram tudo tropas de quem quer que fosse Hayato. Boruto estava sozinho.

– Deixe, ele se livra disso sozinho. – Não tinha qualquer razão para o ajudar.

Otohime talvez não concordasse muito, mas decidiu acreditar em mim. Assentiu e fomos para a aula.

(…)

Na aula de História Asiática eu sentava-me ao lado de Chouchou, mas como ela estava tinha faltado hoje, acabei por ficar sozinha na mesa do fundo.

Era um tanto irónico. Na aula anterior tinha feito um esforço enorme para convencer Chouchou a sentar-se na última mesa comigo, já que eu odiava sentar-me à frente e ela adorava. Chouchou era igualmente minha amiga, assim como Otohime e mais uma vez, eu tinha uma amiga completamente o contrário de mim. Chouchou era muito aplicada, gostava de estar com atenção, escutar tudo e de estudar a não ser que estivesse com fome. Porém, ao contrário de Otohime, Chouchou não era tão energética a menos que se fosse para comer e ela não conseguia fazer amizades tão depressa quanto a primeira.

Agora, eu estava sozinha atrás, não que eu me incomodasse com isso, a não ser o facto de:

– Bom dia. – A professora Kurenai sorriu para todos, parando com o olhar em cada um de nós. – A matéria que será para esta aula vai ser ensinada de maneira diferente. Eu irei passar quatro textos e vocês irão formar grupos de dois. Cada um dos grupos ficará com um dos quatro textos. Os textos serão aleatórios para cada um dos grupos. Vocês irão analisá-los e trazê-los na próxima semana resumidos e prontos a apresentar à turma.

Bufei. Eu teria que começar a fazer o trabalho sem Chouchou.

– Antes de distribuir, ainda quero falar em algumas dicas…

A professora Kurenai continuou a falar, mas a minha mente viajou. Não por mal, porque até era boa professora, mas eu estava sem apetite nenhum para ler. Aliás, eu estava sem apetite nenhum para tudo o que envolvesse História Asiática.

Otohime estava duas filas à frente da minha, ou seja, segunda fila a contar da frente. Ela abanava os braços e as mãos e fazia gestos que deviam querer transmitir qualquer tipo de mensagem, mas o que fosse que ela estivesse a fazer só a fazia parecer tão inútil quanto um pepino-do-mar.

Assim que a minha amiga parou com os gestos estranhos, voltei o olhar para a janela, observando. O céu continuava sem cor e só parecia ter tendência a piorar. Talvez de tarde chegasse a chover. Tsc! Não tinha levado guarda-chuva e isso talvez se torna-se um problema. Otohime também não tinha e Chouchou não estava lá. E como eu não tinha muito mais amizades que estas, não havia ninguém que me pudesse ajudar.

Funguei e encolhi a cabeça no cachecol, levando as mãos às orelhas quase assustando-me com o contraste de quente-frio que ambos faziam. Cruzei as pernas, talvez conseguisse produzir um pouco mais de calor.

A sala era gelada, a maior parte dos aquecedores da escola não funcionavam. Konoha High School era só boa de reputação porque nunca ninguém chegava a falar das condições com que os alunos tinham que se deparar, principalmente os que tinham aulas no bloco principal – cujo também era o mais velho –, e muito menos dos problemas internos como lutas, expulsões diárias, etc. E mesmo os meus pais sabendo disto, colocaram-me na mesma a estudar nisto por uma simples e única razão: eles haviam estudado aqui. Após isto, pudesse concluir o quanto aquela escola era velha. Só o bloco mais novo de todos é que ainda se safava sem buracos, cadeiras corroídas, piso escorregadios, janelas que deixavam entrar o ar…

– …pedir para que antes da aula da semana que vem, dessem-me um resumo com os pontos principais do que vão discutir e do que retiraram do texto. – Kurenai continuava a falar calmamente. – Vou então distribuir os textos e podem começar a trabalhar.

Olhei para a cadeira vazia ao meu lado. Chouchou era trabalhadora portanto mesmo que eu fizesse muito, ela sempre iria acabar por fazer muito mais. Por isso, não haveria problema se eu não desse muita atenção para o texto.

Cruzei os braços, relaxei e esperei até a professora entregar os textos a cada um dos grupos. Os que estavam sentados sozinhos, acabaram-se por se juntar, ficando eu a restante. Quando a professora Kurenai chegou ao pé de mim, perguntou serenamente:

– Uchiha Sarada, você está sozinha? Quer fazer o trabalho sozinha ou quer que eu a junte com alguém?

– Ah, não será necessário, eu e…

Antes que pudesse terminar a minha frase, fui interrompida pelo ranger da porta velha, seguida de uma voz masculina.

– Desculpe o atraso, professora. Eu meio que tive um problema! – A exclamação seguiu-se de uma pequena gargalhada envergonhada.

– Uzumaki Boruto, você está bem? Parece transpirado, veio a correr para a escola porque adormeceu novamente? Pensando bem, quando você adormece, nunca chega a tempo da minha aula. – A professora falou a última parte mais baixo, mas não o suficiente para eu não ouvir.

– É, meio que aconteceu isso… – Ouviu-se novamente o ranger da porta a fechar. – Desculpe, mais uma vez, o atraso.

– Não importa, o que importa é que está aqui. – Como estava de costas para mim, não conseguia ver a cara da professora, mas tinha quase a certeza que mostrava um dos seus sorrisos delicados. – Estamos começando a fazer um trabalho a pares. Oh… – A professora voltou-se para mim e novamente para o loiro. – Você ainda não tem par, não é verdade?

– Acho que não… – Ouvi-o a dizer do outro lado da sala.

– Então pode ficar com a Uchiha, ela também não tem par.

Tentei apressar-me a explicar, mas a professora Kurenai foi mais rápida que eu.

– Ninguém tem oposição? Certo. – Falou tão rápido, que não deu tempo de eu opor-me e talvez fosse mesmo esse o propósito. – Pode sentar, Uzumaki.

– Na verdade… - Tentei falar, mas fora totalmente ignorada. Ela já caminhava novamente para a frente da sala.

Tsc.

Senti a cadeira ao meu lado sendo arrastada e um ar pesado se aproximando. Não olhei. Teria que no final da aula falar com Kurenai-sensei, explicando que não podia simplesmente deixar Chouchou sozinha.

Ao se sentar e no fim de se remexer, ouvi o estrondo de algo sendo atirado para cima da mesa, e consegui ver pelo canto do olho ser uma mochila. Ajeitei os óculos e inclinei-me para a frente para pegar o texto. Tinha uma hora e meia de aula, deveria aproveitar e começar a fazer alguma coisa, mesmo contra toda a minha vontade, já que história asiática e eu não se gostávamos.

Nosso trabalho era sobre descolonização da Ásia e da África. E eu não tinha nem uma mínima ideia do que isso significava. Esperava que Chouchou soubesse alguma coisa sobre o tema.

Quando tentei realmente ler, após a segunda linha, tive que voltar a reler devido à sensação terrível de ter uns olhos em cima de mim. Quase sentia as costas a arder.

Rodei o mínimo possível a cabeça até que o meu campo de visão abrangesse Boruto. Ele estava terrivelmente concentrado a mexer no telemóvel. Ergui a sobrancelha. Quando ia voltando à minha posição inicial, uma voz detêm-me.

– Me observando? – A voz saiu arrastada e profunda. Quase dei um salto, pensava que ele estaria concentrado no telemóvel.

– Porque o haveria de fazer? – Respondi seco e virei-me por completo para o texto.

– Não sei, responda-me você. – Rolei um pouco os olhos para o canto de maneira a poder apanhar um meio sorriso sarcástico. – Era você que estava me observando e não eu a você.

– Como sabe que eu estava o observando se você não me estava observando?

– Eu sei que você estava me observando. – Ele fez questão de enfatizar “sei”, o que me irritou de certo modo.


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Notas finais do capítulo

Obrigado por ler até aqui ⊱✿◕‿◕✿⊰

Não se esqueça: Comentar é de graça e de graça até seringa na testa xD Digam-me se devo continuar ou se estão a gostar. Até ao próximo capítulo, que será a continuação deste - uma vez que ele está dividido em dois!

(◡‿◡✿) Pumps



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