THE REAL FAMILY

Skye estava completamente chocada, após descobrir que seu pai era um monstro. Por toda sua vida, ela tinha idealizado um pai amoroso, bom e que acima de tudo, a amava. Mas ver aqueles corpos estraçalhados tinha minado com seus sonhos infantis. Sua mente não parava de lhe gritar "ELE É UM MONSTRO".

Eles tinham voltado daquela missão, Skye até já tinha conversado com Simmons, depois de ela voltar de sua missão. Agora Skye estava em seu dormitório, sentada em sua cama, abraçando de forma desesperada seu travesseiro, com lagrimas teimosas descendo por seu rosto, ela ainda não conseguia reprimir seus sentimentos, como May vinha lhe ensinando. Ela estava completamente arrasada, seu coração estava profundamente magoado.

May ia batendo na porta do dormitório da garota, quando ouviu o fraco choro, a chinesa sabia que Skye tinha ficado abalada depois daquela missão, estava indo até ali justamente para conversar sobre aquilo, mas não imaginava que o abalo emocional tinha sido tão grande. Ela meditou um pouco e voltou atrás, indo até o escritório de Coulson, onde ela sabia que ele estaria.

–Phil!-Ela chamou batendo na porta

–Pode entrar May!-Ele respondeu

Ela rapidamente entrou no escritório e fechou a porta atrás de si.

–Phil, precisamos conversar com Skye!-Ela foi direta

–Sobre?-Ele perguntou

–Sobre a missão... Ela está completamente abalada com o que descobriu... -May respondeu

Coulson suspirou.

–Eu percebi... -Ele murmurou

–Eu estava quase entrando no dormitório dela, quando a ouvi chorar... Eu não consigo vê-la tão abalada e não poder fazer nada!-A chinesa disse

Ele deu um sorriso.

–Você já a tem como filha!-Coulson notou

May coçou a cabeça, um tanto encabulada.

–Vamos lá Melinda! Admita!-Phil disse

Ela revirou os olhos, mas acabou por suspirar.

–Ok, meu coração já adotou aquela garota teimosa como filha... Incrivelmente e sem perceber, acabei me apegando a ela... Você sabe o quão raro sou em me apegar a alguém... Eu não suporto vê-la sofrer... -Melinda admitiu

Phil sorriu.

–Eu sei! Eu também já adotei Skye como se realmente fosse minha filha! Vamos conversar com ela, não quero que ela sofra!-Phil disse

May acabou dando um sorriso.

–Eu reprimi por toda minha vida, esse lado materno... Mas Skye o trouxe a tona com tanta facilidade... Essa garota deve ser de outro mundo!-A chinesa disse

Ele deu uma risada.

–Deve ser mesmo! Afinal, não é qualquer um que recebe o apego de Melinda May, e é treinado por ela!-Coulson brincou

May apenas revirou os olhos. Eles deixaram o escritório e em poucos minutos já estavam em frente à porta do dormitório de Skye, onde podiam ouvir o fraco choro. Coulson rapidamente bateu na porta.

–O numero que você ligou não atende ou está indisponível no momento, deixe um recado após o sinal!-A voz da garota surgiu

Coulson e May se olharam, sem realmente acreditar que aquela garota conseguia brincar, mesmo estando tão abalada. A chinesa acabou por balançar a cabeça em negação, Skye não tinha conserto.

–Skye, sou eu! Posso entrar?-May informou

–Entra May!-A voz da garota surgiu

Melinda abriu a porta e entrou, sendo seguida por Phil, que fechou a porta atrás de si. Quando viram o rosto inchado da garota, eles se compadeceram da situação dela.

–Skye!-May murmurou já abalada

A garota soluçou. Phil foi até a cama, e se sentou ao lado dela. Skye se jogou nos braços dele, onde desatou a chorar, da mesma forma que tinha chorado, logo mais cedo. Coulson olhou para Melinda, em um pedido mudo de ajuda.

A chinesa suspirou e foi até a cama, onde se sentou e começou a acariciar o cabelo da garota. Eles ficaram ali, acalentando a garota, até que ela se acalmou.

–Ele é um monstro!-Ela disse em meio aos soluços

–Skye, não fique assim!-May disse

–Ele é um monstro... Por tanto tempo imaginei um pai bom e amoroso... E agora descubro que ele é um monstro! Eu sou filha de um monstro!-Ela disse

–Skye, Pai e Mãe não são apenas aqueles que os coloca no mundo... Pai e Mãe na maioria das vezes são aqueles que criam! Mesmo não tendo nenhum laço sanguíneo, o laço de amor e afeto é bem maior!-Coulson disse

–Skye, você já é nossa filha! Podemos não ter criado você desde pequena... Mas desde que você entrou em nossas vidas, e abriu esse sorriso matreiro e mostrou sua tamanha teimosia, você se tornou nossa filha! Nunca me imaginei sendo mãe... Mas desde que você surgiu você despertou em mim, o instinto materno! Eu já lhe tenho como filha!-May declarou de forma doce

Skye soluçou.

–E eu já sou seu pai! Já lhe tenho como a filha que nunca tive! Quando você levou os dois tiros, o medo que Melinda e eu sentimos em perder você foi demasiado... Não é atoa que May perdeu o controle e quase matou o Quinn!-Coulson revelou

–Aquele cara não é seu pai, Skye! Pai não é o que faz, é aquele que assume a responsabilidade e cria! Ele não é seu pai, você não tem nada a ver com ele, ele apenas te fabricou! Phil é seu pai! É ele que te ama e te quer bem, foi ele quem lutou para manter sua vida, foi ele quem lutou para que seu sorriso e sua teimosia nunca apagassem! Nós te amamos muito, Skye! Então não chore por aquele cara ser um monstro, pois ele não é absolutamente nada seu!-May disse de forma carinhosa

Skye soluçou e abraçou a chinesa, que se surpreendeu com o gesto.

–Obrigada A.C, obrigada May! Vocês não sabem o quanto vocês são importantes em minha vida! Obrigada por me adotarem como filha!-Skye agradeceu

–Não ha de quê, querida!-Coulson disse

Ele acabou por sorrir nostálgico, fazia meses que ele não a ouvia chama-lo de A.C.

–Mesmo assim, eu agradeço... Vocês acabaram de me mostrar que eu fui uma tola, por chorar por aquele monstro! Por que chorar por ele ser um monstro, se eu tenho meu Pai e minha Mãe aqui do meu lado?-A garota disse

Os dois mais velhos sorriram felizes. Com o tempo, exausta pela missão e pelo choro, Skye adormeceu com a cabeça no colo da chinesa. May enquanto acariciava o cabelo da garota, deu um sorriso.

–Obrigada Phil!-Ela agradeceu

–Pelo quê?-Coulson perguntou

Ele olhava para as duas mulheres, de forma encantada, elas de certa forma, pareciam mãe e filha.

–Por me tirar da administração! Por me dar um motivo a mais para viver... Por me dar uma família!-Ela respondeu

Ele sorriu feliz.

–Eu não posso receber todos esses créditos, Linda! Afinal, você só voltou ao campo, para cuidar de mim... Proteger-me!-Coulson disse

Ela levantou o olhar e olhou para ele, em seus olhos azuis, ela podia ver a admiração, amor, carinho, gratidão e paixão que ele sentia por ela.

–Phil... -Ela o repreendeu por trazer a tona aqueles sentimentos

–Sem mais, Linda! Chega de guardar tudo o que sinto por você! Chega de esconder o amor que eu sinto pela minha linda chinesa, que odeia café!-Ele declamou

Ela sentiu seus olhos lacrimejarem.

–Phil... -Ela murmurou

–Eu te amo, Mel!-Ele disse

Rapidamente ele levou as mãos ao rosto dela, a puxando para si, iniciando um beijo cheio de amor e saudade.

–Eu te amo, Mel!-Ele repetiu ao desgrudarem os lábios

–Eu também te amo tanto, Phil!-Ela disse

Eles sorriram apaixonados um para o outro, e depois olharam para a garota adormecida.

–Você me deu uma família!-Coulson disse

–Você também me deu uma! Uma família verdadeira!-May disse

FIM!