Trilogia Badlands - O Legado de Gray Mann escrita por Stravinsky
– Ele não pode fazer isso! - disse Scout.
Sniper segurou Scout.
– Espera ai! - disse Sniper.
Sniper apontou o chão, onde Scout percebeu que havia stickybombs espalhadas por todo o chão.
– Não vai conseguir salvar a Anya estando despedaçado, companheiro - disse Sniper.
– Não dá para acabar com essas coisas atirando nelas com a shotgun? - perguntou Soldier.
– Não vale a pena - disse Pauling - É muita stickybomb. As munições iriam acabar antes que conseguíssemos chegar perto do tanque.
– Espera, antes de tentarmos fazer um plano maluco, que história é essa da filha de Gray? - perguntou Spy.
Scout tirou o arquivo do bolso da calça, desdobra e entrega à Spy.
– O que era aquele outro papel que você ficou para pegar antes de voltarmos ao saguão principal do tanque? - perguntou Pauling.
O mercenário tira outro papel do bolso. Ele o desdobra e mostra a Miss Pauling, vendo junto com a assistente. Era um projeto de um robô mais desenvolvido, que era uma mistura de todos os robôs que Gray já havia feito.
– É um projeto para um novo robô - disse Pauling.
– Não é só um robô - disse Scout - É como se fosse uma Anya gigante, com todos as nossas habilidades.
– Se Gray já tem a Anya, para que ele desenvolveu esse robô? - perguntou Pauling.
– Me deixe ver isso - disse Engineer.
Scout entregou o papel à Engineer, enquanto o mercenário observava o esquema.
– Esse robô é como se fosse um daqueles robôs gigantes que enfrentávamos na Guerra dos Robôs, só que mais poderoso - disse Engineer - E para funcionar, precisa de uma memória que contenha as habilidades que o criador quer que esse robô tenha, por isso ele tem as mesmas habilidades que nós. Gray vai colocar Anya como fonte de energia e memória para esse robô.
– Mas com um robô desse tamanho, Teufort vai estar perdida - disse Pauling.
– Não só Teufort - disse Scout - Badlands e Mann Co.
– O velho ainda não desistiu desse pedaço de deserto - disse Engineer.
Scout olha para as stickybombs e em seguida ao tanque. E... Anya estava presa por cabos e fios, enquanto Gray andava de um lado para o outro, com os robôs espalhados por todo o lugar.
– Impressionante - disse Gray - Incrível, eu não consigo acreditar que minha própria criação se voltou contra mim. Aposto que sua programação deve estar errada ou corrompida.
– Você merecia isso, Gray - disse Anya - E eu não tenho mais programação... Não sou mais um robô.
– Você vai ser sempre um robô - disse Gray - Mesmo tendo sangue, sentimentos, você tem códigos de registros e programação dentro da sua mente. Como uma pessoa normal consegue absorver mentes e ainda armazenar tudo isso por anos?
Anya olhou feio para Gray.
– Você não queria que eu não morresse agora? - perguntou Anya - Cadê seu antídoto?
Gray olhou para um robô Medic, que colocou uma agulha no braço de Anya. O robô aplicou o antídoto e foi embora, enquanto Gray foi até Anya.
– Eu deixei você ficar livre - disse Gray - Você fez o que queria por um ano, agora é hora de voltar ao trabalho, Anya. Você não é uma humana e sabe disso. Você foi embora de Coal Town aquele dia porque tinha medo de machucar o time RED, porque você não é um simples robô e sim, o mais poderoso de todos.
Anya levantou o olhar e tentou acertar Gray, mas os fios e cabos a impediram. Gray foi até o computador, no meio da sala e libertou Anya, fazendo a garota cair no chão. Estando fraca, ela foi se arrastando até um certo ponto, até que Gray parou em sua frente.
– Você é que nem sua irmã, não desiste - disse Gray - Mesmo que você tenha matado Anna, você é ela e irmã dela. Que horrível, Anya, matar a própria irmã.
– Foi por sua culpa - disse Anya.
– Mesmo assim, foi você - disse Gray.
Anya fica sem reação ao ouvir Gray. O homem se vira para robôs Heavy.
– Levem ela para ser colocada no robô - disse Gray - Os robôs Engineer vão estar lá para ajudar.
Os robôs Heavy pegam Anya pelos braços e vão levando a garota para fora da sala.
– Como você pode? - perguntou Anya - Como pode usar a própria filha para seu próprio lucro?
– E é o mesmo que eu vou fazer com você - disse Gray - Robô G-S15.
E... Scout pega taco e vai em direção do tanque. Miss Pauling o segura pelo braço antes que ele pudesse se aproximar das stickybombs.
– O que pensa que está fazendo? - perguntou Pauling - Se tentar atravessar esse campo minado, não vai chegar vivo para salvar a Anya.
– E que opções nós temos? - perguntou Scout.
– Deixa comigo - disse Demoman.
Demoman bebe algo em uma garrafa e assim que termina, a joga para o campo minado.
– E então? - perguntou Heavy.
– Espere um pouco - disse Demoman.
Assim que a garrafa pára totalmente, tudo se explode, dando um forte clarão. A equipe olha para Demoman, que estava triunfante.
– Pare de se achar, até o Soldier poderia ter pensado nisso - disse Scout.
– Ei! - disse Soldier.
Do nada, o tanque explode.
– Mas o que diabos foi isso? - perguntou Engineer.
– Gray se auto explodiu - disse Medic.
– E a Anya? - perguntou Scout.
Algo vinha vindo da fumaça.
– O que é aquilo? - perguntou Soldier.
Engineer olhou para o papel.
– É o robô gigante - disse Engineer.
Um gigante robô, sem nenhuma arma, vinha na direção dos mercenários. Em seu peito, havia uma janela de vidro, que mostrava Anya presa dentro do robô.
– Olhem! - gritou Soldier - É a Anya!
Os mercenários viram a garota presa.
– Anya! - disse Scout.
O robô começou a disparar granadas das duas mãos, onde os mercenários correram e se espalharam. Mesmo que eles atirassem no robô, não adiantava. Scout abaixou o rifle de Sniper com a mão.
– Não adianta - disse Scout - O único jeito de deter aquela coisa é tirando a Anya de lá.
– E como você pretende fazer isso, companheiro? - perguntou Sniper.
Scout olha o lança-stickybombs de Demoman, que estava caído no chão. Em seguida, Demoman se atira em cima da arma, antes que o robô pudesse pisar em cima e sai correndo. Mesmo com Heavy e Soldier atirando no robô, ele não parava e se aproximava mais de Teufort.
– Se não impedirmos essa lata velha, ela vai chegar a Teufort e nem mesmo a Administradora vai conseguir impedir ele - disse Pauling.
– Engie! - gritou Scout - Engineer!
Engineer, que carregava a Justiça Vingadora, olha para Scout.
– Você ficou com o papel do robô! - gritou Scout - Veja se essa coisa tem algum ponto fraco!
Engineer pegou o papel do bolso e estudou o desenho.
– Diz aqui que a parte onde está a Anya é totalmente desprotegida, já que ele teve que colocar todas as defesas nas armas! - gritou Engineer - Isso quer dizer...
– Uma ou duas stickybombs podem tirar a Anya de lá! - disse Scout.
– Se essas apenas duas dessas coisas derrubam minha sentinela, elas podem derrubar um robô gigante! - gritou Engineer.
– Isso é comigo! - disse Demoman - Apenas distraiam essa coisa!
– Acha que vai dar certo? - perguntou Scout.
– Não tenho certeza - disse Pauling - Temos que arriscar.
Scout olhou para Demoman e saiu correndo na frente do robô. Spy começou a sabotar o robô, mesmo que tirasse pouca energia da máquina, enquanto Scout corria ao redor daquela coisa.
– Toma essa, lata velha! - disse Demoman.
Demoman lançou três stickybombs na janela que mostrava Anya, que do nada explodiu, mostrando a garota presa por cabos.
– Muito bom - disse Scout - Coloca as stickybombs ao redor do robô e algumas no lugar onde a Anya está. Assim que eu tirar ela de lá, você explode essa coisa.
– Entendi - disse Demoman.
– Scout! - disse Spy.
Spy joga a faca para Scout.
– Só para deixar mais fácil - disse Spy.
Scout ri e começa a ir para trás. Ele observa Anya presa, sai correndo e dá seu pulo duplo, parando um pouco abaixo de onde a garota estava. Vendo que o robô se aproximava de Teufort, ele foi escalando a máquina até chegar a Anya.
– Scout, vai embora! - disse Anya - O Gray vai te matar!
– Não vou embora sem você! - disse Scout.
O robô percebe Scout e tenta o tirar de perto de Anya, mas o mercenário vai desviando dos ataques da criatura. Anya tenta se mexer, mas os cabos acabam se esticando e ela acaba ficando dependurada para o chão. Scout pega a faca do bolso e começa a cortar alguns cabos que prendiam a garota.
– O que está fazendo? - perguntou Anya - Assim eu vou cair de cara no chão!
– Confia em mim! - disse Scout - Só tenta se segurar!
Soldier acaba acertando um foguete na cabeça do robô, que pára por um momento.
– Sim! - gritou Soldier - A cabeça! Acertem a cabeça!
Enquanto os mercenários mudam de alvo, Scout corta os últimos cabos e a garota se agarra no braço do mercenário antes de cair. Eles se abraçam, enquanto esperam o momento certo para pular.
– Não acredito que veio até aqui só para me salvar - disse Anya.
– Eu te amo - disse Scout - Porque eu não faria isso?
Anya sorriu e o beijou na bochecha. Feliz, Scout segurou um dos cabos restantes e o casal pula do robô antes que as stickybombs explodissem tudo. O robô finalmente caiu, deixando uma grossa fumaça pelo campo de batalha.
– Eu não vejo nada! - disse Spy.
– Cadê o Scout? - perguntou Pauling.
– Eu perdi ele e a Anya de vista! - disse Medic - Porque eu não vejo nada!
A fumaça se dissipou um pouco.
– Lá! - disse Soldier - Eles estão lá!
Scout saiu da fumaça, com Anya em seus braços.
– Eu te amo - disse Anya.
Scout riu.
– Eu já sabia disso - disse Scout.
Medic e Pyro foram correndo até o casal.
– Oi Pyro - disse Anya.
Pyro: Sua louca! Você acha que eu não me preocupei com você? Você poderia ter se matado!
– Era quase o objetivo - disse Anya.
– E o veneno? - perguntou Medic.
– Gray me deu o antídoto - disse Anya - Eu vou sobreviver.
Alguém tosse no meio da fumaça, que vai sumindo. Era Gray. Ele estava entre os destroços do robô, se levanta e percebe a situação no campo de batalha.
– Seguem a Anya - disse Scout - Eu vou por um fim nisso.
Medic e Pyro colocam os braços de Anya em seus pescoços, enquanto Scout foi até Gray.
– Então, está feliz? - perguntou Scout - Feliz com tudo o que você fez? Tudo o que fez com a Anya? Com a Anna?
– Tudo aquilo foi necessário, garoto! - disse Gray - Ninguém chegou a perfeição seguindo as leis e os seus sentimentos. E ela é meu robô, minha filha e ninguém pode me tirar dela! Você vai ser sempre um robô, Anya! Nunca esqueça disso!
– Ela não é um robô! - disse Scout - Não mais. E mesmo que ela tenha absorvido sua filha, foi por sua culpa. Você perdeu a coisa mais valiosa da sua vida e mesmo assim, pensa como se ela não fosse nada! Mas agora, eu encontrei a coisa mais valiosa da minha vida e você vai pagar por tudo o que fez com ela.
– Scout! - disse Anya. Ela caiu no chão, não deixando que Medic e Pyro a ajudassem - Não faça isso! Você mudou! Por favor, não volte a ser aquela pessoa de antes!
Scout parou e olhou Gray, que estava encolhido.
– Por mim! - disse Anya.
O mercenário suspirou e deu as costas à Gray.
– Seu covarde! - disse Gray - Você tem medo de me machucar! Sabe que eu ainda sou o dono da Anya e sabe que eu posso a controlar ainda!
Scout pega Anya nos braços.
– Se você ainda controlasse ela, aposto que Mann Co. e toda Badlands já teriam caído em suas garras - disse Scout.
– Esse é meu garoto - disse Anya.
– Vamos embora - disse Scout.
A equipe vai indo embora, voltando para Teufort. A Administradora e Saxton Hale olhavam as telas que monitoravam as cidades, vendo que poucos tanques explodiam e alguns sumiam, como se nunca estivessem lá.
– Eles conseguiram - disse Saxton - Salvaram Badlands.
– Eu te disse - disse a Administradora - Anya, eu sabia que você iria conseguir.
– Sério? - perguntou Saxton - Tanto que quando Miss Pauling disse para procurar ela, você recusou várias vezes.
– Fique quieto, Hale - disse a Administradora.
Continua...
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