Identidade celestial escrita por Leka


Capítulo 5
The end


Notas iniciais do capítulo

O FIM! Desculpinhas pelo sumiço e preparem-se para fortes emoções!



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P.O.V Autora

– Não está aqui! - disse Mili enquanto vasculhava nas coisas de Marian. Já olhara nas gavetas, na cama, no criado-mudo e em todos os lugares possíveis. Se Marian tivesse pegado a carta, ela provavelmente já estaria no lixo ou reduzida a cinzas. Mili estava procurando em meio a provas antigas e papéis aleatórios quando de repente viu. Na fronha de Marian, um envelope branco fechado com um adesivo de coração. Mili o abriu. Era ela mesma, a carta que ela escreveu. Como Marian tivera a coragem? Mili se perguntava isso quando a outra apareceu.
– Pode me explicar o que é isso? - perguntou Mili.
– Você estava mexendo nas minhas coisas? Que invasão é essa?
– Não muda de assunto Marian, o que isso estava fazendo no seu travesseiro? Você pegou a cartinha que eu escrevi?
– Claro que não!
– Lógico que foi, confessa logo garota!
– Alguém armou pra mim e eu aposto que foi a Pata!
– Para de se fazer de vítima e fala a verdade uma vez na vida! Fala!
– Não fui eu!
– Como não foi? Se brincar, você foi a responsável por todas as brigas aqui no orfanato! Chega Marian, eu não acredito mais em você.
E saiu porta afora.
– Que ódio! - gritou Marian. Pela primeira vez, seus planos haviam dado errado. Com certeza Mili contaria para as outras e ninguém acreditaria em suas mentiras. Estava decidido. Naquela noite mesmo, iria embora do Raio de Luz.

Enquanto isso...

Eram 4:00 da tarde no horário de verão. Mosca estava se penteando quando ouviu batidas na porta.
– Quem é?
– Entregador de pizza! Quem você acha que é?
– Entra Abelha!
Entrou.
– E aí, Mosca? Nervoso?
– Um pouco.
– Ah, mas vai ser fácil! Você já se declarou outras vezes, não já?
– Já, mas eu sempre fico nervoso.
– E como foram essas declarações?
– Bom, na primeira ela me disse que não poderíamos ficar juntos porque a Vivi e a Cris ainda gostavam de mim. Depois a Vivi arranjou outro namorado, aí eu tentei de novo, mas a Cris ainda gostava. Depois foi num acampamento, que a gente se perdeu do grupo e tivemos que passar a noite sozinhos. Acho que essa foi no calor do momento. Na mais recente, a Vivi, a Cris, o Duda e o JP tinham desencanado, mas deu na telha da Vivi voltar atrás.
– Então você nunca conseguiu, né?
– Não. Quer dizer, nessas últimas três tentativas a gente quase se beijou, mas...
– COMO É? QUASE SE BEIJARAM? - os olhos de Abelha quase pularam de seu rosto.
– Fala mais baixo! É, mas foi só "quase", não foi um beijo de verdade.
– É, mas isso é ótimo! Nos filmes de amor, antes de um beijo sempre tem um "quase beijo". Isso sustenta um clima entre vocês, entendeu?- disse a menina ainda tentando recuperar suas cordas vocais do grito.
– Não... mas deixa para lá.
– O que importa é que dessa vez você tem que garantir que não seja só "quase". Temos que ter certeza que não haverão interrupções nem algum chato indeciso.
– E como vamos fazer disso?
Abelha olhou para ele como se aquela fosse a pergunta mais boba do mundo.
– Simples, eu vou perguntar isso para todos os que ameaçarem serem barreiras.
Mosca lhe olhou surpreso.
– Vai mesmo?
– E você tem alguma outra ideia? É até melhor, que assim você pode escrever o seu "felizes para sempre" sem preocupações, né Don Juan? - disse em tom brincalhão.
– Obrigado.
– De nada! Vou perguntar para o pessoal e se todo mundo aceitar, volto aqui e te aviso.
Em 15 minutos estava de volta com as respostas.
– E aí?
– Boas notícias! Todos deram sinal verde e alguns até desejaram bons ventos para o novo casal!
– Ótimo!
– Excelente! Agora vai lá e faz por onde! - disse animada empurrando-o até a porta do quarto das meninas.
– Mas o que eu vou falar para ela? - disse ao se desvencilhar da menina.
– Você vai saber na hora.
E correu sem dizer mais nada.
Mili estava dentro do quarto junto com Maria, Ana, Tati e Teca. Conversavam sobre amenidades (Mili tentava espairecer da briga com Marian) quando escutaram alguém bater na porta.
– Já vai! - disse Mili.
Foi atender, mas ao abrir a porta não havia ninguém lá, apenas um papel dobrado com um escrito (Para Mili) na frente. Mili desdobrou.
"Me encontre na praça aqui perto daqui a 10 minutos. Precisamos conversar.
Mosca."
– O que será que ele quer? - falou baixo.
– Quem era Mili? - pergunta Ana.
– Ninguém, deviam ser os meninos brincando.
– Ah.
– Já volto, tá?

Enquanto isso...

Mosca já estava na praça, bem deserta por sinal. Tentava inutilmente acalmar sua respiração ofegante e fazer as mãos pararem de suar. Olhava para trás a cada 20 segundos para ver se Mili estava perto.
– Mosca? - perguntou Mili ao chegar.
– Você veio!
– O que você quer falar comigo?
– Senta!
Mili sentou-se.
– Mili, eu preciso te falar. Eu.. - respirou fundo - Eu ainda sou completamente apaixonado por você. Eu nunca consegui te esquecer de verdade. Eu nunca gostei de verdade da Vivi ou da Janu, só de você.
Mili não conseguia crer em seus próprios ouvidos.
– Então porque ficou com elas?
– Eu achei que você não queria mais nada comigo. Só dei uma chance para elas para tentar te esquecer. Eu não entendo porque a gente se distanciou tanto, eu gosto tanto de você!
– Eu te mandei uma cartinha me expressando mas a Marian a interceptou para que você não recebesse. Eu achei que você não gostasse mais de mim.
– Eu te amo.
Mosca não podia acreditar no que havia saído de sua boca. Mas aquilo já pouco importava. Segurou as mãos da garota e se aproximou bem lentamente. Mili correspondeu. Ambos fecharam seus olhos. Chegaram mais perto e se beijaram. Para Mili, seu primeiro beijo de verdade, algo único e verdadeiro, sem explicação. Para Mosca, não era seu primeiro, mas era a primeira vez que sentia algo de bom ao beijar uma menina, e não nojo. Separaram-se devagar, e se olharam fundo nos olhos.
– Eu te amo, Mili. Aceita namorar comigo?
– Sim! Sim, sim, sim!

No orfanato...

Abelha esmagava o travesseiro de ansiedade. Desde de que Mili havia saído, olhava fixamente para a clara marca do Infinito em seu pulso.
– Será que vai dar certo? - se perguntava.
Impossível explicar sua felicidade quando a marca desapareceu por completo. Não conseguiu prender um pequeno grito de alegria. Agora só precisava garantir que não voltasse.
Então lembrou-se. Cris sempre se derretia toda quando falava no Duda. Será que gostava dele? Como não podia perder tempo, foi logo perguntar.
– Cris!
– O que foi?
– Quero te perguntar uma coisa.
– O quê?
– Você gosta do Duda, não gosta?
Cris penou para responder.
– Sim, mas eu tenho certeza que ele não corresponde.
– Ora, e por que não?
– Ele é tão bonito, rico, boa-pinta. Nunca vai dar bola para uma órfã.
– Você é tão bonita, simpática, cheia de vida. Quem perde é ele se não te der bola. Você quer ajuda para conquistá-lo?
– Sério? Quero sim! Afinal, eu sempre travo quando o vejo!
No dia seguinte, Abelha deu alguns conselhos para Cris e Duda foi estudar no orfanato.
– Oi Cris!
– Oi Duda!
Encarou Duda por alguns segundos.
– Er... Vamos estudar?
– Vamos!
Sentaram-se. No meio da revisão, o lápis de Cris caiu e os dois colocaram a mão nele ao mesmo tempo. Cris quase corou, mas lembrou do conselho de Abelha para não dar muita bandeira.
– Obrigada.
– De nada!
Várias vezes, quando Cris ia lhe apontar a explicação, batia levemente na mão de Duda e ela por pouco não travava. No fim, Duda se despediu dela com um beijinho no rosto e ela não conseguiu não corar. No quarto, Cris agradeceu a sua ajudante e Abelha foi ao quarto dos meninos.
– E aí, como foi com a Mili?
– A gente se beijou e eu pedi ela em namoro!
– Não creio! Que bom que deu tudo certo!
– Obrigado mesmo Abelha, você me ajudou muito!
– Ah, não me agradeça!

Semanas depois...

Abelha havia chamado todos ao jardim, exceto os adultos. Mas realmente era merecido aquele suspense todo. As crianças ficaram completamente boquiabertas ao encontrar com Abelha no jardim. Estava bem diferente. Usava outra roupa e tinha asas. Asas grandes de penas brancas como as dos anjos.
– Que asas são essas? Como as conseguiu? - perguntaram.
– Não consegui. Eu nasci com elas. - fez uma pausa - Eu não sou humana como vocês. Eu sou dríade.
– O que é dríade?
– Dríades são seres parecidos com os humanos, a diferença é que tem asas e uma grande variedade de poderes. Eles vivem nas nuvens ou nas florestas e são os guardiões da natureza. Podemos ficar visíveis ou invisíveis e nossa sociedade não pode ser detectada por olhos ou máquinas humanas.
– Como veio parar aqui?
– Minha família era muita má e rancorosa. Eles tinham raiva de mim porque eu não sou de má índole como eles. Quando eu tinha 5 anos, houve um incêndio em nossa casa, quando todos os meus parentes haviam morrido, tentei salvar as únicas ainda vivas, minha mãe e minha irmã mais velha. Elas seguraram meu pulso e me marcaram.
– Marcaram?
– É, é um tipo de magia negra dos dríades. - respirou para conter suas lágrimas. - Mili, lembra daquela marca que você viu no meu pulso outro dia? Aquela do símbolo do Infinito?
– Era aquela?
– Sim, aquele era o selo do Infinito Sofrimento. Quem marca outra pessoa com esse selo continua vivo em forma de espírito. Ele pode falar dentro da mente da pessoa marcada, invadir seus sonhos, causar náuseas, vômitos, convulsões, dores e até mesmo possessões. Dos meus 5 anos para cá eu vivi assim.
– Que horrível!
– Há dois meios de se livrar do selo. O primeiro e mais fácil é transferi-lo para outra pessoa e deixando que ela morra, pois essa tranferência é extremamente dolorosa.
– Porque não fez isso?
– Era isso que elas queriam. Queriam que eu transferisse o selo e que me tornasse uma pessoa má como elas. Decidi pelo segundo meio.
– Qual é?
– A pessoa marcada teria de ser feliz mesmo possuindo o símbolo.
– Isso é impossível!
– Não é. Os dríades são como os anjos, eles conseguem sua felicidade exercendo bem sua função, que é proteger a natureza. Mas essa é uma função muito perigosa, só adultos podem ser recrutados. Eu estava condenada a permanecer assim por mais 6 anos, pelo menos. - enxugou uma lágrima. - Mas um dia, uma luz me apareceu. Estava lendo sobre o assunto quando descobri que os dríades originalmente tem uma segunda função, que aos poucos foi sendo assumida pelos anjos. Eles também tem a função de ajudar as pessoas a serem felizes.

– Por isso você veio para cá!
– Decidi correr atrás. Passei dias bolando um histórico convincente, um bom pseudônimo e um apelido para não estranharem meu nome.
– Tainá não é seu nome?
– Não. Meu nome de verdade é Ágar. - pausou. - Depois de preparar o histórico, o nome falso e o destino, procurei alguém que mexesse com coisas como dimensões e espíritos e incorporei matéria para vir para cá. Procurei descobrir se poderia ajudar alguém e descobri que o Mosca e a Cris queriam ajuda com sua vida amorosa e aproveitei isto para fazer com que meu selo se quebrasse. - mostrou seu pulso sem marcas. - Agora preciso voltar para casa.
– Vamos sentir sua falta!
Fizeram um abraço coletivo em cima de Abelha/Ágar.
– Eu também vou sentir saudades de vocês! Porque não tiramos uma foto juntos?
E assim fizeram. Bia pegou a máquina fotográfica e Abelha/Ágar usou sua mágica para fazer aparecer um tripé. Todos se posicionaram e tiraram sua última recordação da dríade. Ela usou novamente seus poderes para aparecerem 2 porta-retratos com a foto tirada.
– Assim também vou poder me lembrar daqui! - disse enxugando algumas lágrimas. - Preciso ir agora. Me prometam que vão manter minha identidade em segredo.
As crianças fizeram que sim e Abelha/Ágar bateu suas asas para longe do Raio de Luz segurando a foto, até desaparecer entre as nuvens.


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Notas finais do capítulo

FIM! A fic acaba aqui, muito obrigada a todos que leram a história, que comentaram, favoritaram, acompanharam, enfim, agradeço muito a todos os meus leitores. Essa fic não ficou tão boa, mas a próxima será sobre o gênero que eu mais entendo. Preparem-se para muitos sustos, leitores!



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