Voltei ao trabalho há uns dias e já estou a me sentir muito melhor. Continuamos a viver em casa de Mimi, coisa que me agrada muito, pois assim o ambiente é sempre muito animado e tenho sempre quem me apóie. Já recebemos a carta para irmos a tribunal e já estamos nervosos. O meu pai apareceu e foi acusado de vários e mais quantos crimes que enumeraram numa extensa carta.

Parece que não foi só a mim que ele fez mal e vai ser punido por isso. Mrs. Adams contratou um bom advogado para nos ajudar, a mim, ao Aus e a Mimi que também vai ter que ir connosco.

– Então a Angie fica comigo! Vocês já estão prontos? Não podem chegar atrasados! - falou Rydel.

– Onde vai, mamã? - perguntou minha filha .

– Eu, o papá e a vovó vamos a um lugar muito aborrecido e tu tens que ficar com a tia, sim? - falei .

– E hoje meu anjo,você não vai para a creche porque depois vamos comer um Big happy Meal - disse meu namorado .

– Ela sabe lá o que é um Happy Meal! - Brincou Mimi.

– Sei sim! Um HappHappMial é de comer! O papá já me deu isso! - confessou minha menina .

– Mônica! Ela tem quase dois anos! - falei seu nome do meio séria .

– Mããeeee ! Porquê você falou... - Aus choramingou e sua mãe só riu .- Mas eu comi o Cheese burguer e ela ficou com o boneco, amor! Juro!

– É verdade ... Eu estava lá! - Rydel o defende.

– Estão a defenderem-se? Que lindos! - disse Mimi apertando-lhes as bochechas dos dois irmãos.

– Muito fofos! - digo soltando uma gargalhada.

– Mãããe! Vamos antes que cheguemos atrasados! - pediu meu namorado envergonhado.

Acabamos de tomar o pequeno-almoço e despedi monos de Angie e de Rydel. Só de pensar que o Dallas e o meu pai vão estar no tribunal ... Tenho calafrios .

Chegamos lá passados dez minutos. Trish também veio, apesar de eu ter dito para não vir, pois está grávida e não deve estar sujeita a estas coisas. O meu estado de nervosismo aumentou e Mimi abraçou-me.

– Depois disto vais poder viver a tua vida descansada com o Austin e com a Angie. Vais nos ter sempre como a tua família. Sempre que precisar vamos estar aqui. - disse minha sogra.

– Muito obrigada, Mimi. Você é como uma mãe para mim. - sorri.

Austin interrompeu-nos e avisou-nos que teríamos de entrar. Deu-me um suave beijo nos lábios e de seguida entramos de mão dada. Dallas olhou-nos com uma cara de nojo. O meu pai, que também se encontrava no banco de Dallas, sorriu de lado, como se estivesse a provocar meu namorado. Eu, Mimi e Austin sentamos ao lado do nosso advogado e esperamos que o juiz chegasse.

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Lágrimas escorriam pela minha face. Mimi abraçou-me tentando acalmar-me, enquanto Aus agradecia ao advogado. Eles iriam ficar presos durante quarenta e cinco anos. Claro que não chorava de tristeza, mas sim de alívio. Finalmente estamos em paz.
Austin dirigiu-se a mim e beijou-me carinhosamente. Abraçou-me e sussurrou um "Eu te amo" ao meu ouvido. Não conseguiria nada disto sem as pessoas que neste momento me estão a apoiar e fico muito agradecida por isso.

Dallas já tinha sido levado pela polícia, mas o meu pai continuava no seu lugar à espera que o levassem. Quando os polícias chegaram para o levar, ele passou por nós e parou. Fiquei estática a olhar para ele, à espera que alguma coisa saísse da sua boca. Um pedido de desculpas não fazia nada mas atenuada as coisas e mostrava que ele ao menos estava arrependido.

– A culpa disto tudo é tua. Foi tu que destruiu a nossa família. - pragueja com nojo.

– O quê? Fui eu que destruí a nossa família? Só podes estar a brincar. - falei sem animo .

– Sim! Se não tivesses engravidado daquele imbecil, daquela criança inútil. Se tivesses abortado, nada disto aconteceria. Nada! - falou o homem sério.

Ainda bem que não abortei. Graças a Deus que não o fiz! - suspirei.- A Angie foi das melhores coisas que me aconteceu em toda a minha vida. - sorri.- Eu sou feliz com ela e não quero saber o que tu pensas. Tentas te estragar a minha vida, mas olha ... não conseguiu ! - falei a última frase frio que nem gelo.

– Esquece que alguma vez fui teu pai. - disse o homem com o coração de pedra.

– Levem-no, por favor.- disse o loiro .

Vi os polícias arrastarem-no dali para fora e suspirei mais uma vez. Finalmente. Trish puxou-me para a saída e abraçou-me. Despediu-se de mim muito rapidamente e dirigiu-se para o seu carro, arrancando de seguida. Eu, Aus e Mimi dirigimo-nos para o nosso carro e meu namorado o conduziu até a casa da sua mãe para ir buscar a Rydel e a Angie. Mal as vi abracei-as fortemente e contei tudo à Ry , que fico muito contente com as novidades. De seguida decidimos ir almoçar fora, como estava combinado. Afinal não íamos ao McDonalds, como tinham dito ao pequeno-almoço, e eu fiquei agradecida porque acho que merecemos melhor.

Mimi disse que conhecia um restaurante chique mas não muito caro, o que seria perfeito. Angie parecia confusa mas contente ao mesmo tempo. Eu sei que ela não percebe o que se está a passar mas lá no fundo deve sentir que algo se passou. Ela ia abraçada a mim o que me fez sorrir e agradecer a Deus por não ter tomado a pior decisão da minha vida quando soube que estava grávida.

– O que é que esta pensando ? - perguntou Rydel.

– Esta a falar a sério ou a imitar o facebook? - ri.

– Talvez as duas coisas ... - brincou.

– Bem me parecia. Mas, respondendo à tua pergunta, estava a pensar em como um bom prato de bacalhau com natas caia bem. ... - sorri .

– Bacalhau com natas ... Eu quero bacalhau com natas! - falou meu namorado .

– Sim! Faz tempo que não comemos isso!

– É ... Acho que vamos todos comer o mesmo! - disse Mimi.

– O que é essa coisa com natas? É uma sobremesa? - perguntou minha filha .

– Não, filha. É uma comida boa, vais ver.

– Posso comer? - pergunta fazendo beicinho .

– Um bocadinho! Só um bocadinho filha. - falou Aus.

Chegamos ao restaurante e arranjamos uma mesa para nós os cinco. Ainda bem que não estava muito cheio e o ambiente estava calminho, o que me fez relaxar, de certa forma. Claro que Angie teve que se sentar numa cadeirinha, para poder chegar a mesa sem dificuldades.

O empregado apareceu e nem precisou de nos mostrar a ementa pois já sabíamos bem o que queríamos almoçar. Parecíamos uns esfomeados a pedir o que iriamos comer. Depois do garçon voltar para a cozinha, ou sei lá para onde, voltamos à conversa com um tema completamente aleatório.

Aus deu-me a mão por debaixo da mesa e eu sorri. Ele é especial.

– Acho que podíamos tirar uns dias de férias, babe. - disse meu loiro.

– Não, Aus. Ainda há pouco tempo voltei ao trabalho ... Não quero abusar da sorte.

– Tens razão. Então ... Nas férias de Natal? Que achas?

– Desculpem meter-me na conversa, mas acho que podíamos ir visitar a tua tia no Natal, Austin. E levar a Ally e a Angie, como é óbvio. - disse Mimi.

– Parece-me uma boa ideia, mãe. Mas entretanto eu e a Alls temos que organizar a nossa vida. Não podemos ficar em tua casa para sempre e temos as nossas casas. Mas se resolvermos isto o mais rapidamente possível, acho que podíamos pensar nisso! - sorriu.

– A mim parece-me uma ótima ideia. - falei.

– Eu gosto de ver vocês lá por casa. - sorriu.- Acordar com a Allys aos saltos na minha cama ... Sei lá, é como se tivesse uma irmã! - disse Rydel.

– Oh ... - corei. - Sempre que quiseres posso-te acordar aos pulinhos. Não me importo nada!

– Eu também não! - falou minha filha soltou uma gargalhada.

– Claro que não! - riu Aus também.

Fomos interrompidos com a comida a chegar à mesa. Enquanto todos comiam eu fui dando a sopa à Angie. De seguida almoço o meu bacalhau com natas, enquanto Austin dava bocadinhos do dele à menina. Rydel comeu tudo o que tinha no seu prato e ia-nos roubando comida dos nossos pratos e Mimi só se ria. Foi um almoço bem divertido.

Depois de nos despedirmos, Rydel e Mimi foram para sua casa e eu, Angie e Austin dirigimo-nos para a casa dele. Precisamos de conversar sobre o nosso futuro. Precisamos de decidir o nosso futuro.

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