Let Me Be Your Angel escrita por Esthefanny Bezerra


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas! Tudo bom com você?
Apareci por aqui de novo com uma one (que eu estava tem bastante tempo querendo fazer, mas não conseguia por no papel... Chato isso né? :/) que eu fiz com o maior carinho do mundo.
Antes de tudo, queria agradecer MUITO, MUITO, MUITO as meninas que quando eu pedi, leram a fic e me motivaram a postar. De verdade, vocês são uns amores, Fran, Flávia, Fernanda e Mayara ♥ Amo cada uma de vocês, de verdade.
Eu espero que vocês gostem de se aventurar na imaginação louca da louca aqui :)
Nos vemos lá embaixo, lindas (e lindos, se tiver algum por aqui, rs)!



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POV Isabella

Era dia 30 de dezembro quando eu resolvi fazer uma boa faxina em casa. Começar o novo ano que já estava chegando com a casa toda arrumada e sem coisas indesejáveis.

Já havia arrumado quase todos os cômodos da casa, faltando apenas o meu quarto e de meu marido.

Pensar em Edward me fez suspirar. Eu ainda não acreditava que ele era meu e que seria para sempre. Em determinados momentos de nossa vida como casal, eu cheguei a pensar que nunca o teria (isso ocorreu quando eu descobri que o amava) e, o pior de tudo, que eu havia o perdido para sempre.

Abri o nosso guarda-roupa compartilhado e abri justamente na sua parte dele. Estava praticamente vazia. Sorri. Eu sabia onde estavam as suas roupas.

Abri a minha parte e alarguei mais ainda o sorriso. As roupas dele estavam ali, todas emboladas já que eu as tirava e jogava de qualquer jeito ali dentro.

Tirei todas as peças e coloquei no cesto de roupa suja, iria lavar logo mais.

Separei a roupa que usaríamos amanhã: para ele uma bermuda cor de creme juntamente com uma blusa branca que era um pouco transparente e para mim, um vestido branco de renda. Pendurei em cabides e comecei a arrumar todas as outras partes do guarda-roupa.

Arrumei cada gaveta – estavam todas desarrumadas. – e parti para a parte de cima (onde tive que subir na cama, pois sou baixinha), ainda dentro do guarda-roupa. Era ali onde guardávamos caixas e as roupas de cama, toalha, coisas mais da casa.

Fui tirando toda aquela bagunça que estava ali e aproveitando para abrir cada caixa e arrumar ali dentro, pois eu sabia que estava tudo desarrumado. Edward havia mexido ultimamente ali procurando por alguns papéis e eu sabia como ele era. Desarrumava tudo e nunca achava nada.

Sorri mais uma vez ao pensar nele.

Quando fui pegar a última caixa, desequilibrei–me caindo em cima da cama e deixando a caixa que estava em minhas mãos ir ao chão.

De algum modo, eu havia me machucado. Meu cotovelo doía um pouco, eu deveria ter caído de mau jeito.

Quando eu resolvi arrumar a bagunça que eu havia feito, vi o que estava no chão e não acreditei.

Eram cartas, cadernos onde haviam sido escritas músicas, bichinhos de pelúcia.

Lembranças.

Peguei uma das cartas que estava no chão e olhei para ela.

Eu não lembrava que havia guardado elas aqui.

A minha letra confundia-se com a letra do meu, agora, marido. Os nossos garranchos que contavam boa parte da nossa história.

Sentei-me na cama e comecei a ler a carta que estava em minhas mãos.

Datava de 07 de maio de 2007.

“Cara Isabella,

Como você vai?

Percebi que você faltou algumas aulas esta semana que se passou... O que houve? Você estava doente?

Acredito que precisará saber da matéria, sabe, para prova. Posso te emprestar as minhas anotações, caso queira.

Edward”

Eu lembrava dessa carta. Havia sido a primeira que ele havia me mandado e por estar com preguiça, demorei para respondê-lo. Uma semana depois eu respondia, no mesmo papel, inclusive.

“Edward,

Vou bem, obrigada por perguntar.

Na verdade, estive doente do coração, entenda isso como queira.

Obrigada pelas anotações, mas, não se preocupe, uma amiga minha me dará as dela. Ficará tudo bem.

Isabella”

Se eu bem me lembrava, havia jogado no armário dele e eu achava que ele nunca entraria em contato comigo novamente.

Eu estava tremendamente enganada.

Um dia depois havia uma nova carta em meu armário.

“Cara Isabella,

Caso queira conversar um pouco sobre isso, bem, estou aqui. Você sabe, eu não sou nenhuma de suas amigas, mas posso ajudar, dar uma opinião de homem sobre isso tudo (e sim, acho que todos da escola já entenderam que você se separou de seu namorado).

Qualquer coisa, responda-me. Podemos marcar um dia qualquer.

Edward”

Eu lembro que havia rido bastante dessa carta assim que havia lido.

Imagina se eu iria contar meus problemas para um garoto que eu mal conhecia?

Foi então que todas as minhas amigas começaram a se afastar. Na verdade, elas eram amigas do meu namorado antigo, o que significava que assim que eu terminasse com ele, elas iriam embora.

Foram saindo uma a uma, cada uma com a sua própria desculpa e quando eu procurava saber delas, elas já estavam longe o suficiente para que não me dessem à mínima.

Foi depois de mais de três semanas que eu me vi sozinha, sem ninguém para me apoiar na escola, sem ninguém para me apoiar em casa.

Eu chorava dia e noite e eu já não aguentava mais aquilo.

Foi nesse tempo que eu resolvi ir para o pior caminho que eu poderia ter ido em minha vida: as drogas.

Eu fumava pouco no começo. Algumas pedras de crack, no máximo quatro por noite, isso todas as noites.

Logo eu estava viciada.

Quatro por noite não era o suficiente. Eu comecei a misturar crack com maconha, foi horrível. Meu organismo logo não aguentaria mais nenhuma droga.

Houve um dia em que eu estava tão alta que cai desmaiada aos pés de uma pessoa. Eu, no momento, não soube quem era, mas ali estava o meu anjo: Edward.

Ele começou a cuidar de mim naquele momento.

Levou-me para sua casa e assim que eu acordei, me fez tomar um banho. Eu recusei no mesmo instante em que ele falou, mas ele começou a utilizar uma voz tão autoritária que eu fui obrigada. Tomei um banho e vesti as mesmas roupas que eu estava naquele dia.

Quando ele viu, mandou-me tirar aquelas roupas e vestir algumas roupas suas.

Ele me fez dormir em sua casa naquele dia. E, por mais incrível que possa parecer, eu lembro de ter gostado de dormir ali. A cama onde eu dormira – a sua cama – era extremamente quentinha e cheirosa.

No outro dia, ele me deixou em casa, dizendo que logo voltaria.

Ele apareceu à noite, procurando por mim. Minha mãe o fez subir para o meu quarto e quando ele entrou, eu gritei para que ele saísse. Eu não o queria ali. Eu não o queria em minha vida.

Edward continuou tentando.

Quando eu cheguei na escola no outro dia, lá estava mais uma de suas cartas.

“Cara Isabella,

Você precisa conversar com alguém. Eu poderia ser esse alguém, você sabe.

Eu só quero ajudar, é verdade o que eu digo.

Espero nunca mais a encontrar do jeito que a encontrei antes de ontem, certo? Faça isso, pelo menos, mesmo que não queira conversar comigo.

Edward”

Eu ia responder em papel novamente, lembro disso. Mas eu havia desistido. Vi o de longe na classe (ele sentava na frente e eu bem longe, no fundo da sala) e resolvi ir até lá assim que a aula acabasse.

Flashback ON

– Olá, Edward! – vi quando ele deixou alguma coisa que estava em sua mão cair.

– O-o-oi, Isabella.

– Serei rápida, certo? Eu espero que você pare de ficar me mandando essas cartinhas idiotas! Eu não quero a sua ajuda, okay?

Sai da sala de aula o deixando sozinho lá.

Flashback OFF

Edward ficou sem me procurar por semanas e eu achei que havia me livrado dele. Mas isso não foi verdade.

Eu continuava a usar drogas e um dia, quando eu não estava ainda tão alta, o vi entrando no ponto de vendas que era próximo a sua casa.

Flashback ON

Droga, aquele idiota estava aqui.

Agora ele me seguia?

Eu continuei fumando a minha maconha quieta no meu canto enquanto ele andava até onde eu estava.

– Isabella, você não precisa estar aqui. Vamos, venha comigo.

– Se eu for, você me deixará em paz depois?

– Talvez. – eu subi uma sobrancelha. – Tudo bem, tudo bem. Só... só vem comigo, certo? – eu já estava cheia dele, resolvi então ir.

Paguei pelo que eu havia consumido naquela noite e dei tchau para alguns dos meus novos amigos. Amigos esses que eu havia feito por causa da droga.

Sai andando com Edward e eu não havia percebido que havia deixado o meu casaco na boca de fumo. Com o frio que fazia na cidade, eu comecei a tremer muito.

– Eu vou voltar para pegar meu casaco. – falei já me virando para voltar.

– Não vai, não. – Edward segurou meu punho.

– Solte-me! – falei áspera.

– Não. Se você está com frio, pode ficar com o meu casaco.

– Eu não quero o seu casaco, eu quero o meu casaco.

– Que diferença faz, Isabella? É apenas um maldito casaco. – ele começou a desvestir o seu casaco. – Não corra. – eu assenti. Eu não tinha essa intenção. Ele tirou o seu casaco e me deu. – Vista.

– Você vai ficar com frio.

– Não, não vou. – ele falou e voltamos a andar lado a lado.

– Onde estamos indo? – eu perguntei. Estávamos indo na direção do campinho de futebol, mas eu não tinha certeza se era para lá que iriamos.

– Você verá quando chegarmos.

Continuamos caminhando por uns 10 minutos e chegamos ao campinho de futebol que uma vez já fora muito utilizado pelas crianças do bairro. Eu mesma já havia ido várias vezes ali. Agora estava abandonado, já que as crianças preferiam ficar brincando nas portas de casa e em suas ruas do que ir para aquele local.

– Você já havia vindo aqui antes? – Edward perguntou.

– Algumas vezes. – eu sorri.

– Eu sempre venho aqui, se quer saber.

– E por que me trouxe até aqui?

– Eu não sei, eu só quis te trazer até aqui.

Eu olhei ao meu redor e fiquei surpresa de não haver ninguém por ali. Aquilo ali era um patrimônio público, deveria ser cuidado e preservado.

– Como você consegue entrar aqui sempre? Nunca foi pego por alguém?

– Não. Nunca tem ninguém aqui. – eu fui andando sem rumo por ali e vi quando Edward se sentou no chão. – Eu lembro quando isso aqui era cheio de crianças correndo de um lado a outro.

– Sim, eu também. – eu fui me aproximando dele e me sentei ao seu lado.

– Você ainda se preocupa comigo mesmo que eu tenha te afastado milhões de vezes. – falei depois de um tempo enquanto apenas ouvíamos os barulhos de pássaros e outros bichos. – Eu não sei por que você faz isso.

– Falando a verdade, nem eu mesmo sei por que eu faço.

– Por que você foi me encontrar hoje? – eu perguntei. Estava realmente curiosa desde o momento que eu havia saído de lá com ele.

– Eu também não sei. Só senti que eu deveria te tirar dali. – ele olhou no fundo de meus olhos. – Você sabe que está acabando com a sua vida fazendo isso, não sabe? – eu apenas balancei a cabeça. – E porque continua a fazer, Isabella?

– Eu precisava de um escape.

– E ele tinha que ser logo as drogas? – eu dei de ombros. – Você não precisa disso, Isabella, e você sabe disso.

– Na verdade, sim, eu preciso.

– Então apenas me responda: por que você precisa tanto?

– Eu já disse: eu precisava de um escape de toda a merda que estava a minha vida. Eu precisava de amigos e eu não tinha um.

– E as drogas viraram sua amiga? – eu apenas respirei fundo. – Isabella, eu te ofereci a minha ajuda. Eu disse que estaria aqui, caso você me procurasse. Por que, no lugar de me procurar, procurou a elas?

– Você não achava mesmo que eu iria contar toda a minha vida para você, não é?

– Você não confia em mim? – eu vi que ele estava um pouco sentido.

– Edward, eu mal conheço você.

– Que tal conhecer um pouco? – ele fez a pergunta e deixou no ar.

Eu não me sentia pressionada para falar sobre tudo o que estava acontecendo em minha vida, mas a verdade é que eu queria me abrir com alguém e, bem, a única pessoa que eu tinha agora era Edward.

– Eu o peguei me traindo. Ele estava na cama com outra, porque, segundo ele, não aguentava mais esperar por mim. – eu olhei para ele que estava olhando para mim. – Depois eu descobri que isso acontecia fazia, aproximadamente, três meses. Foi um saco. – eu respirei fundo. – Eu odeio aquele idiota. Ele poderia ter terminado comigo, ou, eu não sei, ter feito qualquer coisa, menos isso.

– Ele não te respeitou.

– Não. E eu, trouxa, sempre fazia o que ele queria. Menos o que ele mais queria, que era isso.

– Espera, você não está achando que a culpa foi sua, não é? – ele segurou em meus ombros.

– Eu sei que foi ou você nunca ouviu aquele dito popular que diz que o que você não tem em casa, busca na casa dos outros? Foi mais ou menos isso.

– A culpa não é sua por querer se preservar, Isabella, a culpa é totalmente dele. Ele não sabe a garota maravilhosa que perdeu, de verdade. – eu sorri para ele.

– Obrigada, de verdade. Fico feliz em saber que pelo menos uma pessoa ainda me acha maravilhosa.

– Você sempre foi. – ele falou baixo, mas eu ainda consegui ouvir.

– O que você disse?

– Nada. – ele balançou a cabeça.

– Já que estamos conversando sobre desilusões amorosas, você já teve alguma? – perguntei para ele.

– Eu tive apenas términos de namoro, nada muito grave como uma traição...

– Que bom. Eu não desejo isso para ninguém.

– Nem para o seu pior inimigo?

– Nem para o meu pior inimigo.

Ficamos jogando conversa fora por um bom tempo, até que começou a ficar mais frio do que já estava.

– Edward, está tarde, vamos para casa. Está fazendo mais frio ainda e você está sem o seu casaco... – ele colocou um de seus dedos em minha boca.

– Eu estou bem, você está bem? Ou meu casaco não está fazendo a sua função de aquecê-la?

– Eu estou confortável, mesmo que esteja sentindo um pouco de frio.

– Vamos resolver isso agora. – ele veio por trás de mim e me fez sentar no meio de suas pernas. Abraçou-me depois e eu o deixei fazer o que quer que ele quisesse. Por mais incrível que possa parecer, eu havia começado a confiar um pouco mais nesse estranho. – Está melhor?

– Um pouco. – respondi confiante e senti–o sorrindo.

– Sabe, quando eu era pequeno, costumava formar figuras nas estrelas... – ele falou colocando o queixo em cima da minha cabeça.

– Você também fazia isso?

– Sim. – ele riu.

– Eu amava brincar disso com meu pai. Ele era fera em achar todos os desenhos e ele contava algumas histórias sobre alguns.

– Sério?

– Sim. Era legal. – eu falei.

– Quer tentar brincar disso? – ele perguntou. – Sabe, voltar um pouco à infância é sempre bom. – ele sorriu.

– Tudo bem. – eu assenti e comecei a procurar pelas figuras.

– Achei uma tartaruga. – ele falou.

– Onde?

– Bem ali. – e então ele foi apontando as estrelas e ligando em uma linha imaginária. – Viu?

– Sim. – eu sorri.

Virei a minha cabeça para o outro lado e voltei a minha caça de desenhos nas estrelas.

– Achei uma... bola? Certo, com o que aquilo se parece? – eu falei com ele e seu rosto estava grudado ao meu em instantes.

Eu não sei o que senti naquele momento, mas sei que nossas bocas foram se encostando e logo nós nos beijávamos.

Sentir seus lábios nos meus eram uma coisa maravilhosa.

Eu mordia seus lábios ora ou outra e ele fazia o mesmo com os meus. Era uma sensação que eu não saberia descrever com palavras.

Logo depois de ficarmos brincando um com o lábio do outro, Edward pediu passagem para a minha boca, que eu concedi de boa vontade.

Sua língua explorava a minha boca de um jeito que eu nunca havia sentido antes.

Ficamos nos beijando por muitos minutos, mas nós precisávamos de ar.

Edward me deu alguns selinhos e nós encostamos nossas testas e ficamos assim por um longo tempo tomando ar.

Ficamos ainda por mais tempo no campinho, mas esfriou mais ainda e Edward começou a tremer de frio.

– Certo, agora nós devemos ir. – eu falei e sorri.

– Sim, estou morrendo de frio.

Ele se levantou e depois me ajudou a me levantar do chão.

Saímos caminhando em direção a minha casa e ele me deixou na porta.

– Seu casaco. – eu ia tirando.

– Não, pode ficar.

– Você vai congelar até chegar em casa, Edward.

– Não, eu estou bem. – ele chegou mais perto de mim e colocou suas mãos em meu rosto. – Só me promete uma coisa?

– Dependendo do que for...

– Você vai largar as drogas, Isabella, por favor.

– Se você me ajudar... Posso tentar.

– Eu ajudarei no que for preciso, você pode contar comigo. – eu assenti.

Ele me deu um beijo em minha testa e desceu a rua correndo, em direção a sua casa.

Flashback OFF

Foi naquele dia que Edward começou a ser o meu anjo.

Eu comecei a ir para um grupo de apoio, os narcóticos anônimos.

Por ele, eu tinha vontade de mudar. De ser uma pessoa melhor.

Começamos a sermos amigos, mas apenas nos beijamos naquela vez no campinho.

A nossa amizade era daquele tipo que você pensa que vem desde criança.

Foi através dele que eu conheci uma das minhas melhoras amigas até hoje: Alice, sua irmã.

Alice viu todo o meu progresso e ela conversava comigo quando seu irmão não podia.

Eles eram gêmeos, então eles sempre estavam em minhas aulas. Algumas eu tinha só com Edward, outras só com Alice e outras com os dois.

Eram com eles que eu sempre me sentava no horário de almoço e era para eles que eu sempre me abria quando eu precisava e quando algo estava começando a me atormentar. Eu contava com eles para que eu nunca mais voltasse para as drogas.

Depois de muito tempo juntos, eu comecei a perceber que Edward queria algo a mais comigo, mas eu nunca havia realmente dado bola. Achava que era coisa da minha cabeça, ou que ele apenas queria me proteger de qualquer coisa, já que ele se tornou quase um irmão para mim.

Um irmão que hoje eu sou casada. – pensei e sorri.

Edward não abria o jogo de jeito nenhum, mesmo quando eu fazia aquelas perguntas querendo descobrir qualquer coisa. Eu perguntava se ele estava interessado em alguém e ele respondia que sim e quando eu perguntava por quem, ele nada dizia e ficava emburrado.

Edward sempre foi um homem que sabia esconder muito bem os seus sentimentos e, por mais que eu, hoje, saiba como detectar determinadas coisas, foi um problema muito grande quando começamos. Eu não podia dizer se o que ele estava sentindo era o mesmo que eu estava sentindo e isso era horrível.

Houve um momento, depois de quase dois anos daquela conversa no campinho – nós já estávamos na universidade – que eu soube que eu sentia alguma coisa muito maior por ele do que amor de irmão.

Eu sempre tentava esconder, mas eu sempre estava muito perto dele e acabava dando deslizes em alguns momentos.

Edward nunca percebia, é claro, mas Alice... Ela nunca havia deixado passar nada.

Flashback ON

– Bella, preciso falar com você! – Alice entrou em meu quarto sem bater.

– Alice! – a repreendi. – Eu podia estar nua ou coisa assim!

– Mas não está! E eu, realmente, preciso falar com você. – eu estava terminando de me arrumar para a festa que logo haveria.

– Fale.

– Olhe para mim, Bella. – ela falou e me virou.

– Eu preciso terminar de me arrumar!

– O que eu preciso falar com você é mais importante.

– E o que é, Alice?

– Eu sei que você gosta do meu irmão, Bella.

– Eu o quê? – tentei me manter calma, mas foi impossível.

– Olha só, está mais branca que papel, Bella. Eu sei que é verdade, já percebi há muito tempo. Só meu irmão burro que ainda não. – ela revirou os olhos. – Ele também gosta de você, Bella.

– Como irmão, grande coisa. – falei e eu sabia que estava assumindo tudo, mas de nada adiantaria esconder de Alice.

– Não, nunca foi como irmão, se quer saber. Ele sempre te amou. – ela respirou fundo. – Bella, por que acha que ele te ajudou?

– Alice, se ele me amasse, ele nunca sairia com todas as garotas que ele sai por semana. – Edward era uma espécie de pegador na faculdade, mas eu ainda nutria aquele amor por aquele idiota.

– Ele sai com elas porque você nunca o deu atenção...

– Alice! Se você sabe que eu gosto dele, e, veja bem, eu nunca contei nada para você, acho que eu já dei dicas o suficiente, não acha?

– Bella, vocês sabe como os homens são. Eles são lentos, por favor.

– E você quer que eu faça o que? Que eu me jogue em cima dele?

– Seria uma boa... Na festa de hoje, Bella! Qualquer coisa depois você pode dizer que foi a bebida.

– Não seja tola, Alice, ele não vai acreditar nisso, por favor.

– Bem, eu não sei o que mais você pode fazer, só sei que você tem que tomar uma atitude e logo.

– Por quê?

– Bem, ele estava conversando comigo, esta manhã, depois que você saiu para a aula, que estava pensando em pedir a Tânia em namoro. – eu odiava essa vadia da Tânia. Ela era ridícula, mas se achava.

– Isso é verdade, Alice?

– Sim, Bella, infelizmente. Aquele idiota! Às vezes, eu tenho vontade de estapeá-lo para ver se ele acorda que ele merece coisa melhor que aquela ali.

– E essa coisa melhor seria eu?

– Claro que sim. – eu me virei para ela, já que estava terminando a minha maquiagem no espelho.

– Qual batom?

– Um vermelho. – ela falou e saiu do meu quarto. Peguei o vermelho mais vibrante que eu tinha e passei em meus lábios.

Calcei meus saltos e passei o perfume que Edward mais gostava em mim. Eu estava pronta para pegar o que era meu, eu só não sabia como.

Sai para a sala e vi Edward sentado no sofá. Ele assistia a algum jogo de futebol americano na televisão. Depois que percebi que era a liga e que seu time estava jogando.

– Você está perfeita, Isabella.– Edward tinha a mania de me chamar de Isabella mesmo que eu preferisse que me chamassem de Bella. Ele dizia que gostava de ser único. Às vezes, eu pensava que ele fazia isso apenas para me irritar.

– Obrigada. Você está muito bonito também. – me sentei ao seu lado. – Alice ainda não terminou?

– Claro que não, você sabe como ela é.

– Como quem é?

– Você! Demora um ano para se arrumar. – Edward falou. – Está pronta?

– Falta o meu colar. Você o viu por ai, Bella?

– Não...

– Alice, vamos! Você vai sem esse maldito colar!

– Tudo bem, eu não preciso dele mesmo. – ela pegou a sua bolsa e eu me levantei com o meu telefone em mãos.

– Quer que eu guarde para você, Isabella? – Edward perguntou.

– Não, pode deixar. Eu o levo em minhas mãos.

– Cuidado para não perder, Bella. – eu balancei a minha cabeça para Alice e fiz uma careta.

Saímos do apartamento e fomos em direção à festa. Eu estava mesmo precisando dançar, os últimos dias na faculdade estavam me tirando do sério. Eram provas por cima de provas, trabalhos para entregar, professor passando atividade valendo metade da nota para o outro dia. Dava vontade de mandar todos para aquele canto.

Chegamos na festa rapidamente, pois era perto. Alice saiu grudada a mim e Edward foi mais a frente e saiu cumprimentando todos os seus amigos.

Chegamos na festa e de longe, eu já avistei Tânia. Ela estava em um vestido rosa que eu duvidava muito de que se ela estivesse na esquina da rua, eu não a visse.

– Olá, meninas! – Rosalie chegou perto de onde Alice e eu estávamos e falou um pouco alto por causa da música.

Nós nos abraçamos e começamos a dançar sensualmente. Ficamos nisso até os namorados das duas virem as buscar e leva–las para dançar na pista.

Eu fiquei no bar bebendo por um longo tempo e recusei alguns pedidos para dançar com caras. Eu queria dançar sozinha nessa noite.

Depois de algumas bebidas, senti meu celular tremer em minhas mãos. Era uma mensagem de Alice. Estranho.

“Se você ama meu irmão de verdade, acho bom você fazer algo neste exato momento. Escutei que ele está indo pedir Tânia agora em namoro.”

Eu comecei a me desesperar. Eu não achava que ele ia pedir Tânia em namoro justo esta noite.

Droga, mil vezes droga.

“Onde eles estão?” eu mandei sem pensar direito.

“Do lado de fora, perto da entrada.”

“Certo. Irei precisar de sorte”

“Estou torcendo por você. :)”

Sai em passos rápidos, mas sem correr por causa dos saltos. Cogitei ainda tira–los, mas isso me tiraria o tempo que eu mal tinha agora.

Fui para o jardim que havia próximo a entrada e vi quando Edward estava se ajoelhando em frente a ela.

– Edward, não! – eu gritei alto o suficiente para ele ouvir. Fui até ele o mais rápido que pude. – Eu preciso falar com você.

– Não pode ser depois?

– Não, tem que ser agora.

– O que foi, Isabella?

– Quero falar em particular com você.

– Tudo bem. – ele se virou para Tânia. – Espere-me na entrada da festa, certo? – ele deu um beijo em sua testa e eu senti nojo.

Eu fui andando com ele para o mais longe possível da festa e do barulho dela. No meio do caminho, eu tirei meus saltos, pois já não aguentava mais.

– Certo, agora que você me trouxe para bem longe da festa, o que quer me dizer?

– Eu te amo. – eu respirei fundo e fechei meus olhos.

– Sim, eu sei disso. Precisava ter me trazido até aqui para me dizer isso?

– Não como você pensa, Edward. Não como irmão. Eu te amo como homem. – eu abri meus olhos e vi um sorriso se formando em seu rosto.

– O que você disse?

– Que eu te amo como homem. Faz um tempo já, Edward, mas você nunca havia percebido.

– Você está dizendo que eu ia jogar fora há alguns minutos a pessoa que eu mais amo e mais amei na minha vida, por nunca ter percebido que você me amava? – eu apenas assenti com a cabeça. – Por que eu sempre sou tão cego?

– Eu não faço a menor ideia. – eu ri. – Eu demorei a dizer para mim mesma que eu te amo e vou te amar para sempre, essa é verdade.

– Acho que eu estou ouvindo coisas. Tem certeza do que você acabou de dizer, Isabella?

– Sim, eu definitivamente tenho. – ele veio para próximo de mim e me pegou, fazendo–me girar pelo ar com ele enquanto nós dois sorriamos um para a cara do outro.

– Eu te amo, Isabella, e sempre te amarei. Foi por isso que eu quis te ajudar a sair daquela vida. Porque eu te amo e sempre te amei, meu amor.

– Repete.

– Que eu te amo e sempre te amei? – ele falou em meu ouvido fazendo com que eu me arrepiasse por inteira.

– E a parte depois disso. – falei baixinho.

– Eu te amo e sempre te amei, meu amor.

– Eu te amo, Edward.

– Eu te amo, minha Isabella.

Flashback OFF

E foi naquele dia que nós dois começamos a namorar.

Eu e Edward namoramos por alguns anos, até terminarmos a faculdade. Depois disso, ele me pediu em casamento em um ano novo.

Eu nunca havia esquecido daquele ano novo.

Flashback ON

Eu estava terminando de me arrumar quando Edward entrou no quarto.

– Está pronta, amor?

– Quase. Vou só passar meu perfume e colocar a minha coroa de flores.

– Hum... Uma rainha com coroa, extremamente certo. – ele sorriu para mim.

– Deixa disso, Edward. – eu olhei para ele pelo espelho. – Pode me dar a minha coroa, por favor?

– Posso colocar? – ele perguntou.

– Se quiser... – eu dei de ombros.

Ele veio por trás de mim e colocou a coroa em minha cabeça e sorriu para mim pelo espelho. Afastou os meus cabelos e beijou o meu pescoço. Eu me arrepiei completamente.

– Você está linda, Isabella.

– Obrigada. – eu sorri e me virei para ele, dando-lhe um beijo em seguida.

– Tenho uma coisa para você.

– O que é?

– Espera aqui, certo? Eu volto já.

– Tudo bem. – vi ele sair e voltar com uma caixa quadrada grande. Ele devia ter ido em seu quarto – que não servia para nada, porque Edward dormia comigo –.

– Para você. – ele me entregou a caixa e eu abri. Havia um colar maravilhoso. Era grande, mas, ao mesmo tempo, delicado.

– Edward, eu não tenho palavras! É lindo! – eu o abracei. – Obrigada, vida. – eu falei baixinho em seu ouvido.

– Por nada, amor.

– Coloca para mim, por favor?

– Claro. – ele afastou mais uma vez meus cabelos e colocou o colar em meu pescoço. Ele fez uma combinação perfeita com o meu vestido longo.

– Os pombinhos vão agora? – Alice entrou em meu quarto. – A propósito, lindo colar.

– Obrigada, e sim, nós vamos.

Segurei a mão de Edward e caminhamos para fora do quarto.

Descemos todos juntos para a praia.

Chegamos lá e estava tendo ótima música. Fiquei me balançando enquanto conversava com Alice e Rosalie e esperavamos o novo ano chegar.

Abracei Edward por trás e vi o quão nervoso ele estava.

– O que houve, vida?

– Nada, amor.

– E por que está nervoso? Foi algo que eu fiz? – fiz com que ele virasse para mim. – Foi por que eu estava falando com as meninas e não fiquei com você aqui, não é? Desculpa, está bem?

– Não foi nada, Isabella. Está tudo bem, meu amor. – ele passou a mão por meu rosto.

Fiquei abraçada com ele por mais algum tempo, até que começou a contagem regressiva.

– 10! 9! 8! 7! 6! 5! 4! 3! 2! 1! Feliz ano novo! – gritamos. Eu me virei para Edward e dei um beijo apaixonado em sua boca.

– Isabella, meu amor, você sabe o quão importante é para mim, não é? – Edward começou. – Você sabe que eu não consigo, nem mesmo se eu quisesse, viver sem você, pois você é a minha vida. Eu te amo e você sabe que para sempre ei de amar.

– Edward, o que...? – ele colocou os dedos sobre os meus lábios.

– Deixe-me terminar, certo? – eu assenti. – Eu te resgatei daquele mundo sombrio e, bem, de certa forma, da sua maneira, você me trouxe a vida, Isabella. Meu amor, eu sei que eu não sou e nunca serei o homem mais perfeito da terra, mas, por você, Isabella, eu tento ser. Eu tentarei ser, se você deixar. – ele se ajoelhou diante de mim com uma caixinha vermelha em suas mãos e eu não sabia o que fazer. – Então, amor, eu estou cansado de não ser o homen que te colocará um anel naquela mão ali. – ele apontou para a minha mão esquerda. – Mas para que eu posso colocar um anel na tua mão esquerda, em teu quarto dedo, preciso que você me responda uma pergunta: aceita se casar comigo?

Eu me perdi nos olhos de Edward. Senti as lágrimas descendo por meu rosto e sorri para Edward.

Eu não podia acreditar que aquilo que eu vinha sonhando por alguns anos estava finalmente acontecendo.

– Aceita, aceita, aceita! – começaram a gritar ao meu redor e eu olhei para minhas amigas. Elas sorriam.

– Aceita, Bella! – Alice e Rosalie gritaram juntas.

E foi ai que eu descobri que elas já sabia de tudo.

– É claro que eu aceito.

Ele se levantou da areia da praia e me beijou com paixão.

– Eu te amo, Isabella. – ele pegou o anel que estava dentro da caixinha e colocou em meu dedo. Sua mão tremia.

Eu o abracei e ficamos assim por um bom tempo.

Flashback OFF

Nós resolvemos morarmos juntos depois de três meses do pedido de noivado e, bem, foi até bem simples. Nós não sentimos nenhuma diferença por estarmos morando juntos, pois nós sempre fizemos tudo juntos. Era aquela coisa de onde um está, o outro está – e isso acontece até hoje –.

Depois de um ano morando juntos, resolvemos nos casar na igreja. A cerimonia fora simples, apenas para as nossas famílias e amigos mais próximos.

Cuidamos do nosso relacionamento como se cuida de um flor. Regamos para que florescesse e cuidamos para que nunca morresse. Fazíamos isso até hoje. Era uma troca que nós gostávamos de fazer. Gostávamos de cuidar um do outro e de receber o cuidado que o outro tinha para nos dar.

Claro que houve brigas durante vários momentos, afinal, era isso o que nós fazíamos de melhor – fora das quatro paredes, é claro –, mas depois tudo era esquecido quando um vinha pedir desculpas ao outro.

Foi depois de pouco mais de dois anos juntos com Edward que ele começou a sentir dores no coração. Eu morria de medo de estar acontecendo alguma coisa com ele, mas ele me dizia que estava tudo bem, quando eu bem sabia que não estava. Quando as dores eram mais fracas, ele apenas fingia que elas não existiam.

Flashback ON

– Edward, pelo amor de Deus, vá a um médico. Eu só quero saber o que está acontecendo com você. Essas pontadas em seu peito não são normais.

– Amor, está tudo bem.

– Não, não está. Eu preciso ter uma opinião médica para ter certeza que está tudo bem.

Foi quando eu vi Edward ficar mais branco que o normal. Ele também estava com dificuldade de respirar.

– Edward! – eu fui para perto dele. – Eu vou ligar para a emergência.

Não foram necessários 10 minutos para emergência estar levando Edward para o hospital mais próximo.

Quando eu entrei no hospital, eu estava desesperada. Edward havia desmaiado no caminho de nossa casa para lá e eu estava com muito medo que eu fosse o perder para sempre.

Se isso acontecesse, eu tenho certeza que não aguentaria.

Não me deram notícia alguma dele, mas me mandaram preencher vários papéis que eu mal prestava atenção enquanto o fazia. Minha cabeça estava em meu marido.

Depois de três longas horas de espera, um médico saiu e veio até onde eu estava. Enxuguei as minhas lágrimas e olhei para ele. Tentei perceber no seu olhar se a notícia seria boa ou ruim. Não consegui.

– Doutor, como está meu marido?

– Senhora Cullen, acalme–se.

– Eu não quero estar calma! Droga! Meu marido está lá dentro há mais de três horas e você vem me pedir para que eu me acalme? Eu quero ver Edward! Eu quero saber como ele está! Se ele está vivo!

– Ele está vivo, mas talvez não por muito tempo.

Ele terminou as palavras e meu mundo caiu.

Como assim não por muito tempo?

– Co-como?

– Edward tem miocardiopatia dilatada avançada e ele vai precisar de um transplante de coração. Urgente. – eu olhava para ele e as lágrimas caiam em meu rosto. Transplante, coração, Edward, morte. Essas palavras não estavam fazendo um pingo de sentido para mim. – O maior problema é que esses transplantes costumam demorar. Existe um fila de transplantes, e bem, ela é bem longa. Chega a durar anos e pessoas morrem a cada dia por causa dessa grande espera.

– Faça alguma coisa, eu não posso perder meu marido! Eu não posso perder o único homem que eu mais amei na face da terra!

– Senhora Cullen, eu estou fazendo o que eu posso, mas temo que não seja o suficiente... O caso de Edward é realmente sério. Podemos tentar passar ele para frente na fila, mas não sabemos se conseguiremos um coração a tempo. – ele segurou em minhas mãos. – Eu aconselho a senhora a rezar, pois é a única coisa que podemos fazer agora. – ele apertou minhas mãos e levantou–se.

Eu nunca havia sido daquelas de ir a igreja, mas por Edward, por aquele anjo que havia entrado na minha vida, eu faria o impossível.

“Olá, Pai?” – comecei em meus pensamentos. “Minha mãe costumava dizer que era por esse nome que Você atendia, mas não tenho certeza se devo Te chamar assim. Pelo que a minha mãe me dizia quando eu era pequena, o Senhor é onipresente e onisciente, ou seja, sabe de tudo. Você deve saber o que aquele homem que está ali dentro está passando. Pois bem, ele é meu marido, mas isso você já deve saber. O que eu acredito que você não sabia é que eu o amo muito mais do que eu amo a minha vida. Ele me mudou de uma forma que nenhuma outra pessoa poderia ter feito. Ele me tirou do buraco mais obscuro da minha vida e tudo porque ele nutre o mesmo sentimento que eu tenho por ele: o amor. Eu não posso ter certeza, mas acredite quando eu digo que eu penso que o nosso amor é o maior que já foi visto na terra.” – eu enxuguei minhas lágrimas. “Eu só queria um pouco mais de tempo com ele, pois eu sei que ele é o melhor homem que poderia existir para mim. Ele me faz feliz e ele me faz eu ser eu mesma, sabe? Edward é muito importante para mim e eu não posso perdê-lo. Se eu pudesse dar o meu coração para que ele ficasse vivo, eu o faria, mas eu sei o quanto isso o mataria depois. E, então, ele pegaria uma arma e apontaria para a sua cabeça e se mataria para encontrar-se comigo.” – dei mais uma pausa e limpei meus olhos mais uma vez. “Eu amo demais esse homem para poder viver sem ele, então, se eu merecer, se nós merecermos mais tempo juntos, eu te peço que enviei um coração para Edward. Eu sei que é difícil escutar a prece de mais uma pessoa, quando tantas outras estão pedindo, mas se nós merecermos... bem, eu só peço por favor.”

– Por favor. – falei baixinho e desatei a chorar.

Consegui depois de algum tempo, avisar a família de Edward e logo eles estavam lá, sofrendo junto comigo. Alice e Esme seguravam em minhas mãos tentando fazer com que eu me mante-se calma.

Ficamos lá, cada um sofrendo de um lado. A situação ia piorando a cada minuto e eu sabia disso. Eu estava realmente pensando que a última vez que eu veria Edward haveria sido ontem. Havíamos brigado mais uma vez.

Esperei mais um tempo e resolvi beber um copo de água, minha garganta pediu por isso. Foi quando eu esbarrei no médico. Ele estava indo até onde eu estava sentada com a família de Edward.

Eu acho que eu já sabia qual seria a notícia dele.

– Edward morreu não foi? – eu falei e abaixei minha cabeça para que ele não visse minhas lágrimas.

– Na verdade, não. – eu levantei minha cabeça. – Houve um doador, senhora Cullen.

– É verdade?

– Sim. Eu estava indo agora contar para a senhora e pedir a sua assinatura na papelada do procedimento.

– Onde isso está? Tempo é valioso. – ele me mostrou uma prancheta e eu rabisquei, literalmente, a minha assinatura. Havia ficado horrível, mas quem se importa? Edward poderia ser salvo! – Por favor, salve o meu marido!

– Farei o que estiver ao meu alcance, senhora. – sem prensar, eu abracei o médico e depois corria para contar a todos.

Por um lado, agora, estávamos aliviados, mas por outro, apreensivos. Carlisle sabia bem como eram essas cirurgias e em sua face estampava o medo de perder seu filho.

Foram longas horas que se arrastaram e eu, a cada novo minuto, ficava mais preocupada.

Eu andei de um lado para outro na sala de espera, até que o médico apareceu.

– Doutor!

– Senhoras e senhor, Edward está bem, agora apenas precisamos saber se o coração não será rejeitado.

Flashback OFF

Eu lembro o quão preocupada eu fiquei naquelas semanas, mas Edward havia aceitado muito bem o novo coração e quando finalmente pudemos voltar para casa, fizemos aquela festa.

Eu senti as lágrimas descendo pelo meu rosto. Sempre que eu lembrava dessa cirurgia de Edward, eu começava a chorar. Eu percebia, novamente, o quão bom Deus fora conosco e que, nem em imaginação, eu poderia perder esse homem. Eu não saberia o que fazer.

– Mamãe! – Camille, nossa filha, correu até o meu quarto gritando. Já era hora dela e de Edward chegarem.

Eu limpei as lágrimas do meu rosto, mas eu sabia que Camille não deixaria passar nada.

– Por que está chorando, mamãe? – ela perguntou com a sua voz infantil. Ela havia se jogado em cima da minha cama e de Edward. Abracei–a e beijei seus cabelos.

– Estava apenas lembrando da minha história e da do papai.

– Eu pensava que vocês eram felizes.

– E somos, Cami. – Edward falou da porta. Ele estava lindo, como sempre. Sua gravata já estava na mão e ele começava a desabotoar a camisa em frente ao espelho.

As cartas ainda estavam no chão e quando ele percebeu, olhou pra mim.

– Resolveu voltar ao passado, amor?

– Não, vida, estava organizando e acabou caindo de uma caixa. – senti um mal estar, mas respirei fundo para passar.

– Ah. – ele falou e entrou no banheiro para trocar de roupa.

– Como foi na colônia de férias, meu amor? – perguntei a minha filha.

– Foi tão legal, mamãe! Aprendemos a montar barracas hoje. – ela falava toda animada.

– Foi?

– Sim!

Ouvi a porta do banheiro ser aberta e logo Edward deitava ao meu lado e me abraçava.

– Eu te amo. – ele falou no meu ouvido.

– Eu também te amo, Edward. – falei baixinho. – Filha, vai tomar um banho para jantarmos, certo?

– Vamos sair?

– Não. Vou fazer nosso jantar. – ela saiu saltitando e eu ia me levantar quando Edward me prendeu na cama.

– Por que estava chorando, amor?

– Apenas pensando em como eu me senti durante aquela sua cirurgia...

– De novo, Isabella? – ele perguntou com tom repreendedor.

– Só que dessa vez, eu pensei em toda a nossa história. – beijei a ponta de seu nariz. – Na verdade, comecei pela carta que o senhor me mandou. Aquela primeira, sabe?

– Sim, eu lembro. Eu era um idiota naquele tempo.

– Meu idiota. – sorri.

– Minha chorona. – ele sorriu de volta.

Beijamo-nos apaixonadamente. Era incrível, como depois de todos esses anos, eu ainda sentia a mesma magia do nosso primeiro beijo.

– Você vai fazer o nosso jantar? – Edward perguntou.

– Pretendo, vida, por quê?

– Não quer que eu peça algo, não? Quero ficar deitado com a minha mulher e a minha filha.

– Podemos fazer isso depois do jantar, você sabe.

– Não, eu quero fazer agora.

– Tudo bem, não me importo de não cozinhar.

– Chinesa? – assenti com a cabeça e enquanto Edward ia fazer o pedido, eu recolhi toda a bagunça que estava no chão e guardei na caixa. Coloquei tudo arrumado no guarda-roupa e desci para ficar abraçada com Edward.

– Como foi no trabalho hoje? – perguntei.

– Tive muito trabalho e Jorge está um saco. É sempre assim no final de ano. Ainda bem que amanhã iremos sair. – Jorge era seu chefe.

– Sim, amanhã teremos que acordar mais cedo. Quero ver se vamos com Alice.

– Certo, tudo bem. – ele me deu um selinho. – E você, como passou o dia?

– Em meio a lembranças.

– Boas?

– Tirando a parte obscura da minha vida, todas foram. Elas tinham você.

Ele abriu um sorriso gigante.

– Eu amo quando você sorri assim.

– Eu sei. – ele deu uma risadinha baixa e balançou a cabeça.

Ficamos namorando um pouquinho, mas logo Camille chegava e começou a conversar sobre seu dia.

Nossa comida chegou pouco depois e comemos na cama mesmo.

Estávamos tão cansados que quando resolvemos assistir um filme, nós três, dormimos. Camille dormiu abraçada a mim e Edward me puxava para perto de si. Era assim que nós dormíamos quase todos os dias.

Quando eu acordei no outro dia, vi os belos olhos de Edward me encarando.

– Bom dia, vida. – falei para ele.

– Bom dia, sweetie. – ele me deu um selinho.

– Está acordado tem muito tempo?

– Na verdade, não. Uns 10 minutos, eu acho.

– Acordamos a princesa agora?

– Deixe-a dormir mais um pouco. Vou preparar nosso café da manhã. – Edward falou e me deu um beijo na testa. – Eu te amo. – sussurrou para não acordar nossa filha.

– Eu também te amo. – sussurrei de volta.

Edward saiu com cuidado da cama e eu fiz o mesmo em seguida. Peguei a nossa mala, que eu já havia feito há alguns dias, e levei para perto da porta de nossa casa. Fui até o quarto de Camille e fiz o mesmo com a malinha dela.

– Está tudo pronto? – Edward perguntou com uma xícara de café fumegante.

– Sim. Pronto para sairmos.

– Vou acordar a princesa. Vá tomar seu banho. – Edward beijou a minha testa e eu fui para o banheiro me arrumar.

Quando tudo estava pronto, todos haviam tomado café, peguei um lanchinho para Camille e coloquei em minha bolsa. Saímos no momento que se seguiu.

Alice saia de sua casa – ela morava ao nosso lado – no mesmo instante.

Dirigimos para a praia uma atrás da outra e quando chegamos lá, deixamos os meninos descarregarem o carro e nossos filhos correrem – juntos com os de Rosalie – para a parte de trás da casa.

Quando terminamos de arrumar tudo na casa e fazermos o almoço, era quase 1 da tarde. Almoçamos rapidamente e depois fomos bater um papo antes de começarmos a nos arrumar para a festa de chegada do novo ano.

Quando deu umas 5 da tarde, Alice resolveu que deveríamos começar. Eu só iria começar a arrumar meu cabelo logo, porque era bem provável de demorar. Eu tentaria deixa-los cacheado esta noite.

Conversamos enquanto fazíamos as unhas e terminávamos nossos cabelos. Quando Camille entrou no quarto perguntando se já era hora de ir tomar banho, eu disse que sim. Ela parecia que havia rolado no meio da lama de tão suja que estava.

Quando eu coloquei sua roupinha para a chegada do ano novo, vi Edward me observando de longe. Ele ia aprontar alguma, de novo. Ele estava estranho demais. Normalmente, ele estava tirando onda com os afilhados ou com a irmã, ou até mesmo com Rosalie.

Eu voltei para o quarto após tirar uma foto de Camille e comecei a fazer a minha maquiagem. Onze horas e eu estava pronta.

Sai do quarto e esperei pelas meninas que logo viriam. Nossos maridos ficaram maravilhados e nos abraçaram, para nos beijar logo em seguida.

– Vamos descer agora para a praia? – perguntei.

– Sim, vamos. – Jasper falou e Emmett foi gritar para que nossos filhos viessem para podermos ir. Camille segurou em minha mão e na de Edward e caminhou no nosso meio enquanto sorria.

Quando chegamos a praia, estava tocando uma música ensurdecedora.

– Edward, abrace–me, vida. – falei no seu ouvido. Eu precisava de um apoio, porque eu estava passando mal novamente, mas ele não precisava saber disso. Ele me abraçou e ficamos nos balançando depois disso.

Quando a contagem começou, Camille correu para perto de mim e do pai.

– 10! 9! 8! 7! 6! 5! 4! 3! 2! 1! Feliz ano novo! – gritamos e a primeira coisa que fiz foi abraçar minha filha e beijar meu marido. Foi então que eu vi Edward ajoelhado em minha frente novamente. O que ele estava aprontando?

– Bem, amor, como você sabe foi nessa mesma praia que eu te pedi em casamento e eu gostaria que fossem as mesmas pessoas e a mesma areia ou até mesmo o mesmo mar, ou qualquer coisa que pudesse me fazer voltar para aquele dia, mas não há nada a não sermos nós, pois ainda somos nós mesmos. E, além de nós, ainda temos o nosso amor. – ele sorriu para mim. – Que nunca diminuiu, mas aumentou por causa de Cami. Isabella, minha vida, você sabe o quanto que eu te amo e o que eu venho pedir aqui hoje é bem simples. – ele olhou para todos ao nosso redor. – Esta mulher, senhores, me faz sentir como o melhor homem do mundo e o mais realizado também. Eu só te peço, vida, que seja minha hoje, amanhã e depois, todos os dias de nossa vida. – ele olhou em meus olhos, sério. – Então, você aceita? – eu queria dizer algo, mas eu não sabia onde se encontrava a minha voz.

– E-e-eu já sou sua para sempre. – falei tentando limpar as minhas lágrimas.

Ele se levantou da areia e veio me beijar. Foi durante aquele beijo que eu soube que era hora de contar para ele.

– Eu preciso te contar uma coisa. – falei em seu ouvido quando ele me abraçou.

– O que é? – ele me soltou.

– Vamos sair daqui. Tem muito barulho. – eu o puxei para o mais longe possível da festa.

– Amor, fala logo. Agora estou curioso.

Parei abrupitamente e me virei para ele.

– Sabe todos estes enjoos? Estes meus mal estares?

– Sim, já pedi para você ir a um médico, vida. – eu sorri. – O que houve?

– Eu espero que você esteja pronto para acordar novamente no meio da madrugada e aguentar as minhas crises de choro e eu falando que te odeio mesmo quando te amo, porque nós seremos pais outra vez. – eu olhei no fundo dos olhos de Edward.

– O quê? – Edward perguntou.

– Jesus, Edward! Eu estou grávida! – eu falei e ele sorriu para mim.

– Eu vou ser pai novamente?

– Sim. – eu assenti para ele.

– Você sabe que me faz o homem mais feliz da face da terra, não sabe?

– Sei sim, pois você faz o mesmo comigo. – eu me aproximei dele e o abracei. – Eu te amo.

– Eu também. Eu te amo mais que a minha própria vida.


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Notas finais do capítulo

Ah, oi! Se vocês chegaram até aqui, bem, eu só tenho uma coisa a dizer: MUITO OBRIGADA. De verdade. Sintam-se totalmente abraçadas nesse exato momento.
Eu não tenho palavras que possam ser suficientes para descrever a minha alegria em estar (finalmente!) postando essa fanfic. A ideia estava a tanto tempo na minha cabeça (março desse ano, ou por ai) e eu não conseguia escrever... Estava ficando louca, de verdade. Mas agora finalmente saiu e eu estou muito feliz com isso!
Eu espero que eu tenha marcado um pouquinho cada um que leu (nem que seja uma marquinha pequenina hein!), de verdade.
Espero que possa ver vocês nos comentários, será muito importante (e legal!) ver todo mundo por lá.
Enfim... Obrigada mais uma vez por você ter vindo ler essa fanfic. Você ganhou um espaço no meu coração.
Com todo o amor do mundo (e que eu possa ter por essa fanfic),
Esthefanny Bezerra



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