Give me Love escrita por Alice Freire


Capítulo 5
All I want for Christmas is you


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que o natal já passou há algum tempo mas tava faltando essa parte e eu viajei, fiquei sem inspiração e nesse momento eu estou quase morrendo esperando o resultado do enem.

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Voltei para casa dirigindo e pensando em tudo o que aconteceu, Jack morreu e eu tinha discutido com a Karma de novo. Sentia as lágrimas escorrendo pelo meu rosto e a única coisa que eu queria agora era parar o carro na loja de bebidas mais próxima, comprar uma garrafa de vodka e me entregar à bebida, e foi isso que eu fiz. Quando saí da loja de bebidas, entrei no carro, fechei as janelas e dei o gole mais longo que pude para tentar afogar meus problemas. Liguei o rádio sem dar muita importância e chorei até não conseguir mais enchergar um palmo na minha frente. Senti que precisava daquilo e por mais que eu não queira ou que não goste, era o meu único escape. Meu coração se acalmava com a bebida e com a Reagan, “pena que ela não está aqui”.

Depois de alguns goles e uma dose de coragem peguei meu celular e a mandei uma mensagem.

A: Hey baby, vou te ver hoje ou terei que te pedir de presente para o papai noel?

Bastou alguns minutos e meu celular já apitava com a resposta dela.

R: Hahaha, você já está bêbada? Vou sair do trabalho daqui há uns 20 minutos, você vem me pegar?

A: Tem como vc vim me buscar? Parei em uma loja de bebidas, já bebi meia garrafa de vodka e eu juro que não me lembro como liga o carro.

R: Pqp Amy! Quantas vezes eu falei pra você não beber quando eu estiver longe?

A: Tava com saudades e queria você perto de algum jeito. Te espero ou tento chegar em casa?– Eu sei que eu menti mas ela ainda não conhece a Karma e eu pretendo que isso continue por algum tempo.

R: Não! Eu vou até aí, te levo para casa e depois conversamos. Agora eu preciso ir. Até mais

Esperei alguns minutos até sentir a bebida voltar, só conseguir abrir a porta do carro, colocar a minha cabeça para fora e vomitar tudo. Sabia que tinha que parar de beber para esquecer os meus problemas mas parecia ser automático, eu ouvia o nome Karma e já me dava vontade de dar o gole mais profundo que eu conseguia. Não tenho problemas com bebidas e não gosto de ser tratada como alguém que tenha.

Ainda estava meio anestesiada por toda a situação quando ouvi alguém resmungando e se aproximando do carro. Só pela voz e pelo jeito de andar resmungando na neve sabia que era Reagan e que com certeza ela iria me dar o maior esporro de todos.

– Porra Amy, logo na véspera de natal?

– Desculpa, é que eu descobri que o Jack morreu e a minha avó está lá em casa. Me desesperei por nada. - Falo enquanto vou para o banco do carona e ela se posiciona na frente do volante.

– Ainda tenho que me arrumar pra hoje a noite, quero parecer especial para sua mãe.

– Sobre isso… Minha mãe não sabe que estamos namorando. Ela acha que você é só uma amiga que vai passar o natal com a gente.

– Não acredito que eu sou importante para te ajudar mas não sou boa o suficiente para ser a sua namorada?

– Não é isso

– Então o que é?

– To com medo da reação dela - Sentia seu olhar de ódio me queimando toda vez que parávamos o carro em algum semáforo vermelho. Estava com vergonha e medo dela me deixar, como pude ser tão idiota de esconder isso? Minha mãe já sabia que eu era lésbica por causa da Karma.

Ficamos o resto do caminha todo quietas, o silêncio era a pior parte. Não conseguia olhar para ela e tentar abstrair, estava errada e merecia ser crucificada por ela. Chegando em frente a minha casa, Reagan estacionou o meu carro e me encarou por algum tempo antes de soltar tudo.

– Não aguento mais.- Sua expressão era tensa e seu olhar no meu era metralhador. Queria chorar, abraçar ela e gritar “não” até ela me jurar que não me deixaria mas estava errada e tinha que pagar pelos meus erros.

– Reagan, por favor…

– Ainda estou falando, eu gosto muito de você e de como você me trata mas eu já passei por uma experiência péssima com relação a isso e não quero passar de novo.

– Não baby, eu não sou ass…

– Seu nome era Beth - a morena simplesmente fechou os olhos deixando algumas lágrimas caírem e gritou essa única frase. - eu a conheci em uma festa que eu era garçonete e logo me apaixonei, ela foi a primeira garota que eu imaginei um futuro juntas. Foram as melhores semanas que eu tive depois de ter me assumido e a minha avó me rejeitar. Pena que só durou algumas semanas.

– O que aconteceu?

– Eu descobri que era só uma experiência. Ela tinha terminado com o noivo três dias antes do dia em que nos conhecemos e queria esquecer de alguma maneira. Era de família rica e queria ter liberdade em escolher seus relacionamentos, tudo o que eu sonhei foi só um plano para uma garota mimada escapar de um casamento arranjado.

– Desculpa querida, eu não faço isso de rebeldia contra a minha família porém eles são muito conservadores e já me machucaram tanto com isso que eu tenho medo que um dos olhares reprovadores da minha mãe te machuquem.

– Eu prefiro que a realidade me machuque do que a fantasia. Não vou admitir mentiras nesse relacionamento, então me avise quando quiser esclarecer tudo. - Ela enxugou as lágrimas, falou, abriu a porta do veículo e foi embora.

Fiquei alguns segundo tentando digerir tudo e pensar no que fazer. Peguei a chave, minha bolsa e meu casaco, corri para dentro de casa. Lá estavam Lauren e a minha mãe acabando de enfeitar a sala toda. Tentei subir as escadas correndo mas a minha embriaguez misturado ao meu péssimo senso de direção não me ajudaram muito.

– Amy! Olha o hora. Pensei que não ficaria tanto tempo no asilo, daqui a pouco a sua avó vai chegar e a ceia ficará pronta. A sua amiga vem? - Parecia que ela sabia o que falar para me machucar, respirei fundo e me concentrei para não chorar.

– Não sei mãe

– Ok, se arrume e venha nos ajudar.

Ao chegar em meu quarto joguei meu casaco na cadeira, tirei minhas botas e me joguei na cama. Derramei todas as lágrimas que estavam acumuladas em meus olhos, me levantei e fui até o banheiro onde comecei a encher a banheira. Quando estava praticamente cheia de água quente me deitei e fiquei o máximo possível lá. Fiquei cerca de uma hora chorando na banheira e desejando que essa noite acabe antes mesmo de começar. Esse seria o pior natal de todos e tudo por minha causa.

Desci as escadas usando um dos vestidos que minha mãe insistia em tentar me ver. Eram quase meia noite e todos estavam lá menos a única pessoa que eu queria, a procurei mas a única coisa que achei foram casais felizes que adoravam me lembrar de como eu sou uma idiota. Reagan por que você insistia em rondar os meus pensamentos logo hoje? Essa hora já desistia do meu milagre natalino e tentava me concentrar nas pessoas presentes. Conversava com a Lauren e o Shanne sobre alguma coisa relacionada a sapatos e cachorros até que senti uma mão pegando pelo meu braço e quando me virei me deparei com ela, a morena que fazia o meu coração se derreter em poucos segundos. Como sempre estava linda só por ser ela mesmo usando um vestido de liquidação e brincos nitidamente baratos.

– Oi - Ela me encarou com um sorriso

– Oi, desculpa por ter sido uma idiota e ter te tratado como uma amiga. - Me aproximei o máximo possível do único corpo que queria tocar naquele momento.

– Amy, nós somos amigas. Não se desculpe pelos motivos errados. - Reagan se afastou de mim. POR QUE ELA INSISTIA EM FAZER ISSO COMIGO?

– Não quero ser só a sua amiga e você sabe disso, você é a única que eu penso e procuro quando preciso de alguém. Nunca quis só uma amizade com alguém tão perfeito como você, não vê que é com você que eu passo os meus melhores momentos? - Ela para na minha frente me encarando confusa. - Esse não é o jeito certo de fazer isso mas eu acho que não existe nada certo na minha vida, certo?

– Certo - Suas mãos se encontram na minha, me ajoelho e sinto que a festa toda para nos ver.

– Errado bobinha, você é a única coisa certa na minha vida. Não quero te garantir o “para sempre”, só quero que tenha certeza de que farei de tudo para que todos os segundos ao seu lado sejam perfeitos. Quero cuidar de você, ficar com você, um dia quem sabe me casar com você mas enquanto esse dia não chega, quero que você sege minha.

– Claro querida, eu aceito ser sua. - Ela me puxa e nos beijamos de baixo de um dos viscos que a minha mãe insistiu em espalhar pela casa, muito obrigada mãe!


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Notas finais do capítulo

Pqp que medo!! Não acredito que eu to sofrendo tanto por essa merda de enem.



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