Trilogia Badlands - O Legado de Gray Mann escrita por Stravinsky


Capítulo 8
O último ataque de Gray




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/561265/chapter/8

– Ele não pode fazer isso! - disse Scout.

Sniper segurou Scout.

– Espera ai! - disse Sniper.

Sniper apontou o chão, onde Scout percebeu que havia stickybombs espalhadas por todo o chão.

– Não vai conseguir salvar a Anya estando despedaçado, companheiro - disse Sniper.

– Não dá para acabar com essas coisas atirando nelas com a shotgun? - perguntou Soldier.

– Não vale a pena - disse Pauling - É muita stickybomb. As munições iriam acabar antes que conseguíssemos chegar perto do tanque.

– Espera, antes de tentarmos fazer um plano maluco, que história é essa da filha de Gray? - perguntou Spy.

Scout tirou o arquivo do bolso da calça, desdobra e entrega à Spy.

– O que era aquele outro papel que você ficou para pegar antes de voltarmos ao saguão principal do tanque? - perguntou Pauling.

O mercenário tira outro papel do bolso. Ele o desdobra e mostra a Miss Pauling, vendo junto com a assistente. Era um projeto de um robô mais desenvolvido, que era uma mistura de todos os robôs que Gray já havia feito.

– É um projeto para um novo robô - disse Pauling.

– Não é só um robô - disse Scout - É como se fosse uma Anya gigante, com todos as nossas habilidades.

– Se Gray já tem a Anya, para que ele desenvolveu esse robô? - perguntou Pauling.

– Me deixe ver isso - disse Engineer.

Scout entregou o papel à Engineer, enquanto o mercenário observava o esquema.

– Esse robô é como se fosse um daqueles robôs gigantes que enfrentávamos na Guerra dos Robôs, só que mais poderoso - disse Engineer - E para funcionar, precisa de uma memória que contenha as habilidades que o criador quer que esse robô tenha, por isso ele tem as mesmas habilidades que nós. Gray vai colocar Anya como fonte de energia e memória para esse robô.

– Mas com um robô desse tamanho, Teufort vai estar perdida - disse Pauling.

– Não só Teufort - disse Scout - Badlands e Mann Co.

– O velho ainda não desistiu desse pedaço de deserto - disse Engineer.

Scout olha para as stickybombs e em seguida ao tanque. E... Anya estava presa por cabos e fios, enquanto Gray andava de um lado para o outro, com os robôs espalhados por todo o lugar.

– Impressionante - disse Gray - Incrível, eu não consigo acreditar que minha própria criação se voltou contra mim. Aposto que sua programação deve estar errada ou corrompida.

– Você merecia isso, Gray - disse Anya - E eu não tenho mais programação... Não sou mais um robô.

– Você vai ser sempre um robô - disse Gray - Mesmo tendo sangue, sentimentos, você tem códigos de registros e programação dentro da sua mente. Como uma pessoa normal consegue absorver mentes e ainda armazenar tudo isso por anos?

Anya olhou feio para Gray.

– Você não queria que eu não morresse agora? - perguntou Anya - Cadê seu antídoto?

Gray olhou para um robô Medic, que colocou uma agulha no braço de Anya. O robô aplicou o antídoto e foi embora, enquanto Gray foi até Anya.

– Eu deixei você ficar livre - disse Gray - Você fez o que queria por um ano, agora é hora de voltar ao trabalho, Anya. Você não é uma humana e sabe disso. Você foi embora de Coal Town aquele dia porque tinha medo de machucar o time RED, porque você não é um simples robô e sim, o mais poderoso de todos.

Anya levantou o olhar e tentou acertar Gray, mas os fios e cabos a impediram. Gray foi até o computador, no meio da sala e libertou Anya, fazendo a garota cair no chão. Estando fraca, ela foi se arrastando até um certo ponto, até que Gray parou em sua frente.

– Você é que nem sua irmã, não desiste - disse Gray - Mesmo que você tenha matado Anna, você é ela e irmã dela. Que horrível, Anya, matar a própria irmã.

– Foi por sua culpa - disse Anya.

– Mesmo assim, foi você - disse Gray.

Anya fica sem reação ao ouvir Gray. O homem se vira para robôs Heavy.

– Levem ela para ser colocada no robô - disse Gray - Os robôs Engineer vão estar lá para ajudar.

Os robôs Heavy pegam Anya pelos braços e vão levando a garota para fora da sala.

– Como você pode? - perguntou Anya - Como pode usar a própria filha para seu próprio lucro?

– E é o mesmo que eu vou fazer com você - disse Gray - Robô G-S15.

E... Scout pega taco e vai em direção do tanque. Miss Pauling o segura pelo braço antes que ele pudesse se aproximar das stickybombs.

– O que pensa que está fazendo? - perguntou Pauling - Se tentar atravessar esse campo minado, não vai chegar vivo para salvar a Anya.

– E que opções nós temos? - perguntou Scout.

– Deixa comigo - disse Demoman.

Demoman bebe algo em uma garrafa e assim que termina, a joga para o campo minado.

– E então? - perguntou Heavy.

– Espere um pouco - disse Demoman.

Assim que a garrafa pára totalmente, tudo se explode, dando um forte clarão. A equipe olha para Demoman, que estava triunfante.

– Pare de se achar, até o Soldier poderia ter pensado nisso - disse Scout.

– Ei! - disse Soldier.

Do nada, o tanque explode.

– Mas o que diabos foi isso? - perguntou Engineer.

– Gray se auto explodiu - disse Medic.

– E a Anya? - perguntou Scout.

Algo vinha vindo da fumaça.

– O que é aquilo? - perguntou Soldier.

Engineer olhou para o papel.

– É o robô gigante - disse Engineer.

Um gigante robô, sem nenhuma arma, vinha na direção dos mercenários. Em seu peito, havia uma janela de vidro, que mostrava Anya presa dentro do robô.

– Olhem! - gritou Soldier - É a Anya!

Os mercenários viram a garota presa.

– Anya! - disse Scout.

O robô começou a disparar granadas das duas mãos, onde os mercenários correram e se espalharam. Mesmo que eles atirassem no robô, não adiantava. Scout abaixou o rifle de Sniper com a mão.

– Não adianta - disse Scout - O único jeito de deter aquela coisa é tirando a Anya de lá.

– E como você pretende fazer isso, companheiro? - perguntou Sniper.

Scout olha o lança-stickybombs de Demoman, que estava caído no chão. Em seguida, Demoman se atira em cima da arma, antes que o robô pudesse pisar em cima e sai correndo. Mesmo com Heavy e Soldier atirando no robô, ele não parava e se aproximava mais de Teufort.

– Se não impedirmos essa lata velha, ela vai chegar a Teufort e nem mesmo a Administradora vai conseguir impedir ele - disse Pauling.

– Engie! - gritou Scout - Engineer!

Engineer, que carregava a Justiça Vingadora, olha para Scout.

– Você ficou com o papel do robô! - gritou Scout - Veja se essa coisa tem algum ponto fraco!

Engineer pegou o papel do bolso e estudou o desenho.

– Diz aqui que a parte onde está a Anya é totalmente desprotegida, já que ele teve que colocar todas as defesas nas armas! - gritou Engineer - Isso quer dizer...

– Uma ou duas stickybombs podem tirar a Anya de lá! - disse Scout.

– Se essas apenas duas dessas coisas derrubam minha sentinela, elas podem derrubar um robô gigante! - gritou Engineer.

– Isso é comigo! - disse Demoman - Apenas distraiam essa coisa!

– Acha que vai dar certo? - perguntou Scout.

– Não tenho certeza - disse Pauling - Temos que arriscar.

Scout olhou para Demoman e saiu correndo na frente do robô. Spy começou a sabotar o robô, mesmo que tirasse pouca energia da máquina, enquanto Scout corria ao redor daquela coisa.

– Toma essa, lata velha! - disse Demoman.

Demoman lançou três stickybombs na janela que mostrava Anya, que do nada explodiu, mostrando a garota presa por cabos.

– Muito bom - disse Scout - Coloca as stickybombs ao redor do robô e algumas no lugar onde a Anya está. Assim que eu tirar ela de lá, você explode essa coisa.

– Entendi - disse Demoman.

– Scout! - disse Spy.

Spy joga a faca para Scout.

– Só para deixar mais fácil - disse Spy.

Scout ri e começa a ir para trás. Ele observa Anya presa, sai correndo e dá seu pulo duplo, parando um pouco abaixo de onde a garota estava. Vendo que o robô se aproximava de Teufort, ele foi escalando a máquina até chegar a Anya.

– Scout, vai embora! - disse Anya - O Gray vai te matar!

– Não vou embora sem você! - disse Scout.

O robô percebe Scout e tenta o tirar de perto de Anya, mas o mercenário vai desviando dos ataques da criatura. Anya tenta se mexer, mas os cabos acabam se esticando e ela acaba ficando dependurada para o chão. Scout pega a faca do bolso e começa a cortar alguns cabos que prendiam a garota.

– O que está fazendo? - perguntou Anya - Assim eu vou cair de cara no chão!

– Confia em mim! - disse Scout - Só tenta se segurar!

Soldier acaba acertando um foguete na cabeça do robô, que pára por um momento.

– Sim! - gritou Soldier - A cabeça! Acertem a cabeça!

Enquanto os mercenários mudam de alvo, Scout corta os últimos cabos e a garota se agarra no braço do mercenário antes de cair. Eles se abraçam, enquanto esperam o momento certo para pular.

– Não acredito que veio até aqui só para me salvar - disse Anya.

– Eu te amo - disse Scout - Porque eu não faria isso?

Anya sorriu e o beijou na bochecha. Feliz, Scout segurou um dos cabos restantes e o casal pula do robô antes que as stickybombs explodissem tudo. O robô finalmente caiu, deixando uma grossa fumaça pelo campo de batalha.

– Eu não vejo nada! - disse Spy.

– Cadê o Scout? - perguntou Pauling.

– Eu perdi ele e a Anya de vista! - disse Medic - Porque eu não vejo nada!

A fumaça se dissipou um pouco.

– Lá! - disse Soldier - Eles estão lá!

Scout saiu da fumaça, com Anya em seus braços.

– Eu te amo - disse Anya.

Scout riu.

– Eu já sabia disso - disse Scout.

Medic e Pyro foram correndo até o casal.

– Oi Pyro - disse Anya.

Pyro: Sua louca! Você acha que eu não me preocupei com você? Você poderia ter se matado!

– Era quase o objetivo - disse Anya.

– E o veneno? - perguntou Medic.

– Gray me deu o antídoto - disse Anya - Eu vou sobreviver.

Alguém tosse no meio da fumaça, que vai sumindo. Era Gray. Ele estava entre os destroços do robô, se levanta e percebe a situação no campo de batalha.

– Seguem a Anya - disse Scout - Eu vou por um fim nisso.

Medic e Pyro colocam os braços de Anya em seus pescoços, enquanto Scout foi até Gray.

– Então, está feliz? - perguntou Scout - Feliz com tudo o que você fez? Tudo o que fez com a Anya? Com a Anna?

– Tudo aquilo foi necessário, garoto! - disse Gray - Ninguém chegou a perfeição seguindo as leis e os seus sentimentos. E ela é meu robô, minha filha e ninguém pode me tirar dela! Você vai ser sempre um robô, Anya! Nunca esqueça disso!

– Ela não é um robô! - disse Scout - Não mais. E mesmo que ela tenha absorvido sua filha, foi por sua culpa. Você perdeu a coisa mais valiosa da sua vida e mesmo assim, pensa como se ela não fosse nada! Mas agora, eu encontrei a coisa mais valiosa da minha vida e você vai pagar por tudo o que fez com ela.

– Scout! - disse Anya. Ela caiu no chão, não deixando que Medic e Pyro a ajudassem - Não faça isso! Você mudou! Por favor, não volte a ser aquela pessoa de antes!

Scout parou e olhou Gray, que estava encolhido.

– Por mim! - disse Anya.

O mercenário suspirou e deu as costas à Gray.

– Seu covarde! - disse Gray - Você tem medo de me machucar! Sabe que eu ainda sou o dono da Anya e sabe que eu posso a controlar ainda!

Scout pega Anya nos braços.

– Se você ainda controlasse ela, aposto que Mann Co. e toda Badlands já teriam caído em suas garras - disse Scout.

– Esse é meu garoto - disse Anya.

– Vamos embora - disse Scout.

A equipe vai indo embora, voltando para Teufort. A Administradora e Saxton Hale olhavam as telas que monitoravam as cidades, vendo que poucos tanques explodiam e alguns sumiam, como se nunca estivessem lá.

– Eles conseguiram - disse Saxton - Salvaram Badlands.

– Eu te disse - disse a Administradora - Anya, eu sabia que você iria conseguir.

– Sério? - perguntou Saxton - Tanto que quando Miss Pauling disse para procurar ela, você recusou várias vezes.

– Fique quieto, Hale - disse a Administradora.

Continua...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Trilogia Badlands - O Legado de Gray Mann" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.