You and I escrita por Isadora


Capítulo 2
Capítulo 2




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Com as mãos na cabeça, Jonas não sabia o que pensar. Ele estava ali, nu, entre lençóis, na cama, no quarto, na mansão onde um dia morou com Pamela. Mas como era possível não se lembrar de nada? Que estranho. A única coisa de que ele se lembrava era de ter passado mal na empresa e de ser auxiliado depois por Pam. E lembrava também do momento que haviam chegado na casa dela. E só. – Eu trouxe café, honey. Não vai beber? A voz da loira interrompeu seus pensamentos, que já estavam confusos.

– O que realmente aconteceu, Pam?

– Oh... então você realmente não se lembra, dear? Realmente não se lembra de nada que aconteceu entre nós? – falou Pamela, tentando parecer ofendida, enquanto o ex marido a observava – será que você bebeu tanto assim ontem à noite, Djonas?

– Eu não bebo, Pam – retrucou o empresário. – não no trabalho. Você sabe bem disso.

– Oh, right... é certo também que eu te achei um pouco confuso ontem, honey... estava cambaleando... não parecia muito bem. Fui eu que te ajudei a andar, do you remember? Te encontrei bad no escritório e te trouxe pra casa. Não lembrava ao certo do endereço de Verônica, por isso achei melhor virmos pra cá.

– E nós fizemos amor aqui, Pam? É isso mesmo que tô entendendo?

– Oh, baby. Achei que, pelo menos, disso você lembraria. Afinal de contas, a noite foi very good, se é que você me entende. Disso eu não posso reclamar, Djonas Marra, você, como sempre, me surpreendendo. Sua performance foi simplesmente fantastic.

Jonas, então, levantou-se e começou a vestir-se. Pamela sentou-se na beira da cama. – Não vai tomar café, pelo menos? Já vai sair assim, como se fosse um foragido?

Sem responder, Jonas começou a calçar os sapatos. Na verdade, na altura do campeonato, ele só pensava em uma coisa: em como explicar tudo para Verônica. Como sairia dessa? O que ele iria fazer? – Pamela, será que eu posso te pedir um favor?

– Claro, honey.

– Não conte nada do que aconteceu aqui a ninguém, ok? Nem à Dorothy. Ninguém pode saber.

– Ok, right... Verônica deve ser muito ciumenta, suponho – respondeu ela. – como eu era no passado, talvez. Mas não se preocupe, Mr Marra, seu segredo será guardado a sete ‘cadeados’ comigo.

– Obrigado, Pam – respondeu ele, e se aproximando dela. – você não sabe o imenso carinho que eu tenho por você – falou ele, antes de dar um beijo carinhoso no rosto dela. Em seguida, ele foi embora.

*********

Já diante do volante, Jonas conseguiu ligar para Brian.

– Fala, Djonas.

– Brian, dude, preciso da sua ajuda.

– O que houve, man?

– Passei a noite fora de casa, Brian. Com a Pamela. E nem sei te explicar, ao certo, o que aconteceu.

– Como assim, man?

– Brian, tudo o que eu lembro é que ontem na Marra eu me senti mal... comecei a ver tudo embaçado... acho que alguém me dopou, dude... só lembro depois da Pam me socorrendo, da gente chegando na mansão... e...

– E? – quis saber o guru.

– E depois apaguei, dude. Do resto eu não sei dizer. E hoje eu acordei.

– Na cama da Pam, eu presumo – falou o guru.

– Yeah... e eu não sei de nada, man, só sei que preciso de uma boa desculpa para dar quando chegar em casa.

– Ok, brother, entendi. Como posso te ajudar?

************

Quando Jonas chegou em casa, Verônica o encarou com a cara mais aborrecida do mundo. E com toda razão. Ao ver o guru na companhia dele, ela se limitou a responder “Oi” para os dois. Vendo o semblante dela nada agradável, Jonas tratou logo de se explicar:

– Verônica, eu posso te explicar, ok... – começou ele, gesticulando com a mão, ansioso. – eu trouxe o Brian aqui justamente pra você entender melhor o que aconteceu conosco ontem à noite...

– Como vai, Verônica? – cumprimentou Brian, fitando a jornalista, que o ignorou.

– Entender o que, Jonas? – respondeu a repórter, não escondendo a insatisfação. – que você passou a noite toda fora de casa e está chegando agora, às sete horas da manhã, com o seu amigo? Bom, eu espero mesmo que a sua explicação seja realmente muito boa.

A jornalista encarou os dois, enquanto Jonas respirou fundo, tentando manter a calma.

– Bom, deixa eu te explicar... – continuou o empresário. – o que aconteceu foi que Brian... Brian teve ontem uma outra regressão, daquelas que ele sempre tem... eu ainda tava na Marra quando isso aconteceu... né, dude?

– Yeah! Eu pedi à mammy que chamasse o Djonas – completou o guru. – porque dessa vez o problema foi mais sério do que eu imaginava... eu passei por um lapso retroativo ontem à noite e... tive uma crise circunstancial mais profunda... eu não sei se você já ouviu falar, Verônica...

– Não, não ouvi falar – respondeu a jornalista, seca.

– Bom... – continuou Brian. – quando acontece isso o cérebro da gente fica totalmente fora do ar, sabe... e... e a gente corre o risco de ter sérios problemas pelo resto da vida depois... na verdade, eu nem sei o que poderia ter acontecido comigo se o Djonas não tivesse chegado lá a tempo e me ajudado... talvez eu nem estivesse aqui agora falando com vocês...

– Pelo visto, a recuperação foi rápida também – comentou Verônica, irônica.

– Não... – respondeu Jonas – na verdade, levou a madrugada toda.

– E o celular? – perguntou ela, fuzilando os olhos do marido. – eu te liguei umas quinhentas mil vezes! Será que nem isso você podia fazer: atender uma porcaria de um celular, Jonas!? Ah, não, né? Claro que não. Como o Jonas Marra poderia atender uma ligação, ou mesmo ligar para casa avisando que ia demorar, se ele estava muito ocupado para variar, não é mesmo?

– Verônica, por favor, escuta... – falou Jonas, tentando controlar a situação.

– Verônica, é que... – balbuciou o guru, mas logo foi interrompido pelo próprio amigo, que fez sinal para ele ficar quieto – bom... acho melhor eu ir agora e deixar vocês dois conversarem sozinhos...

– Obrigado, dude – concordou Jonas. – eu te levo até a porta...

– Não precisa, man, eu conheço o caminho... que a força esteja com você, Djonas.

– Que a força esteja com você, dude – respondeu o empresário.

Quando se viu à sós com a mulher, Jonas colocou as mãos nos bolsos e se aproximou dela, lentamente, com cuidado. Verônica não parecia nada amistosa e todo cuidado era pouco. Uma palavra mal falada poderia pôr tudo a perder, Jonas sabia bem disso.

– Pra que trazer o seu guru até aqui, Jonas? Pra contar essa história ridícula? Ah, me poupe, né.

– Achei que você não fosse acreditar na minha palavra. Como, de fato, não tá acreditando.

– Como se a dele fosse diferente, né? – zombou a jornalista, levando a mão à nuca. – Sabe o que eu acho engraçado disso tudo? É que vocês dois se merecem. Parece que um é capaz de tudo para ajudar o outro. Uma bela amizade, devo dizer – constatou ela, com ironia.

– E você ainda não tá acreditando em mim – respondeu ele, dando pequenos passos.

– Jonas – falou ela, ainda com a mão na nuca. – por que você não me ligou, hein? Por que não atendeu também às minhas ligações? Você, por acaso, tem noção do quanto eu fiquei louca de preocupação por causa do seu sumiço ontem à noite? Achando que o pior tinha acontecido? Por favor, não faça mais isso, tá? Nunca mais.

– Me desculpe – falou ele, bem mais próximo. – eu errei, eu sei. Fui um completo idiota. Mas a verdade é que eu não queria te preocupar– falou ele, abraçando-a. – não queria te deixar mais preocupada ainda com os meus problemas, com os problemas do Brian... mas eu sei que errei... e sei também que não tenho o menor direito de te pedir nada depois disso, mas eu preciso... me perdoa? Isso não vai acontecer de novo. Eu prometo.

– Ai, eu não sei – respondeu ela, um pouco contrariada – essa história de regressão... é tudo muito estranho... uma história muito mal contada... eu, sinceramente, não sei o que pensar...

Enquanto Verônica se afastou dos braços de Jonas, os gêmeos apareceram, correndo na direção dele.

– Paiii!

– Meus littles! Que saudade! – falou o empresário, se abaixando, ao encontro dos filhos, até que carregou os dois no colo.

– Você não contou a historinha do jacaré na hora de dormir pra gente! – falou Loló, em tom de reprovação, enquanto o pai a beijava no rosto. – Ah não? Desculpa, baby, ontem papai não pôde vir. Eu conto hoje, tá bom?

– A casinha de chocolate também? – quis saber a menina, enquanto o pai beijava o irmãozinho. – Casinha de chocolate? – perguntou Jonas. – que história é essa mesmo?

– Aquela, pai – falou Pedrinho. – do menino e da menina!

– Que menino e menina? – perguntou Jonas, se fazendo de desentendido.

– E tem uma bruxa! – acrescentou a filha.

– Uma bruxa? Ahhh, tá! – falou Jonas, com os dois filhos no colo. – Caraca! Como eu pude esquecer? A história de Pedrinho e Loló! – falou ele, fazendo as crianças darem risadas.

– Não, seu bobo – falou o menino. – Pedrinho e Loló somos nós! Esqueceu?

– Sério? Vocês são Padrinho e Loló? – falou Jonas, com ar de seriedade. – Minha nossa, eu jurava que vocês eram João e Maria!

– Não, pai! – respondeu a menina. – João e Maria são da historinha! Da bruxa! Lembra?

– Meu Deus do céu! Eu ando muito esquecido! Jurava que vocês eram João e Maria!

Verônica se divertiu com a interação entre pai e filhos e com as risadas das crianças. Isso ela não podia negar: Jonas era um pai excelente. Super fofo, brincalhão, atencioso, divertido, carinhoso. Ninguém diria isso se o visse na Marra. Parece que a paternidade naquele momento fizera muito bem a ele. O que ele perdeu com a filha adotiva, tentava viver com os filhos biológicos. Nesses momentos ela o amava mais ainda. Nossa, como ela amava aquele homem.

*************

Enquanto isso, na mansão, Pamela e Dorothy conversavam enquanto tomavam chá.

– Dorothy, hoje nada estraga o meu dia, dear! – declarou a loira, empolgada.

– Oh, Darling, então é verdade. Você e Djonas tiveram uma tórrida noite de amor, hã?

– No, madrinha, mas foi quase.

– What? Como assim “quase”?

– É, madrinha, infelizmente não aconteceu nada, mas Djonas não sabe disso, é claro. Ele pensa que passamos a noite juntos ontem e isso é fantastic. O objetivo era esse: fazermos amor diante das estrelas, mas eu devo ter errado na dose e Djonas ficou mais down do que eu imaginava ontem. Quando chegamos no quarto, ele quase não se aguentava em pé. E quando fomos para a cama, ele logo dormiu like uma pedra, como diria Megan.

– Oh, Pam! Mas ele dormiu mesmo fora de casa? E a jornalista?

– Yeah. E é por isso que I’m so happy, Dorothy. Não acho que Verônica seja do tipo que aceite traições...

– Pra quem já aceitou se passar por amante, darling, não vejo tanta diferença assim.

– No, Dorothy, é diferente, sim. Verônica viveu bem como amante porque isso era mais conveniente a ela. Mais confortável que ser a esposa traída. Mas estar do outro lado da nota é outra coisa...

– Moeda, dear – corrigiu a sra. Benson. – Do outro lado da moeda.

– Sim, estar do outro lado da moeda não é nada agradável e, muito menos, aceitável para qualquer mulher.

– E o que você pretende fazer, dear? Não acho que essa história de dopar ex-marido seja legal. Veja lá o que vai fazer, hã, para depois não se arrepender.

– Quero meu marido de volta, Dorothy. Vou lutar com todas as armas possíveis.

– Cuidado, Darling. Djonas parece gostar de verdade dessa jornalista. Além do mais, eles têm uma família agora, remember? E vocês estão divorciados, dear. No final dessa história, quem pode acabar se machucando é você. Outra vez, hã.

*******************

À noite, no escurinho do quarto, após fazerem as pazes, Jonas e Verônica se amavam ardentemente. Sobre ela, ele beijava-lhe a boca com paixão. Ela correspondia aos beijos avassaladores dele, enquanto acarinhava os fartos cabelos negros. Era maravilhoso estar nos braços daquele homem. Braços fortes, firmes, que davam aquela sensação maravilhosa de segurança, proteção. Ele passou a beijar-lhe o rosto, a orelha... enquanto isso, ela acarinhava as costas dele. Até que a língua dele voltou a invadir sua boca. O beijo dele era dominador, imperava. Ela não tinha como resistir. Ainda mais cercada pelos braços fortes que ele tinha. A língua dele era ávida e autoritária. O beijo dele era quente e sensual. Ela só tinha como opção se render, enquanto a língua de Jonas vasculhava toda a sua boca. Verônica sentiu, de repente, o membro dele se avolumar. Ele estava no ápice do prazer. Enquanto se rendia aos beijos avassaladores dele, ela afastou, aos poucos, uma coxa da outra para recebê-lo. Após uns gemidos inexprimíveis, ela sentiu o êxtase, e um prazer maravilhoso a dominou. O membro dele invadiu o seu corpo, como de costume, em quase todas as noites. Ambos gemeram de prazer. Enquanto ele a penetrava com carinho e paixão, também a beijava loucamente. Ela o agarrou com todas as forças e bagunçou todo o seu cabelo. Fizeram amor de uma forma gostosa, carinhosa e sensual. Terminaram a noite dormindo abraçados – ela deitada no peito dele.

*************

Verônica acordou com a presença de Jonas a observando.

– Oi – disse ela, sonolenta. – já de pé?

– Bom dia, Bela Adormecida. Dormiu bem?

– Bom dia – respondeu ela. – mas você nem me acordou com um beijinho, como todos os príncipes fazem.

– Não seja por isso – respondeu ele, antes de beijá-la. Ela correspondeu ao beijo, segurando-lhe o rosto, como de costume. – Preciso ir pra Marra mais cedo hoje – comentou ele– vou ter que enfrentar muitos dragões durante o dia. Aliás, minha vida, ás vezes, parece mesmo um conto de fadas.

– Sei... tomou café?

– Comi alguma coisa.

– E os meninos? Já acordaram?

– Já. Foram dar um passeio com o Vicente. Daqui a pouco tão aí, fazendo bagunça... e você, vai trabalhar hoje?

– Só mais tarde – respondeu ela, se espreguiçando.

– Sei, já saquei tudo – zombou ele, antes de se afastar da cama dela.

– Que foi?

– Vai dormir até o meio dia.

– Ridículo! – gritou ela, rindo, enquanto ele saía do quarto. Ela conseguiu ouvir a risada dele de longe. Em seguida, voltou a dormir.

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