Céu Obscuro escrita por Ariadene Caillot


Capítulo 8
Fuga da chama


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente gostaria de pedir desculpas pelo meu sumiço >< Tantas coisas aconteceram que tomaram muito o meu tempo e mal conseguia acessar as redes sociais. Agora, livrei-me de um destes compromissos e conseguirei escrever novamente, mas saibam que nunca deixei de pensar na fanfic e em todos vocês meus leitores.
Pode me bater que eu mereço aushaus
Espero que gostem deste capitulo ;)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/562136/chapter/8

 

A natureza é incrível em todas suas formas de animais e de como o sistema desempenhava tal papel com maestria. Os humanos apesar de se considerarem superiores, ainda hoje a fatos surpreendentes, desconhecidos ou inexplicáveis do feitio dos animais. De criaturas subaquáticas que parecem ter saído de outros planetas a simplesmente o cantar de pássaros. Era esta a reflexão que Tarcísio enquanto observava uma aranha construindo uma teia complexa no canto da parede de alvenaria rachada.

Robert havia saído para tentar achar a Giustizia e dizer a localização deles. Epifania havia tirado todas as suas armas e comunicadores. Enquanto isso, Tarcísio estava deitado em um velho sofá tão desconfortável que sentia as madeiras encostando-se a suas costas, mas era o melhor que tinha por ali.  Durante os dias que estavam, alimentavam-se de uma laranjeira no fundo do quintal, era melhor do que passar fome.

Ao final da tarde, a porta rangeu e abriu-se rapidamente vindo Robert detrás dela. Estava suado e ofegante.

—Eu os encontrei. – um meio sorriso saiu de seus lábios.

Em um prédio pertencente a Cavallone estavam Reborn, Leonardo, Iemitsu e Claudio.

—Então, Tsuna já deu alguma resposta?

—Está pensando. Sei que é uma decisão difícil, mas não temos muito tempo.

—O melhor é não força-lo ou aumentará a probabilidade dele recusar.

—Quais são as noticias Dino em relação à Giustizia?

—Os três membros que foram prisioneiros escaparam e a Epifania está atrás deles. Não encontramos outra ação do grupo. Já Epifania está em todos os cantos, além de vigiar Tsuna.

—Eu investiguei os arquivos do colégio em relação ao Kenjiro e não achei nada. Ele não está matriculado. –comentou Reborn.

—Pode estar usando documentos falsos. –sugeriu Dino.

—Nem isso. Tsuna me contou que ele cabula muitas aulas, mas na verdade ele se esconde pelo colégio.

—Muito esperto da parte deles fazerem um garoto quase da idade de Tsuna para se aproximar. Temos que ficar de olho.

—Não teremos mais problemas se ele se mudar para a Itália.

—Desculpe mudar o foco da conversa, mas temos outros assuntos para tratar. A purificação. Como sabem, estarei auxiliando Claudio na busca. –comentou Leonardo.

—Como está o progresso?

—Eu estava com pouquíssimas informações até ler este livro. –Claudio mostrava um livro azul de letras douradas. –Ele é incrível como você descreveu Reborn! Onde o encontrou?

—Você deve estar se confundindo. Não sabia da existência dele.

—Como não? Você o enviou para a Itália. Não havia remetente e assim não lhe dei importância. Posteriormente me enviou esta carta explicando tudo e me pedindo para viajar até Nanimori com este livro. –Claudio entrega a carta para o arcobaleno.

—É a sua letra. –comentou Iemitsu.

            Reborn observou a carta detalhadamente e não havia dúvidas, realmente era a sua letra e até a estrutura do texto era idêntica. Com certeza realizada por um excelente falsificador, mas onde raios haviam conseguido o material para tal ação? Reborn nunca deixava nada para trás e era sempre muito observador, não deixaria passar um rastro sequer se alguém lhe tivesse furtado.

—Não lhe escrevi nada, mas de fato a letra é idêntica.

—Então quem enviou este livro? Por que estão nos ajudando?- indagou o jovem loiro apontando o objeto.

—Minha intuição diz que deve ser o mesmo grupo que desviou as flechas quando atacaram Tsuna.

—Deve ser a Epifania. –concluiu Leonardo.

—Não. Quando indaguei Kenjiro, ele me disse que havia somente ele na área aquela vez e chegou depois que a primeira flecha havia sido lançada.

—Espere, você quer dizer que há três grupos? –indagou Iemitsu.

—Isso seria loucura!- afirmou Dino.

—Então quem mais desviou a flecha? Só havia os guardiões, eu e Tsuna no colégio da família Vongola. Nenhum desviou aquela flecha. Se Giustizia atacou, Epifania chegou atrasada e a Vongola não interceptou o ataque, foi alguém de fora.

—Então há a possibilidade da existência de outro grupo.

—Ou somente de uma pessoa.- concluiu Leonardo.

—Deveríamos perguntar para a Epifania.  Pelo jeito, esta pessoa também quer ajudar a salvar Tsuna da Giustizia.

—Então por que não estão agindo juntos? Isso me faz gerar mais dúvidas das verdadeiras intenções da Epifania. –comentou Reborn.

—Sendo assim, Kenjiro não deverá saber para onde Tsuna está indo.

—Então os três foram encontrados e já liberamos nossos homens para o resgate.- informou um jovem rapaz loiro.

—Excelente.- Respondeu Fabio. – Pode ir.

—Fabio, chegou uma carta para você. É do chefe. –informou Leandro adentrando em passos largos na sala. Fabio sentiu um arrepio percorrer-le as costas. Pegou a carta em mãos e sem cerimônia rasgou o envelope amarelo. Leandro observou os olhos do homem arregalarem e morder os lábios. Olhou pela janela, pareceu observar o crepúsculo que tomava o céu rapidamente e parou em Leandro.

—Reúna nossos homens, a prioridade é terminarmos nossa missão hoje.

Em menos de uma hora, seus homens estavam equipados e preparados para lutar, três deles foram convocados para resgatar os três membros perdidos e o resto para a batalha que iria se iniciar.

Os pingos de chuva gelados tocaram-lhe as bochechas quando saiu e o vento criou arrepios de frio em seu corpo. Seus pensamentos eram apenas em terminar sua missão e finalmente voltar para casa. E com este pensamento, marchou pelos prédios com seus soldados até o jovem Vongola.

O encontrou com três guardiões, pegou o arco que estava nas costas e duas flechas. Pressionou os olhos com força e respirou fundo –“É pelo nosso futuro garoto. Sinto muito!”- e assim as flechas foram lançadas junto aos passos silenciosos dos soldados.

Tsuna quase foi surpreendido pelas flechas, mas sua intuição fora mais rápida e o fez desviar. Quando avistou os membros da Giustizia, ele e seus guardiões se equiparam e colocaram-se em posição de batalha. Da noite saía mais e mais soldados da Giustizia, Tsuna não conseguia determinar o número exato, mas até para eles era demasiado, aquela batalha iria requerer muita estratégia, principalmente por Tsuna não estar totalmente saudável.

Começaram a lutar quando Gokudera e Tsuna lançaram os primeiros ataques que se sucederam por Yamamoto e Ryohei. Atacavam sem poupar esforços, mas os homens pareciam enxames de insetos ligeiros e que se escondiam na escuridão.

Fabio sorria, acreditava de fato que aquela noite seria o triunfo da Giustizia onde Epifania finalmente iria cair. Marcos havia enviado honrosos e talentosos soldados para tal missão. Mesmo com a força daqueles rapazes, Giustizia com certeza seria superior. Um caminho se abriu até Tsuna e Fabio correu por ele investindo em ataques sucessivos, na qual o jovem Vongola conseguiu proteger-se com elegância com a lança.

Suor frio começou a escorrer de Tsuna, esforçava-se para manter-se em pé e ignorar os apelos do seu corpo para um breve descanso. Ele não poderia parar ou o fracasso seria eminente. Fabio era um homem habilidoso com suas adagas e o rapaz perguntava-se até quanto mais conseguiria lutar no mesmo ritmo. Seus ouvidos foram preenchidos por estridentes barulhos de balas e espadas, ao olhar rapidamente para trás viu os membros da Vongola e Cavallone chegarem invadindo o espaço.

            A chegada dos rivais deixou Fabio boquiaberto. Logo sentiu uma fisgada em seu ombro e observou que uma flecha havia se inserido em sua pele. Ele não precisava olhar para saber o dono, sabia que Epifania também havia chegado ao local. Seu coração palpitava rapidamente, teria Giustizia forças para enfrentar três grupos inimigos? Observava um dos grupos da Epifania e atrás de um dos membros viu um jovem homem de cabelos cinzas, olhos verdes e usava um sobretudo negro, era Alexandre, o general da Epifania. Sorria para Fábio de forma arrogante. Se ele havia considerado chances da Giustizia vencer elas estavam perdidas. O desespero tomou-lhe conta, se ele fosse morto naquele local o grupo jamais teria chance de concretizar seu objetivo. Não!-pensou ele. –Eu preciso sobreviver pelo bem da Giustizia. - e assim procurou uma saída.

 Lançou várias adagas em Tsuna o fazendo recuar perto do prédio abandonado e aproveitando-se de um momento de distração do futuro chefe, saindo correndo em direção à porta de entrada, dando um alto e grande assobio, o rapaz apenas o observava confuso e indignado. Lutando contra a sua intuição de rejeitar aquele caminho e seguiu seu inimigo.

Das janelas surgiram arqueiros que lançaram chuvas de flechas em Tsuna enquanto caminhava para a porta. Impulsionou-se com suas X-gloves e chegou rapidamente ao ponto cego da entrada, onde estaria por alguns segundos fora de perigo.

Fabio fugiu para os telhados do prédio. Os corredores abaixo foram invadidos pela Epifania, Cavallone e a Vongola, não havia escapatória para o homem. Logo que saiu correndo pela porta, o chuvisco decorou os fios do cabelo com pequenas gotículas e pelo rosto confundiram-se com suor. Andou até o centro do telhado, colocou sua mochila preta no chão e dela tirou um estranho aparelho preto metálico. Acionou comandos através de portões que não funcionaram de imediato, obrigando o homem a dar breves socos.

—Funciona aparelho de merda!!! Funciona!!!

—Espere sentado. – disse Tsuna liberando uma bola de fogo que jogou Fabio para o lado oposto. O ataque não acertou o aparelho para alivio do homem. –Isso acaba hoje!

—Está se achando poderoso hoje, Neo Primo Vongola? –indagou Fabio em ironia.

—O suficiente para acabar com você.

—Aposto cinco dólares que não será hoje.

—Fechado.

Tsuna, equipando as lâminas com chama do céu fez belos movimentos com sua lança contra as adagas de Fabio. Tsuna percebeu que o homem evitava se aproximar do aparelho para que nenhum ataque o afetasse. O jovem chefe aproveitou-se de uma abertura para lançar uma bola de fogo em direção ao aparelho fazendo-o cair ao chão e começar a carregar. Fabio tenta se aproximar, mas não consegue.

Em outro momento o aparelho é jogado contra a cerca, mas continua funcionando. Fabio novamente tenta se aproximar, mas Tsuna lança um ataque, na qual ele cai no chão e o jovem Vongola começa a soca-lo. Sua face estava dominada pelo ódio e raiva das ações de seus inimigos. Fabio já havia levado muitos murros e estava quase desacordando, Tsuna sem pensar duas vezes pegou sua lança e a ergueu para enfiar com força em Fabio, mas sua consciência lhe fez parar.

“O que eu estou fazendo!?”-pensou Tsuna.

“Elimine-o...”- algo falou em sua mente.

“O quê?”

“Elimine-o ou ele o fará.”

Enquanto Tsuna estava lutando consigo mesmo, Fabio aproveitou a oportunidade para tentar enfiar uma pequena adaga envenenada no abdômen do rapaz.

“Continue assim e não sofrerá com nada.”- pensou Fabio. Sua breve felicidade sumiu quando sentiu o braço amortecendo, sendo obrigado soltar a adagada no chão. Quando olhou sob o ombro direito, viu um dardo envenenado inserido na sua pele. –“Merda!”

“Elimine-o!”- Tsuna aproximou a lança do pescoço de Fabio.

—Acabe logo com isso!

“Vamos! Elimine-o”

Não!- Tsuna afasta um pouco a lança. -Não sou assim!- gritou ao vento.

“Você atacou Adelina, por que com este homem seria diferente?”

Não!- ele segurava com todas as forças para não enfiar a lança no homem.- Eu não vou mata-lo!!!

“Enlouqueceu!? Está discutindo consigo mesmo?” –pensou Fabio.

“Faça! Não adianta lutar contra mim! Não será benéfico para ambos!”

“Eu..Eu não consigo eliminar uma pessoa.”

“Mas com Adelina era diferente. Você não se importaria.”

“Outra situação!”

“São iguais Tsuna. Acabe com ele!”

—NÃOOOOOOO!!!- e ele joga a lança longe e se afasta de Fabio. Sentou encostado em uma grade, ofegante e com tosses.

Fabio começa a rir. -Você é patético! Como um futuro chefe da máfia pode ter medo!? Está confuso com os próprios sentimentos.

—CALE A BOCA!

—Agora irá fazer birra como criança. – ele ri novamente e começa a se rastejar para perto do aparelho. Fabio tinha a intenção de distrai-lo até alcançar seu objetivo.

—Eu não sou assim! Nunca quis ser chefe da máfia! NUNCA!NUNCA! Por que ninguém me deixa em paz!?

—Parece que você possuiu vária magoas garoto. Mas se não queria o cargo, por que aceitou?

—Porque... Porque é a única coisa em que me considero bom. Sou um fracasso em tudo!!!

Ele ri. –Acredite, tenho certeza fracassará como chefe da máfia também. – ele aperta um botão do aparelho e um portal se abre. Ele se coloca em pé segurando o braço amortecido, retirando o dardo envenenado.

—Um portal!?

—Até mais, Neo Primo Vongola.- e entra no portal, fechando-se em seguida.

Tsuna queria ir até o aparelho, mas seu corpo rejeitou e permaneceu imóvel. Parecia que toneladas agora estavam o esmagando, não conseguia respirar direito graças às tosses, sentia as feridas arderem sequer havia notado que adquiriu elas durante a luta e o corpo enchardo-se com a chuva. Fechou os olhos por breves segundos e uma cutucada em seu ombro lhe fez abri-los. O susto veio quando depararou-se novamente com o homem mascarado com chifres do bosque.  Ele estava com o mesmo casaco do outro dia.

—Você precisa sair daqui.

—Quem é você!?

—Um amigo. –Ele colocou um dos braços de Tsuna nos ombros dele. –Vamos! Você consegue andar?

Cambaleando, Tsuna seguiu o homem tendo pequenos apagões pelo caminho. Sua única vontade era deitar e dormir, estava cansado e com sono, até as feridas foram vencidas pelo cansaço. Foram até o elevador que os levou para o Lobby do prédio. O Homem o encostou no canto da porta do lado de fora do elevador..

—Sobreviva. Muitos dependem de você. –disse o homem mascarado.

Tsuna apenas o viu deixando o lugar e fechou novamente os olhos. Teve um sonho confuso com a mansão e o baile de mascaras, acordando com luzes vindo em seus olhos. Quando os abriu novamente, deparou com o teto de um carro, um paletó cobria seu peito e algo todo dobrado servia como um travesseiro. Só percebeu que estava em uma limusine ao olhar para o lado e ver seu pai, Reborn e Claudio com olhares preocupados. Escutou a voz de Leonardo vindo do banco da frente, devia estar conversando com o motorista.

—Tsuna, você acordou. Como está se sentindo?

—Melhor. – ele disse enquanto sentava.

—Melhor ficar deitado.

—Não, estou bem assim. Eu desmaiei?

—Sim. Encontramos você no lado da porta do elevador. Deve ter desmaido.

—Um rapaz me ajudou. Não vi o rosto dele, usava uma máscara.

—Bem a boa noticia que capturamos dois membros da Giustizia. Vamos tentar tirar algumas informações.

—Notou as armas deles? Uma qualidade impressionante. Devem ser novas no mercado.

—Estou mais interessado de onde essas pessoas vieram.

Tsuna se recostou ao vidro do carro e observada às ruas desfocadas e as luzes passarem como borrões pelos seus olhos. As gotas das chuvas dançavam de forma gloriosa e majestosa, pareciam hipnotiza-lo para o caminho dos sonhos. As conversas eram meros ruídos desinteressantes para ele, seu único foco era descansar e esperar o dia seguinte. Pensava no que ocorreu, nos seus inimigos, mudar-se novamente de país e a escuridão que estava tomando conta da sua alma.

Sentiu um leve chocalhar em seu ombro e se deu conta que era seu pai o acordando, ele nem sentiu quando havia dormindo novamente. Desceu do carro e logo se deu conta que estava em sua cama, lembrava-se apenas de pequenos flashs: as pedras que levavam até a porta de casa, sua mãe o cumprimentando, a banheira e a cama. Teve a impressão de Reborn ficar o observando por algum tempo, sentiu o toque da sua mãe em uma das suas mãos e o acariciando nos cabelos além do vulto de seu pai parado na porta. Logo, a mansão tomou conta de seus pensamentos.

O lugar estava desmoronando, no salão do baile as pessoas corriam desesperadas para se salvar e a música foi substituída por gritos. Tsuna observava tudo do alto da escada, não havia sequer um conhecido, apenas vultos de máscara que ele havia criado aversão graças a Adelina. Seu semblante foi tomado pela palidez, escorria suor pela face e seu corpo estava mole.

Em meio ao torpor, caminhou novamente para a sala lacrada pela chama do céu e a adentrou, encontrando o jovem acorrentado deitado ao chão, parecia respirar com dificuldade. Com esforço, apoiando-se sobre os ombros, se recostou-se ao sofá. Tsuna apenas o observava sem expressão.

—Está contente? Salvou a vida de um homem.

—Eu não podia mata-lo.

—Sempre se sacrificando não é? Você é um idiota! Olhe o estado que estamos. Acha mesmo que vamos sobreviver!?

—Não me importo se as pessoas que eu amo ficarem seguras. Um dia me tornarei alguém desprezível e elas me temeriam. Eu não conseguiria sobreviver com este carma.

—As pessoas que você se importa precisam de nós. Esqueceu quem são os fodões por aqui?

—Não adianta eu ficar se irei machuca-las!

—Papo de marica! Idiota! O que acha que seus inimigos irão fazer quando nós cairmos!?

—A Vongola os protegerá.

—Vai nessa! Somos a peça chave e sem ela, a Vongola era cair junto! Me liberte!!! Me tire dessa prisão! Vamos trabalhar juntos!

—Não!!! Você irá me dominar e irei me tornar o que eu não desejo! Eu nunca irei sucumbir à escuridão!

Com a afirmação do rapaz a sala começa a ruir, paredes caem, o chão se despedaça e liberando a sua volta a escuridão. Tsuna e o rapaz acorrentado apenas ficam em um pedaço restante do chão que estava se destruindo lentamente. O jovem Vongola cai ao chão sem forças.

—Idiota!!! Idiota!!!- o rapaz gritava.

Tsuna acorda do seu pesadelo sentando-se por impulso na cama. O suor escorria pelo seu rosto, sua cabeça parecia que ia explodir e seus ouvidos zumbiam. Estava com muita dificuldade para respirar. Sentiu alguém abraça-lo e o encosta-lo em seu peito, fixando o olhar percebeu que era sua mãe.

—Acalme-se. Foi apenas um pesadelo.

Ele tentou responde-la, mas sem sucesso. Não conseguiu encontrar sua voz em meio ao torpor. Notou que as luzes do seu quarto estavam acessas, seu pai estava sentado ao seu lado, Reborn parecia observa-lo preocupadíssimo. Seu corpo parecia arder em chamas e por segundos tremer de frio. Antes de desacordar novamente viu um vulto rosa e branco aparecer em sua porta.

—Eu já chamei a ambulância. Estão a caminho. –era a voz de Bianchi.

Tsuna escutou alguns ruídos ao fundo. Parecia ser o barulho de metal e de rodas em contato com o chão, vozes em interfones e no fundo a voz de sua mãe. Com dificuldade abriu os olhos e viu o teto que não pertencia ao seu quarto, ele se movia e luzes brancas estavam em movimento, com o canto do olho viu sua mãe que parecia estar correndo, ela mexeu os lábios, mas não escutou o que ela disse, foi quando se deu conta que era ele em movimento e não as luzes, assim a escuridão veio novamente.

Logo escutou outros ruídos agudos familiares que batiam ritmicamente, ao longe novamente as vozes que pareciam vir de interfones e alguns pássaros pareciam cantar ali perto. Ouviu alguém limpar a garganta e o barulho de passos que pareciam ir e vir. Tantos sons ativaram sua curiosidade e forçou-se a abrir os olhos pesados.

Observou o local, era branco com algumas paredes azuis, o teto possuía lâmpadas longas e estreitas e as janelas cortinas brancas sendo que uma  parecia dançar com a brisa. Definitivamente, aquele não era o seu quarto. Olhou para a direita e viu aparelhos médicos que pareciam medir sua pressão sanguínea e os batimentos cardíacos, sua mãe estava dormindo em uma poltrona, Reborn estava de pé observando os pássaros pela janela e Iemitsu andava de um lado para o outro. Foi quando se deu conta que estava em um hospital.

—Tsuna! Você acordou. –disse seu pai. Sua mãe acordou em um pulo e em outro estava segurando sua mão.

—Não se recorda? Teve febre alta, estava delirando e acordou várias vezes assustado.

—O que eu tenho?

—Fizeram vários exames e logo vamos saber a resposta. Vai ficar tudo bem.

—Sim. – disse forçando um sorriso.

Tsuna percebeu a troca de olhares de Iemitsu e Reborn. Eles sabiam que o rapaz não tinha apenas febre, a situação era muito mais complicada do que parecia.

—Localizamos o quarto dele. Está fraco! Presa fácil. – falou Leandro.

—Não se anime precipitamente. – o rapaz apontava para os vários membros da Vongola e Cavallone disfarçados pelos corredores e ruas próximas ao hospital. – Epifania deve estar pelas redondezas também.

—Então? – indagou Fabricio pelo celular, sentado em uma pequena mesa circular de uma cafeteria.

—Estão esperando pelos resultados dos exames. – respondeu Masao sentado em um banco do hospital.

—Como está o estado de saúde dele?

—Pelos olhares preocupados de Reborn e Iemitsu, não parecem ser favoráveis.

—Temos que achar o Ancião da Cura.

—Tem certeza que ele está no Japão?

—Segundo as noticias antigas deste país, o meteoro atingiu o Japão, mas nunca foi encontrado resquícios dele. É a nossa única pista. As chegadas dos Anciões costumam ser chamativas.

—Temos que encontrar o lugar que sofreu modificações.

—E aí que está Masao, esse local onde o suposto meteoro caiu é Nanimori.

—Ele pode ter se mudado. Não há modificações significativas na área.

—Por enquanto teremos que contar com apenas esta informação.

—Sim. Então Fabricio, hora de você assumir a vigília de Sawada-san. O mestre enviou uma mensagem que logo chegaria à mansão.

—Mas eu preciso encontrar o Ancião. Acho que temos pouco tempo.

—Não se preocupe. Pedirei para as meninas. Eu preciso que fique aqui.

—Masao não posso ficar dentro do hospital, podem me reconhecer.

—Esconda-se. Até mais. – e ele desliga.

—Como se sente garoto? –indagou o doutor.

—Melhor eu acho...- respondeu Tsuna distraidamente enquanto observava um outro doutor de óculos esverdeados. O olhar do homem era intrigante e hipnotizante, por fim ele apenas sorriu de modo inescrutável e saiu da sala.

—A febre baixou pelo menos, mas diante dos resultados dos seus exames, vai ter que passar alguns dias no hospital para realizarmos o tratamento em você.

—Ah sim. – disse com desgosto.

—Animo garoto!

—Quem era o outro homem?

—Um dos chefões daqui e médico também. Estava apenas observando o seu caso, mas eu serei o seu médico “oficial”. – ele riu. Tsuna gostou dele era um homem simpático. – Você possuiu visitas rapaz. – ele bateu no ombro do rapaz de leve e se retirou, logo entraram Gokudera com um enorme buquê, Yamamoto, Haru e Kyoko.

—Décimo como você está??? – indagou desesperado.

—Bem Gokudera-kun.

—Tsuna-kun. – Kyoko o abraça. – Fiquei preocupadíssima quando me contaram.

—Eu estou bem não se preocupe Kyoko-chan.

— O que Tsuna-kun tem?

—O médico não falou ao certo, mas terei que fazer um tratamento, Haru-chan.

—Logo, logo estará novo em folha. –comentou Yamamoto.

—Não se preocupe décimo, estamos vigiando Giustizia. Eles não irão perturbá-lo.

—Obrigado.

—Garoto, não pode usar bonés dentro do hospital. É falta de respeito! –informava uma enfermeira.

—Perdão, eu não sabia. –disse Fabricio.

—Jovens! –saiu à mulher balbuciando palavras que o garoto não conseguiu entender. Ele esperou ela se afastar e colocou o boné novamente.

“Como se eu deixasse ela estragar meu disfarce.” –pensou enquanto olhava seu reflexo em uma porta de metal.  Estava usando lentes de contato verdes, óculos de grau e o boné, rezando ao menos que conseguissem disfarça-lo. Charlote o aconselhou usar uma peruca ou se vestir de menina, ideias que Fabricio rejeitou imediatamente.

Andava cauteloso, pois haviam membros da Vongola, Cavallone e Epifania em todos os cantos. Temia que algum deles o reconhecessem. –“Espero me tornar um mestre de disfarces como meu pai um dia.”- pensou Fabricio.  Após desviar de exatamente trinta e cincos membros das famílias mafiosas, ele conseguiu alcançar o andar onde Tsuna se encontrava. Pretendia instalar um comunicador na cama do jovem Vongola, o problema era adentrar o quarto.

Parou em uma maquina de suco próximo ao quarto do jovem Vongola para observar o largo corredor. Haviam alguns sofás brancos diante da porta do quarto, os guardiões estavam sentados cochilando ou lendo revistas. Reborn repousava no braço de um dos sofás ao lado de Haru com os olhos fechados. Fabricio deduziu que Nana e Iemitsu deveriam estar no interior do quarto. Observou que havia bancos encostados nas paredes e era exatamente o local onde deveria ficar.  Se recostou em um deles e recordou-se de uma das lições de seu pai: para ser um hitman a primeira qualidade é a paciência e assim, permaneceu naquele lugar por horas.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Vish a coisa ta séria para o Tsuna mesmo. Acham que vocês vão querer me bater pelas coisas que Tsuna passa nas minhas histórias, mas saibam que é sempre para trazer situações para entretê-los. ^^
Gostaria de agradecer pela paciência de aguardarem estes capitulo ^^



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Céu Obscuro" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.