Beyond two Souls escrita por Arizona


Capítulo 32
360°


Notas iniciais do capítulo

Geeeeeeeeeeete!

Tô sem ar até agora, kkkkkkkk

Boa Leitura.



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Uma das mãos de Peeta acaricia minhas costas enquanto a outra segura meu cabelo, é a terceira vez que vomito só nessa parte da manhã. O ambiente da arena não ajuda muito, o clima tropical só piora as coisas para mim.

Comecei a passar mal na noite de ontem, depois do ataque da névoa venenosa. Peeta acha que meu organismo ainda deve está intoxicação pelas substancias químicas da névoa. Pode ser que sim, mas, além disso, tem o fato de eu estar super cansada, e extremamente nervosa.

Finnick é nosso aliado, ele se materializou na minha frente na Cornocópia, usando o bracelete de Haymitch, o mesmo que ele havia ganhado de Effie simbolizando nossa união como equipe um dia antes. Ele fez um acordo com Finnick para ser nosso aliado.

Ideia nada boa a meu ver. Por mais que Peeta o conhece, Finnick não me entra, ainda estou com o pé atrás com ele. Mesmo depois dele ter salvo a vida do meu Peeta.

Em menos de uma hora de Jogos, Peeta acertou um campo de força e quase morreu. Eu fiquei desesperada, se não fosse por Finnick, o rosto de Peeta teria aparecido ontem à noite nos céus, como uma das baixas.

Daí por diante não tivemos um minuto de paz. Primeiro a névoa venenosa, que resultou na morte de Mags, e querendo ou não, eu fui culpada por isso, não consegui carregar Peeta que ficou muito ferido pela névoa, ela teve que ficar para trás. Depois o ataque dos babuínos mutantes. A Tributo do 6, Ásia, pulou bem na frente de Peeta quando em um momento ele não consegui se defender.

Sua garganta foi rasgada, ela perdia a vida nos braços dele. Mas se foi ainda vendo o sol amanhecer, ainda viu o laranja explodir do céu uma última vez.

– Ela se sacrificou por mim? – Peeta estava indignado pelo que ela fez .

– Por quê? Isso não faz sentido. – também não compreendi.

– Foi o que pareceu.

Nesse mesmo dia encontramos Johanna com Beetee, e Wiress. Eles estavam cobertos por sangue, Johanna contou que uma chuva vermelha caiu sobre eles, deixando Wiress e, estado de choque.

Vomitei pela primeira vez ao vê-los, o cheiro de sangue me fez passar mal. Se Peeta não tivesse me segurado, eu teria caído de tão tonta que fiquei.

O apelido de Pancada lhe caiu como uma luva nesse momento. Ela ficava repetindo sem par as mesmas palavras; Tic Tac, Tic Tac. O barulho que um relógio faz quando marca hora. Até peguei uma briga com Johanna por isso, ela gritou com Wiress para forçá-la a se calar.

Até que raios caíram em uma árvore grande no leste, mandando doze descargas nela. Isso já havia acontecido na primeira noite, Finnick e eu deduzimos que poderia ser o número dos distritos, ou... as horas.

As palavras Wiress começaram a fazer sentido. Tic Tac, era um relógio,a arena era um relógio. Os raios eram mandados a cada doze horas, a cada hora um ataque de bestantes.

Wiress era um gênio.

Voltamos para a Cornocópia para arar um plano e buscar suplemento. Wiress estava sentada na beiradinha da faixa de terra, ela estava contando um musica sobre um rato que subia em um relógio enquanto nós discutíamos sobre o que fazer, mas de repente ela se calou.

Ao levantar a cabeça, vi Gloss com uma faca empunhada, terminando de corta a garganta de Wiress. Minha flecha não demorou muito para acertá-lo bem no centro do peito.

Ouvi o grito de desespero da sua irmã quando Gloss caiu morto. Em seu desespero de me atacar, Cashmere não percebeu Johanna chegar por trás, apunhalando-a com seu machado.

Vi o enorme Brutos em cima de Peeta, fechei os olhos rezando para que ele não o acerta-se. Mas um tremor se agitou debaixo dos nossos pés, fazendo a terra balançar.

Só entendi o que estava acontecendo quando as coisas na Cornocópia começaram a cair. Não era um terremoto, era apenas a Cornocópia girando, os Idealizadores estavam tentando fazer com que perdêssemos a hora do próximo ataque.

Não consegui segurar a mão de Johanna e acabei caindo na água. O sal encheu a minha boca, meu corpo girou sem parar debaixo d’água, me fazendo sufocar.

Quando Peeta me tirou da água vomitei novamente. As coisas não melhoraram quando Gáios Tagarelas atacaram. Eles replicaram a voz de Prim, e da minha mãe e de Gale. Sai correndo para dentro da floresta com Finnick tentado me segurar, mas ele também foi atacado.

Ele gritava o nome de uma moça, Anne. Nós dois começamos a tentar matar os Gáios, mas era em vão, eles se multiplicaram ao nosso redor, esbravejando pedidos de socorre de pessoas com quem nos importamos.

Corri para os braços de Peeta, mas encontrei um capo de força no caminho. Me ajoelhei gritando desesperada, batendo contra o campo de força com os Gáios atrás de mim. Dobrei-me sobre meu próprio corpo querendo fazer as vozes pararem, mas não consegui.

Só quando vi os olhos de Peeta diante de mim, me dei conta de que o ataque terminara. E agora voltamos para o momento de agora: eu vomitando, colocando o que tenho e o que não tenho no estômago para fora.

– Quero me deitar. – peço a Peeta, que me põe em seu colo.

Ele nos leva ao abrigo improvisado que temos, se deitando junto comigo. Me encosto em seu peito, abraçando seu corpo com força. Peeta passa a mão em meus cabelos, deixando beijos em minha testa para me confortar.

– Talvez tenha sido os pãezinhos que coemos.

– Talvez...

Não me sinto disposta a dias, mas agora estou mais do que enfadada. Viro-me de lado com ânsia de vomito outra vez, fico ali, quietinha, aproveitando as gentis mãos do meu marido na minha pele.

Ah, quando penso em nosso casamento... Todas as suas palavras, o seu carinho, o amor que tem por mim. Amor esse que é tão grande que nem mesmo o meu sentimento o superaria.

Tem alguma coisa errada com meu corpo, eu sei que tem. Nunca me senti pra baixo dessa forma, chorando por tudo, passando mal. Um gosto ruim me sobe pela garganta, levo a mão ao rosto, descendo pelo meu corpo, até minha barriga, e acabo notando uma coisa estranha.

Bem em baixo do meu umbigo, sinto certa dureza. Olho para baixo estranhando o que sinto, assim fito minha barriga vejo a pequena protuberância formada ali.

Aperto os olhos buscando no fundo da minha memória o que pode ter causado isso, até que...

Não!

Isso não. Não pode ser, não comigo.

Saio de cima de Peeta, indo para longe dele. Minha respiração já está descompassada, meus pés me levam para a beira da praia onde praticamente desmorono. Meu coração gela de tanto medo.

Peeta vem logo em seguida, sentando ao meu lado. Ele pergunta se estou muito mal, mas tudo o que faço é abraçá-lo. Mesmo não querendo lágrimas começam a escorrer pelo eu rosto, que escondo no peito dele.

Não posso lhe dizer o que tenho, ou melhor, a suspeita que tenho. Peeta vai se matar por mim se achar que isso é verdade...

Oh, Deus!

Fico lutando contra uma voz na minha cabeça, dizendo para mim mesma que estou imaginando coisas. Eu estou estressada, é só isso, é só isso, mas nada, porque eu não... não devo, é errado.

Beetee nos chama dizendo que tem um plano para acabarmos com os carreiristas. É a única coisa que me faz levantar dali, minhas pernas ainda moles, tremem ao ficarem de pé. Tenho que me apoiar em Peeta para chegar onde os outros estão.

– Ela está bem? – Johanna questiona – Está pálida.

– É só este lugar infernal, não está fazendo bem a ela. – Peeta a responde antes de mim.

Pelas nossas contas, além de nós cinco, só restam os carreiristas do 2 e Chaff. Oito, oito Tributos e o Massacre acaba.

Beetee explica seu plano que basicamente a mesma coisa que ele fez quando ganhou sua Edição dos Jogos; eletrocutar os Tributos restantes. Arranjou um rolo de fio de cobre na Cornocópia, até levou uma facada por isso.

Ele quer usar a descarga elétrica quando os raios atingirem a árvore a meia-noite, quer aproveitar a areia molhada para conduzir a eletricidade e matar que estiver na praia, no caso os carreiristas, já que aqui é o lugar mais seguro da arena.

Combinamos de que Johanna e eu passaríamos o rolo da árvore até a praia, enquanto os garotos protegeriam Beetee para que ele pudesse executar a parte final do plano em segurança. Entretanto depois de uma conversa com Peeta eu quis ir embora.

Se realmente der certo o plano, só vamos restar nós cinco. E o que faremos? Matar um ao outro me parece à opção mais viável. Mas Peeta não quer ir, ele quer tentar, acha que temos uma chance de passar pelos carreiristas, de que ninguém vai precisar levantar a arma depois disso.

Só que isso é inevitável. Mesmo que não quiséssemos lutar, a Capital daria um jeito de nos matar até que só reste um. Como se não bastasse toda a confusão dentro e fora da minha cabeça, Peeta me vem com uma história de que eu preciso ficar viva porquê sou tudo o que ele tem, tudo com o qual ele se importa.

Me entrega o seu medalhão dourado que ele pediu a Effie, abrindo-o me mostrando as fotos da minha mãe, de Prim e Gale guardado dentro dele. Com os olhos baixos ele diz que ninguém precisa dele, mas eu preciso, e o digo isso antes que seja tarde de mais.

Perto da meia noite chegamos à árvore. Beetee passa uns bons metros do fio em torno dela, entregando o rolo pra mim em seguida quando nos separamos para fazer o plano. Peeta até tenta vim comigo, mas Beetee e Finnick o impedem, então Mason e eu vamos fazer o que combinamos.

Ela me dar cobertura para que eu puxe o rolo até a praia. Já estamos perto da praia, mas o rolo prende, vejo o fio tensionado o que é estranho, pois não estava. Puxo mais uma vez, então ouço o fio se partindo, ou melhor, sendo arrebentado.

– Droga...

Antes que eu possa armar meu arco, sinto uma dor excruciante na minha cabeça, minha visão fica turva no mesmo entanto. O que tenho é o deslumbre a silhueta de Johanna empunhado o machado e me acertando.

A lamina perdura no meu antebraço direito. Grito de dor, mas ela interromper com uma de suas mãos. Já sua outra mão está na minha ferida aberta, posso sentir os seus dedos dentro dela puxando a minha carne.

– Shiii, não se mecha. – ela avisa e posso vê-la correr para longe me deixando desfalecida.

Ainda estou tonta, porém consigo perceber a movimentação acima da minha cabeça. Ouço passos e vozes abafadas, vozes que não reconheço.

– Ela está morta, Brutos. Vamos!

Deve ser Enobaria junco com brutos. Eles passam direto por mim, indo na mesma direção que Johanna. Minha cabeça ainda gira, mas me esforço para ficar de pé, e voltar para encontrar Peeta.

Apanho meu arco do chão, e saio me apoiando nas árvores. A ferida no meu braço é enorme, está sangrando muito. Suor escorre pela minha testa e começo a passar mal novamente.

Eu não posso desmaiar agora.

– Peeta!

Eu o chamo na esperança de que entenda que estou em perigo, que venha atrás de mim.

– Peeta!

– Katniss...

Ele me ouviu, sua resposta é longínqua, mas ele me ouviu. Continuo gritando, caminhando na direção da árvore, posso ouvir sua voz mais de perto, sinal de que estamos próximos.

O som de um trovão chega ao meus ouvidos, os raios estavam quase na hora de descer, só que isso não importa mais, o plano fracassou.

Já consigo ver a árvore de onde eu estou. Procuro por Peeta, mas ele não está aqui. No entanto vejo Beetee correndo, cometendo uma estupidez.

Chego mais perto para socorrê-lo, sua roupa está enfumaçado devido o choque que levou. Beetee teve a genial ideia de enrolar parte do fio em um pedaço de madeira, e arremessá-lo contra o campo de força.

Então esse era seu plano?

Nossa!

Todavia... ele tem ração. Se Beetee teve essa ideia maluca é porque tem algum sentido nisso.

Olho para o céu encoberto pelas nuvens tempestuosas. Há um brilho perceptível bem ali no meio... a brecha na armadura.

– Katniss!

Levanto a cabeça em reação ao meu nome. Finnick está sujo de sangue, armado com seu tridente. Procuro por Peeta atrás dele sem nem um sucesso. Uma coisa ruim me domina, tiro uma flecha da aljava, armando no arco e aponto em direção a Finnick.

– Onde está o Peeta? – eu esbravejo.

– Katniss, sai daí de baixo...

– Eu perguntei onde está o Peeta, seu desgraçado?!

Finnick não tem tempo para responder, um trovão estala novamente como aviso de que os raios vão descer. É aí que minha mente clareia, entendo o que Beetee queria fazer, esse era o seu verdadeiro plano desde o inicio.

Pego um pedaço do fio, o enrolando na minha fecha. A ponho de volta no arco e aponto para o alto, mais precisamente mirando na brecha.

Finnick grita algo que não entendo no momento, eu estou concentrada demais no que vou fazer. Respiro fundo uma, duas, três vezes, esperando o momento certo. O céu se ilumina totalmente sobre minha cabeça, até que o primeiro raio é descarregado junto com a minha flecha e...

Está chovendo prata e ouro.

Está chovendo luz e fogo.

Meu corpo é inerte, tudo desaba ao meu redor. Não consigo toca-lo. Só a luz me cobrindo, aquecendo meus ossos, misturado ao sopro gélido em minhas veias.

Estou inerte.

Mas algo estranho me eleva do chão. Um brilho metálico me invade os meus olhos, não consigo pensar.

Antes que a escuridão me domine, uma última coisa me vem à mente:

– Peeta...


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