You and I escrita por Isadora


Capítulo 16
Capítulo 16




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/561126/chapter/16



Herval estava falando com alguém no telefone quando a campainha de sua casa tocou, de repente.

– Preciso desligar agora – falou ele – tem alguém na porta... depois a gente conversa. Faça tudo como a gente combinou, ok? Falou. Até mais...

Quando o dono da Plugar abriu a porta, ficou surpreso.

– Jonas Marra – falou ele, fitando o outro. Mas logo foi surpreendido por um soco e caiu no chão. Jonas, então, puxou o rival pela gola da camisa, com raiva nos olhos.

– Desgraçado – bufou ele – isso foi por você ter encostado o dedo na minha mulher – e deu-lhe outro murro. Sem conseguir reagir, Herval passou a mão na boca, que estava sangrando, e fitou o outro.

– Eu não queria fazer aquilo com ela – falou ele – o meu problema é você. Não a Verônica.

– Ah é? – provocou o magnata – o seu problema sou eu? Então, vem, eu estou aqui. Levante, desgraçado!

Ainda no chão, Herval passou outra vez a mão na boca.

– Me diz uma coisa – continuou Jonas – você acha mesmo que eu perderia o meu tempo pagando alguém para te espancar? Acha mesmo que eu faria isso? E que graça isso teria? Eu prefiro vir aqui e quebrar a tua cara pessoalmente.

– O que você veio fazer aqui, Jonas? Me espancar? Não esqueça da sua imagem. O que todos pensariam de você?

– Você tem razão – respondeu Jonas – eu não vou perder meu tempo com você – e se agachando perto do rival – sabe por quê? Porque você é um merda. É um bosta, Herval Domingues. Quer saber o que eu vim fazer aqui? Eu só vim te dar um aviso: fique longe da Verônica. Ou eu te boto na cadeia.

Jonas, então, levantou-se e, dando as costas ao dono da Plugar, saiu, deixando Herval sozinho, caído no chão.

– Isso não vai ficar assim, Jonas Marra – resmungou ele, limpando a boca, que ainda sangrava – você me paga.





*************



Na Marra, Brian chamou Davi pra conversar.

– Bom, Davi – falou o guru – eu te chamei aqui pra dizer que não foi o Djonas que mandou surrar o Herval.

Sem responder, Davi fitou Brian.

– Como assim? – perguntou o rapaz – como você tem tanta certeza disso?

– Eu estou te falando isso – continuou Brian – porque quem mandou surrar o Herval fui eu, Davi.

Davi fitou o amigo de Jonas, surpreso.

– Fui eu que contratei dois homens pra fazerem o serviço – completou Brian.

Silêncio.

– E por que você faria isso? – indagou Davi.

– Bobagem minha – respondeu o guru – acho que fiquei profundamente irritado quando o Herval atrapalhou o evento do Regenera, provocando aquela briga com Djonas. Achei que ele fez com má intenção, querendo prejudicar o evento... e você sabe, o lançamento do transumanismo era muito importante para nós Djonas e eu, tanto para a Marra quanto para o Regenera.

– E por isso você decidiu agir covardemente – concluiu Davi, com olhar de desprezo – é isso.

– Well, Davi – respondeu Brian – eu sei que foi um ato covarde, sim, mas não é isso que vem ao caso. Eu te chamei aqui pra te dizer que fui eu que fiz aquilo e não o Djonas, como você pensa.

– Ok, Brian – respondeu Davi, levantando-se – eu já entendi... com licença, eu tenho projetos importantes para analisar agora...



*****************





Verônica estava na sala, assistindo a um filme infantil na companhia dos filhos. Enquanto as crianças se divertiam, comendo pipoca, ela tentava se distrair para aliviar a tensão que estava sentindo. Jonas não atendera o celular o dia todo. Ela havia ligado para a Marra e Murphy havia lhe informado que o patrão já havia saído da empresa fazia tempo. Onde será que Jonas se meteu?, pensou ela, preocupada. Ele não comentara nada ao sair cedo de casa. – Mãe, tem mais pipoca? – perguntou Pedrinho, de repente, interrompendo seus pensamentos.

– Tem, filho – respondeu Verônica, agitada, indo pegar mais pipoca para os pequenos – claro que tem...

Enquanto isso, o telefone tocou. Agitada, Verônica mal olhou no visor.

– Alô? – falou ela.

– Verônica, sou – falou Jonas, do outro lado da linha.

– Oh, meu Deus, Jonas! Quer me matar do coração? Aonde você tá? Desde cedo tento falar com você no celular e não consigo... tá tudo bem?

– Eu tô bem – falou ele – eu tô indo pra casa... não se preocupe. Tudo bem aí?

– Tudo ótimo – respondeu ela, aliviada – ai, que bom saber que cê tá à caminho... achei que pudesse ter acontecido alguma coisa.

– Relaxa – falou ele – tá tudo bem. Tô chegando já, ok? Vou desligar porque tô no trânsito. Beijo.

– Beijo – falou ela – vem com Deus.





Minutos após Verônica desligar o telefone, a campaínha tocou.

– Nossa – exclamou ela, rindo – tão rápido assim...

Quando Verônica atendeu, pensando que era Jonas, ela levou um susto.

– Herval?

– Vou só te dizer uma coisa – falou ele, nervoso – fique quietinha e colabore comigo, senão eu vou me irritar.

– Herval, por favor...

Herval, então, apontou uma arma para ela, que ficou apavorada.

– Pelo amor de Deus, Herval – sussurrou ela, quase entrando em pânico – meus filhos estão aqui...

– Eles vão ficar bem – respondeu ele, agitado – agora venha comigo e ninguém se machuca.

– O que você quer?

– Eu disse vamos – falou ele, com a voz alterada, assustando-a. Tentando manter a calma, Verônica atravessou a porta e acompanhou Herval.

– Entre no carro – ordenou ele.

Quando Verônica sentou-se no banco carona, Herval tratou de algemá-la, ali mesmo. Apavorada, ela fitou-o. Ele realmente parecia transtornado. Herval, em seguida, tapou-lhe a boca com uma fita grossa e transparente.

– Isso é pra você não gritar, como da outra vez.

Ela continuou fitando-o, cada vez mais chocada e assustada. Segundos depois, ele ligou o carro e deu partida. Em seguida, discou o celular e falou com alguém.

– Davi, sou eu, Herval. Me faz um favor? Tô indo passar uns dias fora naquela casa de campo da minha família, e esqueci de comentar a respeito com a Rita. Você ajuda ela a cuidar da Plugar durante esses dias pra mim? Obrigado, garoto. Ah, me faz outro favor? Não comenta com ninguém pra onde eu tô indo, não, tá? É que eu quero manter a discrição... cê sabe como eu sou... Ok. Valeu, garoto. Abraço.

Quando Herval desligou o telefone, observou que Verônica estava cada vez mais assustada. Fitando-a rapidamente, ele falou:

– A gente só vai ficar uns tempos fora... calma, não vai acontecer nada com você... você vai gostar.

Parando um pouco o carro, Herval colocou o cinto de segurança em Verônica. Em seguida, ele colocou o próprio cinto. Dpois ligou outra vez o carro e partiu com o automóvel. Enquanto ele falava, Verônica evitava fitá-lo. Fechando os olhos, ela só conseguia pensar nos filhos e em Jonas.





**********************





Quando Jonas chegou em casa, ficou atônito. Encontrou os filhos, sozinhos, assistindo a um desenho na televisão e nenhum sinal de Verônica. Indagando as crianças, nenhuma delas sabia dizer onde estava a mãe. Nervoso, Jonas ligou para o celular da mulher e este estava desligado. Preocupado, ele ligou pra Vicente, depois pra Edna, pra Debora... e ninguém sabia nada sobre Verônica.

Quando Edna finalmente chegou, agitada, na casa, encontrou Jonas, em pé, tenso, falando com alguém no telefone.

– E então? – quis saber ela – nada da Verônica?

– Nada – respondeu ele, desligando o telefone – liguei pra Débora, pro Vicente, pro Barata... ninguém sabe onde ela possa estar.

Nisso, chegaram Vicente e Davi, também agitados.

– Jonas – falou Davi – eu vou dizer uma coisa que me bateu agora, enquanto eu e o Vicente vínhamos pra cá... talvez o Herval esteja com a Verônica.

– Como assim? – indagou Jonas, nervoso – eu falei com a Verônica, agora há pouco, quando estava no caminho de casa... como assim o Herval?

– Faz duas horas que o Herval me ligou e eu achei ele muito estranho no telefone – continuou Davi – ele disse que ia pra casa de campo dele passar dias fora e me pediu pra cuidar da Plugar...

– Desgraçado... – resmungou Jonas, pensativo, enquanto Davi continuava falando.

– Eu posso levar vocês lá – falou Davi.

– Eu quero ir – falou Vicente.

– Não – falou Jonas – você fica, Vicente, é melhor. Teus irmãos estão lá em cima e podem precisar da sua companhia.

– A Edna fica com eles – respondeu Vicente – né, Edna?

– Fico – falou Edna – claro que fico... mas acho melhor você ficar, sim, Vicente... isso tudo pode ser muito perigoso.

– Mas é minha mãe – insistiu o garoto – eu quero ajudar.

– Vicente, escuta – falou Jonas, fitando-o – deixa isso comigo e com o Davi, ok? Além do mais, não temos certeza de que a Verônica está mesmo com aquele canalha... fique aqui, que vamos precisar de gente pra trocar informação.

– O Jonas tá certo, Vicente – falou Davi.

– Mas esse cara pode ser perigoso – falou Vicente – e se tiver mais gente perigosa por lá?

– O Herval não é um criminoso – respondeu Davi – acho que ele só tá mesmo fora de si... mas não acho que ele planejou tudo isso, senão ele não teria me ligado hoje do nada, levantando suspeita.

– Tomara que você esteja certo, Davi – respondeu Jonas, tentando falar com alguém no telefone.

– Nesse caso, não é melhor acionar a polícia, gente? – indagou Edna.

– Não – respondeu Jonas – a polícia pode atrapalhar. Eu vou resolver isso. Vou trazer a Verônica de volta. Enquanto isso, fiquem calados. A notícia não pode vazar e o Herval não pode desconfiar que estamos na cola dele.

– Certo – respondeu Edna – vou ficar aqui com o Vicente então. Nos mantenham informados.

– Pode deixar – falou Jonas – vamos, Davi?

– Vamos.

Quando Jonas e Davi saíram, Edna e Vicente sentaram-se, preocupados.

– Vai dar tudo certo – falou ela.

– Se esse cara machucar minha mãe, Edna...

– Ele não vai machucar. Verônica é esperta. Vai sair dessa. Fique tranquilo.





***********************





Quando se aproximaram da casa de campo, Herval parou o carro, de repente.

– Vou te desamarrar agora e tirar essa fita da boca – falou ele, fitando-a – vê se você não dificulta as coisas e joga tudo a perder. Eu não tô brincando. Tá me ouvindo? Se fizer alguma gracinha, vou me irritar e muito.

Verônica concordou com a cabeça. Herval, então, soltou-lhe as mãos e depois arrancou a fita da boca dela. Aliviada, Verônica fitou-o.

– Herval, por favor – falou ela – que lugar é esse? O que você pensa que tá fazendo?

– Vamos entrar na casa agora – respondeu ele, olhando em volta – há um criado lá. Precisamos ser discretos e agir naturalmente. Se você bancar a engraçadinha, vai sofrer as consequências. Já disse.

– Por que me trouxe aqui? – insistiu ela – o que você quer de mim?

– Pra todos os efeitos – respondeu ele, fitando-a – estamos curtindo uma lua de mel.

A jornalista fitou-o, horrorizada. O dono da Plugar, então, ligou o carro novamente e seguiu o caminho. Quando chegaram na casa de campo, um empregado logo se aproximou, simpático, para saudá-los. Aflita, Verônica fitou o desconhecido, não sabendo o que fazer.





*******************








Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!