O Emmet foi com o Dr. Gatão para a sala conversar. Eu estava super curiosa, mas teria que esperar até que nossos “visitantes” fossem embora para conversar com meu irmão. Enquanto os dois estavam batendo papo, o clima na sala estava tenso demais. A Rosalie encarava a minha mãe, já eu não sabia pra quem olhar. Via o lindo do Edward da minha frente, mas ao mesmo tempo queria me certificar de que a Rosalie não estava rogando nenhuma praga pra minha mãe. Ela estava feliz, eu podia ver isso nos seus olhos. E acho que de toda família Cullen as pessoas mais receptíveis a esse relacionamento eram o Jasper e, é claro, o Ed, ele não tinha o perfil de quem seria contra a felicidade de alguém.
Enfim, os dois saíram da sala.
- Estamos conversados. O Emmet entendeu que minhas intenções com a querida Esme são as melhores, não é, querida?
- Claro - minha mãe respondeu com um pouco de desconfiança, acho que ela estava apreensiva com a aparência de dúvidas do meu brucutu preferido.
- Bom, lamento ter que ir, mas amanhã é dia de trabalho e as crianças tem escola. Acho que todos merecemos um descanso. Agora é a minha hora, até mais, querida. - Ele veio em direção a minha mãe para beijá-la, mas Emmet pigarreou, bloqueando aquela cena que eu não me lembrava de ter visto. Minha mãe feliz com uma pessoa. Depois do meu pai, ela sempre se arrastava pelos cantos, chorava em filmes românticos. Mas agora ela se deu bem, fisgou logo o patriarca da família mais gata da cidade.
Assim que eles se foram, a Alice foi ajudar minha mãe na limpeza da cozinha. Meu irmão estava injuriado e eu senti até um pouco de pena dele. Fui conversar, acho que ele ainda precisa amadurecer muito, tenho pena dele, para ser sincera.
Subi as escadas logo atrás dele, que entrou no quarto e sua única frase foi:
- Fecha a porta.
Ele falou triste, e eu senti a tristeza na sua fala. Eu estava super curiosa para saber o que aconteceu na tal conversa, mas estava ainda mais preocupado em saber como ele estava se sentindo. Emmet é um grandalhão, mas ele é muito doce, uma criança grande, que se magoa fácil. Não gostava de vê-lo assim, ele sempre é tão pra cima que decidi interrogá-lo.
- Irmão, o que está acontecendo? Vamos, me conte, sabe que pode confiar em mim.
- Ah, Bella. Eu não queria que a mamãe namorasse. Eu... Eu... - O coitadinho começou a gaguejar, pensei até que ele fosse chorar.
- Ah Tico, não fica assim. Ela precisa ser feliz, vamos dar essa chance pro Carlisle.
- Mas, Bella, eu não quero vê-la sendo abraçada por outro homem, não quero ver ela aos beijos com um mano qualquer.
- Para com isso, ela quer ser feliz. Você não reparou que tratando ela desse jeito vai fazê-la se sentir pior? Para, Tico, você vai entender. Vamos dar essa chance a ela.
- Ah, irmã. - Ele ficou meio tristonho, chamei-o até pelo seu apelido de criança. Meu irmão estava magoado. Eu cheguei a ver uma lágrima no canto de seus olhos, e isso me fazia sentir uma dor estranha. Eu não gosto de ver as pessoas que eu gosto tristes, ainda mais meu irmão. A pessoa que me ensina as coisas, quase o meu pai. Aquele que me aconselha, e também o que me dá broncas, mesmo com todo esse palavreado que me influencia.
Eu o abracei. Senti necessidade disso. Ele precisava sentir que eu estava com ele, que ele poderia contar comigo para o que ele precisasse.
No momento em que eu estava confortando meu irmão, alguém bateu na porta. Eu esperava que fosse Esme. Ela era a pessoa que Emmet mais adora, a relação dos dois é muito linda. Minha mãe ama muito o Emmet, e eles até que se parecem, só que minha mãe é o Emmet mais desenvolvido. Mas o jeito, a forma de tratar as pessoas é a mesma. Quando ela entrou, ele enxugou seus olhos já vermelhos e ajeitou sua postura. Ele nunca queria que os outros sentissem pena dele, uma das coisas que o Emmet mais me ensina é que eu nunca devo agir, para que as pessoas sintam pena de mim. Acho que é o valor mais importante. Eu posso estar com muitas dificuldades, mas eu vou e converso até com ele, mas não preciso mostrar a todos como eu me sinto, ninguém tem que saber. As pessoas tem que aproveitar o melhor de mim, e não a minha fase mais emo da vida. Voltando...
- Querido, precisamos conversar. Bella, você nos dá...
- Não, ela fica - falou Emmet impondo sua voz.
- Tudo bem. Meu amor, não fique magoado comigo. Eu estou realmente gostando dele, e ele me respeita muito, tente acreditar em mim.
- Mãe, o problema não é você, é ele. Eu não quero te dividir com ele. - Meu irmão sempre foi mimado, o mais velho, né.
- Meu filho, eu sempre vou ser sua mãe. O Carlisle apareceu na minha vida, ele pode ir e não voltar. Mas eu vou ser SEMPRE a sua mãe. Nunca vou te trocar por homem nenhum.
- Eu sei, coroa, mas falar é fácil. Eu quero ver na prática, você vai começar a me deixar em casa pra sair com ele.
- Emmet, você não acha que está crescidinho demais? Você vai fazer vinte anos, querido.
- Não é crescer, Dona Esme. É ter você por perto. Você sabe que é a pessoa mais importante na minha vida.
- Ei - protestei.
- Claro que as duas pirralhas também, mas você é especial. Mãe, você é minha base. Não sei o que fazer sem tu, baby.
- Nem chateado você deixa essas gírias de lado, né. Mas então, meu filho, eu sempre vou estar aqui, nunca irei te trocar por nada nem ninguém. Lembre-se disso. Mas eu te peço, me dê essa chance de ser feliz. De aproveitar as coisas boas da vida, ela é curta e temos que vivê-la ao máximo.
- Ai mãe - ele resmungou, tadinho.
- Já sei, mãe, deixa o Emmet pensar. Eu te garanto que mais cedo ou mais tarde ele vai gostar do Doutor Gatão, ops, digo, Doutor Carlisle.
- Rsrsrs. Doutor gatão. Só você mesmo, menina.
Minha mãe se levantou da cama, deu um beijo e um abraço em mim e no meu irmão. Claro que nele foi mais demorado, mas eu não iria reclamar, ele precisava, além do mais, eu estava mega feliz por ela.