Pov Dimitri

Nos últimos tempos eu não pensava em nada, só que eu não iria mais ver a Rose sob nenhuma circunstância. Eu tinha que estar em casa arrumando as malas pra viagem mas não estava com cabeça pra isso também.

— Trás a sua mais forte!- O barman me trouxe dois copos cheios, é olhando pro meu estado eu dava até três...

— Nossa cara você tá mal, deixa eu adivinhar, mulher?- O Christian sentou do meu lado no bar, só não sei porque, afinal a vida dele tá ótima!

—Eu não te contei, eu namorei a Rose, e a gente meio que transo

— Como assim cara?

— Humm me deixa em paz! Ele tentou me levantar mas aparentemente eu sou muito pesado para as pessoas não russas.

— Vai cara coopera, você bebeu demais.

— Eu nem tô bêbado! Só tô meio felizinho...

— Ah por favor! Isso seria tosco até pra mim! Quer saber, eu desisto, arranja outra garota pra passar o tempo, tipo essa aqui.- Então ele puxou uma garota ruiva que parecia ter uns vinte anos.

— Oi?

— Oi...

— Tá bem eu começo, meu nome é Rebeca Com k

— Espera seu nome é RebeKa Com a letra k? Ou é seu sobrenome? Tá confuso.

— ha ha não, esse é o meu nome mesmo Rebeca C.o.n.k.á. eu sei é um nome bem bosta. - Concordo.

— Hey, quer beber alguma coisa?

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Não sei como, mas eu acordei no meu carro com a tal Rebeca no meu colo, eu e ela sem roupa nenhuma! E tá cheio de preservativos no chão, meu Deus oque eu fiz?! Eu pensando como ia sair dali e vejo ela acordada me olhando igual um gato quase pegando o rato, deu medo!

— Oi denovo! As doze horas foram ótimas tá, e não se preocupe, nenhum dos preservativos que a gente usou furou, então grávida eu não fico.- E voltou a dormir, nossa que mulher estranha. Peguei o meu casaco e saí de fininho. Fiu colocando as roupas no caminho -sorte que ninguém me viu sem cueca...- Tentei analisar onde eu tava, que era um... Estacionamento de motel, puta que me pariu não podia nem esperar pra entrar no motel tinha que ser no meu carro mesmo! Trombei com um cara que vestia um daqueles ternos de linha, parecia aqueles filhinhos de papai que nunca fazem nada.

—Hey cara olha por onde anda! -Foi mal é que eu...

— Eu te conheço de algum lugar...- Olhando bem ele parecia com alguém, só não conseguia me lembrar quem.

— Ah já sei, te vi por foto, você é o namorado da Rose!- Cheguei a cerrar os punhos pensando de onde ele a conhecia.

— E posso saber de onde você conhece ela?

— Claro eu sou o primo dela! Prazer, Adrian

— Prazer Dimitri, seria muito legal parar pra conversar mais, mas eu tô com muita pressa e...

— Você encheu a cara, e acordou com uma estranha.- Não foi uma pergunta...

— Primeiro, ela não é uma estranha, quer dizer mais ou menos, e segundo, como você sabe?!

— Bom, vamos dizer que eu sei das coisas...

— Bom, já que você sabe tanto das coisas, da pra me ajudar a tirar aquela ninfomaníaca do meu carro pra eu ir embora e fingir que nada disso aconteceu?!

— Baranga ou gostosa?

— gostosa...

— To dentro, me arranja whisky, uma venda e pasta de dente

— pra que a pasta de dente?

— bom vou deixar sua imaginação trabalhar...- Ele fez uma cara de malícia

— que nojo cara...

2 semanas depois

Pov Rose

— Lissa! Cadê o passaporte? Eu tenho que chegar cedo!- De início eu fiquei meio mal por ir pra Rússia, quer dizer, o Dimitri nasceu lá, e... Que bosta tudo que eu faço eu penso nele! Chega! Voltei pro quarto e peguei as duas malas que eu tinha arrumado e o celular e desci.

— Lissa! Eu to falando com você, larga o Chris e vem me ajudar por favor!

— Ah Rose calma ele tá em cima da bancada da cozinha. O celular tocou nesse momento, achei estranho, avisei todo mundo que eu conheço que eu ia viajar.

— Alô?

— O... Oi Rose.- Nossa! Eu devia ter deixado o número dele na agenda, porque eu não iria atender.

— O que você quer? Eu tô ocupada.

— Eu sei, só queria te pedir um último favor.

— Último favor?! Você tá louco! Só pode, de todas as pessoas possíveis você pede pra mim?!

— É que se trata de nós dois.

— Não existe nós dois! Esqueceu?

— Rose! Para de falar! Eu vou explicar... É que quando a gente namorava, eu contei pra minha família, como era de se esperar, e lembra quando eu falei com eles e disse que eu iria pra lá? Então eu disse que levaria a minha namorada... E eu pensei que você podia ir lá e fingir, é só por uns dias antes que você pergunte, por favor!

— Não sei, eu tenho que trabalhar quando estiver lá, mas... Ah... Tudo bem, mas só uns dias

— Obrigada Rose! Te amo!- E desligou.

— Ah q raiva! Mas deixa pra lá. Lissa? O Adrian ainda ta lá em cima?

— Tá, pode subir!- Subi correndo, eu tinha que estar no aeroporto umas duas horas antes do vôo.

— Adrian! Vem cá!

— Já vou Rose! Tchau Sid beijos.

— Opa! Quem é Sid?- Ele ficou mais vermelho que eu quando tô com raiva.

— É uma garota Rose não enche o saco.

— Aaaahh finalmente! Você ligou pra ela! Tá dando apelidos! Tá apaixonado!

E fiquei pulando no pescoço dele igual criança.

— Meu Deus Rose, você tem quantos anos?!- A gente desceu juntos e rindo da minha "linda" demonstração de amor.

— E aí Lis? - Deu um beijo no rosto dela

— Já se despediu?

— Já sim, mas mais um abraço não vai machucar. E me abraçou tão forte que parecia que eu nem tinha costelas que poderiam ser quebradas.

— Ok Lis tchau. Tchau Chris!- E fui pro aeroporto.

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Quando cheguei lá, tudo que pensei foi, não encontrar o Dimitri até chegar na Rússia, mas é só entrar no avião que ele me surge do nada! E tinha que ficar justo do MEU lado.

—O...oi Rose.

—Oi- respondi seca mas sem ser grossa. E ficamos quietos até o vôo decolar, e ele decidiu abrir a boca.

— Sabe, é um vôo de quase 13 horas, porque não conversamos?

— Do que você quer conversar?

— Não sei, como foi a sua infância?

— Bem... Foi horrível, as únicas coisas boas que aconteciam, eram que eu e o Adrian gostávamos de ficar nos desafiando, uma vez a gente colocou pasta de dente da cara pra ver quem ficava mais tempo, e no dia seguinte acordei com o rosto vermelho - comecei a rir lembrando do episódio. - Ah e claro, a minha amizade com a Lissa começou na infância também, mas ela era mais certinha, eu que arrastava ela pra tudo... Mas e você?- Ele parecia constrangido pra se abrir.

— Eu brincava com às minhas irmãs, nem pergunte o que era, só digo que não gostava... E meu passatempo favorito era bater no Hector - eu ri. - Meu pai uma vez em tentativa de se aproximar me deu um patinete, mas eu só queria um soldad...

— Meu Deus que desperdício homem!

— Por que?

— Porque todas às meninas da escola tinham um patinete, eu pedi um pra minha mãe de aniversário e ela me deu um celular! Nenhuma das minhas amigas tinha, o que eu ia fazer com o celular...

— Então você jogou ele fora?

— Não, sabe aqueles celulares antigos que não quebram? Então era daquele, e se alguém me irritava, eu jogava o celular nela.

— que agressividade! - pelo menos eu usei...

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E depois de quase 13 horas, finalmente nós chegamos, mas eu não achei que seria tão gelado assim!

— Meu Deus! A Rússia parece um congelador gigante! - ele riu - espera, eu falei isso alto?

— Falou Rose. Vista isso.

— Não!

— Vai Rose para de ser teimosa, você tá congelando nesse casaquinho jeans.

— Tá, me dá logo isso.- E aquele era o melhor casaco desse mundo! Me esquentou em minutos!

— Ah vamos pegar as malas! Elas vem nos buscar daqui a pouco.- Ok, eu estava assustada, eu iria conhecer a família dele! E se não gostassem de mim? Ou pior, e se gostarem muito de mim e quiserem que eu fique mais?

— Vem logo!

Ele deve ter notado minha preocupação e disse:

— Não tem pra que se preocupar Roza... Quer dizer Rose. - Roza... Eu quase senti falta dele me chamar assim... Merda. O telefone dele começou a tocar:

—Allo? Mozhet govorit' ... Kak tak? Khorosho vzyali taksi ... (O que foi? -Vamos ter que pegar um táxi...)

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O taxista nos deixou bem antes da casa pelo que deu pra perceber.

—Bom as únicas coisas que você precisa saber é: pense antes de falar, minha mãe é muito legal, mas nunca recuse quando ela pedir pra você ajudar, boca calada sobre nosso termino, e... Isso não é bem uma coisa relevante mas cuidado com... -Eu cai de bunda no chão, simplesmente!- Rampas molhadas...

—Acho que é meio tarde pra esse aviso...

Nós dois caímos na risada. Paramos em frente a uma casa não muito grande de dois andares e branca com um enorme portão azul, ele tocou a campainha e deu pra escutar os passos de alguém descendo às escadas de madeira, meus batimentos aceleram a cada degrau, até que chegou um momento em que estava tremendo e suando frio. Uma garota não muito mais alta que eu de cabelos castanhos quase batendo na lombar abriu a porta toda sorridente deu um abraço em Dimitri olhando pra mim, disse alguma coisa pra ele e depois apertou minhas mãos se apresentado:

— meu nome é Victoria você deve ser a Rose certo?

— Sim prazer em conhecê-la

— O prazer é meu, entrem.

Por dentro era simples e consistente, mas bem arrumada, como se mostrasse a personalidade da dona. Uma mulher jovem surgiu do que parecia ser a cozinha ( não acredito que até ela era mais alta que eu) me olhou de cima pra baixo e falou alguma coisa que não captei...

— Oi mãe, essa é a Rose...- ela nem hesitou em ir direto às perguntas.

— Qual sua idade?

—22

— Estado juntos a quanto tempo?

— Desde o começo do ano mais ou menos

— Você já dormiu com meu filho?

— Não! Quer dizer ainda não... Digo, Pretendo...

— O que quer dizer com pretende?- engoli em seco.

— Bem, algum dia tem que acontecer certo? - ela deu um sorriso frouxo e falou algo pra Dimitri que também sorriu. Acho que nunca vou entender o que aconteceu...

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Subimos às malas para o quarto, só não entendi por quê eu devia levar pro mesmo quarto dele

—Aqui é nosso quarto...

—Pera! Como assim "nosso" quarto?

— Somos um casal lembra "querida"?

— Eu...- fechei a porta e começei a falar sussurrando - eu não vou dormir com você!-

—Você quer que eu faça o que? Durma no chão?!

— Não seria má idéia...

— Claro que não vou dormir no chão!

— vai sim!

— com ordem de quem?

— Minha!

— Pois fique sabendo que ela é irrelevante nessa casa, nesse país e nesse continente também! Você fica de lado, eu de outro, e cada um respeita seu espaço, feito?- revirei os olhos e apertei a mão dele pra selar o acordo.

Pov Dimitri

Dormir com Rose foi meio esquisito considerando toda a situação, principalmente quando no meio da noite ela me abraçou... Mas uma pessoa não se controla quando ela está inconsciente, quer dizer, não que eu tenha me aproveitado da situação, nem nada do tipo... Continuei tendo esses pensamentos até que foram cortados por risadas, uma era de Rose, e era bom saber que ela estava se dando bem com outra pessoa da minha família. Desci às escadas escutando a conversa :

— Por favor, você precisa me dar uma cópia dessa foto.

— quando estiver de partida me lembre disso.

—VICTORIA QUE FOTO VOCÊ DEU PRA ELA?!- corri pelas escadas vendo Rose colocar algo atrás das costas.

— Não! Sônia e Victoria, vocês não mostraram o maldito álbum pra ela!

—Álbum? Que Álbum? Imagina não tem nada disso aqui a gente só tava conversando...- Victoria estava visivelmente se esforçando muito para não dar risada.

— Porque você não fala pra Rose como brincava com as suas irmãs?

As três caiam na gargalhada, revirei os olhos e voltei para o quarto, sai tão afobado que nem fiz minha higiene pessoal... Estava me trocando quando Rose entrou no quarto.

— Nossa nunca te ensinaram a bater?

— Não precisa se preocupar "querido" só vim pegar minha bolsa, estou de saída.- Ela foi para um canto do quarto e pegou uma bolsa azul em cima da mala, olhou para um espelho pendurado na parede e ajeitou um pouco o cabelo.

— Tchau- ela andou em minha direção e me deu um selinho! É foi bem estranho. E foi andando pra porta na maior tranquilidade.

— Tchau...- Antes de colocar a mão na maçaneta ela parou e virou se encostando na porta.

— Me desculpa! Quer dizer não me desculpa... É que... E... Eu já vou indo.- Ela começou a empurrar a porta em uma maneira desesperada de abrir

— Quando ela ficou trancada?!

— Rose puxa, não empurra...- Ela puxou.

—Essa merda não tá abrindo! Da pra você me ajudar ou vai ficar aí plantado igual uma batata?

— Nossa, tudo bem!– andei até lá calmamente só pra irritar, peguei a maçaneta, Girei, puxei e... Não abriu! Fiquei paralisado, eu estava preso num quarto sozinho com a minha ex namorada raivosa, ou seja, eu vou morrer hoje...