E Se fosse verdade? 2 escrita por PerseuJackson
Notas iniciais do capítulo
Eu sei, o titulo ta meio tosco. desculpem! kkk
Em meus sonhos, vi uma cena que, com certeza, era do passado.
Eu estava em Nova Jersey, em uma rua arborizada cheia de arvores e bancos. Parecia ser um tipo de praça. Mais para a esquerda, um bosque parecia se estender ao longe. Algumas pessoas estavam sentadas lendo livros, outras conversando. E eu estava me perguntando o que estava fazendo ali, quando olhei para o lado e vi Igor andando em minha direção com a sua mochila preta nas costas. Parecia estar voltando da escola.
O ambiente até que era agradável. Fazia-me relaxar, como se eu não estivesse indo a uma missão e sendo atacado por monstros. Como se eu fosse um mortal comum.
Enfim, Igor aproximava-se de mim, quando uma dúzia de garotos, andando em bicicletas, apareceu atrás dele, saindo de uma esquina.
— Olha lá ele! — gritou um, apontando para Igor.
Só de vê-los, já sabia que se tratava de idiotas que bancavam os valentões. Igor olhou para trás, arquejou, e começou a correr.
— Não adianta fugir. — riam eles, aproximando-se rapidamente.
Igor passou pelos bancos e entrou no bosque, desviando-se de arvores e galhos. Ele ofegava olhando para trás, provavelmente para ver se ainda estava sendo perseguido, quando a sua perna afundou em um buraco, fazendo-o cair e parar bruscamente.
— Ai! — gemeu ele. — Que droga! Era o que faltava.
Com as duas mãos ele se arrastou, tirando a sua perna de dentro. Galhos e centenas de folhas pareciam que cobriam a entrada do buraco antes da perna de Igor ter invadido.
Ele olhou para dentro e franziu o cenho.
— Uma caixa?
E enfiou suas mãos lá. Quando a tirou, estava segurando uma antiga caixa de madeira, parecida com aquelas em que se acha um tesouro valioso. Estava desgastada e suja de terra (óbvio).
Ele tentou abrir, mas murmurou:
— Droga! Está trancada.
Ele a balançou, mas ela não se abriu.
— O que será que tem dentro? — ele deu uma risada. — Talvez algum tesouro valioso. — e continuou mexendo na fechadura. — Que droga! Não dá para abrir de jeito nenhum. Quem sabe isso resolva.
Igor pegou a caixa do chão e a jogou contra uma arvore. Acho que ela já devia estar totalmente frágil e desgastada, por que quando bateu na arvore, fez alguns pedaços de madeira voar. A caixa caiu não chão, abrindo-se.
— HÁ! — comemorou Igor. — Deu certo.
Dentro havia folhas velhas e musgo, e uma coisa feita de madeira com o formato de um rosto humano.
Igor a pegou. Era uma máscara.
— Nossa! — ele a observou. — Só isso? Esse é o prêmio que eu ganho por abrir essa maldita caixa?
De repente, galhos se quebraram ao longe, e sons de passos aproximaram-se.
— Igor. — chamou um garoto. — Apareça. Só quero conversar.
No entanto, Igor colocou seu mais novo presente na mochila e partiu, correndo em disparada.
Um som de buzina me fez acordar. Sentei no sofá atordoado.
— Hã... o que...? Ai, minhas costas. — Meu corpo estava meio dolorido e indisposto, considerando que acabava de passar a noite dormindo em um sofá confortável. Além disso, estava com fome, meus olhos ardiam, e meu pescoço doía. — Ah, deuses. — resmunguei, espreguiçando-me. — dormi em cima de um sofá ou de uma tábua?
Olhei á minha volta. O ambiente dentro da carreta agora estava claro. Pude ver a maioria dos móveis ao nosso redor. Pessoas conversavam do lado de fora. Será que já havíamos chegado?
Vi Percy dormindo sentado, com a cabeça inclinada para trás no sofá, enquanto Annabeth estava deitada em cima de suas pernas. Kayro estava no outro sofá dormindo profundamente com a boca aberta. E Ashley dormia bem do meu lado.
Vê-los assim fez eu me sentir bem e confortável. Não poderia ter amigos melhores do que esses.
Nesse momento, os ferrolhos das portas da carreta se mexeram. Alguém estava abrindo-a. Pensei em acordar todo mundo, mas a porta se abriu em uma pequena brecha. A luz do sol entrou, incomodando meus olhos.
— Ei, garoto. — era a voz do cara que nos deixara ficar aqui atrás. Jorge. Ele sussurrava para mim. — É melhor acordar o resto dos seus amigos.
Saltei do sofá.
— Por quê?
— Ora, por quê? Você acha que o pessoal não vai estranhar cinco crianças dentro de uma carreta carregada de móveis?
— Que pessoal?
— O que descarrega as coisas. Eles vêm daqui a pouco para tirar todos os móveis.
Era só o que faltava. Mais confusão. Andei para perto da Ashley e a sacudi levemente.
— Huumm...
— Ei, precisa acordar. — disse eu.
— Pra que?
Eu expliquei a ela. Ashley levantou-se ainda tonta.
— Que coisa. Não se pode dormir um pouco.
Acordei o restante dos meus amigos. Começava a ouvir as vozes de algumas pessoas perto da porta da carreta.
— Eles não podem falar que deram só uma carona para a gente? — perguntou Percy.
— Isso é provavelmente contra as regras deles. — respondeu Annabeth. Seu cabelo loiro estava assanhado.
— Sim, e então? — disse Kayro. — O que vamos fazer?
A porta se abriu e Jorge colocou a cabeça para dentro.
— Eu vou tentar distrai-los e vocês saem daqui. Vão para bem longe.
— Já que insiste. — murmurei.
— Jack está conversando com eles, tentando deixa-los entretidos. Aproveitem e deem o fora.
— Tudo bem. — disse Annabeth. — Obrigado pela carona.
— Certo. Quando eu der o sinal vocês saem. — ele tirou sua cabeça da porta e colocou seu braço para dentro. Seus dedos formaram o numero um. Depois o dois, e depois o três.
— Agora.
E abriu a porta da carreta completamente.
— E ai rapaziada. — Jorge abraçava três homens de uniformes, carregando eles para longe. — Vamos tomar uma cerveja um dia desses?
— Vai, vai. — sussurrei.
Descemos da carreta cambaleando e arfando por causa do calor e da claridade, e depois andamos rapidamente para longe do veículo. Estávamos em um lugar movimentado, cheio de pessoas trabalhando, carregando caixas, transportando mesas e outros móveis.
— Ei. — disse um homem, apontando para nós. — Vocês saíram de dentro daquela carreta?
— Não. — falou Percy. — Não saímos de nenhuma carreta.
— Eu vi vocês saírem. — insistiu ele. — O que estavam fazendo lá?
Então, sem pensar duas vezes, corremos em disparada para longe.
— Voltem! Delinquentes juvenis. — gritava o homem.
Desviamos de caixas e pessoas trabalhando. Era impressão minha ou estava ficando quente a cada minuto?
— Vamos procurar algum lugar para comer. — pediu Kayro.
— Sim. — concordei.
Saímos em uma avenida com duas pistas. Estava sentindo-me completamente perdido.
— Onde a gente está?
— Sei lá. — respondeu Kayro sabiamente. — Estou mais perdido que o Minotauro dentro do Labirinto de Creta.
— Jorge disse que eles iam descarregar em Ohio. — lembrou Ashley. — Talvez estejamos em Ohio.
— Como se você soubesse de alguma coisa. — murmurou Annabeth em tom baixo.
Ashley a fuzilou com o olhar.
— Estamos em Ohio. — falei. — Ótimo. Vamos procurar uma lanchonete ou sei lá o que... estou morrendo de fome.
Andamos pelas ruas, observando cada edifício e construções. A nossa direita via-se uma lagoa cercada por plantas que boiavam na água. A lagoa seguia quilômetros à frente. Ao longe, uma ponte enorme atravessava a lagoa. E do nosso lado esquerdo, tudo o que víamos eram hotéis, prédios e mais prédios. Alguns eram lindos de se ver. Casas com cores variadas chamavam a nossa atenção. Escolas, Universidades, Igrejas, tudo.
— É lindo. — suspirou Annabeth. — A arquitetura daqui é impressionante. Olhem só esses prédios enormes.
— É, estamos vendo. — falei, sem animação. — Muito lindo.
Andamos por cerca de mais ou menos meia-hora, até nos depararmos com um armazém em um local distante. Não era tão atrativo. Havia chaminés em cima dele, arame farpado e um telhado feito de metal. A cor era meio apagada, mas em cima, no meio da construção, havia algo escrito.
Aproximei-me para ler:
BOVINA GRÁVIDA AQUI!
— O quê? — eu ri. — Eles vendem Bovina Grávida?
Kayro gargalhou.
— Bovina Grávida!
— É o que está escrito ali.
Percy contraiu os olhos e disse:
— Pra mim está escrito: QUER GRITOS COMIDOS?
Kayro ria sem parar.
— Gritos comidos! Hahaha!
Annabeth olhou para ele.
— O que está escrito então?
Ele se endireitou, ainda rindo, e disse:
— Está escrito: COMIDA GRÁTIS AQUI!
Eu fiquei meio constrangido.
— Foi mal, mas eu tenho dislexia. Não sei ler muito bem.
— Percebi.
Percy virou-se para encará-lo.
— Você não é disléxico?
— Eu? Claro que não. Nem todos os semideuses são assim, graças aos deuses.
— Bem, e então, vamos entrar? — quis saber Ashley. — Já que tem comida grátis...
Meu estômago roncou. E de repente senti um mau cheiro vindo de mim. Era vergonhoso, mas eu estava fedendo óbvio. Havíamos tomado banho na casa do sr. Richard, mas não havíamos trocado de roupa.
A fome falou mais alto, então disse:
— Vamos ver se é verdade.
E entramos no armazém.
Lá dentro era grande, comprido e espaçoso. Caixas estavam empilhadas em um canto a parte. Pacotes de arroz, feijão e outras coisas estavam em estantes de aço. Não era um local organizado, mas se ali vendiam comida grátis...
— O que estamos fazendo mesmo? — quis saber Annabeth. — Estamos entrando em um lugar estranho só por causa do que estava escrito?
Olhei para ela.
— Precisamos comer.
— Podemos comer em outro lugar. — replicou ela.
Então uma voz feminina, vinda de dentro do armazém, ecoou:
— Olá! Estão procurando algo?
Nos viramos em direção a ela.
— Hã... Olá? — disse Percy.
Uma forma escura ao longe entrou em nosso campo de visão, e depois se aproximou. Uma mulher vestindo uma blusa xadrez e calça jeans nos encarou, sorrindo afetuosamente. Seus cabelos eram grisalhos e curtos. A pele era enrugada na região dos olhos, que eram pretos e um pouco intimidadores. E o fato mais estranho era que o seu olho esquerdo ficava tremendo, como se estivesse com um tique nervoso.
— O que estão procurando? — perguntou ela.
Olhei para meus amigos sem saber o que falar. Por que eu estava sentindo uma sensação inquietante quanto aquela mulher?
— Ah... — Ashley começou. — Estava escrito lá fora que aqui havia Bovina grátis... hã, digo... comida grátis. É verdade?
— Claro que sim. — respondeu ela. Seu olho tremeu. — Venham mais para dentro. Podemos servir um almoço para vocês.
— Obrigado. — murmurei.
A mulher entrou e nós a seguimos.
Annabeth sussurrou:
— Essa mulher está me dando nos nervos.
— Você também está sentindo isso? — perguntei a ela.
— Por quê? Você está sentindo?
Assenti.
— Então não é uma coincidência.
— Ora, vamos. — resmungou Kayro. — Vocês estão tão traumatizados com monstros que pensam que qualquer humano que veem pode ser um.
Annabeth deu uma risada, zombando.
— Você não entende mesmo.
Mais continuávamos a andar. O espaço ficou ainda maior. O teto ficou mais alto. Pedaços de metal estavam empalhados no chão. A luz do sol não conseguia penetrar muito bem no telhado de metal, então o local escureceu um pouco.
— Onde está a mulher? — perguntou Percy.
Era verdade. A mulher que nos guiara não estava mais em nenhum lugar.
— Moça? — chamei.
Nenhuma resposta.
— Deuses, meus instintos dizem: Corra! — murmurou Annabeth, ansiosa.
Eu concordei com ela. Algo não estava certo. Senti que estava sendo observado.
— Bem, galera — disse eu. — Não a achamos. Então vamos embora.
— Ei, espere. — Ashley me parou. — Vamos ver onde ela está.
— Não, não vamos. — retrucou Annabeth. — Raphael está certo, vamos embora.
— Não seja medrosa, Chase. — resmungou Ashley. — Se está com medo de algo, vá embora sozinha.
— Calma, calma. — pediu Percy. — Muita calma nessa hora.
Nesse momento, a voz da mulher veio ecoando ao longe, num grito:
— Socorro! Me ajudem!
Todos nós nos calamos.
— Vocês ouviram? — perguntou Percy.
— Sim. — disse Kayro. — Era a voz da...
— Socorro! — gritou a mulher mais uma vez. — Me ajudem!
Andamos pelo o armazém, seguindo o som da voz.
— Onde você está? — gritei.
— Aqui! — exclamou. — Ahhh, socorro!
— Ela deve estar em perigo! — disse Percy.
— Jura? — murmurou Kayro.
Juntos, corremos adentrando mais ainda o local.
— Senhora! — chamou Annabeth. — Onde está?
— Aquiiii! Ah, meu Deus!
— Vamos nos separar. — disse Ashley. — Cada um vai para um lado e tenta acha-la.
— O quê? Não! — contrariou Annabeth. — Devemos ficar juntos.
Os gritos ecoaram.
Percy olhou para ela.
— Annabeth, ela pode estar em sério perigo. Vamos nos separar. Vem comigo?
Ela revirou os olhos, indignada.
— Ah, está bem!
E os dois saíram correndo. Olhei para Kayro e Ashley.
— Vão! Eu vou sozinho.
— O quê? — exclamou Ashley.
— Eu encontro vocês. Vou acha-la. — comecei a correr. — Vão!
Corri, dobrando uma coluna de caixas e seguindo os gritos da mulher. Procurei e procurei, mas não achei. Corri mais uma vez, chamando a mulher, mas ela não respondia.
Minutos se passaram.
Parei, ofegando e enxugando o suor.
— Cadê essa mulher? — murmurei.
Andei mais alguns passos e de repente parei abruptamente. No centro do armazém, havia um caldeirão grande, com alguma coisa fervendo dentro dele. Correntes balançavam acima dele, presas a uma viga de ferro.
— Que droga é essa? — praguejei.
Foi quando ouvi o grito de Ashley. Meu coração congelou. Tirei meu mini celular do bolso e puxei a antena, mas quando fui correr para ajuda-la, outro grito ecoou pelo o local. O grito de Percy. Corri seguindo o som, mas após isso veio o grito de Annabeth, e depois o de Kayro.
— O que é isso? — gritei.
Girei ao redor de mim mesmo, sentindo-me bastante confuso, quando de repente... o som da minha voz gritando e pedindo por ajuda ecoou. Aquilo me fez ficar arrepiado. O que estava acontecendo? Eu tinha ouvido perfeitamente o som da minha voz gritando.
— Percy! — chamei-o. Quando ouvi a voz dele atrás de mim.
— Estou aqui.
Mas assim que me virei, vi que não era o Percy. Estava olhando para um ser com dois metros de altura, braços musculosos, pernas fortes, e uma cara assustadora com um nariz esmagado. Um sorriso perverso e os olhos... não, olho. Um único olho no meio da testa, que olhava para mim.
— Que bom que está aqui. — falou o ciclope na voz de Percy. Depois falou com a sua voz normal. — Obrigado por comparecer ao nosso jantar. Pena que você é a refeição. Hehehe.
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