Beyond two Souls escrita por Arizona


Capítulo 1
A sorte nunca está ao seu favor


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!Essa é a minha primeira fanfic. Uma das coisas que mais gosto de fazer é reinventar histórias, e imagina-las com um ponto de vista diferente. Espero que vocês gostem, e favorite.Beijos e abraços quentinhos pra vocês!!!



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Hoje poderia ser só mais um dia quente de verão. O sol brilha, o céu está azul, quase sem nuvens, e o vento morno me faz suspirar. Mas hoje não é um dia qualquer de verão. Hoje é a Colheita para os Jogos Vorazes, onde um menino e uma menina são escolhidos como tributos para representar o Distrito em um combate até a morte.

Estou na fila das garotas de 16 anos. Daqui, posso ver minha irmã mais nova, essa é a primeira Colheita dela. Ela passou a semana toda assustada com o possibilidade de ser escolhida, mas não vai ser, não pode ser!

Eu passei esses anos todos fazendo de tudo para protege-la. Meu nome está lá em maior quantidade justamente por isso, mesmo assim isso não me impede de ficar com medo por ela.

Me distraio com Gale, meu melhor amigo que me faz rir imitando Effie Trinket, a mulher que vem da Capital todos os anos para sortear e levar os tributos para os Jogos. Ela está dizendo algo sobre respeito e honra que os Jogos Vorazes representam não há respeito, muito menos honra -, e que "A sorte esteja sempre ao seu favor".

Desde os Dias Escuros, a 74 anos atrás, quando houve uma guerra civil em Panem, e Rebeldes saíram derrotados, além da destruição total do 13º Distrito, também foram criados os Jogos Vorazes como forma de punir os Distritos por desafiar o poder do Grande Núcleo de Panem. Uma lembrança de que a Capital é maior, mais forte, e por isso incomensuravelmente superior a todos nós.

Não somos nada comparado ao poder dela.

Sou tirada dos meus pensamentos quando ouço a senhorita Trinket chamar o nome da garota que levará o Distrito nos ombros.

— Primrose Everdeem.

Oh, não! Prim não!

Não pede ser! Como...como minha irmãzinha foi sorteada? Ela tem só 12 anos! Ela não pode ir. Eu fiz de tudo para mantê-la a salva para perdê-la agora?

Antes que eu pense direito, meus pés estão correndo a minha frente em meu sacrifício.

— Eu sou voluntaria! – grito a plenos pulmões mesmo que o silencio seja plausível entre os que assistem o sorteio – Eu sou voluntaria como tributo!

Prim que antes era guiada pelos Pacificadores em direção ao palco, vem correndo em minha direção gritando meu nome. Ela se enrosca com seus bracinhos magrelas em volta da minha cintura, chorando e pedindo para eu não ir.

— Prim, Prim! – chamo sua atenção – Vai para mamãe. Volta lá para mamãe. Tá tudo bem.

— Não Katniss! Por favor...

Antes que ela possa dizer mais alguma coisa, os Pacificadores a puxam para longe de mim, com uma certa brutalidade até. Fazem com que eu me vire e suba ao palco.

— Oh, mas que surpresa! Temos uma voluntaria, nossa primeira voluntaria do Distrito 12! – Effie indaga com bastante animação em que sotaque nojento da CapitalQual é o seu nome, querida?

— Katniss Everdeen.

— Aposto com toda as minhas fichas que aquela é sua irmã!

— Ela é sim.

— Ha! Que maravilha. Vamos continuar.

Ela se dirige ao globo que contém os nomes dos garotos, e puxa de lá um papelzinho. Mais um pobre coitado sem escolhas ou opções nesse infeliz mundo.

— Gale Hawthorne!

Parece que tudo com que me importo está sendo arrancado de uma só vez. Sem dó, sem pena. Uma lamina afiado cortando minha carne, dilacerando por dentro e por fora. Mal minha irmã havia sido escolhida, e agora o meu amigo, o único que tenho.

Gale sobe ao palco, seu rosto sério e duro, mas eu sei que por dentro ele está em pedaços. Ele tem uma família para cuidar. Sua mãe e três irmãos pequenos que dependem dele desde... quase sempre.

O que vai ser de Hazelle com aquelas crianças?

— Fabuloso! – diz Effie eufórica como sempre – Esses são nosso tributos desse anos. Katniss Everdeen e Gale Hawthorne. Vamos dar uma salva de palmas a eles?!

 

***

Nós somos conduzidos para dentro do Edifício da Justiça, onde é a cede da prefeitura. Sou colocada em uma sala não era muito grande, mais com certeza era a mais bonita que eu já vi em toda minha vida.

Um sofá de dois lugares bastante confortável, com estofamento branco e desenhos de flores coloridas bordados ocupa o canto, próximo a janela. Também há duas cadeira com o mesmo estofamento branco, e entre o sofá e as cadeiras tinha um mesinha de centro de madeira bem lustrada, com desenhos esculpidos nela. Contudo, o que mais me chama a atenção é a pintura na parede azul claro, com anjinhos enroscados em lenções, parecendo aprontar algo.

Eu permaneço andando de um lado para o outro, sem saber ao certo o que me esperava, até as portas se abrem. Minha mãe e Prim entram, eu as abraço e permanecemos nós três ali, juntas.

— Prim, me escuta. Vai ficar tudo bem, você tem sua cabra, pode vender o leite dela. Você precisa ser forte, tá? – peço a ela que assente.

— Mãe, você não pode sumir, ela precisa de você, não pode fazer com ela a mesma coisa que fez depois do papai.

— Eu não vou – ela diz seria, e eu a abraço novamente.

— Katniss, você é forte, sabe caçar. – fala Prim chorosa – Você vai conseguir, eu sei. Promete que vai tentar ganhar?

— Eu prometo Prim – abraço-a mais uma vez e beijo sua testa

É quando um Pacificador as chama afirmando que o tempo havia acabado. Prim volta a chorar compulsivamente agarrada a mim, antes que a porta se feche tudo o que consigo pronunciar é um: Amo vocês!

Cento no sofá com a cabeça enterrada nas mãos, só agora me permito chorar, deixando que a realidade me atinja em cheio, de que eu estou indo para os Jogos Vorazes lutar para manter minha vida, estou indo para lutar e matar mais 23 tributos potencialmente perigosos.

Escuto o ranger da porta ao abrir, mas continuo encolhida e com as mãos no rosto, quando sinto alguém ficar na minha frente. Ela retira cautelosamente as minhas mãos dos meus olhos, é então que vejo quem é.

Madge.

Com seu cabelos loiros ondulados, e olhos castanho como prata, em seu vestido novo recém engomado. Ela e Gale, são tudo que eu sei sobre amizade. Madge é a filha única do prefeito do 12. Ela me abraça de lado permitindo que eu chore em seu ombro.

— Preciso te dar uma coisa. – ela diz e se afastando retirando algo da fita no vestido – Esse é um presente, pra você usar na arena e se lembrar de que estamos aqui, torcendo por você em todo tempo.

— Madge... obrigada! – é tudo o que consigo dizer a ela.

Eu pego o pequeno objeto e vejo os seus detalhes. Um broche com um pássaro, mas não qualquer um, é um Tordo, uma ave linda de penas negras com manchas brancas na ponta de suas asas. Esse animal costuma imitar o canto de outros, eu já tinha visto alguns deles na floresta, sempre que ia com meu pai, e avistávamos um, meu pai cantava e os Tordos escutavam para logo após imitar a mesma melodia, esses são tempos que eu nunca vou esquecer. Mas o Tordo de Madge é totalmente dourado, e está segurando um flecha em seu bico, no que parece ser no meio de um voo.

Tão singelamente gracioso quanto é o seu canto.

Chega a hora de me levarem para a estação, me tiram da sala e a última visão que tenho é da minha mão e a de Madge sendo separadas, e eu a deixando para trás.

Entro em um carro com vidros escuros vindo a Capital, eu nunca havia andado num deles antes. Gale está do lado da janela esquerda, e Effie Trinket entre nós, falado da luxuria da Capital, por isso não consigo ver seu rosto direito, e nem falar com ele.

O trajeto até a estação é bem rápido de carro, acho que nem chegou a dois minutos. Descemos do carro e câmeras estão a nossa espera na equitativa de nos ver entrar no trem.


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