–Não precisamos ir a saída, nós sabemos onde ela fica, nos leve até onde estavam esses caras que ouvimos a pouco. -Diz friamente Kirigiri à fantasma.

–...É claro, venham comigo. -A fantasma simplesmente atravessa a grande porta de aço como se nada fosse, Elias foi o mais rápido a sacar sua Teigo e desintegrou rapidamente a porta que era um empecilho, eles começam então a seguir a alma por inúmeros corredores abandonados do castelo, apenas o som de gotas caindo se fazia presente, devia estar chovendo do lado de fora. -É aqui que estavam... -A fantasma gesticula com o braço e a porta se move sozinha, abrindo-se.

Na sala havia uma grande mesa com dez lugares no centro, uma mesa de controle a direita, nela haviam microfones, por onde o idoso e a mulher deviam estar se comunicando fingindo serem assombrações, na parede a esquerda haviam algemas e um homem pendurado pelos pulsos, ele estava com cortes e marcas roxas por todo o corpo, perto do homem haviam alguns chicotes e demasiados utensílios de tortura, na parede a frente da porta, havia um grande buraco causado por uma explosão, provavelmente daquele último som em que ouviram um estrondo.

–Então... eles fugiram mesmo, tsc, malditos. -Diz Takami após voltar ao normal, deixando de ser Hikami.

–Só deixaram esse morto aqui. -Diz Tony atendo levemente a mão nas costas do homem que tosse. -Oh my god! He is alive! (Oh meu deus! Ele está vivo!) -Grita Tony. -Como é que você ta vivo? -Pergunta ele se abaixando na altura dos olhos do homem.

–Pelo amor Tony! Não se pergunta simplesmente por quê alguém está vivo. -Retruca Halt.

–Ei, qual o seu nome? -Pergunta Elias soltando-o.

–Q...quem são vocês? -Pergunta o homem segurando os próprios pulsos agora libertos, ignorando Elias.

A Night Raid se entre-olha pensando se seria uma boa ideia deixá-lo saber a verdade.

–Isso não importa, nós acabamos de salvar você né? -Pergunta Lea.

–É... talvez, já que não se apresentaram, me chamem apenas de Luke. -Ao levantar seu rosto eles percebem que não era um homem, era apenas um garoto por volta dos 14 anos, porém por causa das sombras sobre a face e os cabelos longos por falta de corte, ele aparentava ser bem mais velho. O garoto tinha os olhos rosados e cabelos em um tom de loiro muitas vezes confundido com o branco.

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–NÃO! HANK-SENPAI! -Houjou corre até seu herói que estava caído na terra da prisão com os olhos fechados e com sangue manchando ainda mais suas roupas.

Os Jaegers observavam aquilo atônitos, com o ódio subindo-lhes a cabeça.

–Acharam que seria tão fácil assim fugir de minha prisão?! -Pergunta o diretor, ele da ênfase em "minha", ele pula da torre e aterrissa de pé próximo ao morto e o garotinho. Ele anda a passos lentos em direção ao garoto, Azimut lançava repetidos projéteis com seu "arco"/estilingue, Angelin começara a desenhar armas no chão, Jazz coloca seu soco-inglês nos punhos e corre para bater no diretor, mas ele agilmente desviava de todos os golpes, em certo momento ele da uma rasteira em Jazz que enquanto caia acaba sendo atingido por um dos projéteis de Azimut.

O diretor chuta o garoto alguns metros, e levanta a cabeça de Hank pelos cabelos.

–Esses são os soldados do exército especial da capital? Não me façam rir. -De repente ele recebe um tiro direto no ombro direito, e por reflexo deixa Hank cair de volta ao chão, ao se virar vê Angelin com uma arma desconhecida em mãos.

–Gostou? Chamo ela de AK-47 a garota tentava acertar repetidos tiros no homem, mas ele desviava facilmente.

–Deixem comigo. -Eles ouvem a voz baixa e fria de Houjou, não parecia o mesmo garotinho alegre de sempre, o garoto anda em direção ao homem, conforme andava suas mãos ganhavam a forma de grandes patas de um leão assim como seus pés, também aparece uma cauda e orelhas em sua cabeça. -Naquele dia que o palácio foi saqueado, eu consegui ver essa habilidade. -Explica o garoto.

–Então me mostre o que você tem. -O homem continuava despreocupado porém, seus olhos pareciam mais vivos que antes, ele parecia mais... animado.

–Azimut, Jazz, Angelin, tirem o corpo do Hank daqui, ele terá um enterro digno, e você, -Ele aponta para Angelin. -termine o que desenhava, nós definitivamente vamos fugir.

Eles não contestam, Azimut pega o corpo do soldado com cuidado e coloca-o sobre os ombros, Jazz pega a Teigo de Hank que agora retornara a forma de moeda, e Angelin terminava o desenho.

Houjou desfere um soco contra o homem que primeiramente não desviaria, mas ao perceber o impacto que levaria com aquilo, ele desvia no último segundo e olha impressionado para o garoto, mas ele não se da o tempo de perceber e continua atacando e finge chutar o homem, que já se preparava para o chute, mas na verdade soca-o no queixo, fazendo-o cambalear para trás.

–Mostre-me sua Teigo, ou ainda acha que não posso derrotá-lo? -Pergunta Houjou.

–Ei... o garoto ta me assustando um pouco. -Comenta Jazz.

–Ele acabou de ver o herói morrer, dá um desconto. -Responde Angelin sem tirar a concentração do desenho.

–Teigo? Eu não tenho algo assim. -Diz simplesmente o diretor, todos se viram para ele desacreditados, dizem que em uma luta contra alguém com arma imperial, a chance de vitória é nula, e que em uma briga entre dois usuários de Fardas, alguém não sai vivo, já aquele homem dizia não possuir uma Teigo e mesmo assim lutou contra eles quatro, sem contar o Hank.

O diretor desfere um soco que seria certeiro na faringe de Houjou, ele com certeza morreria se levasse aquele soco, com os dois braços ele para o ataque que fora o suficiente para fazê-lo ser arrastado uns trinta centímetros de onde estava, ao retirar os braços da frente do rosto Houjou sente o local do soco queimar, por causa da dor.

–Acabei! -Grita Angelin, ela fizera uma Arraia de cinco metros de largura que voava, parecida com a utilizada pela Night Raid. Jazz e Azimut já pulam na criatura assim como Angelin.

No segundo que se distraíra, Houjou leva um soco certeiro no rosto que o faz cair para trás, o garoto corre até a arraia e eles voam. Já a uma pequena distância, Houjou olha para trás e vê o homem sorrindo para si.

...O que será que ele está pensando?–Pensa Houjou.

Esse garoto dará muito trabalho para seus adversários, ele parece muito com meu filho...–Pensava o diretor.

Houjou senta próximo a onde Azimut depositara o torso de Hank e o segurava pelo ombro para que não caísse.

–Hank...-senpai... -Houjou sente as lágrimas escorrerem pela face, ao ver aquela cena Angelin também sente seus olhos lacrimejarem, Azimut não estava indiferente mas de acordo com ele mesmo, um homem não chora a frente de seus amigos, ainda mais quando eles estivessem em um momento delicado, Jazz olhava triste para aquele clima tenso, mas nenhuma lágrima escapava de seus olhos marejados.

Eles escutam um estalo baixo e repetidas tosses, Hank estava se mexendo.

–Ei, por que estão chorando? -Pergunta ao ver Houjou, Angelin e Jazz olhando para si.

–Hank! -Gritam Angelin, Azimut e Jazz, todos eles abraçam o soldado falando coisas como: "Pensei que tinha morrido, idiota!", "Não faça mais isso com a gente Hank-san!", "Achei que tinha perdido outro companheiro assim como na batalha de Trafalgar". O garoto se encontrava em choque para gritar ou abraçá-lo.

–Tá' tá', eu tô vivo ok? Precisam de mais do que isso para me matarem. -Ele ri forçadamente por conta da dor, só então ele encara Houjou. -Tá' tudo bem garoto?

–Hank-senpai! -Grita o garoto, ele pula nos braços de seu herói e se despeja em lágrimas.

–Tá' tudo bem, -Ele desarruma os cabelos do garoto com a mão. -eu tô vivo, eu tô vivo.

–Me promete que não vai morrer Hank-senpai? -Pergunta o garoto apertando ainda mais o abraço e escondendo seu rosto no peito do soldado.

Como eu posso prometer isso garoto?...–Pensava o soldado.

–Eu prometo.