One Night Stand escrita por Katic


Capítulo 18
Reviravolta


Notas iniciais do capítulo

Desculpem pela demora!!
A história agora vai tomar um rumo diferente... Essa ideia ficou martelando na minha cabeça, mas só agora tive coragem de colocá-la em prática. Espero que gostem! Beijosssss



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Já haviam se passado dois meses desde que eles estiveram na praia. Castle sabia que se fechasse os olhos, podia ver e sentir tudo de novo, era como apertar a tecla de replay na cena de um filme.

A sensação de pele contra pele, os risinhos e gemidos roucos, a marca da mão dela embaçada na janela do carro ou até mesmo a forma que eles acordaram - nus, descabelados e morrendo de frio. Ele não precisava pensar nem duas vezes antes de afirmar com toda a certeza de que finalmente tinha achado a tal pessoa certa que todos vivem procurando.

Porque sim, Katherine Beckett era a sua pessoa. E não é só porque ela acorda toda manhosa e o enche de beijos até que ele acorde, ou por ela ser a pessoa mais fascinante que ele já conheceu, ou mesmo pelo fato de ela encantar qualquer um que se aproxime. Não, não era só por isso. Não era só pelas coisas boas que ele sentia que ia explodir de tanto amor. Era pelo pacote completo. Os seus medos, sua teimosia, seus traumas e até pelas vezes em que ela se esconde em seu próprio mundo. Isso o deixa louco.

Era início de noite e ela estava sentada na cama dele. Cabelos soltos, blusa de uma banda de rock. Ele estava sentando na escrivaninha no canto do quarto, tentando escrever um capítulo para o seu novo livro, mas ficar no mesmo ambiente que ela e não tocá-la era quase doloroso.

– Vem pra cá. - Kate pediu. Parece que também não era fácil pra ela.

Eles tinham essa intimidade louca de se entender por olhares e de sempre querer ficar o mais próximo possível um do outro.

Castle apoiou as costas na parede e esperou que ela enroscasse seus tornozelos nos dele para voltar sua atenção ao livro.

Kate colocou o queixo no ombro dele e acariciou seu braço. Ainda não tinha se acostumado com toda essa situação. Era a primeira vez em anos que tinha um sentimento maravilhoso e constante na sua vida.

Desde que seus amigos pegaram os dois se beijando no sofá e o relacionamento secreto fora revelado, tudo tinha ficado ainda melhor. Ela não precisava mais esperar que todos dormissem para escapar do seu quarto e se jogar debaixo das cobertas de Castle. Ele era tudo que ela sempre quis. Ela já chegou a pensar que, se sua vida fosse um furacão, ele seria seu epcentro.

Mas nem tudo é um mar de rosas. Ainda tinha muita coisa sobre Kate que ele nem sequer imaginava. Coisas que ela tenta esconder até da sua própria sombra.

Um leve tremor percorreu seu corpo e decidiu que não iria pensar nisso agora. Não hoje. Não quando ainda podia observá-lo digitando freneticamente. Não enquanto ainda podia sentir o calor da pele dele na sua.

– Se você continuar me provocando, vou acabar atrasando esse capítulo. - Ele falou, se referindo a mão dela que fazia círculos na coxa dele.

– Desculpa. Prometo que vou ficar quieta.

E ficou mesmo. Tanto é que quando ele teminou de escrever, percebeu que ela tinha caído no sono. As pernas em cima das dele, o rosto com uma expressão pacífica, os lábios avermelhados e mais convidativos que nunca.

Castle não queria acordá-la, mas droga, ele não conseguia se controlar! Se curvou sobre ela, apoiou um joelho de cada lado da namorada, prendendo-a abaixo de si e lhe beijou suavemente. Podia sentir o peito dela contra o seu, a respiração lenta, o cheiro inconfundível que ele tanto ama.

Rick uniu sua boca a dela e não demorou até que ela abrisse um sorriso contra os lábios dele.

– Qual a cor dos seus olhos? - Kate o encarou, deixando que ele olhasse bem para os seus olhos.

– Eu já os vi, aliás amo seus olhos, mas não sei dizer de que cor são. O que diz na sua carteira de motorista?

– Verde.

– Não são verdes.

– São, sim. Por fora.

– E marrons – disse ele. – E cinza na beirada e mel no meio. - Kate deu de ombros e olhou para o pescoço dele. Ainda estava com a marca de um chupão que ela lhe dera alguns dias atrás. Ai, Deus, ela ia sentir falta de deixar marquinhas de chupão pelo corpo dele.

Ele a beijou novamente. Dessa vez não foi um simples roçar de lábios e ambos puderam sentir a temperatura dos seus corpos aumentando. Kate passou os dedos pelos cabelos dele, afagando sua nuca e se afastou um pouco quando sentiu as mãos de Castle por baixo da sua blusa.

Podia ver o desejo em seus olhos brilhantes. Ela sempre achou isso irritante nele. Seus olhos sempre estão brilhantes demais, como os de uma criança na manhã de Natal.

A barba dele estava começando a crescer e Kate simplesmente não resistiu e acariciou o nariz dele com o seu, para em seguida morder seu queixo, depois seu lábio inferior, o que provocou no escritor um gemido misturado com gargalhada.

– O que vai fazer nas férias? – ele perguntou. - Vai aceitar meu convite de ficar viajando pelas estradas da Califórnia?

– Hm… eu… eu ainda não decidi. - Rick sentiu a postura de Kate mudar abaixo de si, sentiu o nervosismo que emanava dela e não conseguiu esconder a cara de decepção. Era sempre a mesma coisa, a mesma resposta e a mesma reação quando lhe perguntava sobre as férias. Ele não sabia mais o que fazer.

– Vou pelo menos te ver?

– Já te falei. Ainda não sei. - E novamente, ela estava desconfortável. - Bom, vou dormir no meu quarto hoje. - Kate saiu debaixo dele e levantou, puxando sua blusa para baixo.

– Kate… - ele segurou o braço dela, seus olhos imploravam por uma explicação para tudo aquilo.

– Boa noite, Castle.

– Me diz o que está acontecendo… Mas que droga, Beckett! Eu só posso te ajudar se você me falar o que é que tá te deixando assim. - ela podia sentir o choro se formando na garganta, mas já tinha decidido que não o deixaria se envolver nessa história.

– Não tem nada acontecendo. - sua voz saiu mais rude do que ela esperava.

– Toda vez que eu te pergunto sobre as férias você fica nervosa, como se algo ruim fosse acontecer. Você está faltando as aulas, tirando notas baixas e as vezes te procuro no meio do dia e ninguém sabe onde você se meteu! Isso não é normal. Eu te conheço.

– Para de achar que me conhece, Castle! Para de tentar entender cada suspiro que eu dou, cada decisão que eu tomo.

– É isso que você quer? Que eu pare de me importar com você? - os olhos dele transbordavam de raiva.

– É exatamente isso que eu quero. - Deu uma última olhada nele antes de sair do quarto. Tinha tanta coisa acontecendo de uma só vez que ela não conseguia organizar nem mesmo seus próprios pensamentos.

Foi pra cozinha, tentando controlar a vontade louca de chorar.

– Ouvi os gritos. - Lanie estava sentada em uma das cadeiras altas do balcão. - Não sabia que vocês brigavam, pensei que era todo tempo beijos, unicórnios, corações e arco-íris.

Beckett apenas revirou os olhos e apoiou os cotovelos no balcão. Sentia o estômago revirando.

– Foi tão ruim assim? - ela arregalou os olhos e abraçou os ombros da amiga.

– Lanie, eu não sei como contar pra ele… Isso tá virando uma enorme confusão.

A futura médica não disse nada, apenas ficou abraçando Kate até que ela se acalmasse. Sabia que a vida dela estava uma verdadeira bagunça, mas não iria questionar a decisão dela de não contar o que estava acontecendo para o namorado.

Beckett sentiu o celular vibrando no bolso do short e estranhou a ligação tanto pelo horário quanto pelo número desconhecido.

– Katherine Beckett?

– É ela.

– Sou enfermeira do St. Claire. Você está listada como contato de emergência do senhor Beckett.– ela sentia como se seu coração tivesse ido parar na garganta. Não, isso não podia estar acontecendo. Não de novo. E se dessa vez fosse pior? Ela não ia aguentar outra coisa ruim na sua vida. Ela não ia aguentar mais uma perda.

– Ele é meu pai. O que aconteceu? - sua voz estava falhando, e o choro que já estava acumulado, agora estava lhe dominando.

– Ele está internado. Coma alcoólico. Ainda não sabemos como ele irá reagir ao tratamento.

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– Droga. – ela pôs as mãos no topo da cabeça. – Droga, droga, droga. - Beckett saiu resmungando baixinho atrás da sua bolsa e quando voltou pra cozinha, Lanie já estava com as chaves do carro na mão. - Não precisa fazer isso. Eu pego um táxi, sei que você tem aula cedo.

– Nem pensar, Kate! Eu não vou te deixar sozinha.

– OK. Vamos lá. - era inútil discutir com Lanie.

– Não vai falar pro Rodgers?

– Não. Essa luta não é dele.

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– E então, como ele tá?

– Cheio de máquinas ao redor dele… Tem um tubo saindo da boca do meu pai! - Lanie apoiou Kate nos seus braços antes que ela despencasse e a levou até uma das cadeiras da sala de espera.

– Ei, calma… Ele vai ficar bem, ele sempre fica. Essa já é o quê, a terceira internação do seu pai nos últimos dois meses?

– Quarta. Mas ele nunca tinha ficado tão mal. - Beckett passou a mão no rosto, tentando se livrar das lágrimas. - Eu só estou… tão cansada. Tão cansada de sair colhendo os caquinhos do meu pai só pra depois ele fazer essas idiotices. Tô cansada de inventar mentiras pro Rick sobre aonde eu me meto quando devia estar na aula. Eu achei que era forte pra aguentar tudo isso, mas não sou. Não o suficiente.

– Por que você não conta tudo pra ele? Tenho certeza que ele vai tornar tudo mais fácil.

– Esse é o problema! Ele vai interferir e isso vai acabar atrapalhando a vida dele e Lanie… eu não posso estragar a vida do Rick! Olha, ele vai lançar um livro daqui sete dias e tá começando a escrever a sequência. Já é um dos escritores mais famosos do país. Se eu contar pra ele o que está acontecendo…

– Ele vai jogar tudo pro ar só pra ficar do seu lado.

– Não vou deixar isso acontecer.


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