O Paciente Do Quarto Zero escrita por Lamasway


Capítulo 2
Perdão Divino Ao Ceifador Sem Memórias


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura ^-^



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Capítulo 2 - Perdão Divino Ao Ceifador Sem Memórias

DEATH NOTE

MODO DE USAR:

29-Após abrir mão do caderno, mesmo que a troca dos Olhos de Shinigami tenha sido realizada, o humano perderá tais olhos, além da memória. Já a metade da vida paga pelos olhos não será devolvida;

Eu preciso pensar, o que vou dizer? Droga, Droga.

– Então...? - Lawliet me olhava de cima para baixo tentado analizar cada movimento que eu fazia.

– Eu... eu sou... um... paciente, isso, assim como você.

Essa era a resposta mais coerente que eu podia dar, mas pensar nisso me deixou tão nervoso que senti uma pequena gota de suor escorrendo pelo meu rosto. Esperava uma reação positiva dele, meus olhos não conseguiam encarar os dele e eu apertava meus punhos com força.

– Entendo...

Lawliet sorriu para mim me deixando perdido em minha própria mentira, eu tinha que me distrair e disfarçar meu nervosismo, então caminhei até a janela por onde eu havia entrado e fiquei encarando alguns passáros voando em direção ao horizonte. Me acalmei, e em meu momento de descontração me atrevi a perguntar.

– Por que está aqui, L?

Meus olhos queriam encontrar-se com os dele, queriam ver seu rosto pálido e seus cabelos negros e bagunçados, mas eu não tinha coragem de fazê-lo, tive medo da resposta e da reação dele à minha pergunta.

– Eu não tenho memórias... e também, pelo que sei, não tenho família. - a feição dele era indiferente, mas não era possível que ele realmente não sentisse nada. Um calafrio subiu pela minha espinha, não sei porque as palavras dele me tocaram tanto. De jeito nenhum eu demonstraria isso, então, continuei encarando a vista além da janela. Eu era idiota?

– Eu lamento... - foi o que consegui falar, meus olhos se encheram de lágrimas e eu não entendia porquê.

–Raito-kun, você tem família? - meus olhos finalmente se chocaram contra o seu rosto, mas não fora minha intenção, a pergunta que ele fizera havia me deixado estático.

– Sim... Um pai, uma mãe e uma irmãzinha... - ele sorriu para mim e por um momento em meu coração pude sentir o que aquele sorriso significava. Tristeza.

– E como eles se chamam? - a voz de Lawliet parecia ter sumido e eu tive que me aproximar dele para escutar o que havera dito.

– Seus nomes... -

Ah sim, seu nomes eram...

– Tsc...

Minha cabeça dói, eu não me lembro, não consigo me lembrar.

– Os nomes...

Quanto mais tentava lembrar, mais minha cabeça doía. Coloquei minhas duas mãos em meus cabelos castanhos, segurando-os com força.

– Raito-kun, você está bem? - Lawliet tentou encostar sua mão em um dos meus braços, mas em um impulso acabei batendo em sua mão com as costas da minha.

– Me Desculpe... Não foi minha intenção... - eu estava perdido, não sabia mais o que estava fazendo, coloquei minha mão direita em meu peito esquerdo, segurando com força.

– Está tudo bem, parece que você tem o mesmo problema de memória que eu. - ele me mostrou seu sorriso doce.

Surpreso, olhei para Lawliet e novamente por impulso o abracei com todas as minhas foças.

– Me desculpa... Me desculpa Lawliet. - eu estava pedindo desculpas para ele, mas porquê? Eu mal o conhecia, pelo menos achava que não.

–Raito-kun... - ele estava assustado e eu sentia isso, mas no final ele acabou correspondendo o abraço, e por um momento tão simples quanto a brisa que passa pelo mar e remexe levemente as areias da praia, pude escutar Lawliet dizer:

" Eu te perdôo, Raito-kun."

Lágrimas percorreram meu rosto e senti que Lawliet chorava junto comigo. Estávamos abraçados e pude sentir as mãos gélidas dele acariciarem minhas costas.

Uma vez minha mãe disse para mim que pessoas boas tem as mãos frias. Eu estava perdendo aos poucos todas as minhas lembranças do passado, mas sentia que realmente isso não importava. O coração de uma pessoa pode se lembrar de sentimentos fortes e marcantes, mesmo que sua mente não tenha lembranças do que fizera, sendo um bom sentimento ou não.

– Parece que o paciente está respondendo aos medicamentos...

Eu ouvi uma voz que vinha da direção da porta, me assustei, e na pressa de ir embora, esbarrei numa xícara de chá que estava sobre uma mesa no quarto.

– Droga. - acabei cortando o abraço, e Lawliet me olhou confuso.

– Eu preciso ir. - me virei com cuidado para que as pessoas do lado de fora não escutassem nem ao menos os meus passos.

– Raito-kun... - o olhar de Lawliet ficou mais escuro do que o normal, senti que ele poderia chorar à qualquer momento.

– Eu vou voltar.

Me aproximei e selei meus lábios nos dele. Me assutei com o meu próprio ato, mas no fundo eu sabia que tinha vontade de fazer isso desde a primeira vez que o vi, mesmo não me lembrando quando foi. Tentei fazê-lo sentir a mesma doçura que eu senti quando o vi sorrir para mim, com uma de minhas mãos toquei as mãos frias dele, e com a outra acariciei os fios negros de seu cabelo. Alguns segundos depois, me afastei de Lawliet.

– Tchau, nos vemos. - fiz uma última carícia nos seus cabelos, ele segurou minha mão entre as suas e as apertou.

– Eu estarei te esperando...

Eu fui em direção à janela e para a minha surpresa - ou desgraça - Ryuuki estava lá, à minha espera. Eu saltei da janela e cai nas longas costas de Ryuuki.

– Não deixe que ele nos veja. - Ryuuki soltou uma de suas risadas macabras e saiu sobrevoando os céus, nós mantivêmos um silêncio quase que tocável.

Eu havia encontrado um fragmento do meu passado e sabia disso. Ele era como um fio de luz em meio à toda escuridão em que me encontrava desde que acordei naquele lugar, estava quase me esquecendo que aquele era o meu "lar". Acabei soltando um pequeno sorriso pelo que minha mente processava.

É, parece que minha nova vida vai ser bem mais interessante para você Ryuuki.


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Notas finais do capítulo

Chegou até aqui? Obrigada! Continue comigo *O*



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