Céu Obscuro escrita por Ariadene Caillot


Capítulo 15
Visão além do mundo humano




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A brisa do mar parecia congelar seus ossos antes do amanhecer. Tsuna cruzou os braços na tentativa falhar de aquecer-se enquanto esperava o navio da Vongola vir até o Porto de Marina, em Ibiza. Segundo as informações de Gokudera, havia uma ilha escondida em direção a Hydra na Argélia. Graças às conexões da Vongola, seria mais fácil sair da Espanha do que da Argélia, mesmo sendo mais distante. Tsuna começou a observar o que os amigos estavam fazendo para se distrair do frio: Ryohei estava fazendo seus exercícios matinais, Gokudera revisava o mapa novamente junto a Claudio, Yamamoto estava aos namoricos com a Patrícia que também iria junto com eles, Iemitsu conversava com Reborn. Leonardo parecia recordar alguma coisa com Jack.

Haru, Hana, Nana e Kyoko estavam em uma pequena pousada em Ibiza, Tsuna achou melhor não serem vistas junto a eles em caso da Giustizia estar nas redondezas. Desta vez, Epifania não iria junto a eles, Reborn acreditava tê-los convencido que seu trabalho seria mais convencional procurando a Giustizia do que junto a eles.

—Eles chegaram. –disse Gokudera em relação ao navio da Vongola, assustando Tsuna com sua chegada repentina ao seu lado. –Está ansioso Décimo?

—Com certeza. Daqui a poucas horas serei eu novamente. Obrigado Gokudera-kun!

—Só me agradeça depois que encontrarmos o ancião, Décimo.

—Eu confio nas suas habilidades Gokudera-kun. –e o rapaz sorriu junto ao amigo. Hayato achou que após a barreira imposta pela sua anciã e o desaparecido de Giustizia, haviam feito Tsuna melhorar.

            O grande e imponente navio Vongola aportou e todos subiram. Tsuna olhava o oceano enchendo o seu coração de esperança. Reborn estava certo, ele devia ter tido mais paciência e confiado em seus amigos para localizar os anciões e não em desconhecidos. Mas diferente de todos os outros membros da Epifania, Kenjiro realmente parecia querer somente o seu bem estar, suas palavras pareciam carregar sinceridade.

Avançaram o mar por horas e horas. Gokudera estava junto ao capitão com seu mapa recheado de informações para localização da ilha. Hayato não queria admitir, mas estava receoso em levar uma tripulação inteira para uma ilha que sequer existia no mundo dos humanos.

Na proa, Patrícia estava ao lado de Yamamoto observando o mar quando foi surpreendida por alguém intragável para ela.

—Ei, como você está? –perguntou Claudio para a irmã mais nova.

—Hã... Bem e você?

—Na medida do possível.

—Eu já volto. –disse Yamamoto beijando a testa de Patrícia e saindo logo em seguida. Ele achou melhor deixar os dois sozinhos.

—Marcela não quis vir?

—Ela não sai muito de casa agora desde o que aconteceu com ela.

—Entendo... –Claudio sentiu-se arrependido, aquela foi uma pergunta besta. -Então, o que conta?

—Mudamos de cidade, estou em um colégio bem legal agora e namorando um aspirante a mafioso. E você?

—Consertando meus pecados.

—Sabe que nem tudo pode ser consertado. -disse rispidamente.

—Eu sei. –sorria desanimado. –Mas, estou fazendo o possível.

—A meu ver, você não deveria ter ajuda. Foi Gokudera-kun que localizou este ancião e não você. O outro foi em dicas colocadas em uma carta.

—É uma emergência Patrícia!

—Você nunca foi fã de livros Claudio! Sempre gostou do mais fácil. –debochava. -Antes era somente você nesta tarefa, depois agregou a Céu Selvagem e agora nós, da Vongola, estamos lhe ajudando.

Ele abaixou a cabeça. –Você tem razão. Mas entre deixar Tsuna cair nas trevas ou ser egoísta de apenas eu procurar a solução, prefiro que Tsuna seja purificado.

—Deveria ter convencido Tsuna-kun a retornar para a Itália. Ele não estaria desta forma.

—Tsuna sempre foi teimoso. Quando o convencemos era tarde demais, nós quase o perdemos. Mas desta vez, irei impedir.

Patrícia ri irônica. –Não Claudio, não será você que irá impedi-lo, será ele. –Patrícia se referia a Gokudera.

—Que suas palavras se tornem verdadeiras.

—Impressão minhas ou estamos mais devagar? –Patrícia ouviu Yamamoto comentar.

—Não é impressão, estamos mesmo. –afirmou Tsuna.

—É aqui? –disse Ryohei olhando ao redor.

—Não vejo nada.- disse Yamamoto.

—Calma. Com a ilha dos Simon foi parecido, lembram?-respondeu Tsuna.

—Onde está? Não vejo nada aqui. –disse o capitão para Gokudera.

—Tem certeza que aqui é onde o mapa diz?

—Sim. Segui suas coordenadas.

—Gokudera, você vê alguma coisa? –disse Reborn ao entrar na cabine do capitão.

—Não. Alguma coisa está errada. –e ele saiu para a proa sendo seguido pelos olhares de todos. –“Anciã, não vejo nada”.

Mude o seu olhar Gokudera. – ela respondeu em seus pensamentos. –Use sua conexão com o nosso mundo.

—Ainda não vejo nada. –ele sentiu uma mão forte no seu ombro. Era Leonardo sorrindo para ele. -Eu consigo ver. Concentre-se e verá o que você descobriu.

—É verdade. Há algo lindo ali. –disse Patrícia chegando ao seu lado. –Feche seus olhos. Sinta a energia que ele emana e mistura a sua.

Gokudera olhou bem adiante dele e fechou os olhos. Ele sentia o vento forte do mar resvalando em sua pele, as gaivotas cantando longe e o sol fraco do amanhecer aquecendo seu rosto. As energias eram tantas que Gokudera parecia ser engolido por elas, mas uma chamava a sua atenção, era a mais forte e harmônica que parecia chama-lo para adentro do mar. Ele conseguiu sentir sua presença quase se como tive recebido a permissão para vê-la. Ele abriu os olhos e viu a ilha mais magnifica da sua vida. A natureza era bela, colorida, exuberante, viva e tranquila. Nenhum homem realmente havia tocado tamanha pela beleza com suas mãos destruidoras.

—Pelo sua expressão, você conseguiu enxerga-la. -afirmou Patrícia.

—Tenho que parabeniza-lo. Nunca vi nada igual. –disse Claudio ao dar dois tapas nas costas do rapaz.

—Incrível!!!-dizia Gokudera surpreso.

—Viram alguma coisa? –perguntou Iemitsu.

Gokudera apenas correu entusiasmado para a cabine do capitão e lhe apontou as coordenadas corretas. O Navio finalmente parou, Gokudera, Leonardo e os dois irmãos desceram com um bote até o mar e foram até onde começava a areia. Para os outros tripulantes eram como ver um milagre: quatro pessoas andavam pela água.

Gokudera enviou um sinal ao navio que era seguro eles descerem. Tsuna foi com Reborn, seu pai, Jack e seus dois outros guardiões com outro bote até a margem invisível. Assim que tocaram as mãos dos companheiros em terra, seus corpos vibraram e puderam ver a magnifica ilha.

—Estão sentindo alguma coisa? –Gokudera perguntava aos irmãos.

—Há uma energia familiar aqui, mas não consigo dizer especificamente de onde vem.

A ilha toda está dominada pela energia do ancião. –respondeu a anciã dos dragões nos pensamentos de Gokudera. –É para despistar sua exata localização. Ele sabe que estamos aqui.

“Há alguma forma de atrairmos a atenção dele?”

Há várias, mas incluem destruição. Creio que terá que encontrar uma forma que ele se comunique com essas duas pessoas que possuem a sua energia.

—Vocês não conseguem encontrar a fonte a energia dele?

—Eu não consigo direcionar de qual lado ela vem.

—Vamos para o meio da ilha então. –sugeriu Claudio.

—Ok.

“Eu não consigo localiza-lo? Afinal, também sinto a energia dele.”

Acho improvável para um recém eleito, mas se quiser tentar. Anciões não costumam aparecer nem mesmo para os seus eleitos.

“Mas você disse...”

Eu sei o que eu disse.

“Por que está ao meu lado então?”

Ainda não achei um lugar para ficar.

—Ela está falando com você?-indagou Leonardo.

—Quem? –perguntou Gokudera distraído.

—Sua anciã.

Negue.

—Não.

—Você está quieto.

—Estou fazendo estratégias.

—Ah sim. –Leonardo ri e se afasta se colocando ao lado do filho.

Não afirme para ninguém nesta ilha que consegue falar comigo. Isso pode afastar o ancião.

“Vocês são inimigos?”

Não exatamente, mas não gostamos que outros anciões invadam nosso espaço.

“Mas ele não vai sentir sua presença?”

Eu estou conversando via pensamentos, não quer dizer que eu esteja ao seu lado agora fisicamente.

“Onde você está?”

No navio.

—O que vamos fazer? –indagou Patrícia.

—Poderíamos nos separar?

—Da última vez que fizemos isso Claudio, Gokudera-kun acabou sendo envenenado. Não vou arriscar que novamente aconteça.

—Ninguém deve saber dessa ilha Tsuna. –afirmou Claudio.

Gokudera concordava com o jovem amigo. Ele recusava-se a aceitar que Epifania havia aceitado de bom grado a ficar em Nanimori. Quem sabe que tipo de pessoas faziam parte daquele grupo, até um eleito poderia estar junto a eles. O rapaz somava isso ao fato de a própria também ter localizado um ancião. –Eu concordo com o Décimo.

Vai escolher o lado da destruição, Gokudera?

“Espere e verá.” - Vocês dois não conseguem ter acesso a informações que permitem a chamar o ancião?

—Duvido muito. Acho que nem nosso pai saberia como. -afirmou Patricia.

—Invoquem as suas energias e conectem-se a dele. Vocês precisam achar a fonte do poder.

—Mas Gokudera-kun a energia está muito espalhada.

—A energia está espalhada como uma rede e em algum ponto elas se encontram, não significa que seja a origem.

—Como em uma rede de telefonia ou internet. Será mais difícil para eles a seguirem. –falou Leonardo. –Você acredita que pode haver uma linha mais forte que esteja distribuindo está energia?

—Ou vários pontos que saem da fonte, alguma delas mostrarão o caminho. Afirmou Gokudera

—Então sugiro irmos para lá. –Leonardo apontava o morro no centro. –As linhas terão que se encontram lá para irem ao outro lado.

—Você está sugerindo andarmos no meio da floresta para chegar lá? –dizia Tsuna com medo. –Nem sabemos que tipos de animais existem.

—É isso ou ser corrompido décimo.

Ele respirou fundo e caminhou na frente de todos. –Vamos!

***

            Fabricio estava sentado em sua escrivaninha no quarto, observando os movimentos que fazia com a mão direita. Ele esticou seu braço em seguida e começou a erguer a manga de sua blusa até deixar a amostra o arabesco bordô em seu pulso, ele sentiu um leve pinicar e a tampou novamente.

—O que está fazendo Fabricio-kun?

—Estou entediado Charlotte.

—Queria ter ido para a Espanha junto a Masao e Sakura?

—Com certeza! Eu poderia fazer muito mais.

—Seu tio pediu para que descobrisse o próximo ancião. É uma missão importante.

—Meu tio mandou noticias do meu pai? –indagou ao ver a carta do seu pai em sua mesa.

—Ainda está em recuperação.

—Teríamos mais forças com ele ao nosso lado.

—Ele está ajudando de toda forma.

—Foi tudo por culpa minha ele estar assim, se eu tivesse me defendido ele não teria que ter ido me resgatar.

—O inimigo era forte demais para você. Não se culpe. Ele apenas queria proteger ser filho.

—Mas eu serei um hitman um dia e terei que ocupar o lugar dele no grupo. Eu preciso ser forte, Charlotte.

—E será, quando chegar a hora.

Fabricio levantou e foi até a soleira da porta. -Irei voltar à busca pelo ancião.

Charlotte sorriu em simpatia. –Farei um chocolate quente então.

***

            Tsuna se jogou na grama úmido de cansaço. Suas roupas estavam arranhadas e cortadas, seu corpo molhado de suor e sua respiração ofegante. Iemitsu sentou ao seu lado do mesmo estado enquanto Reborn respirava o ar puro da tarde.

—Que vergonha Tsuna, um chefe não pode demonstrar cansaço perante aos outros. -afirmou Reborn.

—Me deixe em paz, Reborn. Duvido que não esteja assim também.

—Posso até estar, mas não revelo.

—Vocês demoraram. –disse Leonardo sorridente.

—Tome décimo, trouxe água.

Tsuna tomou um gole e olhou para Gokudera, Jack e os irmãos. Eles pareciam perfeitamente normais como se apenas tivesse andado algumas quadras. -Vocês não parecem cansados.

—Ser um eleito tem suas vantagens. –afirmou Leonardo.

—Pessoal, venham ver isso. –Chamou Patrícia.

Ela se referia a tênues linhas azuis que passavam por toda parte da ilha se cruzando em um ponto. Leonardo e Gokudera estavam certos.

—O que vocês viram? –indagou Tsuna.

—As linhas de energia décimo.

—Como iremos se conectar a isso, Patrícia? Não é um símbolo cravado em algo físico. –falou Claudio.

—Poderiam fazer ao estilo de ritual de invocação? –sugeriu Leonardo.

—Não resolveria.

—Há algo físico que essas linhas atravessam juntas? –indagou Reborn.

—Aquela árvore. –apontou Jack.

—Hum... Poderíamos utilizar como fonte de energia. –concluir Patrícia.

—O problema é podemos se conectar com a energia da árvore e não das linhas em sí. –afirmou Claudio.           

—É a árvore mais alta, mais brilhante e possuiu uma aura diferente. Com certeza é ligada a energias. –afirmou Patrícia perdendo a paciência com Claudio.

Claudio se aproxima da árvore, encontra uma das suas mãos e profere algumas palavras e é repelido na hora. –Merda, ela é forte.

—Poderíamos tentar acessar a alma.

—Nunca fizemos isso em árvores. Sabe se o que lá pode acontecer.

—É um ser vivo como qualquer outro. –Respondeu rispidamente. Patrícia faz o mesmo que Claudio, mas proferindo palavras diferentes. Um símbolo surge adornando o tronco da árvore. A mente da jovem é invadida por uma aura serena e gentil, ela sentia todo o peso da ilha em seus ombros e costas. Logo mais uma presença surgiu e era o seu irmão que ficou embebido pelas maravilhas que sentia vindo da árvore.

Os dois através das folhas seguiram até as duas linhas mais fortes que cortavam aquele ser vivo e as seguiram. Claudio conseguiu ver e ouvir as mais exóticas criaturas de sua vida e Patrícia ouvia as vozes ecoando das plantas como um coral magnifico.

Ambos foram levados até uma extensa cachoeira escondido em meio à mata, protegida pelas plantas e animais. Aquela era a origem da vida e da magia daquela bela ilha. Alguém em um extenso manto caminhava em volta do lago, com passarinhos em seus ombros, as árvores o reverenciavam e as flores ganhavam cores ao longo dos seus passos.

—Então...Conseguiram me localizar... –dizia o homem para os dois irmãos e logo foram expulsos daquele estado glorioso.

Gokudera, Jack e Leonardo conseguiram sentir a energia os chamando. O caminho se abriu em meio à mata e a cada passo do grupo, olhares de curiosos animais surgiam ariscos e prontos para qualquer passo em falso. O barulho da água logo surgiu e o homem de manto os observava descer para a bela cachoeira.

—Dois filhos de um eleito meu. Interessante à forma como me encontraram. Vejo que sabem usar as habilidades que lhes dei através de seu pai. –ele parou diante de Claudio. –Mas usar bem as habilidades não quer dizer usar em sua própria ganância.

—Peço perdão. Estou tentando em redimir.

—Seu coração é ainda muito envenenado. Terá que se aplicar muito para purifica-lo.

—Eu o farei.

—E o que mais temos por aqui. Um eleito da Cura e seu filho e um recém-eleito dos dragões. –ele parou diante de Gokudera. –Eu sei que está aí, Scarlet.

—Você sempre nos acha. Incrível Jhon. –disse a anciã surgindo ao lado de Gokudera.

—Não estava no navio? –indagou Gokudera com estranhamento.

—Isso foi há alguns segundos atrás. Acha que perderia de ver essa figura?

—Acompanhando o seu eleito? Alguém parece estar com dificuldades para encontrar um novo local.

—Fiquei muitos anos em uma caverna, decidi dar um rolê por aí.

O ancião da natureza apenas balança a cabeça, voltando sua atenção para Tsuna e Jack. –As almas de vocês não parecem muito boas, especialmente a sua. –Apontou para Tsuna. – Interessante. O Ancião da Cura lhe deu energia e a dos dragões lhe deu um escudo. O que querem de mim?

—Ancião da Cura? –falou Leonardo. –Não o encontramos.

—Há rastro de energia dele aqui. -disse Jhon.

—É verdade. Percebi assim que olhei para ele na primeira vez. –afirmou Scarlet.

—Mas enfim, meu tempo é precioso. O que querem comigo?

—Conseguiria purificar nossas almas?-indagou Tsuna.

Jhon riu intensamente, cessando abruptamente. –Está de brincadeira? Purificar sua alma seria a mesma coisa que despoluir o Oceano Pacifico. Impossível.

—A idade chegando, Jhon?

—Creio que você também não conseguiu Scarlet.

—Um fato que não posso discordar. É como falei, o único jeito é elegê-lo. Faça o seu trabalho Jhon.

—Não somos compatíveis.

—De novo essa história!?-falou Tsuna rispidamente.

—Eu até poderia elegê-lo, mas você tem apenas 2% de sucesso. Eu posso acabar terminando de corrompê-lo.

—Faça!

—Não. Eu sei muito bem o que acontecerá se você se corromper. Não é assim que eu trabalho.

—Mas o que eu preciso para ser compatível?

—Você até seria compatível garoto, o problema é que o estado da sua alma dificulta tudo. Creio que foi o caso da Scarlet.

—Não. Ele não era nada compatível mesmo. A alma dele não seria um problema tão grande para resolver, mas a incompatibilidade iria corrompê-lo. –disse sentada em uma pedra assoprando algo parecido com dente-de-leão, logo fez uma careta quando as sementes não voaram.

—Então eu não tenho esperança?

—Bem, existem ao todo 12 anciões.

—Vou te denunciar ao nosso sindicato por revelar informações nossas. –disse Scarlet.

—Quieta. De todos os 12 existem apenas quatro anciões que poderiam resolver o estado da sua alma.

—Quais?

—Anciã dos dragões.

—Presente! –Scarlet ergueu a mão.

—Eu, da luz e da água.

—Para o estado dele, seria bom encontrar a anciã da Luz. Quase certeza que ela conseguiria. É a mais forte de nós nesse quesito. –afirmou Scarlet.

—Ninguém sabe dela a centenas de anos, nunca mais elegeu alguém. Creio eu o risco dele se corromper com o ancião da água seria menor.

—Se você diz.

—O que posso fazer por você é o mesmo que Scarlet. Lhe darei um escudo que ajudará a minimizar os efeitos da escuridão em você. –o ancião encosta a mão em sua cabeça e um arabesco verde surge. Tsuna sente algo bom e tranquilo em si.

—E quanto a você...-Dizia para Jack.- Eu posso purifica-lo. –e os olhos do garoto brilharam.

Ele encostou a mão na testa do rapaz e seu corpo ficou cheio de arabescos verdes que brilhavam diante de todos. Ele sentiu algo que combatia a escuridão em seu peito, as sensações ruins começaram a desaparecer, assim como a agonia, a depressão, inveja, entre outros.

Havia sorrisos em todos menos no rosto de Tsuna, o único sentimento que prevalecia era a inveja. –Complicado não é mesmo? ­–falou o seu lado obscuro na sua mente. –Você não é digno para receber a luz novamente então porque não abraçar a noite? Por que ir atrás de mais um ancião para apenas ver mais um amigo seu se tornar mais forte do que você? – “Não! Não posso pensar assim, pois afinal é o meu destino tornar-me o mais poderoso chefe da máfia e ser um eleito pode me proporcionar isso.” - respondeu a si mesmo e um sorriso sarcástico surgiu em sua face.

Tsuna não havia notado, mas Gokudera e Scarlet o observavam, o rapaz havia conseguido sentir a escuridão batendo contra os escudos de sua anciã, fazendo ambos temerem pelo que vinha pela frente.

Horas mais tarde, eles retornaram para Ibiza e foram descansar na pousada. Gokudera estava em seu quarto com as luzes apagadas, sentado diante de uma grande janela que dava para o mar. O luar acalmava sua alma que temia pelo futuro e sua decepção.

—Olá, Haru pode entrar?-indagou Haru. Gokudera não havia percebido alguém bater na sua porta.

—Claro, venha aqui. –disse sorrindo.

Haru senta ao seu lado e encosta sua cabeça no ombro do namorado. –Gokudera-kun parece desanimado.

—Levei o Décimo para o ancião errado.

—Não tinha como Gokudera-kun saber.

—Eu sei mas... O escudo que minha anciã colocou não vai durar muito e só perdemos tempo com a viagem. Eu não estou usando as novas habilidades de forma adequada.

—O que importa que Gokudera-kun está se esforçando.

—Haru, nosso futuro está praticamente em minhas mãos.

A moça move-se ficando de joelhos diante dele com suas mãos delicadamente postas no rosto do rapaz fazendo ele focar-se em seus olhos.

—O Gokudera-kun que a Haru conhece não desistiria por obstáculos, porque tem confiança e luta por tudo quer. É por isso que Haru sabe que o Gokudera-kun será um excelente braço direito. Agora terá que ir atrás de outro ancião e vai encontrar, porque Gokudera-kun não irá desistir e Haru não vai deixar.

Ele sorri. –Mas Haru...

—Sem mas! –e ela o beija. –Haru que não quer ouvir.- Gokudera a puxa deixando ela em seu colo e a beijando novamente.

—Obrigado. –disse colocando uma mecha do cabelo dela atrás da orelha.

—Haru só falou a verdade.

Ele ri. –Porque a Haru quer ser a dona-sabe-tudo. –ele a aconchega mais perto dele.

—Haru sabe das coisas. –E o beija, evoluindo para algo mais selvagem, os típicos beijos que ela adorava e já fazia algum tempo que não os recebia.

—Perdão por ficar tão longe de você...-ele cochicha no ouvido dela fazendo cócegas e logo beijando o seu pescoço não deixando Haru dar respostas. Ela sentia as mãos dele descendo até sua saia e empurrando o corpo dela para ainda mais perto do dele. Uma das mãos do rapaz começou a desabotoar a sua camiseta e seus beijos desciam até próximo aos seios. Haru escutou o seu sutiã se abrir e ser tirado do caminho.

—Gokudera-kun...-Haru sentia um misto de prazer e timidez, ela não conseguiu completar a frase quando beijou forte o seu peitoral.

A jovem logo se deu conta de estar puxando a camiseta dele, insinuando para que ele também a tirasse e ele o fez. Era prazeroso estar em toque com seus músculos definidos adquiridos pelas lutas que a máfia o fazia passar, eles aumentavam com o tempo e Haru ficava sem fôlego ao tocá-los. Seus pensamentos estavam confusos e insinuantes, apenas pensava no prazer e no carinho que recebia naquele momento. Haru queria mais e mais, aquela noite poderia ser eterna.

Ela sentiu sua pele se afastar do peitoral de Gokudera e seus beijos quentes haviam sidos interrompidos. O rapaz há observava um pouco sem fôlego e Haru voltou a sentir timidez ao ver sua expressão de prazer quando a olhou nos olhos.

—Melhor pararmos... Eu sei... Eu sei que vou perder o controle se continuarmos...

Haru o observou e sorriu em compaixão. Deu-lhe um breve beijo levantando-se logo em seguida. Ela ficou de costas para ele e Gokudera pode observar a linda silhueta que ela tinha e como seus cabelos sedosos encostavam-se à sua pele macia e quente. Por ele, continuaria a toca-la, mas jamais faria algo que Haru se arrepende-se, aquela era uma decisão dela. Ele pegou sua camiseta do chão e levantou-se. Gokudera percebeu que a Haru parecia reflexiva ainda estando de pé no mesmo local sem se mover.

Ela inesperadamente soltou seus cabelos logo e veio até ele com a as bochechas vermelhas com os braços cruzados cobrindo os seios em timidez, o medalhão que ele deu a ela brilhava elegantemente com o luar. Ela ainda estava mais linda daquela forma para o rapaz. A moça parou diante dele, colocou uma mão em seu peito e o empurrou devagar para trás, ele não se importou em olhar para onde, pois estava hipnotizado pela beleza dela. Ela parou de forçá-lo e sua mão desceu até ele escutar seu cinto ser aberto e em seguida seu corpo ser jogado para trás caindo na cama.  Haru veio logo em seguida por cima dele, seus longos fios tocando a sua pele fazendo cócegas. Ela passou seus dedos nos lábios dele e sorriu.

—Então perca o controle... -sussurrou ela. Gokudera rapidamente a puxou para um beijo fervente e a colocou por baixo dele. Haru se deu conta minutos depois ambos estavam nus e ele a beijava no pescoço e ia descendo lhe dando sucessivas ondas de prazer. Ele logo a olhou nos olhos e a beijou nos lábios entrelaçou sua mão na dela e Haru gemeu automaticamente em seguida.


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