Não Vou Controlar escrita por Stewartnic


Capítulo 5
Primeiro dia de aula


Notas iniciais do capítulo

Gente, desculpa por demorar pra postar, ainda não estabeleci um dia certo de postagem, mas se eu não conseguir postar antes, pelo menos sempre vou postar um novo cap toda segunda. É que eu to no fim de semestre e é complicado. Fico sem tempo... Mas não abandonei a fic não gente! To aqui! Não me abandonem viu moças. To amando cada comentário de vocês, todos são lindos, instrutivos, gosto muito!
Agora vamos ao capítulo, boa leitura!



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Capítulo 5 – Primeiro dia de aula

Pov Marina

O final de semana que seguiu a sexta-feira do jantar foi extremamente angustiante. Eu queria muito falar com ela outra vez, no entanto não me vinha coragem, nem mesmo de chama - lá no WhatsApp. E se ela achasse que eu estivesse a incomodando? Perseguindo-a ou algo do tipo? Então resolvi não me manifestar, só que aquilo doía. Fui até a minha janela e olhei para a dela algumas vezes e nada, parecia que ela tinha sumido ou até mesmo que nunca tivesse existido. Eu já estava pirando.

Pov Clara

O meu primeiro final de semana na casa nova — que na verdade mal passei em casa — foi todo em função de procurarmos uma nova igreja. Demorou quase um ano para que a minha mãe finalmente achasse uma que a agradasse de verdade e a única coisa que eu estava me importando no momento era o quanto eu queria falar com ela, mas que mesmo querendo eu não sabia o que falar. Eu até pensei em perguntar a ela qual igreja a família dela ia, mas logo em seguida percebi que eles não pareciam o tipo de gente que precisava quase morar em uma igreja para acreditar em Deus, então desisti. Quando cheguei em casa já estava meio tarde e mesmo assim eu olhei para a janela dela, mas nada via. Eu estava enlouquecendo até que tomei coragem e peguei o meu celular.

Pov Marina

Já era domingo à noite quando senti meu celular vibrar por baixo do travesseiro. Era uma mensagem dela.

“Boa noite! Desculpa eu estar te chamando tão tarde, mas queria avisar que as minhas aulas começam amanhã, então pensei de a gente marcar uma hora para irmos juntas, slá...”

Li a mensagem com o sorrindo crescendo cada vez mais em meu rosto. Estávamos finalmente se falando de novo e dessa vez a iniciativa vinha dela.

Pov Clara

Eu acabara de mandar a mensagem e já estava arrependida e morrendo de vergonha. E se ela dissesse não? Se bem que essa ideia de irmos juntas foi ela mesmo quem deu, mas e se ela simplesmente não me respondesse? Senti meu celular vibrar e em troca o meu coração também apitou.

Pov Marina

Pensei em dizer o quanto eu estava loucamente feliz por ela ter dado finalmente um sinal de vida, mas apenas respondi:

“Claro! Acho uma ótima ideia. Que horas que você acha que precisa sair de casa amanhã?”

“Ah, umas 06:00h eu acho, já que é o meu primeiro dia. Fica muito cedo pra você?” — Ela respondeu. Puta que pariu, meia hora antes? Se eu já saía de casa quase que me arrastando de sono antes, imagina as 06:00 da manhã.

“Não fica cedo não Clarinha, estarei na frente da sua casa essa hora então.” — Mas pensando bem, se ela me pedisse para ir umas três da manhã, eu iria.

“Ta bom então Mari. Boa noite, amanhã a gente conversa melhor.”

“Boa noite, até amanhã ♥”

“Até ♥”

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Era cinco horas e eu já estava de pé, querendo vê-la o mais rápido e o quanto antes. Vesti uma regata cinza e solta, uma calça preta igualmente solta ao corpo e por último — depois do café — coloquei meus óculos e passei meu batom vermelho.

Pov Clara

Era cedo, mas eu já estava super disposta e ansiando para vê-la. A parte mais difícil foi me vestir. Eu olhava para o meu uniforme e para as roupas que eu podia vestir para ir para escola e um desespero tomava conta de mim. Mas por mais que o uniforme fosse horrível, eu optei por ele já que mesmo que eu estivesse horrorosa, a culpa não seria de alguma escolha mal feita que eu havia feito, mas sim dele.

Como minha mãe havia acordado cedo para preparar o café para mim eu tive que esperar algum tempo para sair de casa. Não queria que ela visse a Marina. Pelo menos não naquele momento. Marina era especial. Não era uma pessoa para minha mãe botar os olhos e odiar. Esperei ela voltar para o quarto e saí, ansiosa.

Pov Marina

Eu havia chegado na frente da sua casa — despencando de sono — cinco minutos antes do combinado, então resolvi sentar na calçada e só a vi quando ela já estava abrindo o portão. Ela vestia um uniforme. Ele era azul claro que tapava quase todo o seu corpo e eu só podia estar doente, pois apesar do uniforme ser super cafona, eu achava que ela havia ficado extremamente sexy nele.

— Clarinha! Bom dia! — Falei sonolenta, mas com um sorriso no rosto.

— Bom dia Mari — Ela falou enquanto fechava o portão e segurava a sua bolsa ao mesmo tempo. — Já sei, você não é muito fã de acordar cedo né? — Ela falou sorrindo e com uma careta no rosto quando finalmente se virou, fazendo com que eu verificasse a minha roupa rapidamente, vai que eu tivesse colocado alguma coisa do avesso ou algo do tipo.

Pov Clara

Ela estava linda, como sempre, mas a sua voz estava um pouco arrastada e quando cogitei a hipótese de ela não gostar de acordar cedo, Marina começou a olhar para sua própria roupa toda assuntada, o que me fez dar uma risada quando percebi o que ela estava fazendo.

— Ta tudo certo com a sua roupa Marina, é só que você está com uma voz de sono! — Falei ainda rindo.

Pov Marina

— To é? — Perguntei mais para mim mesma do que para ela. Ninguém, exceto minha mãe, parecia perceber quando eu estava com sono ou irritada, mas ela — que mal me conhecia — percebia.

— E você, animada para o seu primeiro dia?

Pov Clara

Quando ela me perguntou se eu estava animada tive vontade de desabar. Eu até pensei em disfarçar e dizer qualquer coisa, mas eu era e sempre fui transparente, era simplesmente impossível esconder ou mentir sobre os meus sentimentos e, por algum motivo, esconder dela parecia ser ainda mais difícil.

— Na verdade não muito... Eu não conheço ninguém de lá e ainda por cima tem um monte de regras e o pior você nem vai acreditar, vou ter que dormir por dois dias da semana lá! — Desabafei bufando no final. — Sabe, eu sempre costumo ser otimista e ver algo bom nas coisas, mas ta muito difícil...

Pov Marina

Dois dias? Meu deus do céu! Ela havia falado com tanta sinceridade que eu pude sentir toda a sua dor, todo o seu medo. Naquele momento nós já estávamos compartilhando dos mesmos sentimentos. Se ela que já era otimista não conseguia ver lado bom naquilo, imaginem eu, que era super pessimista! Porém eu precisava ser forte, ela contava com a minha força, contava com a minha ajuda, com o meu apoio e com... com o meu amor?

— Dois dias? Nossa que merda! — Eu pensei na hipótese de ela conversar com a mãe dela, mas aquilo me parecia inviável. — Mas eu tenho certeza que você vai sobreviver a isso Clarinha, ainda mais porque eu vou estar aqui pra te ajudar! — Percebi que ela sorria fraco — Vamos fazer assim, eu vou ficar do seu lado todos os dias que você não tiver que dormir lá, que quando você tiver vai até achar bom para tirar umas férias de mim! — Falei finalmente arrancando um sorriso digno do seu rosto moreno e lindo.

— Boba! — Chegando ao ponto de ônibus, o veículo não demorou muito para chegar e após eu perguntar a Clara à localização da sua nova escola, descobri que pegaríamos dois ônibus juntas.

— Eu queria saber mais sobre você... — Falei após sentarmos em um dos bancos do fundo, olhando diretamente para ela.

— Eu também... — Ela respondeu sustendo o olhar.

— Eu queria saber mais sobre o seu namorado!

— Eu queria saber mais sobre a Vanessa! — Nós dissemos quase que ao mesmo tempo, o que nos fez dar uma risada alta, fazendo com que algumas pessoas olhassem para a nossa direção.

— Tudo bem, eu começo, já que você perguntou milésimos de segundos antes de mim! — Ela riu — Mas já vou avisando que não tem muito o que dizer não...

O nome dele era Cadu, na verdade o apelido dele era Cadu, o nome mesmo era Carlos Eduardo e ele era da mesma igreja que eu, o que fez com que minha mãe aceitasse o nosso namoro, caso contrário acho que ela nunca aceitaria! Ele era até que legal sabe, mas a gente vivia brigando porque ele queria sair comigo e a minha mãe não deixava, até que ele entrou para um grupo de vôlei da escola e acho que descobriu o lado bom da vida, largando a igreja e conseqüentemente me largando também... Na verdade eu que terminei, já que eu percebi que ele já não tava muito afim... Mas não foi nada de mais, sem fortes emoções — Ela fez um gesto teatral, me fazendo rir.

— Aah... E você gostava dele? Tipo... amava ele?

— Aah, amar assim, sei lá, amor é uma palavra forte de mais né Marina — Ela disse rindo suavemente.

— É, isso é verdade. — Concordei.

— Eu não namorei outros caras para poder comparar, mas acho que não. Por exemplo, o que eu senti por ele não foi tão forte quanto foi... quanto deveria ser!

— Humm... Entendi. — Eu falei enquanto media as suas palavras, confusa.

— E a Vanessa? O que aconteceu para vocês se afastarem? Pareciam tão amigas nas fotos... — Ela me perguntou cautelosa.

— É, a gente era bem amigas mesmo. Ela era aquele tipo de pessoa que a gente pode confiar, que pode se abrir... — Enquanto eu falava de Vanessa para Clara eu percebi o quanto aquilo era fácil, simples. Eu nunca havia conseguido falar de Vanessa para ninguém além da minha psicóloga antes e agora com a Clara, era natural. —... Aquela pessoa que você pode falar qualquer coisa e ter a certeza de que não vai te julgar sabe? — Eu falava e já não sabia mais se eu estava me referindo a Vanessa ou a Clara. Era estranho.

— Eu sei, você é assim pra mim também Marina. Eu sei que a gente se conhece há tão pouco tempo, mas você me traz paz, confiança... – Ela disse olhando para os meus olhos e depois desviando para baixo — Awn, que fofa!

— Eu também sinto isso com você Clara...

— E por que vocês pararam de se falar? — Ela me interrompeu como quem quisesse fugir daquilo.

— Ah, ela veio com um papo de que os pais precisavam se mudar, e com isso ela precisaria mudar de escola também... E aí foi isso... Não aconteceu nada de mais na verdade.

— Mas te deixou chateada. — Ela disse olhando para os meus olhos, mas na verdade parecia estar olhando para o fundo da minha alma. Senti alguns fios de pelo arrepiarem. Prendi a respiração por alguns segundos... Soltei o ar.

— É... me deixou, mas não por causa dela exatamente, e sim porque com ela eu podia ser apenas eu sabe. Daí cada vez eu fui ficando mais sozinha, mais triste, cada vez mais irreconhecível. Depois eu comecei a ter uns ataques emocionais e meus pais acharam melhor eu começar a fazer terapia. E isso me ajuda, eu acho...

— Nossa Marina, que barra isso, desculpa ter perguntado, não queria me intrometer sabe.

— Que isso Clarinha, eu confio em você e não tenho problemas em conversar com você seja o assunto que for. Me faz bem. — Disse sincera e sorrindo.

— Eu queria poder te falar alguma coisa pra te ajudar, mas não sei nem o que dizer.

— Você já me ajuda Clara. Você entrou na minha vida. Isso já foi muito mais do que qualquer pessoa poderia ter me dado. — Ela sorriu olhando para os pés... Eu nunca me cansaria disso, de olhar todos os seus sorrisos, de ter toda aquela transparência. Acima de tudo a Clara era humana. Iluminada. Eu estava completamente encantada.

No nosso último ônibus juntas eu resolvi mostrar algumas músicas para ela, apesar de que o assunto entre nós parecia nunca ter um fim.

— Eu tenho várias músicas que eu simplesmente amo de paixão, mas vou deixar essas para quando a gente puder dançar. — Sorri enquanto via uma careta formando em seu rosto.

— Você que vai dançar né? Porque eu vou ficar só olhando!

— Isso é o que vamos ver Clarinha! — O ônibus havia chegado. Tentei andar o mais devagar que os meus pés deixavam no momento. Tempo nenhum parecia o suficiente para nós duas.

Pov Clara

—Ta com medo? — Ela perguntou após provavelmente ter percebido a minha feição apreensiva.

— É, um pouco.... — Falei sincera, me encolhendo.

— Tudo bem, eu vou estar com você, vou estar com você por pensamento — ela disse apontando para a sua própria cabeça — e com o coração — ela disse pegando minha mão gentilmente e a colocando em seu peito. Ela era tão pura, tão intensa que eu me sentia mais leve, mais protegida, fazendo com que o medo cedesse um pouco.

— Obrigada Marina, de verdade. — Eu falei abraçando-a. Aquele toque já parecia natural, necessário. Eu já estava me acostumando, entretanto, meu corpo e meu coração não se acostumavam. Era sempre um choque ter qualquer tipo de contato com Marina.

Pov Marina

Aquele toque fora ainda mais especial que os outros, com mais intensidade, com mias sentimento, e também, com mais dor, dor de deixá-la.


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Notas finais do capítulo

E aí minha gente, o que estão achando? Seus comentários são fundamentais! Até para eu saber o que precisa ser melhorado, se vocês estão lendo, se estão gostando... Então é isso. Beijooooo



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