Just a lost star escrita por Khaleesi


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

desculpas pela demora. eu não tenho tempo de escrever ultimamente, mas vou fazer o possivel para não abandonar a fic.
Cap. dedicado a Sam Hudson, que sempre comenta em tdos o caps, mas eu nunca consigo responder. Obrigada. Mesmo. Do fundo do meu coração. :3



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A cada dia que se passava a grande prova se aproximava, a biblioteca ficava mais e mais cheia, ao ponto de se tornar inabitável para Cassie, sendo assim, ela não tinha para onde ir na hora do intervalo, já que também não considerava o refeitório uma opção. Vinny havia dito que ela sempre era bem-vinda na mesa deles no refeitório ou caso preferisse poderia ficar no galpão. Mas Cassie sempre dava um jeito de ficar sozinha.

Dessa vez tinha escolhido ficar na arquibancada da quadra aberta. Não era exatamente o lugar menos movimentado, mas Cassie sentia que precisava de um pouco de sol e desde que ela ficasse com seus fones de ouvido, ela tinha quase certeza de que ninguém a perturbaria.

Ela sentou-se na arquibancada com seu livro no colo e seus fones de ouvido e começou a ler ignorando tudo ao ser redor e sendo ignorada reciprocamente. Em certo momento, ela estava tão concentrada na leitura que não percebeu a pessoa parada na sua frente, tentando chamar a sua atenção a quase 10 minutos.

– Cassie! – disse Adam, cutucando Cassie.

Ela finalmente tirou os fones de ouvido e fechou o livro, olhando para ele.

– ...oi... – Cassie disse um pouco confusa.

– Hã... oi... Esse deve ser um livro muito bom, você mal piscava – comentou Adam apontando para o livro.

– É sim – disse Cassie, sem tirar sua mão de cima da capa do livro cobrindo seu titulo.

– Tão bom quanto Anna Karenina? – Adam perguntou sorrindo.

– Igualmente bom – Cassi respondeu.

– Naquele dia na biblioteca... quando eu peguei o livro era para a minha namorada – Adam disse. – Mas quando você disse que era um “ ótima escolha” eu resolvi dar uma chance. Você estava certa... Você é fã de literatura russa?

– Não – disse Cassie rindo. – Sou fã de livros bons.

– Eu aceito algumas recomendações – disse Adam.

– Vou pensar no seu caso – respondeu Cassie.

– Eu tenho uma pergunta para você – Adam disse sentando-se ao lado de Cassie.

– Estou ouvindo...

– Você existe? – Adam perguntou.

– Essa é uma pergunta muito complexa. Filósofos vem tentando encontrar uma resposta para isso a centenas de anos... e nenhum nunca chegou a uma resposta realmente satisfatória.... Mas se te agrada, sempre podemos citar Descartes “Penso, logo existo”.

Adam lançou um olhar incrédulo para Cassie por alguns minutos depois riu com sarcamo.

– Você não poderia simplesmente responder “sim”? – ele disse virando-se para encarar a quadra. – Ou “não” sei lá...

– Por que a pergunta?

– Hum.. eu... meio que pesquisei sobre você....

– Você me stalkeou? – Cassie perguntou.

– Não foi exatamente assim... Quer dizer... foi assim sim, mas não foi, entendeu?

– Não.

– Ok... eu procurei você em algumas redes sociais... facebook... twitter e outros... Você não existe na internet. Tudo o que encontrei foram artigos sobre alguns campeonatos que você participou.

Tudo o que Cassie tinha era uma conta no tumblr, que nem Jonathan, nem Sebastian sabiam que existia. Depois da morte de Bliss, Cassie deletou tudo. Ela não tinha opção. As redes sociais eram um inferno. Dezenas de pessoas que nem conheciam Bliss estavam se lamentando pela morte dela, e pior, pessoas que assumidamente detestavam ela, escreviam lindos textos poéticos sobre como ela era uma grande pessoa e como era adorada. Cassie não conseguia suportar aquilo. Era ridículo. Então ela deletou seu facebook, twitter e instagram e qualquer outra rede social de que participava onde Bliss poderia estar relacionada.

– Não sou muito fã de redes sociais – Cassie disse.

– Estou começando a achar que você não é muito fã de pessoas.

– Talvez eu não seja...

Houve um momento de silencio, seguido pelo sinal anunciando o fim do intervalo.

– Amanhã depois da aula a equipe de atletismo vai treinar... Você poderia vir assistir – Adam comentou.

Cassie não acreditou no que ouviu. Droga, droga, droga. Tudo estava indo tão bem. Aquela estava sendo a primeira conversa agradável que ela estava tendo com alguém a da escola em muito tempo e com aquela ultima frase, Adam tinha estragado tudo. Droga Adam.

Adam percebeu que fez algo errado ver a expressão de Cassie.

– Não posso. Tenho outra coisa para fazer – disse Cassie encarando a quadra.

Não era mentira. Ela tinha uma reunião importante no clube de robótica.

– Tudo bem, sem problemas... Te vejo na aula de física?

– Sim, claro.

– Você vai correr no parque esse fim de semana?

– Não sei... talvez – Cassie disse, sabendo que a resposta era NÃO.

Cassie se levantou primeiro e saiu da arquibancada seguida por Adam. Ela queria manter uma certa distancia entre os dois, assim as pessoas que os vissem, não pensariam que eles estavam conversando. Ou que eram amigos. Por que não eram.

Mas Adam parecia pensar diferente. Ele sempre andava mais rápido para acompanhar o ritmo de Cassie, e já que ele era um bom corredor, conseguia fazer aquilo sem esforço algum.

Cassie ouviu Adam respirar fundo e abrir a boca para falar alguma coisa, mas no mesmo momento, Henry Foster, amigo de Adam apareceu na direção oposta, colocando o braço ao redor de seus ombros e falando como se eles estivessem conversando a horas. Cassie usou isso como sua deixa e se afastou ainda mais de Adam.

Se Adam fosse falar sobre a equipe de atletismo toda vez que a encontrasse, Cassie não via outra opção a não ser evitar Adam. E sendo assim, ela não foi para a aula de física. Mas sabendo que não podia ficar a toa no corredor, ela resolveu ficar no banheiro. Parte dela simplesmente queria passar pelos portões da escola e voltar dali a 50 minutos quando a aula acabasse. Mas se fizesse isso, ela tinha certeza que George ia descobrir de algum jeito e contar para Jon e tudo daria errado.

Se ela faltasse aula e ficasse escondida no banheiro, se George a procurasse, ela poderia dizer que estava passado mal, sentindo-se enjoada, tendo uma reação ao seus medicamentos. George nunca reclamaria disso. Talvez contasse para Jon, mas não seria um grande problema. O máximo que aconteceria seria Jonathan ligar para Thomas pedindo para trocar a medicação.

Cassie escolheu um box qualquer, fechou a porta e eesperou o tempo passar. Não queria ler mais. Ela queria fazer algo que não fazia em muito tempo. Falar com Sebastian. Olhou no relógio, naquela hora Sebastian ainda devia estar na escola, então não podia ligar para ele. Mas poderia mandar mensagens.

Pegou seu celular e digitou uma mensagem e enviou. Simples “oi”. Para Cassie isso era estranho. Ela não era acostumada a cumprimentar Sebastian. Nem dizer oi nem tchau, era como se eles estivessem em uma conversa infinita que tinha começado anos atrás. Sempre que precisava falar com ele, ela ia direto ao ponto, sem toda aquela formalidade de “ Oi, tudo bem? Eu queria sabe que horas você vai aparecer na festa da Felicity” não tinha nada disso. “Festa da Felicity. Q horas vc vai aparecer? Vê se não demora” era mais esse tipo de mensagem.

Quase 5 minutos tinham se passado e Sebastian não tinha respondido. Cassie começou a ficar preocupada. Era sempre ela que demorava para responder as mensagens, não ao contrario.

Cassie ouviu duas garotas entrarem pela porta e reconheceu uma delas. Ela era amiga da namorada de Adam. Elisa? Ellen? Elena? Alguma coisa com E.

Elisa/Ellen/Elena tinha uma queda por George. Cassie tinha certeza disso. Qualquer um que a visse durante a aula de química saberia disso. Poucas pessoas sabiam que George era gay, e ninguém sabia que ele namorava o irmão de Cassie. Não por uma questão de preconceito ou vergonha, mas tanto George, quanto Cassie, quanto Jonathan achavam que aquilo não era da conta de ninguém.

– Emma – chamou a outra garota. As duas estavam na frente do espelho se arrumando enquanto conversanvam.

Emma. Cassia sabia que era alguma coisa com E.

– Quem era aquela garota que estava com Adam no intervalo? – a outra garota continuou.

O coração de Cassie gelou duplamente. A) porque aquelas duas garotas com quem ela nunca falou estava falando dela e B) porque Sebastian tinha respondido sua mensagem.

– É uma garota nova. O nome dela é Camilla ou Clarisse... sei lá, alguma coisa com C. Ela é a garota que se recusou a entrar na equipe de atletismo.

– Por que?

– Sei lá. Talvez ela se ache boa demais. Ouviu dizer que ela já ganhou alguns campeonatos e tal... nada demais, se você quer saber. Adam está tentando convencer ela mudar de ideia e entrar na equipe, mas eu acho que ele nem precisam dela. Ela nem deve ser isso tudo. Já viu como ela é estranha?

– Como assim? Desculpa Emma, antes de hoje, eu nem sabia da existência dela.

– É exatamente isso que eu quero dizer! Quase ninguém nota a existência dela. Ela sempre está com fones de ouvido e um livro. E nunca fala com ninguém. Ninguém. A não ser aqueles garotos estranhos do clube de robótica.

– Esse tipo e gente se atrai.

– E ela sempre está rodando por ai com o professor de química. Isso me irrita. Por que ele dá tanta atenção para ela?

– Vai ver eles se conhecem...

– Sei lá... talvez... ainda assim, é estranho. Ela se acha melhor do que tudo mundo.

Cassie não podia acreditar no que estava ouvindo. Aquilo TINHA que ser alguma piada.

– Mad não se incomoda em ver Adam com ela?

– Até parece que Adam ia trocar Madeline por Camille/Clarisse/sei lá. Já viu como ela se veste? Mad não tem com que se preocupar e sabe disso. – Emma respondeu indo em direção a porta do banheiro e sendo seguida pela outra garota.

Aquilo tinha realmente acontecido? Cassie não sabia o que pensar ou sentir. Então ela se lembrou de Sebastian e sua mensagem.

“Sabe aquela sorveteria antiga, que ficava no final da minha rua? Ela fechou? Acredita? Como eles ousam fecham aquele lugar?” – Sebastian.

Cassie riu e toda a confusão de sentimentos sobre as coisas que Emma havia dito foi embora. Porque Cassie lembrou que aquilo não importava. O que Emma, ou qualquer outra pessoa daquela escola pensava dela não fazia a mínima diferença.

“ Aquele lugar tinha o pior sorvete do mundo” Cassie respondeu.

“ E é por isso que ele devia continuar aberto! Como saberíamos que os outros sorvetes são tão bons se nunca tivéssemos experimentado aquele sorvete horrível? Aquele lugar deveria ser transformado em um patrimônio histórico!” – Sebastian

“Vamos fazer 1 minuto de silencio em nome de todas as crianças do nosso bairro que nunca saberão o que tomar um sorvete de morango com gosto de limão e consistência de geleia...” – Cassie.

Depois disso a conversa fluiu tão naturalmente que nenhum dos dois sentia estar longe um do outro e Cassie se perguntou porque ela evitou Sebastian por tanto tempo. Só naquele momento ela percebeu o quanto precisava dele.

Cassie já tinha esquecido de Emma quando o sinal tocou, lembrando-a que ela ainda tinha outras aulas para ir, por mais que quisesse ficar conversando com Sebastian por mais uma hora.

Distraida, digitando uma mensagem para Sebastian, ela mal percebeu Adam ao seu lado. Como ele fazia isso? Como ele sempre aparecia quando Cassie estava tão distraída que um meteoro poderia cair na sua frente e ela não perceberia.

– Você não foi para a aula de física – Adam comentou.

– Eu sei... – Cassie disse sem tirar os olhos do celular.

– O professor passou algumas atividades.

Cassie parou de andar e começou a rir de uma mensagem de Sebastian.

– Desculpa, o que? – Cassie disse para Adam.

Adam parecia irritado ao repetir a frase.

– Tudo bem, depois eu explico para ele o que aconteceu e pego as atividades.

– E o que aconteceu? Por que você não foi para aula? – perguntou Adam.

Cassie terminou de digitar a mensagem antes de voltar sua atenção para Adam.

– Não me senti muito bem. Mas já melhorei. Tchau – ela disse virando na direção oposta a Adam.

Apenas depois que entrou na sala de aula, foi que Cassie percebeu o que fez. Ela tinha dispensado Adam sem nem perceber. Ela tinha o evitado naturalmente. Não porque ele ia falar sobre a equipe de atletismo, mas porque ele estava atrapalhando sua conversa com Sebastian.

E o melhor de tudo foi que ela não se sentiu nem um pouco mal por isso. Como Emma havia dito, Adam só queria convencer Cassie a entrar na equipe de atletismo, não estava interessando em ser amigo dela, nem nada do tipo.

– Desculpa, ta bom? – disse Adam entrando na sala e indo direto para a mesa de Cassie. – Eu sei que eu sou um pé no saco as vezes, toda hora falando sobre a equipe de atletismo. Mas tudo bem. Eu entendi, você disse não e você não vai mudar de ideia. Não vou mais te perturbar sobre isso... Mas... eu gosto de conversar com você.... então se você puder, por favor, parar de me evitar, isso seria muito bom.


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