Let Me Go escrita por Sabrina Azzar


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Essa é a minha nova songfic e oneshot. Espero muito que gostem, pois é a minha favorita. Se possível comentem, favorite, recomendem... Espalhem por ai, please!



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Pov – Katniss

Eu e Peeta já estávamos saindo há algum tempo, eu o amava, e muito. O problema era que eu escondia uma coisa dele, na verdade duas coisas. Ele estava ficando desconfiado, pois sempre me chamava pra sair e eu não podia. Mas eu não podia dizer, eu tinha medo do que ele ia pensar de mim, ou até mesmo que ele me largasse por isso.

— Kat? – Annie me chamou. – Divagando outra vez? – Ela riu.

— Foi mal. – Falei.

— O que tanto você pensa hein?

— Nada não, é besteira. – Falei dando de ombros.

— Vai sair com a gente hoje né? Por favor, não me diga que não.

— Desculpa Ann, não posso. Eu tenho umas coisas pra fazer...

— Mas que droga Kat. Queria saber que coisas são essas que você sempre tem que fazer. – Ela falou chateada. – Qual é, não confia em mim?

— Ann, sabe que não é isso amiga. Eu confio em você só que... É difícil... – Suspirei.

— Quer saber... – ela falou. – Que se dane! Nunca mais te chamo pra sair. – Falou e saiu andando. Eu ia atrás dela, mas antes alguém me puxou.

— Oi Peeta. – Falei sorridente.

— O que tá acontecendo? – ele perguntou bravo.

— Não entendo. – Falei.

— Você nunca pode sair com a gente, sempre inventa desculpas diferentes. O que tá acontecendo? Fala pra mim... – Ele falou com olhos pedintes.

— Não é nada amor. – Falei acariciando seu rosto.

— Não minta pra mim.

— Não estou mentindo. – Falei e ele assentiu.

— Okay. Vamos pra aula?

— Vamos. – Sorri.

***

— Tchau Dona Maggs. – falei saindo de casa pra ir pro trabalho.

— tchau minha querida, vá com Deus. – Ela falou e em seguida eu sai de casa. Eu odiava o meu trabalho, mas eu precisava dele, mesmo com a bolsa da faculdade eu precisava me sustentar, e não era rica como a maioria. Entrei no carro e fui em direção á Boate Kiss, quando cheguei, Gloss, o segurança já estava lá na frente e sorriu pra mim como todos os dias. Eu estava prestes a entrar quando Peeta apareceu e me puxou pelo braço.

— Então é aqui que você vem toda noite? – Ele gritou. – Por isso não pode sair com a gente né?

— Peeta, não é isso... – Falei com os olhos marejados. Não era assim que eu queria que ele descobrisse.

— Não é? – Ele gritou. – Então me explica Katniss! Porque eu sou burro! Eu não entendo!

— Peeta eu preciso ir. Amanhã conversamos pode ser?

— Você não vai! – ele gritou e me puxou pelo braço. Gloss, vendo a situação veio até nós e o empurrou.

— Saia daqui! – Ele gritou pra Peeta. Peeta me olhou com os olhos marejados e no fundo eu sabia que ele não me perdoaria por isso. Fiquei observando ele entrar no carro e dar partida e depois eu entrei na boate. Tirei meu sobretudo e o coloquei no camarim das dançarinas, em seguida subi no palco. Eu não era uma prostituta, nunca faria isso. Eu apenas dançava para os clientes, e ganhava gorjetas altas pra isso. Mas era só isso! Eu estava triste, magoada, com o coração aos pedaços. Ele nunca me perdoaria. Assim que meu expediente acabou eu voltei pra casa, paguei Maggs pelos seus serviços e fui pro quarto me deitar.

POV – Peeta

Nunca na minha vida eu me senti tão humilhado. Como ela pode fazer isso comigo? Saí daquela boate estúpida com o carro á milhão, passando pelos sinais vermelhos e pouco me importando se ia receber uma multa por isso. Eu apenas precisava beber. Avistei um bar e puxei o freio de mão com tudo, parei no meio fio e desci do carro. Entrei e comecei a beber como se não houvesse amanhã. Talvez não houvesse mesmo.

No dia seguinte...

Katniss veio falar comigo na faculdade, mas eu a ignorei. Não queria ouvir o que ela tinha dizer, não queria mais ouvir suas desculpas. Eu estava quebrado, meu coração estava quebrado, e eu não podia perdoá-la. Não por isso. Mas no fundo eu a amava, na verdade ainda amo, e tenho certeza que eu cairia em sua lábia, por isso eu não podia ouvi-la. As meninas também se afastaram dela depois que eu contei o que houve. Por um lado me sentia péssimo, pois eu via em seus olhos que ela estava mal, que ela estava sofrendo. Mas por outro lado eu só queria que ela pagasse por tudo que me fez passar, por todas as mentiras que me contou. Não foi justo. Eu que sempre fiz de tudo por ela, eu que a amei de todo coração. Ela não podia, simplesmente não podia ter feito isso.

Um mês depois...

Eu não estava mais agüentando, não agüentava mais não poder beijá-la, abraçá-la, dizer que a amo. Eu estava sofrendo, e a queria de volta. Mas sempre que eu pensava em ir atrás dela, eu me lembrava do que vi aquele dia. Ela estava com um sobretudo preto, e por baixo eu sabia o que ela vestia. Uma lingerie provocante. E me doía saber o que ela ia fazer naquela boate. Ainda dói. Eu não queria mais sair pra lugar nenhum, não queria saber de nada. Eu apenas queria que tudo tivesse sido diferente. Mas eu precisava saber se ela ainda fazia aquilo na boate. Precisava tirar a prova. Um dia, depois da faculdade, estava chovendo muito forte e eu resolvi segui-la. Ela foi pra casa e ficou lá por umas duas horas, e depois saiu de carro, a segui e ela foi até a boate. Resolvi entrar e ver por mim mesmo. Sentei-me em uma das mesas do fundo que dava pra ver o palco e no momento em que ela subiu com uma lingerie vermelha eu surtei. Minha vontade era de subir lá e arrancá-la a força. Mas me controlei. Continuei observando quieto, e mesmo eu não gostando do que estava vendo, nenhum homem colocou a mão nela. Nenhum. E devo dizer que fiquei mais calmo, muito mais tranqüilo. Ela não era prostituta, era apenas dançarina. Tudo bem que uma dançarina noturna, mas apenas dançarina. Talvez ela tivesse um motivo pra fazer isso, talvez pagar a faculdade, se sustentar. E eu simplesmente não a ouvi. Fiquei esperando ali até dar a hora de a boate fechar e Kat ir embora. Eu a segui por todo o caminho até sua casa e depois que ela entrou eu fiquei ali em frente, parado. A chuva havia aumentado consideravelmente. Uma das cortinas do quarto no segundo andar estava entreaberta, e eu vi quando a Katniss entrou e acendeu a luz, ela foi até um canto perto da janela e então meu coração se quebrou por completo. Ela pegou uma criança em seus braços e lhe beijou a bochecha. Sua boca se mexia mostrando que ela dizia alguma coisa á pequenina e depois lhe abraçou. Ela tem uma filha. Ela tem uma filha e por isso dançava á noite, pra sustentar a filha. E eu idiota pensando que ela era prostituta, pensando o mal dela. Enquanto ela fazia tudo àquilo pela filha. Meus olhos se encheram de lágrimas e eu já não as conseguia controlar. Elas escorriam sem parar, como a chuva que caia do lado de fora do carro. E meu coração estava estilhaçado, quebrado, corroído. Eu fui egoísta e imaturo. Eu fui pior que ela nessa história, pois eu estava pensando apenas em mim, enquanto ela pensava em alguém totalmente indefeso, totalmente dependente. Eu queria entrar lá agora e pedir perdão, me ajoelhar aos seus pés e chorar como se não houvesse amanhã. Dizer que fui um idiota e imaturo. Dizer que a amo mais que tudo no mundo e que eu não devia tê-la julgado. Mas eu era orgulhoso, orgulhoso demais pra admitir isso pra ela. Mesmo que isso me custasse à felicidade, mesmo que isso me matasse por dentro e me fizesse sofrer feito um cão. Eu era orgulhoso e nada no mundo podia mudar isso em mim.

POV – Katniss

Depois daquele dia, eu e Peeta nunca mais nos falamos. Na verdade ninguém mais falou comigo. Annie, Madge, Clove, Finnick, Gale, Cato... Ninguém, nenhum deles. Eu estava no meu último ano da faculdade e não ia jogar tudo pro alto por conta disso, eu não ia sacrificar tudo o que consegui por eles. Eles que se diziam meus amigos, mas não quiseram me ouvir, não quiseram saber os meus motivos. Passei o resto do ano sozinha, estudando feito um cão, trabalhando feito um cão, apenas pela minha filha, apenas por ela. E ela era toda a minha vida, era tudo o que eu tinha. E se eu dançava naquela maldita boate toda noite, era pra poder sustentá-la, era pra poder dar uma vida melhor pra ela. E o resto, era apenas o resto. Não vou dizer que não sentia a falta de Peeta, porque eu estaria mentindo. Eu ainda o amo com todas as minhas forças. Mas ele não me deixava ir, ele não me deixava seguir em frente.

Dois anos depois...

— Filha você quer tomar sorvete? – Perguntei para a minha pequena que estava brincando de panelinhas na areia do parquinho.

— Sim mamã. – Ela respondeu e sorriu pra mim. Ajudei-a pegar os brinquedos e fomos até a pracinha ao lado, paramos na barraquinha de sorvete e pedi uma casquinha de morango.

— Vamos sentar ali. – Apontei pra um banco e peguei nas mãos da minha filha. Nos sentamos no banco e ela começou a chupar seu sorvete com tanto gosto, as mãozinhas melecadas e a boca toda suja. – Está gostoso? – Perguntei e ela assentiu com um sorriso sapeca nos lábios. Olhando para Primrose agora, em como ela está grande e linda, eu não me arrependo de nada do que fiz. Não me arrependo de ter horas mal dormidas e nem de ter trabalhado durante quase dois anos naquela maldita boate. Tudo isso valeu a pena, tudo isso ainda vale a pena quando vejo minha pequena com seu sorriso nos lábios dizendo que me ama.

— Boa tarde. – Uma voz rouca e familiar me tirou de minhas divagações e eu olhei para cima, para ver de quem era aquela voz. E no mesmo instante meu coração parou. Era Peeta. Ele estava tão lindo, tão diferente, mas ainda sim tão igual á anos atrás. E eu ainda o amava, mesmo depois de tudo.

— Hãn... Eu... Oi. – Falei e sorri.

— Posso me sentar? – Ele perguntou apontando com a cabeça para o espaço vazio do banco.

— Pode, claro. - Ele sorriu e se sentou ao meu lado. Que saudades que eu tava dele. – Tudo bem? – Perguntei. – Faz tanto tempo.

— É... – Ele falou. – Estou bem, e você?

— Bem. – Falei e assenti. Eu e ele estávamos tão sem graças.

— Hãn... – ele começou. – Desculpa perguntar, sei que não tenho o direito de saber, mas... Você tem alguém? Digo... Um namorado?

— Não. – Falei sem graça. – Depois de nós, eu... Eu nunca mais sabe?

— Cabei mamã. – minha filha falou me mostrando suas mãozinhas melecadas de sorvete de morango.

— Só um minuto. – Pedi á Peeta e ele assentiu. – Vem filha, vamos lavar a mão. – levei Prim até uma torneira que havia ali e a limpei, em seguida ela jogou os brinquedos no chão perto do banco em que estávamos e começou a brincar.

— Eu também não. – Peeta falou assim que me sentei ao seu lado. – A propósito, sua filha é linda.

— Obrigada. – Sorri. – É a minha vida.

— Katniss, eu sinto muito. – Ele falou me olhando profundamente. – Sinto muito por não ouvir você.

— Peeta...

— Não... – Ele pediu. – Eu fui egoísta, eu não quis te ouvir. Eu vi você e sua filha na sua casa, eu te segui. – Ele falou com remorso. – Mas eu era muito orgulhoso pra admitir pra você que eu estava errado.

— Eu tenho que pedir desculpas Peeta. Eu não fui honesta com você. – Falei sinceramente.

— Mas você tinha um motivo. E todo esse tempo que passei longe de você só me fez perceber o quão burro e idiota eu fui. – Lágrimas escorriam de seus olhos e eu sabia que logo não iria conseguir controlar as minhas. – Eu te amo Katniss, sempre amei. Será que você é capaz de me perdoar?

— Peeta não precisa pedir...

— Não. – ele falou me interrompendo. – Eu preciso. Por favor, diga se me perdoa ou não.

— Eu perdôo. – falei. – Porque também te amo ainda.

— Será que podemos recomeçar? Sem mentiras?

— Sem mentiras. – Falei e ele sorriu. – Acho que merecemos isso.

— Merecemos, não merecemos? – Ele perguntou.

— Merecemos uma segunda chance. – Falei e ele me abraçou. Nós teríamos a nossa segunda chance, nós poderíamos tentar mais uma vez. E dessa vez sem segredos...

POV – Peeta

Um ano depois...

Nós estávamos morando juntos á seis meses, e confesso que nunca fui tão feliz em toda a minha vida. Prim havia conquistado meu coração, com seu jeitinho doce e sensível de ser. Ela era carinhosa e de uma maneira que eu não sabia explicar nós éramos muito apegados, eu estava totalmente dependente de seus gestos, manias e sorrisos. Ela era uma criança totalmente especial e mesmo que não fosse a minha filha de verdade, eu a amava de todo o meu coração. Esses dias até andei pensando em algo, mas eu queria que fosse perfeito antes de pedir á Kat, e eu não sei se ela aceitaria então eu ia pensar mais um pouco no assunto antes de tomar qualquer atitude que fosse.

Eu havia acabado de chegar do trabalho e estava morrendo de saudades dela, quando entrei em casa eu vi a Kat na cozinha fazendo o jantar e fui até ela.

— Oi amor. – Falei e lhe dei um beijo.

— Oi amor. – Ela respondeu sorrindo. – Tudo bem?

— Tudo sim, minha linda. E você?

— Estou bem. – Ela sorriu.

— Cadê Prim?

— Está no quarto.

— Prim! – Chamei. – Vem me dar um beijo filha! – Falei e logo a pequenina apareceu correndo e pulou no meu colo.

— Oi Peeta. – Ela respondeu sorrindo e eu lhe dei um beijo estalado na bochecha.

— Tudo bem pequena?

— Sim. – Ela respondeu sorrindo. E naquele momento eu havia ganhado o meu dia. Olhei pra trás para olhar pra Kat e ela estava branca feito um papel.

— Amor, está tudo bem? – Perguntei e ela veio até mim com os olhos marejados.

— Você chamou Prim de filha? – Ela perguntou. Eu chamei? Droga! Não era pra ter feito isso! Não era assim que eu queria pedir.

— Eu... Sim... Desculpa, eu...

— Xii... – Ela falou colocando o dedo indicador sobre meus lábios. – Você chamou?

— Desculpa Kat eu não...

— Quieto Peeta! – Ela gritou chorando e sorrindo ao mesmo tempo. – Só me responde se sim ou não.

— Sim. – Falei e suspirei. – Mas não era pra ter chamado.

— Por quê?

— Eu não sei se você quer e eu queria...

— É tudo o que eu mais quero. – ela falou me interrompendo.

— Sério? – Perguntei em descrença e ela assentiu. – Amor. – Falei pra Prim que estava no meu colo. – Você quer que eu seja o seu papai? – Ela sorriu.

— Sim.

— Então agora eu sou o seu papai. – Sorri e a garotinha me agarrou pelo pescoço. – Eu posso? – Perguntei á Kat que estava chorando.

— E precisa perguntar? – Ela sorriu e me abraçou.

— Então espera. – Falei me soltando do abraço e coloquei Prim no chão. Tateei os bolsos e achei o que eu queria. Me ajoelhei no chão com a caixinha preta em mãos. – Katniss Everdeen. – falei abrindo a caixinha e ela sorriu. – Eu amo você mais que tudo nessa vida e no dia em que te vi pela janela com sua filha no colo eu me apaixonei por ela. Hoje o que sinto por ela é um amor tão inexplicavelmente grande que mal cabe no meu peito. Sei que não sou o pai dela de sangue, mas queria muito que ela fosse minha filha, pois ela me conquistou totalmente com seu jeitinho meigo, com sua maneira de sorrir e até o jeito de olhar pra você. Com amor, com admiração. Você é uma pessoa incrível Katniss, não sabe o quanto. Talvez eu até não mereça você, mas eu quero lutar e ser o melhor que eu posso por vocês duas. Então eu estou aqui hoje, pra perguntar á você. Você quer ser esposa desse cara chato, e totalmente idiota por não ter percebido o quanto eu era apaixonado por você? Desse cara que sofreu por quase três anos sem você, porque era orgulhoso? Mas que agora tem a vida totalmente á mercê de vocês duas? Você aceita se casar comigo e me deixar ser o pai da sua filha?

— Peeta... – Ela falou se ajoelhando no chão. – Eu aceito. – As lágrimas caiam de seus olhos como uma tempestade. Eu então deslizei o anel de noivado em seu dedo, e em seguida puxei-a juntamente com minha filha pros meus braços. As duas razões da minha vida.


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Notas finais do capítulo

Oi!!! E ai? O que acharam da minha fic? Digam se gostaram ou não por favor, preciso saber a opinião de vocês!
P.S.: Songfic do clipe da música:

Let Me Go - 3 Doors Down
http://www.youtube.com/watch?v=thc1MtNagC8

Obs: Imaginem que os personagens do clipe são Peeta e Katniss.

Beijos e aguardo todos nos reviews! ;) Amo vocês!!!