E Se fosse verdade? 2 escrita por PerseuJackson
— Kayro, você está com a máscara? — perguntei. — Como? Você...?
— Cale a boca! — exclamou ele. — Você quis ser o único a usá-la só para receber o titulo de herói não é?
— Não!
De repente o caldeirão voou e o atingiu em cheio mandando-o para trás. Kayro bateu as costas em uma pilha de caixas, as quais caíram por cima dele.
— Não! — gritei.
Virei-me para a família ciclope, sentindo completamente irritado. A espada em minhas mãos.
— Já me cansei de vocês! — e ataquei-os.
O de short quadriculado pegou uma caveira do chão e a jogou contra mim. Abaixei-me, enquanto a caveira passava por cima, e continuei avançando.
— Venha, então! — riu ele.
— Eu lhe ajudo irmão. — disse o outro.
Os dois ficaram lado a lado e estenderam os braços para me pegar, mas quando cheguei perto, alguém pulou sobre o ciclope de short quadriculado e o agarrou pelo pescoço.
— Ei! — rugiu o monstro.
Eu parei, atônito, mas quando percebi quem era a pessoa que estava com os braços ao redor do pescoço do monstro, sufocando-o, dei um sorriso.
— A minha paciência já se esgotou com vocês, monstros de um olho só! — gritou Annabeth.
O monstro cambaleava para trás e se debatia, tentando tirar Annabeth.
— Boa! É isso ai! — gritou Percy.
Olhei para cima, e vi Percy e Ashley, já acordados, se segurando nas correntes em posição normal. Como eles conseguiram se livrar tão rápido?
— Irmão, não se preocupe — disse o outro monstro olhando para Annabeth. — Vou tirar essa coisa imprestável de cima de você.
Eu já ia avançar sobre ele, quando um barulho de motor surgiu atrás de mim. Kayro, com a máscara, levantou-se abruptamente fazendo as caixas voarem.
— Aaahhh! — ele gritou, erguendo alto uma motosserra. Suas lâminas giravam e brilhavam como navalhas douradas. Ele olhou para os dois ciclopes. — Querem sentir dor de verdade?
Ele avançou correndo, empunhando a motosserra.
Meu estômago se contorceu de medo quando olhei para Kayro. Aquele rosto verde e o olhar cruel. E estava vestido agora como um lenhador. Um chapéu velho, um macacão jeans escuro com uma blusa branca por dentro, e botas.
Só de lembrar o que a máscara era capaz de fazer, minhas pernas já tremiam.
— Ah, meus deuses! — gritou Annabeth, olhando para Kayro. — O cabeção está aqui!
Ela se soltou das costas do ciclope, que ficara tonto de tanto rodar, e tentou correr, mas o irmão do monstro a pegou pelos os cabelos e a levantou.
Ela gritava e dava chutes no ar.
— Para onde pensa que vai? — rosnou ele.
— Solte ela! — urrou Percy. Ele se soltou das correntes e caiu em pé, tirando a tampa de contracorrente.
— Já que você insiste. — riu o monstro. E jogou Annabeth para longe, onde caiu rolando no chão e ficou imóvel.
— Seu maldito! — exclamei.
Pulei sobre o ciclope e o atingi com o cabo da espada bem no olho. Ele uivou de dor.
— Saiam da frente insetos! — berrou Kayro.
— Você de novo? — grunhiu Percy, recuando um passo.
Kayro avançou sobre o monstro que atingi no olho e enfiou a motosserra em sua boca.
— Uuuuhhh!
Ele caiu de costas, e os seus dentes começaram a sair, inclusive sua língua. O som da motosserra fazia os meus pelos se arrepiarem.
— E ai, está gostando canalha? — rosnava Kayro com um sorriso enorme, que fazia aparecer os dentes grandes.
Depois de alguns segundos o monstro se desintegrou.
— Adeus, caolho. — Kayro olhou para o outro ciclope, que havia se recuperado, e em um rápido giro de redemoinho, transformou-se.
Agora, usava um terno amarelo escuro, uma gravata roxa com um desenho de um palhaço segurando balões, e calças da mesma cor do terno. Se possível, sua cara ficou ainda mais maníaca. Diabólica até. E segurava um tipo de bastão de metal, com um cilindro grosso e grande na extremidade, e nele havia aguilhões. O bastão de metal descansava sobre seus ombros.
— Só faltou você? — murmurou Kayro. — Que ótimo. Você deu sorte! Vai ter a oportunidade de ver seu cérebro sair da sua cabeça oca.
E avançou com tudo para cima do monstro, que correu em pânico gritando pela a mãe. Kayro deu um salto e, quando começou a cair, golpeou a cabeça do ciclope com o bastão, usando a parte dos aguilhões. O pobre cambaleou desnorteado, enquanto Kayro montava em suas costas e ficava golpeando a sua cabeça constantemente.
Os gritos de dor do monstro me fez sentir pena. Eu não conseguia fazer nada, a não ser olhar essa cena. Percy havia ido acudir Annabeth, e a arrastara para longe. Notei a falta de Ashley, e olhei para cima. Lá estava ela, ainda pendurada nas correntes, com os olhos cheios de medo contemplando a linda visão do cabeção transformando a cabeça do ciclope em batata amassada.
— Kayro! — gritei. — Chega!
Mas ele não ouvia. Saiu de cima do monstro e o atingiu no rosto. Só depois deu o golpe final, tirando do bolso uma faca de bronze e cravando-a no peito dele.
O monstro se fora.
— Ah, isso é tão injusto. — reclamou Kayro. — Por que eles se desintegram?
— Ka... Kayro? — chamei. — Hã... tudo bem?
— Kayro? — perguntou Ashley acima de mim. — O que...? Você está chamando esse ser demoníaco de Kayro?
— Gente, socorro! — gritou Percy. — Annabeth não reage.
Corri até eles, mas as surpresas ainda não haviam acabado. Uma mão gorda e esverdeada pegou Percy pelo o pescoço, por trás.
— Só um aperto de minha mão e eu quebro seu pescoço. — disse uma voz feminina. Ela saiu da sombra e eu vi quem era.
A mãe dos ciclopes.
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