Pureblood escrita por MaryCherry


Capítulo 5
Cinco — O melhor hambúrguer do mundo.


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, como vão? ◕ ◡ ◕ Não tenho muito o que dizer aqui ksjdksjf Apenas espero que gostem do capítulo, eu o escrevi com muito carinho e esforço. :D Beijinhos e boa leitura! (ノ◕ω◕)ノ



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As janelas da Mansão Dragneel estavam impecavelmente limpas e apesar disso, Lucy Heartfilia continuava a espalhar o produto de limpeza pelo vidro. Seus braços começavam a doer de tamanho esforço repetitivo, mas ela não prestava atenção a isso.

Lucy achava errado observar Sting sem que ele soubesse, ainda mais em horário de trabalho. Mas simplesmente não conseguia parar de olhá-lo. Era um homem tão belo que talvez pudesse ser modelo fotográfico; um simples sorriso era tão estonteante quanto o flash de uma câmera.

Sentindo-se uma pervertida, seu rosto esquentou completamente quando seus olhares se encontraram, mesmo o jardineiro estando do lado de fora. Sting sorriu com as bochechas levemente vermelhas e vez ou outra, ambos trocavam tímidos olhares.

Seus corações aceleravam, ansiosos pelo intervalo de almoço. Sairiam para lanchar juntos e teriam oportunidade de conhecer um ao outro; o interesse era curiosamente mútuo, assim como a simpatia.

— Que vista interessante, não? — a loira arrepiou-se ao sentir a vibração de uma voz masculina atrás de si. Automaticamente, ficou de costas para a janela.

— Senhor Natsu! — exclamou ela com o coração prestes a sair pela boca. — O senhor me assustou! Natsu esfregou os olhos e, bocejando, andou até a cozinha. Lucy o seguiu, pensando em como era estranho vê-lo em pé naquela hora da manhã; supôs que talvez o fato de ter dormido por quase vinte quatro horas no dia anterior o tivesse feito sentir-se realmente descansado. Mas ainda assim era admirável constatar que ele conseguia mesmo levantar sozinho, algo aparentemente impossível até então.

O rosado sentou-se na mesa enquanto a criada, após lavar as mãos por estar mexendo em produtos de limpeza, servia o café da manhã na mesa.

— Dormiu bem, sr? — perguntou Heartfilia, timidamente tentando fazer com que não ficassem em silêncio absoluto. Ficar em silêncio na companhia de Dragneel era algo um pouco amedrontante.

— Não. — respondeu ele agressivamente, bebendo um gole de seu achocolatado favorito. Era sempre a mesma resposta para a mesma pergunta, e nada mais. Natsu não gostava muito de falar, mas a dúvida era se ele era assim somente com ela ou com todos que conhecia. Pensando bem, não tinha importância. Lucy era só uma criada no fim das contas.

— Se o senhor precisar de mais alguma coisa, eu estarei...

— Limpando as janelas. — o rosado passou geléia em um pedaço de pão. — Claro.

Ela não estava exatamente limpando as janelas, mas assentiu com a cabeça e saiu. Para seu desapontamento que a mesma não conseguia compreender, Sting estava concentradamente aparando um dos arbustos do jardim e não trocou mais olhares.

Próximo do meio-dia, Lucy estranhou a falta de Mirajane, sua nova amiga que era cozinheira da mansão. Onde estaria ela, que sempre vinha um pouco antes das onze horas?

Dragneel desceu as escadas vestindo jeans e camisa, algo um tanto incomum para a jovem criada. Não se lembrava de alguma vez que o tivesse visto com roupas “de sair”, somente de pijamas. Também já havia o visto sem roupa alguma (ou quase), mas tal fato não viria ao caso.

— Eu disse pra Mira que ela não precisava vir. — disse ele. — Então você pode fazer um macarrão instantâneo ou sei lá.

— O senhor vai sair? — no mesmo instante em que as palavras saíram de sua boca, a jovem arrependeu-se de ter perguntado. Não era de sua conta se ele sairia ou não, e era muito provável que aquela simples pergunta fosse o suficiente para deixá-lo com um mau humor ainda maior. Natsu era um rapaz tão difícil de lidar! Qualquer coisa o fazia responder de cara fechada, grosseiro. Nunca se sabia o que podia dizer a ele ou não.

— Vou. — felizmente, o rosado não parecia estar prestes a lhe dar uma xingada quando respondeu. A loira resolveu não fazer mais perguntas e curvou-se em reverência enquanto ele girava a chave na fechadura da porta e saía, sem tempo para que a criada desejasse-lhe uma ótima refeição.

Assim a BMW preta saiu pelo portão dourado da mansão, Lucy também foi para fora ao encontro de Sting, torcendo para que seu rosto não estivesse corado quando se aproximou dele.

— E aí? — cumprimentou o loiro, sorridente. — Vamos?

Ela sorriu também e assentiu com a cabeça, olhando para os próprios pés. Os dois foram até a garagem para buscar a bicicleta do rapaz e o jardineiro conduziu o veículo até estarem na rua, do lado de fora da Mansão.

— Segure-se em mim. — disse ele assim que Lucy sentou-se no banco do carona. — Q-Quer dizer, assim você não cai.

— Claro. — respondeu a loira quase num sussurro, envolvendo seus braços ao redor de sua cintura.

Realizaram o trajeto em silêncio, sentindo o vento agradável batendo no rosto. Durante o passeio de bicicleta, Heartfilia aproveitou para observar as ruas pelas quais passavam. As ruas, os carros, as pessoas andando de um lado para o outro; tudo isso ainda era muito novo para si. Em Rosemary, as coisas eram tão diferentes! As pessoas raramente utilizavam o carro que possuíam e a cidade era tão monótona quanto um deserto. Mas principalmente, existiam muitas árvores, canteiros de flores e rios de água cristalina. E sem dúvida, o contato com a natureza era uma das coisas que mais lhe faziam falta.

— Chegamos. — disse Sting, reduzindo a velocidade gradualmente. A bicicleta foi muito bem amarrada em um poste e o casal entrou em uma simpática lanchonete chamada Woods. Era pequena, com a decoração colorida e estava praticamente vazia. Lucy freqüentava uma lanchonete como aquela em Rosemary, então estar ali era realmente confortável. A fazia se sentir em casa.

Uma mulher com roupas de garçonete cobria o rosto com uma revista de celebridades com as pernas esticadas sobre o balcão.

— E aí, Minerva? — Sting se aproximou do balcão junto com a loira. — Tudo bem?

Minerva ergueu os olhos verde-escuros por cima da revista e sorriu de canto.

— Quer dizer que você trouxe uma amiga hoje? — disse ela, olhando diretamente para Lucy. Havia uma certa ironia em suas palavras que a jovem não notara.

— Bem, sim. — o loiro corou e timidamente fez as devidas apresentações. — Lucy, esta é Minerva, uma amiga que trabalha aqui. Minerva, esta é Lucy. Tecnicamente somos, ahn... colegas de trabalho.

— Muito prazer em conhecê-la. — Heartfilia sorriu e educadamente estendeu a mão. A mulher retribuiu ao cumprimento, apertando sua mão com uma força um tanto exagerada.

— Que gracinha. — disse Minerva. — O de sempre, Sting?

— O de sempre. — ele deu uma piscadela para a garçonete e conduziu sua amiga até uma das mesas de madeira. Como um cavalheiro, puxou a cadeira feita do mesmo material para que Lucy pudesse se sentar.

— Obrigada. — agradeceu ela, corada. — Ahn, estou curiosa para saber… o que é o “de sempre”?

— Um hambúrguer gigante. O melhor da cidade. — respondeu o loiro com um ar divertido. — Geralmente eu como sozinho, mas acho que vamos ter que dividir.

A jovem riu nervosamente, movendo os olhos ao redor. Uma música suave começou a tocar, extremamente relaxante.

— Este lugar é realmente agradável. — disse ela. — Vem sempre aqui, Sting?

— Quase sempre. Gosto muito daqui por ser tranquilo, sabe? A maioria dos restaurantes daqui estão sempre cheios. Detesto junção de gente e essas coisas.

Lucy fez sinal de concordância com a cabeça.

— Eu cresci em uma cidade do interior, então compreendo.

— Você não tem cara de ser do interior. — comentou ele, esforçando-se para não desviar o olhar.

— Por quê? — perguntou a loira, rindo.

— Não sei. — o jardineiro riu também, tão acanhado quanto ela. Estava ansioso para o dia em que poderiam ter uma conversa de verdade, mas se esquecera de algo essencial para isso: assunto. E a vergonha tornava a missão de encontrar algo para dizer que fosse no mínimo interessante ainda pior. Normalmente não era nem um pouco envergonhado, mas estar com uma garota tão bonita era diferente.

— Que silêncio mortal. — Minerva chegou carregando uma latinha de Coca Cola e dois copos de vidro sobre uma bandeja, sem que ambos notassem. O casal estava ocupado demais olhando para os lados, implorando a Deus para que conseguissem conversar sobre alguma coisa que não parecesse estupidez. — O que você vai querer comer, gracinha? — perguntou a garçonete para Lucy.

— Na verdade, nós vamos dividir o hambúrguer. — respondeu Sting.

— Você é uma garota de sorte, Lucy. — a mulher deu as costas, retornando para a cozinha. — Não é com qualquer uma que ele divide o hambúrguer.

— Você é engraçada, Minerva! — ele soltou um riso nervoso com o rosto tão vermelho quanto um tomate maduro, sabendo que a jovem estava igualmente constrangida.

— Sua amiga é muito divertida. — disse Lucy enquanto o observava abrir a lata de refrigerante e agradeceu quando seu copo foi servido.

— E bem sem noção também. — respondeu Sting, bebendo um gole de Cola.

— Acho que todos os amigos são assim. — comentou ela. — A vida seria extremamente monótona sem eles para fazer inconveniências de vez em quando, não acha?

— Falou bonito. — disse ele, risonho. — Só por curiosidade, quantos anos você tem?

A jovem fitou suas mãos que estavam pousadas no próprio colo, vermelha.

— Eu só disse o que penso. E tenho dezenove anos. — respondeu, e seu amigo arregalou os olhos.

— Puxa, não pensei que você era tão nova. — havia um certo desapontamento em seu tom de voz. Sua expressão ficou relaxada e ele riu novamente. — Me sinto um idoso.

— Qual a sua idade? — ela estava curiosa para saber quantos anos ele tinha também, porém não sabia como realizar a pergunta e ficou um tanto feliz por ele iniciar o assunto.

— Bom, eu nasci no ano de 1982.

Lucy realizou um rápido cálculo mental para descobrir a idade do rapaz e o resultado fora um pouco surpreendente. Ela poderia dar-lhe, no máximo, vinte e cinco. Jamais imaginara que ele pudesse ter trinta e dois anos.

— Você aparenta ser mais novo. No bom sentido. — disse a loira, desejando sair correndo dali. O que exatamente significava bom sentido?

— Obrigado. Gosto de saber que as pessoas ainda não me vêem como um velho.

— Trinta e dois anos não é ser velho, Sting! — disse Lucy, rindo junto com ele.

— Tá aí. — Minerva parecia sair da cozinha de modo discreto propositalmente. A garçonete largou um hambúrguer realmente gigante em um prato sobre a mesa, com dois pares de talheres. A loira estava incrédula ao saber que Sting era capaz de comer um inteiro daqueles sozinho. — Aproveitem.

No fim, a jovem constatou que aquele definitivamente era um dos melhores hambúrgueres que havia comido até hoje. E certamente, deveria ser o melhor da cidade. Possuía um sabor diferenciado, um segredo de receita que ela adoraria descobrir. Apesar de estar delicioso, Lucy não conseguiu comer sua metade por completo. A metade da metade já lhe era bastante satisfatório; se alimentar até sentir o estômago cheio ainda era uma novidade. Em Rosemary, as coisas não funcionavam bem assim.

Na hora de pagar, Sting chamou Minerva, que voltara à posição que estava quando chegaram: sentada com as pernas apoiadas sobre o balcão de madeira, entretida com sua revista sobre o mundo das celebridades afora.

— Vamos dividir a conta. — sugeriu a loira, prontamente retirando o pouco dinheiro que possuía dentro de sua bolsa-sacola.

— Claro que não. — respondeu o jardineiro, colocando uma nota de vinte reais na mão da garçonete. — Eu convidei, eu pago.

— Mas...

— Você não vai querer discutir com ele. — Minerva revirou os olhos. — Sting gosta de ser um homem cavalheiro.

Do modo que a mulher falava, parecia que o rapaz já havia trazido muitas garotas para o Woods. Mas se trouxera ou não, não era de importância alguma, pensou Heartfilia. A garota acabou cedendo e permitiu que pagasse sozinho.

— Pode ficar com o troco. — disse o loiro sorrindo para a garçonete, que ficou com as bochechas vermelhas por alguns instantes. Suspirando, olhou para Lucy.

— Eu não disse?

Ela riu e se despediu de Minerva, dizendo que com certeza viria ao Woods mais vezes e que o hambúrguer do estabelecimento era o melhor que comera na vida. A mulher, que não sabia como lidar com elogios, sorriu de canto e continuou a ler sua revista.

Sting a acompanhou até a porta da mansão.

— Obrigada por me levar ao Woods, Sting. — disse Lucy, fazendo um grande esforço para olhá-lo diretamente. Não olhar as pessoas nos olhos era algo pouco educado a se fazer, principalmente alguém que a havia convidado para ir em um lugar tão legal. — Foi bem divertido.

— Sou eu quem agradeço. — o loiro colocou as mãos no bolso. — Você sabe, por ter aceitado o meu convite e tudo o mais.

— Certo. — ela riu discretamente. — Bem, vou voltar ao trabalho. Preciso deixar a casa bem arrumada para quando a sra. Dragneel chegar.

— Tudo bem. Eu tenho que dar uma limpa na piscina antes que ela perceba. — brincou ele, fazendo-a rir novamente.

— Até mais, Sting. — despediu-se, colocando a mão na maçaneta da porta. Como em um flash, os lábios de Sting fizeram cócegas em sua bochecha. A bochecha começou a queimar, assim como seu rosto. E seu corpo por inteiro.

— Nos vemos por aí. — ele também estava corado, mas agia como se não tivesse feito nada. Deu as costas e saiu com o coração acelerado, sabendo que não havia pensado direito. Mas tentou tranquilizar a si mesmo, murmurando que fora apenas um beijo na bochecha, de amizade. Entretanto, não era como se ele costumasse acreditar em si mesmo.

E não era como se Heartfilia não tivesse gostado da demonstração de carinho. Simplesmente não esperava receber um beijo na bochecha de seu mais novo amigo. Até mesmo um abraço era capaz de deixá-la envergonhada se ela não sentia-se completamente íntima da pessoa da qual estava abraçando.

De qualquer forma, pensar sobre aquilo a deixava nervosa e com vontade de fazer as malas para um país muito distante. Então, ela resolveu concentrar seus pensamentos na sra. Dragneel que estaria retornando do spa durante a noite. A casa estaria impecável quando ela chegasse, absolutamente impecável. Tudo seria feito para deixar a patroa que tanto gostava feliz. E puxa, como sentia saudades de Olívia! Estava contente por saber que no dia seguinte, quando fosse trabalhar pela manhã, ela estaria lá para recebê-la com mais um de seus abraços carinhosos como os de uma mãe.

Depois de algum tempo, Lucy removeu as roupas sujas de todos os cestos da casa para pôr na máquina de lavar. Ao entrar no quarto de Natsu, havia uma jaqueta dentro de um dos armários com um pedaço da manga para fora. A loira abriu o armário e retirou a jaqueta de couro que estava do avesso. Ao desvirá-la, sentiu algo leve cair sobre seus pés. Algo que caíra do bolso da peça.

A criada pegou o objeto com cuidado, confusa a princípio. Sabia o que era aquilo. Lembrou-se de uma festa noturna que fora em Rosemary com seus amigos; todos eles possuíam aquilo em suas mãos e ofereceram a ela, que recusou prontamente.

Pó branco dentro de um pequeno saco plástico transparente. Cocaína.

Natsu mantinha cocaína escondida em seu quarto.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? : )
Até o próximo, galera! ♡ Deixem comentários!