E Se fosse verdade? 2 escrita por PerseuJackson


Capítulo 10
Um garoto me chantageia


Notas iniciais do capítulo

Eaêê galera! Estão curtindo?



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Enquanto Percy estava consultando o Oráculo no sótão da Casa Grande, eu dei uma rápida saída do pavilhão só para verificar se aquela porcaria de máscara ainda estava em meu chalé.

Abri a porta, e procurei por todo o canto, mas não achei. Fiquei confuso. Procurei debaixo do meu travesseiro, no travesseiro de Percy, embaixo da cama, mas nada.

Onde será que essa coisa está? Pensava. Fiquei com vontade de perguntar a alguém, mas se perguntasse ninguém saberia do que se tratava. Bati o pé de frustração. Aquela coisa era um perigo terrível. Tinha de ser achada.

Voltei ao pavilhão completamente irritado. Todos estavam sentados, conversando e esperando Percy voltar.

— O que houve? — perguntou Annabeth quando sentei perto dela.

— Nada. — murmurei.

— Sua cara não diz isso.

Suspirei.

— Não estou achando uma coisa. Já procurei em toda a parte.

— E que “coisa” é essa?

— Não posso dizer. — finalizei.

Annabeth ergueu uma sobrancelha.

— Então vou dizer ao Percy que não chame você para a missão.

— O quê? Você está maluca?

— O que é que está escondendo?

— Nada que lhe... — fui interrompido por um garoto que acenou para mim do lado de fora do pavilhão. Ele gesticulava, dando a entender que eu o seguisse.

— O que foi? — perguntou ela.

— Nada. Está certo sua curiosa. Eu lhe conto depois.

Levantei-me e segui o garoto. Quando estávamos a uma boa distância, ele parou.

— O que está acontecendo ai? — perguntou.

Ele aparentava ser da minha idade, dezesseis anos. Os cabelos eram pretos, lisos e penteados para o lado com um topete na frente, parecido com o meu. Os olhos eram castanhos escuros e levemente puxados. Seu corpo era atlético.

Olhei para ele e respondi:

— Uma reunião.

Ele revirou os olhos.

— Não me diga.

— Então porque pergunta?

— Ok. Esqueça. Percy foi consultar o Oráculo, não foi?

Assenti.

— E... Você é amigo dele, não é?

— Sim. — respondi. — Na verdade sou meio-irmão.

— E você vai junto na missão, não é?

— E você está me irritando com suas perguntas, não é? — resmunguei.

Ele sorriu.

— Eu queria lhe mostrar uma coisa, mas antes, diga: Eu posso ir com vocês?

— Com a gente? Pra onde?

— Para a missão.

Eu o fitei. Nem sequer o conhecia direito e ele já estava se oferecendo para ir conosco.

— Cara, eu nem lhe conheço. — falei. — Nem sei quem você é.

— Por favor, me deixa ir com vocês.

— Não dá.

Ele suspirou.

— Você sabe o que é ficar aqui por muito tempo e não fazer nada de útil?

— Há quanto tempo está aqui?

— Sete.

— Sete anos?

— Sete meses.

Fiz uma careta.

— Olha, foi mal, mas você ainda não está preparado para ir a uma missão. Tem que treinar mais. Vai ser muito perigoso.

— Você nem passou um mês aqui e já foi para uma missão. — murmurou ele. — No verão passado.

— Hã... — não sabia o que falar. — Você é filho de quem?

Ele olhou para baixo.

— Hefesto.

— Hefesto? — acho que falei num tom de desgosto, pois ele me olhou com irritação.

— Por quê? Algum problema?

— Não, não. — Olhei para trás, e vi Percy voltando da Casa Grande. O que será que o Oráculo havia dito? Fiquei ansioso. — Hã... Sinto muito, mas tenho que ir.

Virei-me e comecei a andar, quando ele falou:

— Se você me deixar ir, eu lhe devolvo isso.

Olhei para ele, e vi um objeto de madeira em suas mãos, com o formato de um rosto humano. Meus olhos se arregalaram.

— Onde conseguiu isso?

Ele deu um sorriso.

— Eu achei perto de você quando estava desmaiado no bosque. Presumi que seria sua.

— O quê? — comecei a ficar zangado. — Você não sabe o que tem nas mãos. Devolva!

— É claro que sei. É uma máscara. — ele ficou jogando ela para cima e para baixo. — Quer de volta?

Rangi os dentes.

— Está certo seu ladrão. Você venceu! — fui até ele e estendi a mão. — Agora me dá isso!

— Cara, você gosta mesmo dessa máscara, não é? — murmurou. Ele me entregou. Não sabia o que era pior. Não estar com essa coisa, ou estar com ela.

— Ok, vamos. — disse ele para mim. — Ah, e a propósito, meu nome é Kayro.

— Ótimo, queria muito saber disso. — murmurei. — O que significa? Ladrão de máscaras?

Ele sorriu.

— Não sei o que significa.

Andamos de volta ao pavilhão. Percy estava terminando de falar algo quando nós entramos. Todos nos olharam.

— Raphael? Onde esteve? — perguntou Quíron.

— Hã... Estava só falando com ele. — apontei para Kayro.

— Bem, Percy nos contou o que o Oráculo disse.

— Pois é. E não foi muito legal. — disse Marcos.

Sentei perto de Annabeth. Kayro sentou perto de mim, como se fôssemos amigos há muito tempo.

— O que o Oráculo disse? — perguntei.

Percy estava me olhando como se eu fosse uma bomba prestes a explodir.

— Bem, ele disse: Ao oeste, você irá enfrentar o Medo e o Pânico.

— O Medo e o Pânico? — perguntou Kayro. Tentei não me sentir aborrecido por ele ter me chantageado para deixa-lo ir à missão. Será que Percy e Annabeth iriam deixar?

— Continue. — pediu Quíron.

Um irá desaparecer no meio do caminho. — dizia Percy. — Sem sabedoria, a máscara irá causar a ruína. — engoli em seco nessa parte. — O Medo os dominará, e o filho do Submundo os salvará. E no final, o filho do Mar os protegerá, e com dor no coração, retornará.

Murmúrios entre os campistas se ergueram quando ouviram os versos da profecia novamente. Eu fiquei atordoado. Um irá desaparecer no meio do caminho. Essa parte fez um calafrio descer pelas minhas costas. Quem será que iria desaparecer? E outra: Sem sabedoria, a máscara ira causar a ruína. Eu estava torcendo para que o Oráculo não falasse dessa coisa, mas não adiantou.

— Quem irá desaparecer? — perguntou Travis Stoll.

— E essa máscara? — exclamou Matheus.

— Esse filho da morte é estranho. — murmurou Silena.

— Está bem! Todos já ouviram. — disse Quíron. — Temos muitas perguntas, eu sei. Mas temos coisas mais importantes para resolver. — Ele olhou para Percy. — Dois parceiros poderão acompanha-lo na missão.

— Eu sei. — respondeu ele. — Annabeth, você vem?

— Na hora. — ela se levantou.

— Sempre é Annabeth. — falou alguém.

Todos riram. Percy corou.

— Hã... E Raphael. Vem?

Sorri.

— Claro. — Kayro puxou minha blusa. Ele me olhou tentando me avisar. Eu revirei os olhos. — É... Ele também pode ir?

Percy olhou para Kayro.

— Quem é ele?

— Hã... É um amigo, acho.

— Espere Raphael. — interrompeu Quíron. — Somente dois companheiros são necessários.

— Mas... No verão passado não foram cinco?

— Foram cinco por que o Oráculo disse. E mesmo assim é perigoso. Três é um numero seguro.

— Por favor, eu quero ir. — implorou Kayro.

— Mas nem sabemos quem é você. — disse Annabeth.

— Eu sou amigo do Raphael.

— Grande coisa.

Quíron suspirou.

— Percy é quem deve aceitar os seus companheiros. Se ele não quiser que um vá...

— Percy. — olhei para ele tentando falar: Depois eu lhe conto tudo. — Ele pode ir?

Percy me olhava como se eu tivesse enlouquecido.

— Eu posso pensar a respeito, Quíron?

— Claro. — disse Quíron. — Só não demore muito. Amanhã vocês já devem partir.

— Tudo bem.

— Agora, o que eu quero saber — murmurou ele. —, é que máscara é essa, a que o Oráculo se referiu?

Percy olhou para mim. Dei um sorriso amarelo pra ele.

— Talvez deva ser essa que o Raphael tem nas mãos, não? — sugeriu Dandara. Meu coração ficou acelerado.

— Hã... Que máscara? — perguntei, fingindo não saber de nada.

Annabeth olhou para as minhas mãos.

— Onde você conseguiu isso?

Os campistas me olhavam tentando ver a máscara. Quíron galopou para perto de mim.

— Você tem uma máscara, Raphael?

Meu rosto ficou quente e vermelho. Queria sair dali correndo.

— Eu tenho essa... Aqui. — mostrei-a. — É só uma máscara comum.

— Tão comum que eu nunca vi na vida. — disse Israel.

Tentei lançar um olhar de “Cala a boca!” para ele. Quíron a pegou de minhas mãos. Eu estava suando de nervosismo.

— Hum... — ele a observou com um olhar crítico. — Eu também nunca vi um objeto como esse. Ela parece atrair a pessoa.

— Mas não atrai. — falei imediatamente. — Só parece.

Ele me entregou de volta.

— Está bem, reunião encerrada. — anunciou Quíron. — Vou ver como estão os feridos na Casa Grande.

Todos se levantaram e começaram a ir embora. Estava me sentindo chateado com tudo aquilo.

— O que você sabe sobre essa máscara? — perguntou Percy para mim.

— Nada. — menti.

— Isso não é coincidência. — insistiu ele. — Os caras do sonho falam de uma máscara, e você tem uma.

Comecei a ficar de saco cheio com aquilo. Agora que a droga da máscara foi visto por quase todo mundo.

— Ah, certo! — exclamei. — Quer saber a verdade?

— Sim.

— Ela gruda no seu rosto, e depois transforma você em... — hesitei. Será que eu devia mesmo contar? — Ela transforma você em um super-herói, que salva todo mundo.

Ele suspirou.

— Por que você acha que ela faz algo? — perguntei.

— Não sei. Os caras do sonho, quem quer que seja, não iriam querer essa coisa se não fizesse algo.

— Pode não ser essa máscara. — falei.

— E quem é aquele garoto? Ele é seu amigo mesmo?

— Hã... Sim. É sim.

— É filho de quem?

— Hefesto.

— Ah. — Percy arqueou as sobrancelhas. — Não é grande coisa. — Um trovão ecoou ao longe. — Mas é essencial para a vida! — ele sorriu para cima.

— Ok, então. — murmurei. — Vou arrumar minhas coisas. Amanhã a nossa aventura começa.


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