Depois que tomamos um banho, fomos buscar Brianna para conhecer a nova casa conosco. E aproveitei para ter notícias de Dimitri. Me disseram que estava bem, Lissa o havia curado e agora estavam em uma reunião para julgar os delitos de Dimitri. Eu e Adrian contamos nossa versão dos acontecimentos fielmente, mesmo que a compaixão por Dimitri me fizesse querer o defender, eu sabia que não podia. Ele tinha que aprender com seus erros, voltar a ser ele mesmo.

        Paramos em frente de uma linda casa branca e azul claro, com um jardim florido na frente,não era grande mais também não era pequena mas sim de um tamanho ideal para nós.Entramos na casa de dois andares, e ela era ainda mais charmosa por dentro.No primeiro andar ficava a sala, a sala de jantar, cozinha, um banheiro e um pequeno escritório, no segundo havia três quartos, um deles uma suíte,e um banheiro, mais uma pequena sala que me deu uma ideia que com certeza Brianna adoraria.

     " Vamos morar aqui, papai?" Pergunta Brianna com os olhinhos brilhantes de contentamento e alegria.

     " Sim, meu anjo. Você gostou?"Adrian sorria todo bobo para a filha.
       A pequena girou feliz pela sala vazia.
    " Sim, eu gostei papai. È tão grande, maior que minha antiga casa."

     Adrian e eu trocamos um olhar. Como devia ser a vida dessa menina antes? Senti uma onda de culpa vindo de Adrian, e entrelacei nossas mãos.

        Não é culpa sua, você não sabia da existência dela.
     Tem razão. O Que importa é como será daqui para frente. Juro Rose não vou deixa-la passar por nenhuma privação.Nem você.

      Senti sua determinação, e vi no seu olhar que Adrian nunca mais seria o mesmo.Mas isso não queria dizer que deixaria de ser ele mesmo, seria o Adrian por qual me apaixonei apenas mais maduro. Sorri feliz para ele, tentando lhe passar todo meu amor e apoio.

      Brianna correu para o colo do pai e ficamos os três brincando pela casa e planejando como decorá-la e o que comprar. Olhei as duas pessoas que se tornaram meu mundo e tive certeza que qualquer pessoa que tentasse machucá-los não sairia ileso.

    "Amor, tenho que ir me encontrar com Abe e Sidney, mas por favor fique com Brianna vocês precisam de um tempo sozinhos."
    " Tem certeza pequena dhampir?" Perguntou em dúvida.
    Eu lhe dei um beijo suave e assenti. Abracei Brianna.
   " Nos vemos mais tarde minha pequena."
  " Ta bom, mamãe. Volte logo pra gente."

   Dei um último beijo nos dois e sai para ir ao apartamento de Abe. Estava louca para saber quais notícias ele tinha sobre minha mãe.

" Drácula??! Está brincando comigo?" Perguntei abismada ao meu pai e a Sidney.

    " Não Rose, é realmente o grande Drácula que sequestrou sua mãe." Respondeu Sidney pacientemente.

    " Ah qual é! Drácula é apenas historinha para humano. Acho que vocês piraram de vez!"

  " Filha estamos mesmo falando sério, nos escuta. Com a ajuda dos alquimistas e de outros contatos consegui montar o quebra cabeça. Não somos a única raça de vampiros que existe. Na verdade somos como uma sub-raça deles, os originais. E o primeiro de todos Drácula, Vlad o empalador, Vlad Tepes enfim ele tem muitos nomes. Porém seu nome verdadeiro é Ian Dragon Marescotti."

   Fiquei encarando meu pai, pensando seriamente em pedir uma ajuda médica psiquiátrica. Acho que o sequestro de minha mãe deve ter afetado ele mais do que imaginei.

     " Rose, não me olhe assim, eu não estou louco. Presta atenção, toda história tem sua fundo de verdade. Drácula gostava de fazer experiencias, era um vampiro cientista. E acabou criando os morois e os Strigois, e os dhampir vieram do morois e humanos, é uma raça que ele teria destruído se não tivesse visto uma profecia. Há algo que ele quer, e está fazendo de tudo para conseguir."

       Fiquei piscando os olhos, feito uma idiota. Eu ainda não estava engolindo muito aquela história, mas meu pai e Sidney me encaravam tão sérios que comecei a considerar se não estavam falando sério.

         " Vamos supor que isso seja verdade, o que ele quer?"
        " Não percebeu ainda? Ora Rose você é muito inteligente, todas as coisas que nos contou quando chegou aqui já te deu a resposta." Sidney me encarou com uma sobrancelha levantada.
   " Oh merda! Ele quer a mim?Mas por que?!" Gritei totalmente descontrolada me levantando do sofá.
  " Aparentemente, Lord Drácul acha que você é reencarnação de sua amada." Sidney respondeu cheia de desdém.

       Eu balancei a cabeça. Quando foi que tudo ficou tão louco? Meu Deus, por que essas coisas só aconteciam comigo? Tinhas bilhões de pessoas no mundo, e eu era sempre a escolhida para que as merdas fosse soltas na minha vida.

        " Que tipo de raça é essa?"
     " Eles são mais fortes, porém mais vulneráveis também. Super força, super velocidade, super audição,olfato, além de que podem desenvolver dons, por exemplo ler mentes, ver o futuro entre os outros. Entretanto o sol é mortal a eles, assim como o fogo. Nada de alhos e cruzes como diz as lendas, estacas funcionam para matá-los mas para que não voltem o certo é decapitá-los e queimar os restos." Abe falou tudo aquilo tão confiante, que me perguntei onde ele tinha conseguido aquelas informações.
      " E o que minha mãe tem a haver com tudo isso?"
     " Temos algumas teorias, mas teremos que esperar para ver. Estamos na mãos dele Rose, tem traidores infiltrados aqui além de que ele tem aliados em todas as raças. Teremos que ter muito cuidado em quem confiamos, todas as mortes e ataques que aconteceram foi ordem de Drácul, por motivos que ainda não sabemos."

      Eu assenti ainda em transe. Escutar tudo aquilo era como ver tudo que sempre acreditei desabar a minha volta, me sentia perdida e extremamente angustiada. Tudo o que aconteceu, todas as mortes foram por minha culpa. As pessoas que eu amava estavam em perigo por causa de uma estranha obsessão de um louco.

      " Filha, eu prometo que vamos trazer sua mãe de volta, e não deixarei que nada aconteça a você, nem a sua família." Abe me abraçou e me deixei ficar ali envolvida em seus braços.

      Quando sai de lá, ainda tonta com todas as revelações, só pensava em correr para os braços de Adrian, sentir seu cheiro e o calor de seu corpo, me sentir segura e amada, para aplacar aquela angústia que queimava no meu peito. Queria minha mãe de volta, ela sempre sabia o que fazer. Mas nenhuma tentativa de localizar o tal Lord deu certo, só saberíamos onde ele estava quando assim ele quisesse. Maldito! Eu ia ensiná-lo que com minha família ninguém mexe.

      Quando cheguei ao corredor do quarto de Adrian, vi uma cena que fez o ódio ferver em minhas veias. E só não arranquei a cabeça daquela vadia que agarrava o meu namorado, porquê uma parte de mim aquela que cultivei durante os últimos anos, me conteve. Entrei na mente de Adrian, e vi que estava desesperado para se soltar da futura defunta. Decidida e com uma cara de calma assassina caminhei até eles fazendo o máximo de barulho. Vi Adrian arregalar os olhos quando me viu e empurrar de vez aquela vaca para longe com tanta força que se eu "gentilmente" não tivesse a segurado, a idiota teria ido ao chão.

       Amor, não é nada disso que você está pensando!

      Eu lhe lancei um sorriso debochado pela frase clichê, e me virei para a cara princesa Alexia que me encarava satisfeita e com uma pontada de medo.       Abri um sorriso doce para ela.

    " Então como foi beijar meu namorado?Ah, desculpe aquilo não me parecia um beijo, parecia que estava tentando matá-lo sugando sua alma.'' Me virei para Adrian e ergui uma sobrancelha." Amor, você gostou do beijo dela?"

    Adrian me encarou sério, tentando entrar na minha mente mas não deixei.
   " Não. Eu não a beijei, fui atacado. Sabe muito bem que nenhum beijo se compara ao seu."

    Sorri satisfeita com sua resposta e me virei novamente para Alexia que tinha um olhar magoado. Quase deu pena, quase.Cheguei mais perto dela, até ficar a centímetros de seu rosto.

    " Olha aqui sua vaca real, vou te avisar apenas uma vez, e nenhuma a mais. Se chegar perto de Adrian novamente, se tiver a ousadia de colocar suas patas em cima dele de novo, eu vou arrancar cada um dos seus dedos lentamente e fazê-la comer eles. Depois irei arrancar seu coração e devorá-lo. Já viu do que sou capaz não é?" Dei um sorriso macabro e confiante para a princesinha que estava branca feito papel, quase se borrando toda.

    " Você... não fa..ria..isso...é contra.. lei." Gaguejou a futura defunta.
   " O que os olhos não vê, ninguém fica sabendo." Dei de ombros indiferente." Agora vaza daqui sua vadia inútil, e nenhum pio sobre essa conversinha, não vai querer me ver furiosa de verdade."

      Alexia quase saiu correndo. Ah que fofo, toda aquela pose reduzida a nada. Virei para Adrian e o vi me encarando de olhos arregalados, nos olhamos por um segundo e caímos na gargalhada. Ele me abraçou, beijando minha testa.

     " Arrancar seu coração e devorá-lo? Você é muito macabra. Me deu medo por um minuto, me lembre de não deixá-la com ciúmes. È claro que não faria nada daquilo." Ele riu mas parou quando viu que não acompanhei." Faria?"

    Dei meu sorriso inocente e entrei no quarto ido passar um tempo com minha filha, o deixando na dúvida. Ri baixinho da sua cara. Se bem que até eu duvidava se eu não cumpriria mesmo as ameaças. Vai saber, melhor ela não abusar.