Garotas Precisam Saber escrita por LadyPumpkin


Capítulo 5
Garota 5


Notas iniciais do capítulo

Cuidado com a raiva.



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Garota 5

Ela chutou a porta do armário com tanto força que o barulho ecoou por quatro andares. Segurou o vaso de porcelana com as mãos e jogou do alto da escada, usando toda a sua força. Socou a parede mais próxima, e socou de novo e de novo, até que a mãos estava tão dolorida que já não podia senti-la. A cadeira de madeira branca da cozinha atravessou a janela da sala, se espalhando em mil pedaços diferentes, do outro lado. Ela pisou descalça nos cacos de vidros, dançado como uma bailarina no palco. Acendeu o fogo. Acendeu o fogo e o botou em cada papel que encontrou na casa. O celular boiou dentro da água da privada, até que ela deu descarga e ele sumiu. Arranjou uma faca e deu com força várias vezes na mesa da cozinha, como se faz com um martelo. A mesa ficou marcada. Bateu a cabeça na parede repetidas vezes. Jogou todos os livros que tinha pela janela do terceiro andar, e rasgou as páginas dos que sobraram em gavetas. Abriu a torneira da banheira e deixou que todo o banheiro sumisse em água. Martelou espelho por espelho, um por um, quebrando todos em pedaços finos e pequenos. Jogou a impressora no chão. Sintonizou o rádio em rádio nenhum. Tirou a antena da TV. Furou os sofás com uma faca de carne. Jogou o notebook no chão, do lado da impressora. Abriu cada pote de comida e deixou que sujasse o quintal. Tirou as flores do quintal, botou ketchup no lugar. Escreveu 12345678 cartas de “foda-se” e botou no correio. Esperou que a sua própria chegasse. Depois cuspiu na carta quando chegou. Ficou sem tomar banho por 87654321 horas. Cuspiu na porta do armário, no vaso de porcelana, na parede, na mão, nos cacos de vidro, no fogo, no fogo que queimou o papel, na privada, no celular, na faca, na mesa da cozinha, no martelo, na própria cabeça, nas páginas de cada livro que rasgou, na janela, nos livros jogados pela janela, na torneira da banheira, na banheira, na água da banheira, no terceiro andar, nos espelhos, na rádio, na antena, na TV, no sofá, na faca de carne, no notebook, na impressora, nos potes de comida.

E então caiu morta.

Morta de raiva.


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Notas finais do capítulo

Cuidado mesmo.