You and I escrita por Isadora
Herval estava falando com alguém no telefone quando a campainha de sua casa tocou, de repente.
– Preciso desligar agora – falou ele – tem alguém na porta... depois a gente conversa. Faça tudo como a gente combinou, ok? Falou. Até mais...
Quando o dono da Plugar abriu a porta, ficou surpreso.
– Jonas Marra – falou ele, fitando o outro. Mas logo foi surpreendido por um soco e caiu no chão. Jonas, então, puxou o rival pela gola da camisa, com raiva nos olhos.
– Desgraçado – bufou ele – isso foi por você ter encostado o dedo na minha mulher – e deu-lhe outro murro. Sem conseguir reagir, Herval passou a mão na boca, que estava sangrando, e fitou o outro.
– Eu não queria fazer aquilo com ela – falou ele – o meu problema é você. Não a Verônica.
– Ah é? – provocou o magnata – o seu problema sou eu? Então, vem, eu estou aqui. Levante, desgraçado!
Ainda no chão, Herval passou outra vez a mão na boca.
– Me diz uma coisa – continuou Jonas – você acha mesmo que eu perderia o meu tempo pagando alguém para te espancar? Acha mesmo que eu faria isso? E que graça isso teria? Eu prefiro vir aqui e quebrar a tua cara pessoalmente.
– O que você veio fazer aqui, Jonas? Me espancar? Não esqueça da sua imagem. O que todos pensariam de você?
– Você tem razão – respondeu Jonas – eu não vou perder meu tempo com você – e se agachando perto do rival – sabe por quê? Porque você é um merda. É um bosta, Herval Domingues. Quer saber o que eu vim fazer aqui? Eu só vim te dar um aviso: fique longe da Verônica. Ou eu te boto na cadeia.
Jonas, então, levantou-se e, dando as costas ao dono da Plugar, saiu, deixando Herval sozinho, caído no chão.
– Isso não vai ficar assim, Jonas Marra – resmungou ele, limpando a boca, que ainda sangrava – você me paga.
*************
Na Marra, Brian chamou Davi pra conversar.
– Bom, Davi – falou o guru – eu te chamei aqui pra dizer que não foi o Djonas que mandou surrar o Herval.
Sem responder, Davi fitou Brian.
– Como assim? – perguntou o rapaz – como você tem tanta certeza disso?
– Eu estou te falando isso – continuou Brian – porque quem mandou surrar o Herval fui eu, Davi.
Davi fitou o amigo de Jonas, surpreso.
– Fui eu que contratei dois homens pra fazerem o serviço – completou Brian.
Silêncio.
– E por que você faria isso? – indagou Davi.
– Bobagem minha – respondeu o guru – acho que fiquei profundamente irritado quando o Herval atrapalhou o evento do Regenera, provocando aquela briga com Djonas. Achei que ele fez com má intenção, querendo prejudicar o evento... e você sabe, o lançamento do transumanismo era muito importante para nós Djonas e eu, tanto para a Marra quanto para o Regenera.
– E por isso você decidiu agir covardemente – concluiu Davi, com olhar de desprezo – é isso.
– Well, Davi – respondeu Brian – eu sei que foi um ato covarde, sim, mas não é isso que vem ao caso. Eu te chamei aqui pra te dizer que fui eu que fiz aquilo e não o Djonas, como você pensa.
– Ok, Brian – respondeu Davi, levantando-se – eu já entendi... com licença, eu tenho projetos importantes para analisar agora...
*****************
Verônica estava na sala, assistindo a um filme infantil na companhia dos filhos. Enquanto as crianças se divertiam, comendo pipoca, ela tentava se distrair para aliviar a tensão que estava sentindo. Jonas não atendera o celular o dia todo. Ela havia ligado para a Marra e Murphy havia lhe informado que o patrão já havia saído da empresa fazia tempo. Onde será que Jonas se meteu?, pensou ela, preocupada. Ele não comentara nada ao sair cedo de casa. – Mãe, tem mais pipoca? – perguntou Pedrinho, de repente, interrompendo seus pensamentos.
– Tem, filho – respondeu Verônica, agitada, indo pegar mais pipoca para os pequenos – claro que tem...
Enquanto isso, o telefone tocou. Agitada, Verônica mal olhou no visor.
– Alô? – falou ela.
– Verônica, sou – falou Jonas, do outro lado da linha.
– Oh, meu Deus, Jonas! Quer me matar do coração? Aonde você tá? Desde cedo tento falar com você no celular e não consigo... tá tudo bem?
– Eu tô bem – falou ele – eu tô indo pra casa... não se preocupe. Tudo bem aí?
– Tudo ótimo – respondeu ela, aliviada – ai, que bom saber que cê tá à caminho... achei que pudesse ter acontecido alguma coisa.
– Relaxa – falou ele – tá tudo bem. Tô chegando já, ok? Vou desligar porque tô no trânsito. Beijo.
– Beijo – falou ela – vem com Deus.
Minutos após Verônica desligar o telefone, a campaínha tocou.
– Nossa – exclamou ela, rindo – tão rápido assim...
Quando Verônica atendeu, pensando que era Jonas, ela levou um susto.
– Herval?
– Vou só te dizer uma coisa – falou ele, nervoso – fique quietinha e colabore comigo, senão eu vou me irritar.
– Herval, por favor...
Herval, então, apontou uma arma para ela, que ficou apavorada.
– Pelo amor de Deus, Herval – sussurrou ela, quase entrando em pânico – meus filhos estão aqui...
– Eles vão ficar bem – respondeu ele, agitado – agora venha comigo e ninguém se machuca.
– O que você quer?
– Eu disse vamos – falou ele, com a voz alterada, assustando-a. Tentando manter a calma, Verônica atravessou a porta e acompanhou Herval.
– Entre no carro – ordenou ele.
Quando Verônica sentou-se no banco carona, Herval tratou de algemá-la, ali mesmo. Apavorada, ela fitou-o. Ele realmente parecia transtornado. Herval, em seguida, tapou-lhe a boca com uma fita grossa e transparente.
– Isso é pra você não gritar, como da outra vez.
Ela continuou fitando-o, cada vez mais chocada e assustada. Segundos depois, ele ligou o carro e deu partida. Em seguida, discou o celular e falou com alguém.
– Davi, sou eu, Herval. Me faz um favor? Tô indo passar uns dias fora naquela casa de campo da minha família, e esqueci de comentar a respeito com a Rita. Você ajuda ela a cuidar da Plugar durante esses dias pra mim? Obrigado, garoto. Ah, me faz outro favor? Não comenta com ninguém pra onde eu tô indo, não, tá? É que eu quero manter a discrição... cê sabe como eu sou... Ok. Valeu, garoto. Abraço.
Quando Herval desligou o telefone, observou que Verônica estava cada vez mais assustada. Fitando-a rapidamente, ele falou:
– A gente só vai ficar uns tempos fora... calma, não vai acontecer nada com você... você vai gostar.
Parando um pouco o carro, Herval colocou o cinto de segurança em Verônica. Em seguida, ele colocou o próprio cinto. Dpois ligou outra vez o carro e partiu com o automóvel. Enquanto ele falava, Verônica evitava fitá-lo. Fechando os olhos, ela só conseguia pensar nos filhos e em Jonas.
**********************
Quando Jonas chegou em casa, ficou atônito. Encontrou os filhos, sozinhos, assistindo a um desenho na televisão e nenhum sinal de Verônica. Indagando as crianças, nenhuma delas sabia dizer onde estava a mãe. Nervoso, Jonas ligou para o celular da mulher e este estava desligado. Preocupado, ele ligou pra Vicente, depois pra Edna, pra Debora... e ninguém sabia nada sobre Verônica.
Quando Edna finalmente chegou, agitada, na casa, encontrou Jonas, em pé, tenso, falando com alguém no telefone.
– E então? – quis saber ela – nada da Verônica?
– Nada – respondeu ele, desligando o telefone – liguei pra Débora, pro Vicente, pro Barata... ninguém sabe onde ela possa estar.
Nisso, chegaram Vicente e Davi, também agitados.
– Jonas – falou Davi – eu vou dizer uma coisa que me bateu agora, enquanto eu e o Vicente vínhamos pra cá... talvez o Herval esteja com a Verônica.
– Como assim? – indagou Jonas, nervoso – eu falei com a Verônica, agora há pouco, quando estava no caminho de casa... como assim o Herval?
– Faz duas horas que o Herval me ligou e eu achei ele muito estranho no telefone – continuou Davi – ele disse que ia pra casa de campo dele passar dias fora e me pediu pra cuidar da Plugar...
– Desgraçado... – resmungou Jonas, pensativo, enquanto Davi continuava falando.
– Eu posso levar vocês lá – falou Davi.
– Eu quero ir – falou Vicente.
– Não – falou Jonas – você fica, Vicente, é melhor. Teus irmãos estão lá em cima e podem precisar da sua companhia.
– A Edna fica com eles – respondeu Vicente – né, Edna?
– Fico – falou Edna – claro que fico... mas acho melhor você ficar, sim, Vicente... isso tudo pode ser muito perigoso.
– Mas é minha mãe – insistiu o garoto – eu quero ajudar.
– Vicente, escuta – falou Jonas, fitando-o – deixa isso comigo e com o Davi, ok? Além do mais, não temos certeza de que a Verônica está mesmo com aquele canalha... fique aqui, que vamos precisar de gente pra trocar informação.
– O Jonas tá certo, Vicente – falou Davi.
– Mas esse cara pode ser perigoso – falou Vicente – e se tiver mais gente perigosa por lá?
– O Herval não é um criminoso – respondeu Davi – acho que ele só tá mesmo fora de si... mas não acho que ele planejou tudo isso, senão ele não teria me ligado hoje do nada, levantando suspeita.
– Tomara que você esteja certo, Davi – respondeu Jonas, tentando falar com alguém no telefone.
– Nesse caso, não é melhor acionar a polícia, gente? – indagou Edna.
– Não – respondeu Jonas – a polícia pode atrapalhar. Eu vou resolver isso. Vou trazer a Verônica de volta. Enquanto isso, fiquem calados. A notícia não pode vazar e o Herval não pode desconfiar que estamos na cola dele.
– Certo – respondeu Edna – vou ficar aqui com o Vicente então. Nos mantenham informados.
– Pode deixar – falou Jonas – vamos, Davi?
– Vamos.
Quando Jonas e Davi saíram, Edna e Vicente sentaram-se, preocupados.
– Vai dar tudo certo – falou ela.
– Se esse cara machucar minha mãe, Edna...
– Ele não vai machucar. Verônica é esperta. Vai sair dessa. Fique tranquilo.
***********************
Quando se aproximaram da casa de campo, Herval parou o carro, de repente.
– Vou te desamarrar agora e tirar essa fita da boca – falou ele, fitando-a – vê se você não dificulta as coisas e joga tudo a perder. Eu não tô brincando. Tá me ouvindo? Se fizer alguma gracinha, vou me irritar e muito.
Verônica concordou com a cabeça. Herval, então, soltou-lhe as mãos e depois arrancou a fita da boca dela. Aliviada, Verônica fitou-o.
– Herval, por favor – falou ela – que lugar é esse? O que você pensa que tá fazendo?
– Vamos entrar na casa agora – respondeu ele, olhando em volta – há um criado lá. Precisamos ser discretos e agir naturalmente. Se você bancar a engraçadinha, vai sofrer as consequências. Já disse.
– Por que me trouxe aqui? – insistiu ela – o que você quer de mim?
– Pra todos os efeitos – respondeu ele, fitando-a – estamos curtindo uma lua de mel.
A jornalista fitou-o, horrorizada. O dono da Plugar, então, ligou o carro novamente e seguiu o caminho. Quando chegaram na casa de campo, um empregado logo se aproximou, simpático, para saudá-los. Aflita, Verônica fitou o desconhecido, não sabendo o que fazer.
*******************
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!