– E foi isso. - disse, ainda a tremer um pouco.

Tinha acabado de contar tudo à polícia. Mimi deu a carta como prova, tal como Aus. Eles ia analisa-las e começar uma investigação. No início não tinha percebido o porquê de uma investigação mas depois informaram-me que o cadastro do meu pai tinha desaparecido, ou seja, ele não está em parte nenhum do mundo. Quer dizer, está, mas está aparentemente incontestável, (desaparecido ). Parece que este problema me vai perseguir para toda a vida.

– Vamos? - chamou. Aus.

– Onde? - perguntei.

– Embora, amor. Se houver alguma novidade eles entraram em contato conosco.

– Oh. - suspiro. - Espero que isto não dure muito tempo.

– Eu também não. Não é bom para vocês nem para a Angie! - Mimi falou.

– Eu sei. Quanto mais depressa resolvermos isto, melhor. - falei.

– Mãe, nós vamos buscar a Angie na creche . Quere vir conosco ou posso te deixar em casa? - falou meu celular.

– Deixem-me em casa porque ainda tenho que fazer o jantar! - riu minha sogra - E a Rydel vai-me ajudar! - piscou-me o olho.

Ambos sorrimos e entramos no carro. Fizemos a tal parada em casa de Mimi e seguimos para a creche da Angie. Precisava de momentos com ela. Já há muito tempo que não passo um dia a brincar com ela ... que não lhe conto uma história até ela adormecer ... Sinto falta dos miminhos dela! Enquanto não vou trabalhar tenho que aproveitar o meu tempo livre para fazer coisas que gosto, sem estar com muitas preocupações.

Quando paramos, sai do carro e dirigi-me à entrada da creche. Aus ficou à nossa espera. Quando vi Angie, abri os braços, abaixei-me e abracei-a. Ela deu-me um beijinho na bochecha e de seguida peguei nela e levei-a para o carro. Depois de a sentar na cadeirinha Aus arrancou. Tinha um sorriso na sua bela face.
Parecemos mesmo uma família.

Chegamos a casa e Angie correu para os braços de Aus. Entramos e sentimos logo o cheirinho que vinha da cozinha. Sentamo-nos no sofá e pusemo-nos a ver desenhos animados.

– Austin ?

– Sim ?

– Vou para o quarto descansar um pouco. - falei.

– Mas passa-se alguma coisa? O que é que te dói? Queres ir ao hospital?

– O que foi, mamã? - perguntou minha filha.

– Não se passa nada. - sorri- Vou só descansar ...

Subi para o meu quarto e deitei-me sobre a cama. Preciso de recuperar forças para começar a trabalhar na próxima semana.

Sinto-me uma inválida com toda a gente a querer fazer tudo por mim e isso chateia-me profundamente! E não adianta resmungar que eles ignoram-me.

– Posso entrar, Allys? - disse Ry abrindo a porta.

– Sim, claro!

– O Aus pediu-me para ver se estavas bem Subiste à dois minutos e ele já está preocupado! - soltou uma gargalhada.

– Até me sinto sufocada! - ri com ela.

– Não digas isso alto que ele ainda pensa que estás mesmo!!

– Tens razão. - sorri. - Mas sim, estou bem.

– Olha, tive uma ideia!- falou.

– Conta!

– Amanhã eu não tenho aulas e tu não vais trabalhar, então podíamos levar a Angie a um parque infantil ou assim. Passear com ela.

– É uma boa ideia! Por mim está combinado!

– Então amanhã de manhã avisamos a creche. Ah, o Austin podia ir lá ter connosco depois.

– Sim! - sorri.

– VENHAM COMER! - gritou Mimi la da cozinha.

– Descansei tanto, hum? - ri-me -
Ry soltou uma gargalhada e ajudou-me a levantar-me.

Dirigimo-nos para a cozinha onde já lá estavam o Aus , a Angie e a Mimi . Sentámo-nos e servimo-nos. A comida estava óptima como sempre! Se continuasse a viver aqui, provavelmente iria-me habituar e depois nunca mais sairia daqui. Não é que me importasse, não é? Eu adoro estar aqui!
Decidi ajudar a arrumar a cozinha e foi isso que fiz, apesar de meu namorado contestar. Eu preciso de me mexer! De seguida peguei em Angie e vesti-lhe o pijama antes que adormecesse no sofá. Voltamos para a beira do Aus e estivemos a ver mais um jogo de futebol secante. Angie estava toda contente, Mimi e Rydel foram-se deitar, e eu continuei a olhar para a televisão. Quando o jogo acabou fui deitar Angie na sua cama e voltei novamente para a sala.

– Não tens soninho? - perguntei cim voz de criança.

– Não, babe. Vamos ver televisão! Anda para a minha beira.- falou e sentando-me ao seu lado.

– Futebol não! - feu e ele me abraçou mudando de canal.

– Escolhe lá o que é que queres ver...

Lá pus na Hollywood onde estava a dar um filme qualquer. Aus deitou-se no sofá e eu deitei-me ao seu lado. Não estava a prestar atenção nenhuma então decidi virar-me para o meu namorado.

– Amo você. - sorri.

Austin tirou os olhos da televisão.

– Eu amo você mais ainda - pôs a sorrir e depois beijou-me.

– Graças a Deus que te tenho aqui para me ajudares. - abracei-o.

– Não poderia ser de outra maneira, amor.

– Só não quero que te afaste de mim e dos meus problemas.- falei.

– Os nossos problemas. Temos que resolve-los juntos. - me corrigiu.

– Você é um anjo.

– Você é uma anja, minha anjinha. - soltou uma gargalhada.

– Cuida-te!

Rimo-nos e de repente senti meu namorido ( Namorado + Marido) levantar-se e a pegar em mim. Desligou a televisão com alguma dificuldade e de seguida levou-me para o quarto. Deitou-me sobre a cama e puxou os cobertores para cima. Depois deitou-se ao meu lado e voltou a beijar-me.

– Dorme bem, amor. - falei o abraçando.

– Tu também, futura Sra Moon.

Sorri e fechei os olhos numa tentativa de adormecer. Depois de um dia como estes nem sei como é que sobrevivi. Fiz tanta coisa. Fizemos. Mas tudo vai correr bem. Brevemente vai-se tudo resolver e vamos ter uma vida normal.