[Vários meses depois]
Matthew's POV

"Desce, desce, desce, pula, desce, desce, desce..." - Balbuciava em minha mente. Meus queridos amigos chamados de pés estavam em alta velocidade. Juntos, eles pisavam levemente - e rapidamente - na estrutura sólida da escada. Mesmo sendo poucos degraus do meu quarto até o térreo, no momento, pareciam infinitos!
– MATTHEW! - berra Audrey sentindo as contrações do útero voltar, querendo empurrar, incansavelmente, Kylie para fora da barriga da mãe.

Acelero meus passos até chegarmos no térreo. A tropa toda sai do elevador às pressas. Droga! Esqueci do elevador! Bufo mentalmente com a minha inteligência. Sem tempo para repugnar-me internamente, no momento. Corro para o carro e deito - ou tento - Audrey no banco traseiro.

Logo adentro o banco do motorista e sem pensar duas vezes - muito menos em fechar a porta ou por o cinto - acelero para o hospital do Lado
Esquerdo.
[...]
Audrey é levada por um bando de homens e mulheres vestidos de branco e com máscaras assustadoras cobrindo-lhes a boca. Ambos os sexos berravam "Saiam da frente!", empurrando uma superficíe sólida e com rodinhas, a qual Audrey estava deitada, até a sala de cirurgia. Eu
os seguia, mesmo não sabendo se podia. Aliás, em novelas, o pai
da criança sempre acompanha o nascimento.
Meu coração batia rapidamente ao lembrar-me de que a pequena criaturinha, antes alojada, confortavelmente, dentro do útero de Audrey, viria ao lugar mais barulhento, perigoso, feliz, duradouro de todos os tempos: o mundo real.
Meus lábios formam um sorriso só de pensar em Kylie descobrindo o
mundo, apunhalando sua primeira espada ou ver seus olhos esbugalhados e focados em uma nova descoberta.
Tropeço em alguns lugares, mas isto não me fez parar. Os médicos
me entregam roupas especiais para usar-se na sala de cirurgia.
Eu entro na sala de cirurgia e tudo começa.
Narradora's POV

– AI MEU CAOS DO CÉU! Está demorando de mais! - berra Kathe, eufórica.
Os líderes levam o dedo indicador a ponta dos lábios e exercem um "shh"
em uníssono.
– Pare de gritar, Kathe! Isto aqui é um hospital! - repugna Amber.
– Meu parto vai demorar tanto assim? - pergunta Kathe olhando o marido.
– Depende do seu corpo. - responde-lhe Damon sorrindo para a barriga
de Kathe, que já estava em uma elevação visível.
Percy se senta ao lado de Amber e diz, a olhando:
– Só falta você...
– Eu sei... - Amber suspira. - Nunca pensei em ser mãe.
– Quem disse? Você é a mãe de Maya e de Mandy!
– Não acha que elas ficaram enciumadas com um novo integrante na família ocupando o posto de "filho"? - a Música ergue uma sobrancelha, irônica.
– Elas sempre serão especiais! - Percy ri.
A risada de Amber é interrompida por uma enfermeira. Ela adentra a sala
com as mãos em frente ao corpo e com um sorriso sincero, deixando
seus dentes brancos a mostra:
– Nasceu!
Neste mesmo momento, todos presentes na sala pulam de alegria. O povo da Ilha comemora com bandeiras e faixas vermelhas e amarelas. O prédio empresarial mais alto da Ilha se ilumina com letras maiúsculas escrito: "NASCEU" e soltam-se fogos.
Sim, aqui na Ilha, as notícias correm mais rápido do que você aí, lendo,
neste momento, imagina.
Maya e Mandy comemoravam na Área 106, pois, mesmo ambas não querendo,
elas tinham aula.
Eles [o povo] comemoravam o nascimento da nova garota, uma "princesa" da ilha: Kylie. Kylie tinha um olho com a cor diferente da do outro. O olho esquerdo era amarelo e o direito, vermelho.