Yes, I dance escrita por Larissa Megurine


Capítulo 5
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Oieeeeee!!!! Eu não morri! Sério, gente, desculpa eu ter sumido, mas o bloqueio de criatividade tava péssimo... Enfim, não me matem. Aqui está o novo cap e preparem-se pras novas emoções que estão por vir (tentativa fail de suspense kk). E sempre estou aceitando comentários e afins ;)



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Á sua frente, só o que se via era o palco, iluminado pelos holofotes de luz branca. A diretora Light, assim como o sr. Brown e a sra. Campbell, respectivamente professores de balé e de jazz, estavam sentados em algumas das cadeiras ocultas pela escuridão. O auditório da Dance-I tinha sua entrada no fim do lado esquerdo do corredor principal, no primeiro andar, e se estendia por todo aquele. Normalmente, só era usado para ensaios, apresentações, competições de dança e, claro, audições. E era para este último fim que ele estava reservado hoje, ainda no primeiro dia da terceira semana de aula.

Michele usava o costumeiro collant azul turquesa, polainas de mesma cor e uma saia preta. Seu cabelo loiro estava preso em um rabo de cavalo alto e ela deixara os óculos em uma mesa, antes de finalmente sair de uma das coxias, ao fundo do lado direito do palco e começar a dançar sua variação. Ao fim, parou e olhou para seus avaliadores.

– Muito bem, senhorita... Williams. – Disse a sra. Campbell, uma senhora de idade que sempre deixava os cabelos levemente grisalhos presos em um coque. – No final da semana, a lista do resultado será exibida... Você já pode ir. Próxima!

Com este grito, Michele pegou os óculos e desceu do palco, ainda a tempo de ver Nathalie tomar seu lugar, esperando a música começar a tocar. A veterana lançou-lhe um olhar desafiador, mas logo ergueu o rosto e começou a apresentar sua variação com perfeição. Michele não olhou para trás enquanto saía do auditório, sendo logo interceptada por Piedro, com um sorriso no rosto.

– Como foi? – Ele perguntou – Eu teria assistido, mas não deixaram nenhum aluno entrar. Tenho certeza de que se saiu bem!

Michele sorriu. Este era Piedro, sempre o cara que fazia questão de mostrar que ela era a melhor pessoa do mundo. Ele a encarava com os olhos escuros brilhando, a espera de alguma resposta.

– Foi bom. – Ele ainda a olhava, incentivando-a a continuar. – Tá legal, foi bem fácil, na verdade. Eu acho que estava me preocupando à toa.

Ela rendeu-se e começou a falar sobre como pensava que ia cair quando tinha que dar duas piruetas, logo após um salto, mas conseguiu equilibrar-se no último instante. Ele a ouvia falar e, como sempre, viajava em seus olhos claros, escondidos atrás dos óculos de aro negro.

– Mas tem aquela garota, Nathalie... – Ela falou, com receio. – Ela entrou para fazer o teste logo após eu sair. Ela é muito boa e já faz aula há bem mais tempo que eu. – Ela disse e mordeu o lábio, deixando a insegurança de minutos atrás dominá-la novamente.

– Ei! Não fica pensando assim! – O rapaz tentou animá-la novamente, dessa vez sem sucesso. – Você é tão boa quanto ela, porque você – disse, apontando para o coração dela – tem talento. Ela só decora esse monte de coreografias e passos, mas não tem nem alma quando dança!

Michele abriu um meio sorriso e jogou o cabelo que lhe caia no ombro para trás. Em seguida segurou a mão de Piedro e disse:

– Obrigada.

– Pelo quê? – Ele disse, fazendo cara de surpreso.

– Por confiar em mim.

Ele deu de ombros.

– Só estou te dizendo o que você já sabe, lá no fundo. Alguém precisa ser a sua consciência... Vem, eu te pago um sorvete.

Dizendo isso, começou a arrastá-la para a cantina, não deixando de aproveitar a sensação de que ela estava segurando sua mão.

***

A área reservada para a cantina era a esquerda de quem entrava, ao lado da escada para o segundo andar e, como de costume, nesse horário as mesas redondas nas laterais estavam praticamente lotadas. Em uma das dos cantos, estavam Sarah e Simon, de mãos dadas, como sempre.

Piedro deu de ombros, ao ver os dois, enquanto entregava um sorvete de chocolate para Michele. Os dois andaram até a mesa para se sentarem com eles. Assim que a garota loura sentou-se, foi seguida por Analu, que se sentou entre ela e a morena. Ela passou às outras garotas um panfleto, onde se lia, em letras grandes:

Baile Anual do Olimpus High School

Como Michele já ficara sabendo nesse tempo, o OHS era a escola onde estudavam Sarah, Analu e Piedro. Apesar de ainda não ter ficado sabendo disso, os estudantes locais bem conheciam o baile anual, que contava com a participação de bandas formadas pelos alunos e servia, principalmente, para eleger a Rainha do Colégio. Era apenas uma faixa e uma coroa barata, mas toda garota sonhava em possuí-las. Nas linhas abaixo do título, havia o endereço, a data e o nome dos organizadores, dentre eles, Meredith e Kevin Grace.

– Meredith me entregou – disse Analu, revelando o óbvio – hoje, após a aula. Acho que ela deve ter me reconhecido do colégio...

Apesar de isso ser pouco provável... Nós passamos na mesma sala pelo terceiro ano consecutivo e ela nunca pareceu me notar para nada que não fosse pedir grafite para sua lapiseira verde-neon. Analu estava certa, nesses pensamentos, afinal Meredith só queria mais publicidade para a festa que, de certo modo, era sua. Ela e o irmão enfim haviam conseguido ser da comissão organizadora, o que era um verdadeiro privilégio.

Analu, pela terceira vez, se candidatara para ser Rainha, apesar de nunca ter passado nem das seletivas. Sarah, que também estava concorrendo, por outro lado, já havia inclusive ganhado uma vez. Mas o importante nisso era competir, se divertir com o desfile, junto com as amigas... Não era?

De qualquer modo, Analu subitamente se levantou, despedindo-se rapidamente dos outros, pois encontrara próximo às escadas um par de olhos azuis, à sua espera. Ela caminhou até onde Daniel estava, tentando não parecer nervosa. Ela sempre estava nervosa com ele. Será que seu cabelo estava legal ou estava todo bagunçado agora que ela tirara a tiara que o prendia?

Arrumou a saia com as mãos rapidamente, bem a tempo de ser mais uma vez surpreendida por aquele abraço aconchegante. Ele a encarou, passou a mão por seu rosto, parando-a perto de sua nuca, com os dedos por dentro de seus cabelos negros e a puxou para um beijo.

Ela corou, como sempre fazia quando ele a beijava, ação que, para sua felicidade, tornava-se mais frequente. Ambos de mãos dadas, foram se sentar em um banco qualquer. Cada momento com Daniel era como se tudo se completasse e todas as falhas fossem irrelevantes... Meu Deus, o que ele estava fazendo com ela? Já estava começando a ter pensamentos melosos... Anna Louise era, de fato, uma garota romântica, mas havia aprendido a deixar esse lado controlado no dia-a-dia e extravasar esses pensamentos somente em suas poesias.

Mas estava meio difícil esquecer esses pensamentos agora que Daniel Banks havia entrado em sua vida. Ela lembrava-se perfeitamente da semana anterior, quando ela percebeu que ele a olhava com um olhar bobo no rosto. Ele respondeu, quando percebeu o olhar indagativo dela:

– Você é linda.

Certo, todo o romance que havia nele era extremamente clichê! Mas, por alguma razão, ela gostava disso. Parecia que o moleque que às vezes aparecia quando estava com os outros veteranos sumia quando a via, como se quisesse parecer apresentável, com certo receio de que ela desaprovasse seu jeito de garoto de 16 anos, recém-completados.

***

– É melhor a gente terminar... – Daniel disse, aparentando certa indiferença, para esconder a tensão que realmente sentia.

Ele sabia que não poderia ficar com essa garota, mas havia algo nela que chamara sua atenção... Ela o atraíra desde o primeiro dia em que a viu. Mas seria cruel continuar fingindo que poderiam ficar juntos, se ele sabia que não poderiam.

Não... O melhor era acabar com tudo agora, antes que ela pudesse se apaixonar de verdade. Ou antes que se tornasse impossível esquecê-la. Por isso, hoje, já na quinta-feira, após mais um professor brigar com os dois por não ser permitido namorar na academia – assim como na maioria dos colégios – ele finalmente tomara coragem de por em prática o plano que, ele sabia, o deixaria sem dormir por algumas noites.

Analu ficou chocada, um pouco mais do que Daniel esperava, olhando-o com os olhos escuros arregalados. Enfim, ela conseguiu desentalar as palavras:

– Você quer dizer... Terminar... Entre a gente? – Eles não estavam namorando de verdade, mas era como se estivessem. Ela não entendia como podia dar tanto valor a ele, já que se conheciam a tão pouco tempo, mas não deixou transparecer o medo em suas palavras. – Por quê? Nós estamos tão bem...

A expressão dela tinha tanto desespero quanto suas palavras e isso fez o rapaz hesitar quanto a continuar com isso ou admitir que realmente se importava com ela e contar-lhe a verdade. Não, esta última era uma péssima opção... De qualquer modo, continuou com o rosto inexpressivo, na esperança de que ela não percebesse seu conflito interno.

– É melhor assim. – Disse, simplesmente.

Ela balançou a cabeça em sinal de negação, tentando assimilar o que ouvia e respondeu:

– Pensei que gostasse de mim.

Dizendo isso, ela olhou dentro de seus olhos azuis, tentando decifrá-los. Ele desviou o olhar. Não conseguiria encará-la. Continuou com o olhar no horizonte enquanto os dois caminhavam, até chegarem a um espaço mais reservado, e continuar o breve discurso, previamente ensaiado:

– Eu gosto - admitiu – mas isso é o melhor, pra nós dois...

Antes que Daniel pudesse falar qualquer coisa a mais, foi surpreendido por um tapa no rosto. Por aquilo ele não esperava...

– Ai... – Foi tudo que conseguiu dizer, ainda surpreso com a atitude de Analu naquele momento.

– Quer dizer que não significou nada, mesmo?! – Ela tinha ódio nos olhos, ao dizer isso.

– Significou, mas acredite... Vai ser melhor assim.

Ela ainda o olhava furiosa, tanto que chegava a dar medo. Mas logo a tristeza súbita tomou o lugar da raiva.

– A gente não precisa terminar... – Ela disse, sentindo os olhos começarem a marejarem.

– Em uns dois dias você esquece isso.

Analu não podia acreditar em tudo o que tinha ouvido nesses poucos minutos. Sentou-se em um banco, olhando para o nada. Em uma última tentativa, ela olhou sussurrou:

– Por favor...

Ele não respondeu nada. Agora ela não conseguia mais impedir as lágrimas que lhe chegavam aos olhos. Ela virou-se e foi embora. Entraria no banheiro e descarregaria toda a tristeza nas lágrimas. Passou por todos rapidamente, não queria falar com ninguém. Não precisava que viessem lhe perguntar o que havia acontecido.

Daniel continuou lá e deixou seu corpo tombar onde, instantes atrás, Analu estivera sentada. Não chorou, como ela, mas assim que ela saiu, ele sentiu todo o peso do que tivera que fazer chegar até ele. Mas era o certo a ser feito... Ele esperava que fosse, para ao menos ter isso como consolo.

Sarah e Michele perceberam que algo estava errado logo que Analu passou por elas, correndo para o banheiro. Elas a seguiram e, assim que entraram, puderam ouvir seu choro.


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Notas finais do capítulo

Novamente, desculpem pela demora (absurda), mas prometo voltar a postar regularmente. Ah, e podem comentar sobre o que mais estão gostando na fic, o que gostariam de ver, essas coisas... Como eu disse, sempre aceito comentários kk



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