Querido Diário,

                  O Sirius é realmente impossível, não acredito que ele fez tudo isso! Quer dizer eu nunca pensei que isso tudo pudesse ser possível, pelo menos não que ele pudesse fazer algo desse tipo para mim!

                  A sala precisa estava completamente iluminada por luz de velas, no centro dela havia uma mesinha com os pratos mais bonitos e cheirosos que eu já vi. Tocava uma musica bonita no fundo que eu não conhecia.

                  - Sirius isso é..é... – eu não conseguia nem formular uma frase direito.

                  Então ele pegou a minha mãe e a beijou, sorriu e me levo para me sentar e ele até puxou a cadeira para mim! Quem é esse e o que é que ele fez com o Sirius que eu conheço?

                  - Não precisa falar nada – falou ele sorrindo para mim.

                  Aquele jantar foi simplesmente mágico, eu não acredito que isso está acontecendo! Só pra começar a comida estava ótima e tudo parecia tão mágico, nunca tinha vivenciado nada nem ao menos parecida com isso.

                  Por algum motivo eu não parava de sorrir e queria muito saber o sabor dos lábios do Sirius, ta eu vou parar de mentir para o meu próprio diário! Eu sabia muito bem o que estava acontecendo.

                  Estou realmente gostado do Sirius, do melhor amigo do meu irmão. Um cara que desde que pus os pés nessa escola me fez um terrível mal. Um cara que parecia ter prazer em me humilhar e que sempre pisou em mim sem se importar com isso.

                  Nós nos aproximamos e agora ele realmente parece estar interessado em mim, só que ele já me machucou antes... Quando estávamos próximos demais, para ajudar aquela vaca da Shelby Newton. Talvez ele esteja interessado na minha nova eu, na garota que ser uma apimentada me tornou e isso não me faz nada bem.

                  Depois que terminamos de comer continuamos conversando por um bom tempo até que Sirius se levantou e veio na minha direção, fiquei apreensiva, com medo, assustada. Sem saber exatamente o que fazer.

                  - Vamos dançar? – perguntou ele.

                  - Não sei dançar – disse corada.

                  A verdade é que eu não sou o tipo de garota que dançou em muitos bailes, acho que a única  vez que um garoto me levou a um baile para dançar foi o meu ex namorado Jeff e foi no natal que o prefeito de Roseville sempre organiza para os moradores da cidade.

                  Mas bem, Jeff foi o meu namorado completamente bissexual que me levava a uns lugares legais e me ensinou a dançar, mais ou menos, bem de qualquer jeito não sei se quero ir dançar com o Sirius e pagar algum mico.

                  - Sou eu quem conduz – disse ele sorrido.

                  Abaixei o rosto com as bochechas coradas, mas segurei a sua mão e deixei ele me guiar para a pista de dança. Droga eu não posso ficar agindo como a ântica Rebecca boba e inocente que todos humilhavam! Simplesmente não posso!

                  Então eu ergui o rosto e sorri para Sirius e começamos a dançar, a musica era lenta e nossos corpos estavam colados. Nossos movimentos eram leves e nossos olhos se encaravam. Não dizíamos nada.

                  De repente a musica parou de tocar e seus dedos tocaram o meu rosto, mais precisamente a minha bochecha e começaram a fazer um carinho ali. Sorri para ele, logo ele começou a chegar mais perto e eu fechei os olhos.

                  Seus lábios tocaram os meus e logo sua língua pediu passagem para dentro de minha boca e eu a concedi. Nosso beijo era urgente, ele me puxava pela cintura para mais perto dele e eu segurava sua cabeça com força.

                  Nossas bocas pareciam ter sido feitas uma para a outra, do tamanho ideal. Era como se eu nunca tivesse sido beijada antes, como se aqule foss o meu primeiro beijo e ao mesmo tempo tudo aquilo era terrivelmente mágico para mim.

                  Só que o momento mágico foi interrompido quando a mão de Sirius desceu para a minha bunda e a apertou! È claro que ele ia fazer isso, um cachorro de marca maior obviamente! Então minhas mãos foram até os seus ombros e o empurraram com força.

                  As coisas não deviam ter tomado este rumo,simplesmente não deviam! Não quero ser mais uma para Sirius, mesmo não sabendo o que sinto por ele eu tenho uma missão como apimentada e isso não a favorece em absolutamente nada.

                  Meu corpo e o de Sirius se soltaram, estávamos a dois passos um do outro com a respiração ofegante. Contei até cinco e forcei minha respiração a voltar para o normal. Encarei Sirius com ódio, seus lábios estavam vermelhos e prendiam um sorriso maroto enquanto sua respiração estava ofegante.

                  - Nunca mais toque em mim Black, não sou como a Newton – falei com mais raiva do que realmente sentia – não sou uma das suas vadias!

                  Sirius obviamente não esperava por aquela resposta, seus olhos se arregalaram e ele deu um passo para trás confuso com o acontecimento. Sorri comigo mesma por isso, era uma batalha quase vencida. Quase.

                  - Sei que você não é como elas Bex – falou ele dando um passo para frente.

                  Serrei os olhos, poucas pessoas tinham permissão de me chamar por este apelido. Meu irmão me chamava de Becca, Lilian e Tiago variavam entre Rebecca e Bex, Macey e Emilly podiam me chamar de Bex na frente dos outros quando não era de bom tom usarmos nossos apelidos. Mas, eu nunca realmente permitirá que Sirius me chamasse assim, a algum tempo o repreendi por me chamar assim.

                  - É Lupin para você Black – falei seria, não queria mais joguinhos idiotas e infantis – e que bom que sabe que sou diferente, então também deve saber que não devemos mais dirigir a palavra um ao outro além do necessário.

                  Não queria ter que fazer aquilo, não queria ter que me afastar de Sirius e fingir não ter sentido tudo o que senti quando nos beijamos, quando nossos lábios se tocaram e pareciam se encaixar perfeitamente.

                  - Não pode estar falando serio! – disse Sirius com uma mistura de indignação e medo que eu não soube identificar – isso é ridículo.

                  Naquele momento eu me senti tentada a voltar atrás com as minhas palavras, tentada a correr e abraçar Sirius fingindo que tudo estava bem, dizer tudo o que sentia por ele e não me importar com mais nada.

                  Só que eu não podia fazer isso, porque quanto mais essa vontade aumentava  mais certa eu estava de que meus sentimentos por Sirius eram grandes e isso me assustava. Ainda não havia decidido o que faria, se seguiria a missão ou o meu coração. Mas por enquanto as duas coisas seguiam o mesmo caminho e para as alcançar teria que ser assim.

                  - Não estou brincando – falei com uma calma que não tinha – e creio que o que aconteceu aqui hoje não deva ser repetido fora daqui... Isso nunca deverá chegar aos ouvidos dele...

                  Depois disso saia de lá de forma firme sem olhar para trás e voltei para o meu quarto, chorei por boa parte da noite no colo de Macey, sem a contar o que acontecerá. A dor de não poder mais falar com Sirius era horrível, parecia me consumir constantemente.

Beijos doloridos
Bex ;**