[Visão da Élia: On]

O primeiro dia de aula foi cansativo (e sem noção), mas mal posso esperar pelo próximo, temos umas 16 matérias esse ano e algumas não têm provas. Já era hora do almoço, fomos pra cantina ver o cardápio.

Lari: HOJE TEM LASANHA!!! /O/

Élia: LASANHA!!! /O/

Lola: E BATATA FRITA!!! /O/

Gray: BATATA FRITA!!! /O/

Lipe: E TEM PUDIM!!! /O/

Ash e Viola: PUDIM!!! /O/

Andrius: DA PRA CALAR A BOCA DESGRAÇA?!

Todos: NÃO!!! /O/

Mona: Deixa eles se divertirem oras.

Foxy: A tempos não víamos o Gray tão contente...

Newton: Com lasanha, batata frita e pudim, quem não ficaria?

Alice: TOMA! EU DISSE QUE IA GANHAR!

Levi: HACKER!

Alice: NOOB!

Bonie: CASALZINHO!

Alice: Ah, vai beijar o Lorenzo, vai!

Lô: E o que eu tenho a ver com isso?

Élia: CALEM A BOCA Ò-Ó!

Lari: É hora de almoçar crias!

Foxy: ...

Gray: Que foi nee-tan?

Foxy: Aonde o Henri foi?

Andrius: É melhor começarmos sem ele mesmo...

Élia: O que foi Andrius?

Andrius: Nada não. Ele deve estar fazendo uma coisa importante não é?

Foxy: Então tá...

Devo admitir, estou curiosa...

[Visão do Henri: On]

Henri: Onde eu coloquei... Aqui!

Ufa. Tava com medo de ter perdido isso...

{Flash Back: On [5 anos antes]}

Laura: Henrique, Henrique!

Henrique: O que foi?

Laura: Olha!

Ela esticou os braços e me mostrou um leãozinho branco de pelúcia.

Henrique: Que bonitinho!

Laura: Eu que fiz! Fiz pra você!

Henrique: Obrigado Laurinha.

Peguei a pelúcia da mão dela e vi alguns pequenos cortes em seus dedos. Segurei sua mão para poder ver os cortes melhor.

Henrique: O que houve?

Laura: Eu cortei o dedo com a tesoura, ela deslizou da minha mão...

Henrique: Vem, vamos pedir pra tia Ághata cuidar disso.

Laura: Okey!

{Flash Back: Off}

Segurei o pequeno leãozinho branco de pelúcia, como fiz à anos atrás. Tenho medo de perder minha irmã... Eu não queria deixar ela lutar com aquela coisa, mas ela é teimosa, não ia me ouvir de qualquer jeito... Ela é a única família que me restou, mesmo não sendo minha irmã de sangue. Vou fazer o que puder pra ajudá-la... Melhor ir, os outros já devem ter chegado.

(Visão da Foxy: On)

Me pergunto o que o Henri tá fazendo, esse jeito solitário dele me deixa preocupada, mas o complexo que ele tem com a Élinha é fofo de certo modo...

Mona: Foxy... Acorda garota!

Foxy: Ahn? Que foi?

Gray: Eu to falando com você ‘-’, você dormiu? Parece meio desligada...

Foxy: Eu to bem, só preocupada com alguém...

Larissa e Élia se olharam, não acho que ESSE olhar seja bom sinal...

[Visão da Élia: On]

Ownt! A Foxy ta apaixonada :3! Ah, e falando no Henri, ele vai chegar daqui a pouco.

Élia: 3,2,1. Oi nii.

Henri: Oi Élia, oi pessoal.

Foxy: Oi Henri. Desculpa, acabamos não te esperando...

Henri: De boa Foxy, eu não queria que me esperassem mesmo.

Henri deu um sorriso de lado, eu juro que a Foxy acabou de suspirar. Ele foi se servir e depois todos comemos e conversamos.

Saímos da cantina e resolvemos ir falar com Steve ver como ele está indo com as pesquisas da barreira. Ouvimos uma gritaria enorme e, chegando na escadaria da recepção, vimos Endra e Steve discutindo.

Steve: NÃO PRECISA GRITAR! EU VOU DO MESMO JEITO!

Endra: EU NÃO TÔ TE DANDO CONSELHO! EU TÔ MANDANDO VOCÊ FICAR! IR PRA LÁ É LOUCURA! ELE VAI TE ACHAR SEU BESTA!

Creeph: O que foi Endra?

Creeph chegou junto com Willian. Endra cochichou algo em seu ouvido.

Willian: Quer que eu faça aquilo Creeph?

Creeph: Ele tá merecendo...

Willian e Endra seguraram os braços de Steve e Creeph começou a subir a escada. Tenho um mal pressentimento...

Steve: Não! De novo não! ;-;

Creeph abriu um sorriso doce e pulou o acertando no estômago. Foi a melhor voadora de dois pés que eu já vi! Steve desmaiou e Creeph nos olhou com uma cara fofa. Acho que todo mundo gelou na hora.

Creeph: Me ajudam a levar ele pra enfermaria meninos?

Garoto: Yes ma’am!

Eu não sabia que eles eram carregadores profissionais...

O dia passou rápido. Já era de noite e todos fomos pro outro mundo. Neph e Nero explicaram algumas coisas que ninguém ligou/ouviu e treinamos de novo. Acabamos o treino e resolvi falar com Steve que estava na forja da vila abandonada.

Élia: Steve!

Steve: Ah, e aí Élinha.

Ele estava um pouco distraído olhando em direção ao campo logo à frente, me perguntei o porque até que vi Creeph colhendo algumas flores para o chá, aparentemente.

Steve: Ela não é linda?

Agarrei sua bochecha.

Élia: Kawaii!

Steve: Ah, o que você queria mesmo?

Élia: Eu nem ao menos comecei a falar...

Ele corou um pouco e deu um de seus sorrisos de lado coçando um pouco a nuca.

Steve: Então, no que posso ajudar senhorita?

Élia: *risadinhas* Corta essa Steve! Quero saber um pouco sobre o seu mundo.

Ele me encarou com uma cara confusa.

Steve: Por que a curiosidade repentina?

Élia: Acho que pode ajudar, sabe...

Steve: Ok, então senta aí.

Ele apontou pra uma cadeira de madeira na frente de uma mesinha, me sentei e ele trouxe dois copos com suco de maça e começou a falar.

Steve: Tínhamos uma vida bem tranquila, pelo menos até a morte do último rei... O príncipe que assumiu o trono era altamente preconceituoso com algumas raças. Ele baniu todas as raças “não humanas” do reino principal, separou muitas famílias e até colocou fogo na casa de algumas que se opuseram às mudanças...

Élia: F-fogo?

Meu corpo se estremeceu e fiquei pálida. O médico que cuidou de mim quando eu fui achada em frente ao hospital disse que minhas roupas estavam chamuscadas.

Élia: Steve...

Steve: Sim?

Élia: Tem alguma possibilidade de eu ter vindo de lá?

Steve: B-bem...

Neph: Steve, Élinha, vamos tomar café! A Vio já tá esperando...

Élia: O-ok.

Neph veio nos chamar. Droga! Bem agora... Steve foi na frente. Tentei andar, mas caí no chão de joelhos.

Élia: M-minhas pernas!

Neph: Droga, o que eu disse sobre exagerar no treino?

Acho que ele falou isso quando ninguém ligou/ouviu...

Élia: M-mas... Eu quero me lembrar logo de você...

Ele corou e me pegou no colo me levando pra casa deles. Um silêncio incômodo veio até que ele o quebrou.

Neph: E-eu também quero que você se lembre de mim, mas eu prefiro que você se sinta bem...

Ele corou mais ainda. Dei uma risadinha de lado e o beijei na bochecha. Ele me encarou confuso e mais vermelho.

Élia: Não se preocupe comigo. Você sabe que eu ficarei bem.

Ele me apertou mais forte em seus braços e suspirou.

Neph: Nada do que eu disser vai te fazer mudar de ideia, então... Só não desmaie mais ok? Seu irmão vai ficar preocupado...

Élia: Hai!

Chegamos na casa e Neph me colocou em uma cadeira na mesa.

Endra: Por quê demoraram tanto?

Steve: Não fizeram nada de errado no camino né?

Henri: Ugh! *cof cof*!

Henri se engasgou com o café... E Neph ficou vermelho, assim como eu, só que um pouquinho mais...

Neph: N-NÃO FIZEMOS NADA! EU JURO!

Eu acho que vi uma aura negra em volta do Henri, que estava sendo segurado pela Foxy, aliás...

Élia: É sério, não fizemos nada. Ele só teve que me carregar no colo porquê minhas pernas não estão respondendo já que treinei demais...

Henri parece ter se acalmado, mas ainda encarava Neph com um olhar de “Quando você for dormir, eu estarei lá...”. O café foi calmo e conversamos sobre muitas coisas.

Mona: Mas então, Steve, você tem mais irmãos?

Steve: Claro! Eles trabalham no internato, aliás.

Foxy: Sério?! Quem são?

Creeph: São gêmeos também, Steffanie, professora de filosofia, e o Dinamo, um dos secretários pessoais do Steve.

Endra: É impressionante como a Steff é diferente do Steve...

Willian: Já o Dinamo...

Élia: Eu me pergunto sobre o outro mundo... Será que alguém da minha família veio de lá?

Gray: Seu namorado veio, né Neph?

Nephter se afogou com o café e ficou vermelho de novo. É o dia do café assassino...

Élia: Vou parar de tomar meu café...

Vio: Melhor mesmo... Vai que ele tenta afogar a gente né?

Lari: Por isso eu não tomo café...

Lari deu um gole em seu chocolate com leite.

Lari: Que gosto estranho...

Nero tirou o pote de café de perto deles e olhou pro lado. Lari começou a tomar outro gole e Nero empurrou a parte de baixo da xícara com o indicador quase matando a Lari sufocada.

Nero: Toma tudo, é bom.

Lari: Unnnppff?!! @-@

Todos começamos a rir. Parei por um instante e olhei todos na mesa, rindo, brincando, todos juntos... Parecíamos uma grande e unida... F-família... Percebi que minhas pernas já estavam se movendo, então levantei da mesa.

Neph: Tudo bem Élinha?

Élia: Sim, Só... Quero tomar um ar...

Eu ia saindo, mas Neph segurou meu pulso e me olhou preocupado. Meus olhos estavam lacrimejando, então ele suspirou e me soltou.

Neph: Tome cuidado com os monstros.

Élia: S-sim.

Eu preciso de umas respostas dela. Ela com certeza sabe sobre isso.

[Visão do Neph: On]

Vi ela saindo pela porta a fechando logo em seguida.

Henri: Ela já deve estar longe o suficiente...

Neph: Uh?

Henri: Pra você ir atrás dela, não é o que ia fazer?

Neph: Sim, mas... Acho que ela precisa de um tempo...

Lari: É tudo um tanto quanto rápido, né?

Lola: Sim...

Espero que ela fique bem.

[Visão da Élia: On]

Cheguei na cachoeira e olhei pra água me sentando na beira do lago. Respirei fundo observando a paisagem e o lindo céu alaranjado. Deitei na grama calmamente e disse a frase que palpitava na minha mente, como um feitiço, e que também me atormentava...

Élia: “Sabe, vamos ficar sempre juntas, né?”.

Sempre que digo essa frase tenho um “clarão” na minha memória. Vejo eu mesma, mas da visão de outra pessoa, então essa eu segura a mão de alguém, que na verdade é a pessoa que está vendo essa “eu”. É como se eu segurasse minha própria mão. Às vezes me pergunto se é realmente eu lá, mas não à como questionar já que é idêntica a mim. Eu acho melhor eu voltar pra casa deles, já é tarde... Depois eu falo com a Noxie...

Cheguei na casa pela porta da cozinha, que foi a mesma que tinha saído. Vio veio falar comigo, ela disse que era melhor à sós.

Élia: O quê você queria me dizer Vio?

Vio: É melhor eu te contar uma coisa. Essa preocupação toda é porque...

Ela hesitou um pouco em falar, mas logo deu uma risadinha.

Vio: Não sei porquê to tão preocupada, isso não vai te afetar de um jeito ou outro.

Élia: Então...?

Vio: Esses corpos dessa dimensão são feitos com uma proteção contra o Herobrine, mas se a pessoa se esforçar a proteção, assim como algumas outras funções, parar de funcionar, é um dos erros de quando fizemos esses corpos pra vocês. Isso também acontece nos nossos, mas é muito raro.

Ela pereceu um pouco atordoada na última frase, então lembrei da “primeira vez” que vi Violet.

Élia: Você estava tentando se comunicar com a gente quando aconteceu aquilo né?

Ela me olhou assustada, mas depois encarou o chão.

Vio: S-sim... Isso aconteceu comigo. Eu não aguentava ver os garotos tristes, eu mesma já estava por causa do Gray...

Abracei ela, que já estava chorando.

Élia: Tá tudo bem. Vamos conseguir trazer vocês e nossas memórias de volta. E as não conseguirmos as memórias, fazemos novas!

Olhei pra ela sorrindo e beijei sua testa.

Élia: Mas, fique sabendo, que mesmo sem as memórias eu sei que você é muito importante pra mim Vio.

Ela riu um pouco vermelha.

Vio: E-eu vou me esforçar pra que achemos os cristais e a urna! O mais rápido que puder!

Passei a mão em seu cabelo.

Élia: Não se esforce demais, e, por hora, deixa que eu cuido do Gray.

Vio: Uhum!

Depois disso nos despedimos e fomos de volta.