A filha da morte escrita por Luh


Capítulo 1
O garoto das latas


Notas iniciais do capítulo

Hey espero que gostem!



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Naquela manhã, eu acordei sentindo o cheiro maravilhoso das panquecas da minha mãe, sem pensar duas vezes, pulei da cama e sai correndo para a cozinha.

- Filha! Oi querida. – falou minha mãe, ao me ver.

- Oi mãe, panquecas!

Ela riu e veio me dar um abraço. Minha mãe é uma pessoa muito carinhosa sempre amorosa. Ela tem quarenta e oito anos bem vividos, os seus cabelos castanhos claros ainda são os mesmos, com alguns fios brancos na região da nuca e na frente, mas ainda o mesmo castanho. Seus olhos verdes são iluminados como os de uma criança a espera de doces, ela sempre esta bem disposta como se ainda fosse uma criança.

- Hoje eu vou falar com o novo diretor- ela falou baixinho.

Eu sou uma garota inteligente, mas com muita frequência apronto (isso eu assumo a culpa), mas também acontecem acidentes que eu não tenho explicação. Certa vez eu não sei explicar, mas o cara da limpeza começou a gritar para mim que iria me pegar mais cedo ou mais tarde. Eu corri dele, só que fui encurralada por três lideres de torcida que, sei lá porque, olhavam para o meu pescoço como se fossem vampiras sedentas de sangue. Algo aconteceu, foi como se aquela parte da cena ocorrida sumisse da minha memória, foi como se eu tivesse apagado e feito algo sem saber que estava fazendo. Quando me dei conta, havia um buraco no chão e as lideres de torcida se seguravam nas bordas.

Por causa do que eu fazia e do que eu não fazia, mas aparentemente causava sem saber como, tinha sido expulsa de nove escolas, e isso em catorze anos, minha ultima escola me expulsou por que supostamente, causei um incêndio.

- Ele vai me expulsar por comer panquecas?-perguntei sarcástica

- Lizzie!

- Desculpe.

Eu comi minhas panquecas em silêncio pensando, em mais uma escola nova, mais um processo de ter amigos e essas coisas de ser a novata mais uma vez. Não sou uma garota do tipo das patricinhas, nem do tipo nerd dedo duro, eu me considero normal, mas mesmo assim, se adaptar a uma escola nova é muito difícil, ainda mais no meio do ano letivo.

- Mãe posso ir ao parque?

- Claro.

- Obrigada.

Subi para o meu quarto e coloquei uma roupa simples; só um jeans preto, uma blusa branca com uns desenhos e meu all star. Dei uma olhada no espelho e vi o de sempre: meu cabelo preto liso que se ondula mais ou menos da metade dele para baixo e meus olhos que são uma espécie de mistura de castanho bem escuro com preto.

Abri a porta e sai.

- Estou indo mãe.- gritei antes de pegar a chave.

-O. K. Tchau filha.

Eu não era muito fã de Chicago, afinal eu nasci em Nova York, mas devido a acontecimentos inexplicáveis e uma serie de raios ter atingido minha casa, minha mãe tomou a decisão de se distanciar o máximo, e recomeçar bem longe de lá, de preferência no Canadá. Infelizmente, a transferência do trabalho dela só pôde ser feita para Chicago. Mesmo não sendo Quebec, eu até que gostava de andar pela neve no parque, estávamos no fim do verão então claro que neve era uma coisa que não tinha.

Fui caminhando para um banco, mas infelizmente estava ocupado por um garoto rodeado de latas... latas mordidas? “Vai ver ele foi atacado por um bode” pensei.

- Meus deuses! Não pode ser! – murmurou o garoto em encarando.

Eu baixei os olhos, parando de olhar para ele e segui andando.

Sentei-me em outro banco um pouco distante do garoto das latas, peguei meu livro e comecei a ler.

- O fio, me de, por favor. – falou uma velha me interrompendo.

- Que fio? – perguntei.

- O que você esta pisando.

Eu puxei o fio, que veio junto de um novelo azul e dei a senhora me desculpando por pisar na lã dela. Ela assentiu e caminhou para o banco da frente, se sentando com outras duas velhas. A do meio segurava uma cesta no colo, onde dois novelos azuis estavam, as das pontas, cada uma tricotava uma meia grande e azul que estavam ligadas pelo mesmo fio, que se estendia no ar na frente da velha do meio, que pegou uma grande tesoura de prata e partiu o fio.

As três senhoras pareceram ainda mais velhas sorriram para mim e, de alguma forma, enquanto eu estava distraída ou sei lá o que, sumiram.

- Isso não é bom.- disse o garoto das latas atrás de mim.

- Ahhh- gritei pelo susto.

- Desculpe não queria te assustar. - Gritou ele para mim, enquanto eu me levantava e saia andando depressa.

Quando cheguei à minha casa minha mãe não estava, mas havia duas mensagens na caixa eletrônica.

Apertei o botão e a primeira mensagem começou a soar.

“Filha a rodovia esta muito cheia, já sai da sua escola a cerca de duas horas, mas não sei se posso voltar hoje.”

Rodovia, mas de que minha mãe estava falando? Apertei o botão outra vez e a segunda mensagem foi dita.

“Querida volto amanhã fique bem.”

Queria muito ter um celular naquele exato momento para saber o que estava acontecendo com a minha mãe, mas ela nunca me deixou ter um, ela dizia que eu não podia ter.

Então desci para o andar de baixo do meu prédio e toquei a campainha da casa de Jenevive.

- Olá Liz- falou ela abrindo a porta

- Oi Jen me empresta seu celular?

- Ahh claro, mas o que houve? - respondeu indicando para eu entrar.

Jenevive era uma amiga da minha mãe que quando eu era menor cuidava de mim, enquanto minha mãe trabalhava. Eu entrei e comecei a explicar sobre as mensagens na caixa eletrônica. Ela me deu o Iphone dela e eu liguei para minha mãe

- Oi Jen- disse ela ao atender.

- Sou eu mãe, onde você esta? Rodovia?

- Liz, falei com seu diretor, mas meu chefe me ligou e tive uma viagem de última hora, estou no aeroporto embarco em meia hora.

- Ahh ok, até.

Desliguei, agradeci a Jenevive e voltei para casa.

O dia passou bem rápido, eu comi os restos do dia anterior e lá pelas nove da noite fui dormir.

Eu estava numa rua estreita, estava escuro, a não ser pela pouca luz do luar e, eu podia jurar que não estava em Chicago. A rua era de pedras e era cercada por dois muros também de pedras, havia um homem de capa vermelha e uma mulher com um vestido branco sedoso, ela parecia um anjo e murmurava algumas palavras diante da fraca luz da lua que brilhava na passagem sem saída, entre duas casas. Tudo estava silencioso a não ser por ruídos distantes.

De repente da luz da lua surgiu outra mulher com roupa de caça, ela sorriu para a outra que com movimentos suaves da mão capturou a luz da lua Antes que concluísse o delicado movimento os ruídos se tornaram passos rápidos na direção da rua sem saída, o homem, que até aquele momento estava em silencio, sacou uma espada e se colocou na frente da mulher de branco que desfez o raio de energia feito com a luz da lua e formou uma bola de energia na mão. Era uma coisa roxa com raios que ela controlava com as duas mãos prontas para arremessar em quem chegasse perto A mulher da lua preparou um arco prata com uma flecha cuja ponta parecia feita de prata banhado nas estrelas...

Num pulo acordei gritando.


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Notas finais do capítulo

E ai gostaram?



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