Segredo mortal escrita por Luana Maschietto


Capítulo 2
Confiança desesperada




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Quando o táxi chega vou direto para a casa de Ty, não sabia se contava a ele o que havia acabado de acontecer. Depois de mais ou menos 10 minutos chego em sua casa, pago o taxista e toco a campainha, o tamanho da casa dele sempre me impressionou, não é como uma mansão, mais é grande o suficiente e é extremamente confortável e acolhedora, depois de alguns segundos de devaneios a porta se abre:
–Oi Kendy! – diz a mãe de Tyler me recebendo com um grande sorriso.
– Oi Sra. Howard, o Ty está?
–Sim, entre.
Entro na casa tão conhecida, eu passei praticamente cada segundo de minha vida ali depois que meu irmão morreu, ando pelos longos corredores e encontro Tyler na cozinha tomando café:
–Bom dia Ty!
–Oi Kend!
–Então o que queria me mostrar? – digo me sentando na cadeira ao seu lado.
Ele demora um pouco para responder, e enquanto isso pego o jornal e vou dando uma olhada para ver se não tem nada sobre qualquer assassino, mas como sempre não havia nada de interresante, apenas propaganda de um studio de tatuagem, venda de carros e matérias sobre o governo, por fim ele responde:
–Venha comigo.
–Jura? Acabei de sentar.
O sigo com meu olhar mas ele continua a andar até seu quarto ignorando meu comentário, quando chego lá ele está sentado na cama olhando alguns papéis:
–Eu andei pesquisando sobre o tal assassino.
–E...
–Não achei nada.
–Então tudo isso só para me falar que você não achou nada, o que não é nenhuma novidade.
–Esse é o ponto, estamos nos limitamos a apenas um assassinato normal, e se for mais que isso?

–Você está assistindo muitos filmes, isso aqui não é algum tipo de Harry Potter do crime tá! -falo ironicamente.
Ele me lança um olhar frio e continua a falar:
–Bom vamos imaginar por um instante que é verdade.
–Não adianta nem imaginar, não existe isso!
–Será? Você tem alguma prova que não existe?

–E você tem alguma prova de que existe? –rebato

–Talvez.

–Talvez não é uma prova.

–Eu tenho hipóteses.

–Mas não uma prova concreta.

Ele revira os olhos assumindo de certo modo que perdeu a discussão:

–Tá tanto faz, mas mudando de assunto, mas não mudando de assunto totalmente, você se lembra como era a tatuagem?
–Como não lembrar.
Pego o desenho que fica constantemente em minha mochila e entrego a ele, sua cara fica um espelho de sentimentos, confuso e ao mesmo tempo surpreso, nunca o tinha o visto assim tão sério. Comecei a olhar para ele encarar cada detalhe de seu rosto, e me pergunto quando é que ele tinha ficado tão bonito? Nunca tinha reparado muito nele, considerava ele mais como um irmão, mais seus traços eram mesmos bonitos, tinha olhos verdes bem escuros, pele morena por conta do sol e cabelos escuros, ele me olha de volta e pergunta:
–Por que você está me encarando?
Sinto o meu rosto corar diante daquelas palavras:
–Não estava te encarando, estava me perguntando por que você ficou tão sério e preocupado. - disse meio sem jeito
–Bom, podemos dizer que desde de que um assassino matou a família inteira de minha amiga! – depois abaixou a cabeça e murmurou – Desculpa, não quer...
Pego a mão dele e coloco entre as minhas:
–Não tem problema, vou achar esse desgraçado!
–Não vai fazer isso sozinha.
Não podia deixar de me sentir feliz, ele era o único que realmente gostava de mim, eu me sentia sozinha depois da morte do meu pai, e sua família me acolheu como se eu fosse a filha deles me sentia muito grata, agora além disso ele estava me ajudando a achar o assassino:
–Você é o irmão que eu perdi aos 4 anos Ty!
Ele sorriu em resposta:
–Kend, posso te fazer uma pergunta seria?
–Pode.
–Se você encontrar esse assassino o que você iria fazer?
–Eu iria iria tortura-lo e em seguida mandaria prenderem ele.
–Ninguém viu ele no dia dos assassinatos.
–Eles vão acreditar em mim.
–Talvez não ninguém se lembra do acidente!
Uma dúvida apareceu no fundo da minha cabeça:
– Então como você se lembra - o olho séria e desconfiada.
–Eu vi o acidente. – diz ele calmamente.
–POR QUE VOCÊ NUNCA ME CONTOU?
Estava irritada por ele nunca ter me contado sobre isso, eu não sabia mais em quem poderia confiar:
–Porque eu me lembrei esses dias.
Não respondi, ainda estava indignada, então ele continuou:
–Você falava sobre o acidente e eu não acreditava, achei que você fosse adotada e te contaram essa história, mas teve um dia que você parecia preocupada demais, resolvi pesquisar sobre isso, não achei nada e comecei me lembrar fragmentos daquela noite e uma coisa só eu não me lembro, a cara do homem.
Estava muito surpresa e confusa, lágrimas escorriam pelo meu rosto, não tinha motivo para eu chorar eu deveria estar feliz por ele lembrar e ter me ajudado, mas ele sendo meu amigo e ter fingido que acreditava em mim era muito doloroso. E mesmo ele lembrando nada foi resolvido, não acreditava nisso, será que nunca irei saber que é o homem que matou meu irmão, que matou crianças inocentes? Estava quase desistindo, de qualquer modo não tinha como eles voltarem a viver comigo e viverem felizes para sempre em um castelo, a vida não funcionava assim.
–Kendy, você está bem?
Explodi não aguentava mais:
–Você acha que eu estou bem? EU NÃO ESTOU NADA BEM EU NÃO TENHO FAMÍLIA, MEU IRMÃO MORREU, MEU PAI MORREU E MINHA MÃE MORREU, VOCÊ ESPERA QUE EU ESTEJA BEM?! E EU NEM SEI MAIS SE POSSO CONFIAR EM VOCÊ!
–Kend você sempre poderá confiar em mim.
–Me dá um motivo!
–Eu estou te ajudando não estou?
–Está? Será? Como posso saber se você não está fingindo?
–Eu nunca faria isso...
–Chega! Só preciso de um tempo para pensar.
Eu pego o desenho coloco na minha bolsa, ele se vira para mim, parece que está preste a chorar, enxugo minhas lagrimas e ele pega o jornal que está em cima da cama e me entrega:
–Leve isso.
–Pra que?
–Apenas leve.
–Tudo bem então.
–Tchau.
Ignoro sua despedida, me viro e vou embora sem olhar para trás.


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Notas finais do capítulo

espero que gostem, desculpe a demora, comentem oq acharam sz



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