Doppelgangler escrita por MarcosFLuder


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Essa fanfic é um crossover entre Arquivo-X e uma série exibida na mesma época: Sliders. Não era tão famosa quanto Arquivo-X foi, tanto que não está relacionada entre as séries na caixa de categoria. De qualquer forma, caso algum antigo fã dessa série leia essa fanfic, gostaria de deixar claro que só vi o episódio piloto de Sliders, que por sinal achei ótimo , se eu tiver escrito qualquer bobagem a respeito dessa série , desde já apresento as minhas desculpas. Eu também gostaria de deixar aqui um agradecimento a Alice Prince, pela capa maravilhosa que fez. Ela tem uma página no facebook onde oferece esse trabalho aos autores que como eu não tem jeito para isso. Recomendo a todos.



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SÃO FRANCISCO

2:35 Pm

Uma senhora de meia idade chega em sua casa, vinda das compras. Ela abre a porta e entra tendo sua atenção chamada para uma discussão que vem da cozinha. Ela reconhece a voz do seu filho , que está muito assustado, e depois ouve um tiro. Ao entrar na cozinha sua primeira visão é a do seu filho caído, com uma bala na cabeça, ela se abaixa desesperada.

— Meu deus! O que fizeram com o meu filho? – ela olha para o atirador e tem um choque ainda maior – meu deus! Isso só pode ser um pesadelo!

— Não é pesadelo “mamãezinha” – disse o atirador, que era exatamente idêntico a seu filho. O agressor vai embora, deixando a Senhora Mallory gritando desesperada.

SEDE DO FBI

WASHINGTON D.C.

UMA SEMANA DEPOIS

A agente Scully segue pelos corredores do FBI e enquanto equilibrava as duas sacolas de comida chinesa. Ela não conseguiu evitar de pensar no quanto a sua parceria, recentemente formada, com Mulder começava a mudar os seus hábitos. Antes de entrar para o Arquivo-X, nunca foi de misturar o trabalho com almoço, mas agora, volta e meia, acontece dela e de Mulder terem de almoçar no seu escritório do porão enquanto examinavam um caso qualquer que tinham nas mãos. Quando chegou lá o seu parceiro já estava com todos os dados de um novo caso prontos para serem mostrados a ela.

— O nome do sujeito é Quinn Mallory – disse Mulder, mostrando a foto para sua parceira – ele sofreu um atentado em sua casa e está na UTI do hospital de São Francisco.

— O que isso tem haver com o Arquivo-X? – pergunta Scully.

— Aparentemente nada – disse – se não fosse pelo testemunho da mãe da vítima a respeito do autor do atentado contra o filho.

— O que ela falou?

— Ela disse que o responsável pelo atentado foi alguém idêntico ao filho dele.

— Um irmão gêmeo?

— Essa hipótese foi aventada pela polícia, mas o hospital onde Mallory nasceu negou o fato.

— A Senhora Mallory viu o filho ser baleado – disse Scully – ela pode ter ficado em tal estado de choque que acabou criando uma alucinação.

— O depoimento dela foi considerado consistente – disse Mulder – é uma mulher sem qualquer histórico de problemas mentais e que goza de boa reputação com os vizinhos... enfim não é o tipo de pessoa que sairia por aí inventando uma história maluca.

— Aqui diz que o detetive encarregado do caso solicitou a nossa ajuda por causa da Senhora Mallory – disse – Scully – ela insiste que um Doppelgangland está por trás desse atentado.

— Muita gente acredita que todos nós temos um duplo Scully... alguém que pode ser o nosso pior inimigo.

— Isso é uma lenda Mulder – disse Scully – ainda prefiro acreditar numa teoria mais plausível, como um irmão gêmeo desconhecido.

— De qualquer forma temos uma viagem marcada para São Francisco – disse Mulder, colocando as passagens na mesa.

SÃO FRANCISCO

O carro alugado pelos agentes Mulder e Scully para em frente a casa da Senhora Mallory, que os recebe com muita ansiedade.

— Entrem por favor.

— Nós fomos informados do seu caso Senhora Mallory – disse Mulder – viemos ouvir a sua história.

— Vou ter que contar tudo de novo meu deus!

— Nós só poderemos ajudá-la se soubermos exatamente o que aconteceu – disse Scully.

— Eu entrei em casa e ouvi uma discussão vinda da cozinha, e logo depois um tiro – disse – quando entrei lá vi o meu filho caído – faz uma pausa para se recompor – quando eu olhei para o homem que atirou nele eu vi que era outro Quinn Mallory que estava na minha frente.

— A senhora tem certeza que não deu a luz a gêmeos? – pergunta Scully

— Já me fizeram a mesma pergunta e eu disse não.

— Ele pode ter sido separado da senhora logo após o nascimento – insiste Scully.

— A polícia já esteve no hospital onde dei a luz, e eles negaram essa possibilidade.

— É o mesmo hospital onde seu filho está internado? – pergunta Mulder.

— É sim agente.

— Soubemos que seu filho era um aluno brilhante!

— É verdade agente Mulder! Ele costuma usar o porão de casa como laboratório.

— Podemos dar uma olhada?

— Claro venham comigo.

Eles descem até o porão e a primeira coisa que chama atenção dos agentes é o quadro negro com uma série de fórmulas matemáticas.

— O que será isso Scully?

— Parece física quântica – disse – só que extremamente avançada.

— Esse cara com certeza é um gênio.

— É o que todos os professores diziam dele.

— Talvez isso tenha alguma relação com o atentado que ele sofreu – dirige-se a senhora Mallory – o seu filho mantinha anotações a respeito do seu trabalho? – a senhora Mallory confirma com a cabeça.

— O que pretende fazer com essas anotações Mulder? – pergunta Scully.

— Vou mostrá-la para um dos professores dele – disse – quero que ele me diga o que significam – Mulder e Scully vão embora sem perceber que alguém está vigiando a casa e só espera eles saírem para entrar pelo porão; alguém idêntico a Quinn Mallory.

UNIVERSIDADE DE SÃO FRANCISCO

— Onde vocês conseguiram essas equações? – pergunta o Professor Arturo.

— Com um estudante dessa Universidade chamado Quinn Mallory – disse Mulder.

— Eu soube que ele sofreu um atentado.

— Ele é seu aluno? – pergunta Scully.

— Sim! E o melhor que eu já tive – disse – ele é um dos alunos mais brilhantes que já passaram por essa universidade.

— O que significam essas equações Professor Arturo? – pergunta Scully.

— Segundo eu vejo aqui agente Scully, o jovem Mallory estava trabalhando com a teoria dos universos paralelos.

— Universos paralelos? O senhor acredita nisso? – pergunta Scully.

— É mais uma especulação do que propriamente uma teoria – disse Arturo – mas algumas pessoas acreditam na possibilidade de existir uma infinidade de universos, paralelos ao nosso, em cada um deles existindo uma terra igual a nossa.

— O senhor acha que Quinn Mallory é uma dessas pessoas? – pergunta Mulder.

— Mais do que acreditar ele quer provar essa teoria!

— Como assim?

— Os cálculos estão incompletos, mas da para ver que ele estava desenvolvendo um meio de abrir uma passagem entre os universos.

— O senhor acredita que ele fosse capaz de conseguir? – pergunta Mulder.

— Duvido muito – disse Arturo devolvendo as equações na hora em que o telefone de Mulder toca.

— Mulder falando... nós já estamos indo – desliga e fala com Scully – alguém invadiu a casa de Quinn Mallory e com certeza estava atrás das anotações dele.

HOSPITAL DE SÃO FRANCISCO

— Procure falar com calma senhora Mallory – disse Scully.

— Ele voltou para pegar as anotações do Quinn – disse, muito nervosa – eu disse que vocês haviam levado e ele ficou nervoso e me agrediu... quando acordei a casa estava toda revirada e ele havia ido embora.

— Foi a senhora que chamou os paramédicos? – pergunta Mulder

— Não faço a menor ideia de quem fez isso – disse – talvez um dos vizinhos.

— Não se preocupe senhora Mallory – disse Scully – temos um guarda vigiando o seu quarto e outro no do seu filho... seja quem for o responsável vocês estão a salvo.

— Ele é idêntico ao Quinn, mas não é o meu filho – disse – ele é mau... não sei como não me matou.

Do lado de fora do hospital um casal observa a entrada de pessoas, tentando ver se reconhecem alguém.

— Acha mesmo que ele virá aqui? – pergunta a mulher.

— Com certeza – responde o homem , idêntico a Quinn – ele é um louco obsessivo, e não vai descansar enquanto não acabar com todos os sósias que encontrar.

— Isso é uma loucura Quinn – disse – matar todos os Mallory só para ser o único que desliza pelas dimensões

— Nunca imaginei que existisse um mundo em que o meu duplo era um psicopata, mas ele existe Maggie.

— O que vamos fazer com ele quando encontra-lo?

— De um jeito ou de outro temos que detê-lo – disse – você viu o que aconteceu na casa... se não fosse por nós dois ele teria matado a mãe do meu duplo.

— Fico imaginando como ele tratava a mãe dele no seu mundo.

— Será que ele tinha mãe nesse mundo? Isso não importa agora! Nós temos que detê-lo de uma vez.

 

**************************

 

Scully termina de conversar com a Senhora Mallory e sai para encontrar Mulder, que volta da UTI, onde Quinn está internado.

— As chances dele não são nada boas – disse – segundo os médicos a bala atingiu o cérebro e mesmo que sobreviva as sequelas serão graves.

— Fico com pena da mãe dele – disse Scully.

— Por isso mesmo temos que pegar o desgraçado.

— Você acredita na história dela?

— Porque não acreditaria? A Senhora Mallory pareceu a você uma mulher perturbada? Alguém que fica tendo alucinações?

— Ela me pareceu uma mulher lúcida e coerente Mulder – disse – mas a história que insiste em manter não tem cabimento algum.

— Porque não aceitar a possibilidade de um Doppelgangland ser o responsável pelos atentados?

— Não pode estar falando sério Mulder?

— Nós já conversamos sobre isso Scully!

— E eu já disse o que pensava! Tudo isso não passa de uma lenda!

— Será mesmo? Será que não existem mundos paralelos ao nosso como acredita Quinn Mallory? Será que ele não foi vítima de sua própria teoria?

— Até prova em contrário Mulder, eu ainda insisto em procurar uma explicação mais plausível.

— Um irmão gêmeo desconhecido! Mas o hospital já confirmou que a Senhora Mallory teve apenas um filho!

— Eles podem estar mentindo – disse Scully – de qualquer forma eu consegui o endereço de uma enfermeira que trabalhou aqui na época do nascimento de Quinn Mallory e vou falar com ela.

— Pois eu vou ficar aqui! Tenho certeza que o nosso assassino vai tentar completar o seu serviço.

— Tudo bem nos vemos depois – disse Scully.

Scully estava no estacionamento, indo em direção ao carro, sem notar o casal que a vigiava de longe. Ela abriu a porta do carro quando um homem veio por trás dela e a golpeou, deixando-a inconsciente. O casal que a vigiava de longe notou o fato e foi até o carro tentar socorrê-la, mas o agressor colocou-a no carro rapidamente e saiu em disparada.

— Era ele, tenho certeza Maggie – disse Quinn.

— Mas porque sequestrar uma agente do FBI?

— Eles devem estar com algo que ele quer muito.

— As anotações – disse – ele estava atrás das anotações do duplo de vocês.

— E acho até que sei o que ele vai fazer.

DELEGACIA DE SÃO FRANCISCO

Mulder perguntou para todos na delegacia sobre Scully, mas ninguém soube dizer nada a respeito. Ele já sabia que ela não se encontrara com a tal enfermeira que ia ver, e não dera sinal de vida. Como isso não é do seu feitio, Mulder sabia que algo deveria ter acontecido e estava bastante preocupado. Foi quando o telefone tocou.

— Agente Mulder – disse a voz do outro lado da linha – eu estou com a sua colega, e a menos que não a queira viva é melhor me trazer as anotações que vocês dois pegaram na casa de Quinn Mallory.

— Eu quero falar com a minha parceira.

— Você não está em condições de fazer exigências.

— Você tem algo que eu quero e eu tenho algo que você quer – disse – tecnicamente estamos empatados.

— Está enganado agente Mulder e vou provar – Mulder sentiu um frio na espinha quando ouviu o grito de Scully do outro lado da linha.

— O que está fazendo com ela seu desgraçado?

— Você queria uma prova de que ela estava viva e agora já tem – disse rindo – agora traga as anotações para um depósito na zona oeste* da cidade, anote o endereço – Mulder começa a escrever no papel – nem preciso dizer o que vai acontecer com a sua parceira se eu achar que não veio sozinho agente Mulder. Você tem menos de duas horas, é melhor se apressar – desliga o telefone.

 

Mulder ainda tenta falar com ele mas logo vê que é inútil e trata de pegar as anotações. Ele já está chegando no carro que conseguiu emprestado quando vê o casal parado junto a ele. Mulder reconhece o homem e saca sua arma. Quinn Mallory dá um passo a frente com as mãos para cima.

 

— Antes de fazer qualquer coisa é melhor ouvir o que tenho a dizer agente Mulder.

— Eu não tenho tempo pra isso

— Nós vimos quando ele levou a sua parceira – disse Maggie – tentamos ajudá-la mas não foi possível.

— Não foram vocês que sequestraram a Scully e fizeram os atentados contra os Mallory?

— Nós estamos aqui para deter esse cara – disse Quinn.

— Pois eu tinha quase certeza que esse cara era você.

— De certa forma sou eu, mas de um outro mundo.

— Explique melhor.

— Espero que esteja preparado, pois é a história mais maluca que já ouviu na vida.

— Você não diria isso se já me conhecesse.

— É melhor entrar no carro ou vamos chamar a atenção de alguém – disse Maggie.

— É uma boa ideia – disse Mulder – vocês dois vão na frente – entrega a chave do carro para Quinn e enquanto vão rodando ele vai contando a sua história.

— Eu encontrei um meio de viajar por entre os universos paralelos agente Mulder – disse – são mundos idênticos a esse e com as mesmas pessoas... só que com algumas variações entre si.

— Dependendo das variações alguns mundos são completamente diferentes entre si – disse Maggie – e isso afeta as pessoas também.

— Consegue imaginar um mundo em que o Elvis está vivo agente Mulder?

— E quem disse que ele morreu?

— Pois eu já estive num em que ele realmente estava vivo – disse Quinn – e em outros mundos que você nem imaginaria.

— Deve ser bem legal isso de viajar entre as dimensões.

— Ao contrário agente Mulder – disse Quinn – tudo o que eu quero é voltar para o meu mundo.

— E porque não faz isso?

— Um defeito no aparelho de deslizamento me obriga a vagar por diversas dimensões até achar o meu mundo, e o pior é que arrastei vários amigos nessa confusão.

— Mas a nossa prioridade agora é encontrar e deter o outro Mallory – disse Maggie.

— Outro Mallory?

— Nós o encontramos em um de nossos saltos – disse Quinn – não sei de qual mundo ele é, ou o que aconteceu para se tornar o que é, mas o fato é que ele é um psicopata perigoso.

— O que ele quer afinal?

— Ele quer matar todos os Mallory de todos os mundos que visitar – disse Maggie – ele quer ser o único a deslizar entre as dimensões.

— Por isso ele quer as anotações – disse Mulder – não quer arriscar que alguém complete o trabalho de Mallory desse mundo, caso ele não sobreviva.

— Por isso nós temos que detê-lo de uma vez por todas – disse Maggie – antes que ele faça mais vítimas.

— Ele vai matar a Scully se ver vocês – disse Mulder – não podem ir comigo.

— Você não vai ter chance sozinho agente Mulder – disse Quinn – ele vai matar você e sua parceira assim que tiver as anotações.

— Vai precisar da nossa ajuda agente Mulder – disse Maggie – o que vai decidir?

DEPÓSITO ABANDONADO

Scully estava amarrada a um bom tempo, seus pulsos doíam, e ela não conseguia imaginar em que parte da cidade estava. Tudo o que podia esperar que Mulder chegasse logo, pois a paciência de seu sequestrador diminuía a cada instante.

— Se o seu colega não chegar em pouco mais de meia hora eu vou ter que te matar.

— O que você quer afinal? – pergunta Scully.

— Eu já disse o que quero.

— Essa história que você me contou não faz o menor sentido.

— E como explica a minha presença agente Scully? Porque é tão difícil entender a teoria dos mundos paralelos?

— Se tudo isso é verdade porque você está fazendo tudo isso?

Mallory aproximou-se dela e a olhou nos olhos. Aquela proximidade incomodava Scully, mas ela procurou não demonstrar isso. Ele a investigou com os olhos, admirando-lhe as formas.

— Você é uma mulher bonita agente Scully – disse – deve ter tido uma boa família, e todas as boas oportunidades que as pessoas podem ter, mas pense por um instante e imagine um mundo em que essas oportunidades tenham sido negadas a você. Pense num mundo onde um série de pequenas variáveis a fez ser criada num orfanato, longe de todas as oportunidades que você teve nesse mundo.

— Do que está falando?

— Estou falando de injustiça agente Scully – disse gritando – de saber que você, entre uma infinidade de possibilidades, foi justamente aquele para quem a sorte não sorriu.

— Eu não entendo!

— Olhe pra você – disse – provavelmente uma boa família, pais amorosos e que lhe deram oportunidades para que pudesse ser alguém – aproxima-se dela – mas imagine agente Scully, um mundo onde alguns fatos ocorreram de modo diferente e onde você não é nada além de uma perdedora com uma vida sem sentido ou perspectiva. O que acha que ela sentiria se a visse agora? – alisa o rosto dela que tenta evitá-lo – com certeza sentiria o que eu senti, quando conheci o primeiro Quinn Mallory que viajava entre as dimensões. A mesma inveja... o mesmo sentimento de humilhação... a mesma raiva.

— O que você fez com o primeiro Mallory que encontrou?

— O que você acha agente Scully? – mostra o timer para ela – está vendo isso? É o aparelho usado para deslizar entre as dimensões! Pertencia ao primeiro Mallory que matei.

— Meu deus você é louco! – ele aperta as bochechas de Scully.

— Você acha que sou louco... talvez eu seja mesmo – diz – mas eu também vou ser o único a deslizar entre as dimensões, não importa quantos eu tenha que matar pra conseguir isso – um barulho de carro chama a atenção deles. Mallory vai até a janela e vê Mulder saltando do carro – está quase terminando agente Scully.

Mulder entra no galpão abandonado a procura de Scully, de arma em punho. Ele mantém-se atento a tudo à sua volta,, e quando vê Mallory, aponta-lhe a arma.

— Melhor baixar essa arma agente Mulder – disse – ou não verá sua colega viva.

— Onde ela está?

— Onde estão as anotações?

— Estão aqui – Mulder mostra o envelope – onde está a Scully?

— Primeiro as anotações, depois eu mostro a sua parceira – Mulder coloca o envelope no chão e se afasta enquanto Mallory se aproxima para pegá-lo sendo detido por um tiro de Mulder que passa perto dele.

— Primeiro você mostra a minha parceira – disse Mulder – depois você pega o envelope, ou então eu vou começar a achar que você a matou, e daqui dá pra meter uma bala na sua cabeça com a maior facilidade.

— Não é uma boa ideia agente Mulder – mostra um aparelho de controle remoto – tem uma bomba amarrada na cintura de sua parceira e se eu apertar esse botão ela vai explodir – dá uma risada – impressionante como se pode comprar um brinquedinho desses como se compram frutas numa feira. Taí uma coisa comum entre os nossos mundos agente Mulder.

— De qualquer forma você só pega nesse envelope se mostrar que a minha parceira está viva.

— Pois muito bem agente Mulder, siga-me então – Mulder foi atrás dele e encontrou Scully, amarrada a uma cadeira e com a bomba na cintura.

— Está tudo bem com você Scully?

— Ela está viva – disse Mallory – agora entregue o envelope e sua arma – Mulder aproxima-se de Scully e ao ficar do lado dela, joga a arma e o envelope longe.

— Muito espertinho agente Mulder – Mallory vai buscar o envelope enquanto Mulder aproveita para tirar a bomba da cintura de Scully e desamarra-la – quietos vocês dois.

— Você já tem o que quer – disse Mulder.

— É verdade – coloca as anotações numa bacia com álcool e põe fogo – agora não tem mais deslizadores nesse mundo – mostra o aparelho – vê isso agente Mulder, está quase na hora de ir.

— Para outro mundo? Cometer outros crimes? – disse Scully.

— Vou ser o único deslizador.

— Acho que não Quinn – disse Maggie apontando-lhe uma arma.

— Desgraçados – Mallory atira nela, enquanto Mulder e Scully procuram um lugar para se proteger – pensam que vão me deter – vê Quinn junto a Maggie – você está aí “irmão”, vai me poupar trabalho – aperta o botão do controle remoto.

— Temos que sair daqui – grita Mulder – o lugar vai todo pelos ares.

— Tem razão agente Mulder – Mallory olha para o timer e ele está quase no zero – chegou a hora de partir.

O túnel dimensional é aberto e Mallory está entrando nele quando um tiro dado por Maggie acerta o aparelho que começa a afetar o túnel deixando Mallory sem saber o que fazer.

— O túnel está instável – disse Quinn – o tiro que você deu deve ter acertado o aparelho.

— Esquece isso – disse Mulder – temos que ir antes que o lugar todo vá pelos ares – eles começam a correr até chegar do lado de fora.

 

Dentro do depósito, o túnel dimensional, aberto pelo Mallory maligno, se fecha, deixando-o no mesmo lugar. É com profundo terror que ele vê a sua própria bomba. Mallory procura desesperadamente o controle remoto, mas para seu azar o contador da bomba chegou ao zero antes que pudesse acha-lo. Mulder Scully , Quinn e Maggie já estavam em local seguro quando a bomba explodiu, transformando o galpão abandonado numa imensa bola de fogo.

— O que será que aconteceu com ele Mulder? – pergunta Scully.

— Pelo que eu pude perceber duvido muito que ele tenha conseguido escapar.

— Creio que é a hora da despedida – disse Quinn.

— Vocês ainda tem muito o que explicar – disse Scully.

— Creio que não temos tempo para isso agente Scully – disse Maggie, apontando uma arma para eles.

— Vamos ter que levar o carro de vocês emprestado – disse Quinn, enquanto olha o timer, que está muito próximo do zero – não podemos perder o nosso salto – eles vão embora deixando Mulder e Scully para trás.

DELEGACIA DE SÃO FRANCISCO

DIA SEGUINTE

Enquanto espera por Mulder, em frente a delegacia, Scully atende a um telefonema que a deixa triste, o que Mulder logo nota ao aproximar-se dela.

 

— O que foi parceira?

— Acabaram de me informar no hospital que Quinn Mallory faleceu a cerca de 40 minutos.

— E com as anotações dele destruídas não creio que esse mundo venha a ter o seu deslizador.

— Tudo isso é tão estranho Mulder.

— “As infinitas possibilidades sugerem a existência de infinitos universos” – disse Mulder – você escreveu isso na sua tese de formatura lembra?

— Uma coisa é escrever uma tese Mulder – disse – outra bem diferente é ter a comprovação dessa teoria.

— Só que como quase sempre acontece nos casos que investigamos não há nenhuma prova concreta – disse Mulder – será que em outro mundo as coisas são diferentes.

— Talvez Mulder – disse Scully – mas a minha experiência pessoal me diz que não podemos nos preocupar com essas coisas – sorri para o parceiro – temos que aproveitar o melhor que o nosso mundo nos oferece – Mulder devolve o sorriso. Ele e Scully entram no carro e vão embora.

FIM

*Área totalmente fictícia


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