Perseus: A guerra contra o Princípio escrita por Naylliw Freecs


Capítulo 8
Eu sou Tálassa


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/561701/chapter/8

POV Terceira Pessoa

A criança de oito anos correu divertida pelo castelo, tinha longos cabelos castanhos escuros que terminavam em pequenas mechas esbranquiçadas, seus olhos eram de mesma cor do café, uma fina linha azulada rodeava sua íris, sua pele era pálida e tinha feições delicadas, porém um sorriso incrivelmente maroto se estampava em sua face, tinha uma tiara repleta de diamantes em sua nuca

–QUIONE- O berro de sua irmã foi ouvido em todo local em que uma brisa fria passava, mais do que imediatamente uma jovem de penetrantes olhos azuis brilhante e longos cabelos loiros surgiu, tinha a aparência de uma jovem de quinze anos, o problema? De seus belos fios dourados, escorria tinta rosa- EU VOU TE MATAR DESGRAÇADA

Em questão de segundos, a deusa do gelo estava presa contra o chão do castelo, a irmã apontava uma adaga enorme para sua garganta, em quanto Quione agora em sua forma de doze anos ria como louca

–Vai ter que me pegar primeiro maninha- sussurrou no ouvido da irmã, antes de desaparecer em uma pequena chuva de neve

–Argh! Maldita!- rosnou Aura, seus olhos brilharam em diversão, um sorriso lentamente se formando em seu rosto, um belo jogo de gato e rato começando, e a deusa da brisa congelante, tinha a certeza de quem era quem nesse jogo, seus músculos se encolheram, uma grande camada de pelos braço-acizentados surgindo em seu corpo agora de agora um metro e meio de comprimento, logo uma espessa cauda surgiu no corpo do Lince, que lambeu os lábios, os olhos brilhando em quanto corria em disparada atrás de Quione...

A deusa do gelo agora em forma de uma criança de cinco anos corria em disparada pelos corredores do castelo, longos e largos corredores feitos de mármore branco, em suas paredes, imagens das batalhas dos deuses, imagens de Boreas, deus grego do vento norte, o chão era feito de material encantado para terem a aparência de nuvens, podia sentir a presença da irmã em velocidade alarmante a poucos metros de si, foi quando distraída tombou com alguém

–Aí! Olhar por- e ficou nessa frase tentando pronunciar mais palavras, que não saiam de sua boca, frustrado Calais abriu a passagem pra irmã, suas enormes asas quase tocavam o teto em quanto o mesmo flutuava, tinha a pele pálida, cabelos brancos rebeldes e poucas penas roxas misturadas ao branco

–Calais querido, me faça um favor?

–Diz?

–Se algum gatinho passar por aqui, pegue-o e o coloque numa gaiola

–Cal, vai faz pra Quio- falou o boreade, sorrindo em quanto Aura se aproximava

Quione se escondeu atrás do irmão e, logo ouviu os gritos furiosos da sua irmã, sua aparência tremulando, quando o lince virou uma jovem de dezesseis anos

–Calais idiota! Me largue agora, ou eu arranco suas asas!- rugiu a deusa em quanto o irmão tentava enfia-la numa gaiola

–Cal, ir logo, irmã má!- disse antes de bater as asas e desaparecer pelos corredores, há alguns metros Quione rolava no chão de tanto rir, lágrimas brotavam em seus olhos escorrendo pelo seu belo rosto, Aura pulou sob a mesma precisando a adaga na garganta da irmã

–Últimas palavras maninha?- sussurrou a deusa, sua voz suavemente mortal. A gêmea perdeu a resposta pronta quando uma forte dor de cabeça invadiu sua mente, como se uma adaga estivesse sendo cravada no local, Quione esperneou sua idade alternando sem parar quando por fim se estabilizou por volta dos dezoito anos, foi quando enfim desmaiou, deixando a irmã chocada e aterrorizada

Quione acordou em um local escuro como breu, deu passos curtos e demorados, até que o avistou, a única luz que tinha naquele local, a deusa se aproximou rapidamente, nunca estivera tão escuro, chegou em uma pequena árvore, local que ele costumava ficar deitado, mas não havia nem rastro do primordial, olhou para os lados e avistou uma pequena cama, era feita de gelo e neve, e não parecia nem um pouco desconfortável, se aproximou rapidamente, ondas de poder puro e maciço eram expelidas daquele adolescente, deitado nela estava Perseus, a mesma arfou quando viu marcas de pequenas presas nos braços, nas pernas e no pescoço do primórdio, ao redor das feridas uma mancha roxa esverdeada se alastrava lentamente, corroendo sua pele a destruindo completamente, sem deixar rastro algum, logo apenas sobrava o vazio

Quione– foi a única palavra que a mesma ouviu, os lábios do primordial não se abriram em momento algum, seus olhos fechados sem demonstrar sinal algum de vida

–O que houve com você?- grunhiu a deusa aflita, seus olhos cor de café brilharam, assim como sua mão que brilhou em energia azul-claro sob as feridas de Perseus, as mesmas começaram a cicatrizar, mas de súbito abriram novamente espantando a deusa, sua mão começou a emitir luz mais forte, as feridas sempre que estavam prestes a cicatrizar voltavam a se abrir

–Cura logo Merda!- rosnou Quione, quando a luz se tornou insuportavelmente brilhante, uma sombra de três metros de altura surgiu, ao lado do corpo de Perseus que riu com o palavreado da deusa, suas feridas cicatrizando lentamente

Olhe o modo de falar deusa do gelo– brincou o primordial

–Eu tenho cento e dez anos Perseus, falo do modo que eu quiser- disse ela irritada- além do mais, quando você se revelou para mim um século atrás, sua incrível feiura me traumatizou
O primordial do gelo e da neve riu falando

Fale o que quiser bela Quione, no fundo, eu sei que você me acha lindo e gostoso– a deusa sorriu, ela tinha de admitir que o primordial era um pedaço de mau caminho, tinha cabelos brancos-alaranjados rebeldes, em poucas vezes que vira seus olhos, perceberá que eram verdes como as folhas das árvores na primavera, e tinha músculos bem definidos através da camisa de linho, sua pele era pálida assim como a sua, como se possível ainda mais branca, mas quando ia falar as feridas do deus primordial voltaram a surgir

–Mas o que é isto?

Eu não sei– a voz do deus invadiu sua mente, mas dessa vez estava fraca e quebradiça- algo deve estar acontecendo com o meu verdadeiro corpo, você tem de vir em meu auxílio

–Onde você está?- perguntou Quione estreitando os olhos, sua voz suave como se já soubesse a resposta, um sorriso triste se estampou na face do primordial quando sussurrou na mente da deusa

Nas terras além do alcance dos deuses

Depois disso, a filha de Boreas não ouviu mais nada, a escuridão tomou conta de seus olhos, de súbito a mesma erguia seu corpo que tremia levemente, o suor molhava seu rosto e seu pescoço, quando sentiu dois fortes braços em torno de seu pescoço, assim como ouviu a voz chorosa de sua irmã

–O que houve com você? Nunca mais faça isso, ou eu juro que te jogo no Tártaro- berrou a irmã em sua orelha, fazendo a mesma gemer massageando as têmporas com a enorme dor de cabeça que sentia

–Eu me senti fraca, então desmaiei- sussurrou Quione pulando da cama

–Para onde você vai?- perguntou Aura estreitando os olhos

–Vou dar uma volta no mundo mortal- disse sua irmã dando de ombros

–Vou com a senhorita, papai me pediu para ficar de olho numa débil desmiolada como você

–Não vai mesmo maninha- sussurrou Quione desaparecendo em luz azul claro.

Aura suspirou, seus olhos azuis faiscando de raiva, em quanto voltava para seus aposentos emburrada, não estaria dando uma de babá para deusas loucas hoje

Quione reapareceu a alguns quilômetros do castelo de seu pai, um pequeno sorriso em seu rosto, que logo foi tomado por medo, a mesma estaria se arriscando indo a um local além do poder dos deuses, se tornando tão poderosa quanto uma mortal, se permanecesse lá por muito tempo, mas Perseus confiava nela, ele havia lhe dado sua benção pelos seus domínios parecidos, e ela iria provar ser digna. Deu uma rápida olhada para ambos os lados não vendo nada além de neve, e quando teve a certeza de não ter nem um mortal por perto a mesma se curvou com a dor aguda, seus olhos brilharam uma linha grossa azul surgindo em sua íris cor de café, seu vestido curto se alongou até a altura de seus joelhos, longas botas de couro negro substituíram suas sandálias, seu cabelo que estava preso em um coque se soltou, chegando a metade de suas costas, foi quando a com uma batida e um impulso tremendo ela decolou

De imediato sentiu a brisa gelada batendo em seu rosto, suas asas batendo em velocidade cada vez mais alarmantes, podia sentir o poder de sua irmã em suas costas, tentando fazê-la descer, aos poucos uma imagem lutava para se solidificar ao seu lado

–Pare sua louca, tem ideia do que está fazendo!- gritou Aura tentando sobrepor o barulho dos ventos

–Uma loucura com certeza- sussurrou Quione manipulando a neve para desfazer a conexão com sua irmã. Sentiu uma dor absurda em sua mente e soube que Percy estas com problemas, a dor não cessou, ficando cada vez maior, a deusa segurou a cabeça entre os dedos como se algo esmagasse seu cérebro, batendo as asas com força absurda, a deusa desapareceu, se tornando literalmente um borrão nos céus, seus músculos queimando em agonia em quanto ultrapassava a barreira do som, mas ela não queria apenas isso, ela precisava de mais, Perseus pedira sua ajuda e, ela não podia decepciona-lo, aumentou ainda mais a força e velocidade em que batia as asas, gelo e neve saiam de suas asas a dando mais impulso, sua pele parecia ser arrancada de seu corpo, levando suas forças ao limite quando atingia a velocidade da luz, seu corpo inteiro gritava por socorro, se ela sobreviesse, iria salvar o primordial sim, mas...

–Eu vou lhe matar!- foi quando por fim desmaiou, caindo em disparada em direção a terra, não, a terra não

Ao mar

Seu corpo se chocou com força tremenda contra a água, enormes espinhos de gelo se ergueram, mas não rápido o suficiente para impedir Quione de afundar, faltando poucos quilômetros do local que estava destinada a chegar, a deusa desistia lentamente, sua consciência voltando em quanto sentia seu corpo afundar, tentou erguer os braços e nadar, mas a dor era tremendamente demasiada, seus músculos ainda queimavam pelo esforço, ela falhara, decepcionara Perseus, seus olhos brilhantes se apagando quando a poderosa filha de Bóreas ameaçava desistir...

Não desista criança! Está se saindo bem, prove ao primordial do gelo e da neve que ele não errou em abençoa-la!

A voz que a deusa ouvia parecia entrar pela sua pele, a fortalecendo, não a permitindo desistir, mas mesmo assim Quione não podia erguer um músculo, e quando estava prestes a sucumbir a exaustão, entrou numa espécie de bolha, tragou o ar como se não houvesse amanhã, foi quando percebeu que não estava sozinha, uma cama de casal abrigava uma jovem de quinze anos, a mesma tinha um enorme sorriso no rosto, mas assim como Perseus, ao falar não abria os lábios

–Quem é você?- perguntou a deusa desconfiada, seu sexto sentido apitando loucamente

Eu sou Talassa, a primordial do mar

Quione recuou assustada, mas mesmo assim fez uma leve mesura, sexto sentido traidor, pensou a deusa

–Por que me ajudas?- sussurrou a deusa

Eu acredito que exista outra chance para a terra. A dias eu sinto que existe algo de errado com o mar, o poluindo e envenenando, o mesmo acontece com a terra, mas nossa presença já não é mais o suficiente, o princípio com certeza jogou sua cartada, e nosso plano há de falhar, você TEM que encontra Perseus, vá Quione, ajude Perseus e em seguida, venha em socorro do mar

Dizendo isso um jorro de água atirou Quione a superfície, seus músculos ainda estavam doloridos, mas obrigou suas enormes asas a se abrirem, uma forte brisa a levantou em quanto dessa vez, um pouco mais lentamente a deusa cortava os céus, logo avistava seu destino, terras desérticas e geladas, não um frio bom como o que Perseus expelia, um frio ruim e fantasmagórico que sugava toda sua energia, com um baque surdo na neve fofa, podia sentir sua energia divina indo embora como água escorrendo pelo ralo, olhou para os lados e amaldiçoou Perseus, tudo que via era um deserto de gelo e neve, sem sinal de maldito primordial algum

Suspirando a deusa iniciou sua caminhada, atravessando o deserto de gelo com uma formiga atravessa uma cidade, prendeu a respiração quando viu uma caverna, mas o que a assustou foi o que a guardava

Uma enorme besta de três cabeças se encontrava na entrada, amaldiçoando mais uma vez Perseus, Quione se dirigiu ao que talvez fosse seu fim


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então? Comentem, favoritem, e recomendem :)