My Mission escrita por Sophie Valdez


Capítulo 4
The Rules


Notas iniciais do capítulo

Hello!
Outro capítulo, espero que gostem!!!!
Boa leitura...



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Minhas costas já estavam doendo depois de ficar quatro horas revirando no sofá da sala, ele parecia confortável no começo. .. terrível engano.

O apartamento possuía apenas um quarto, o que me fez pensar porque o Sr. Weasley escolheu ele mesmo sabendo que eu ia vir com Rose. Provavelmente meu chefe estava muito desesperado para refugiar sua querida filha. E agora cá estava eu enquanto Rose dormia no quarto. Na verdade, fui eu que sugeri essa divisão, já que sou um cavalheiro nato, mas agora eu já começava a me arrepender.

Estava cansado, mas como não conseguia dormir me levantei para ir ao banheiro. Por todo o apartamento dava para ouvir o trânsito lá fora, New York parecia ser uma cidade que não dormia.

Joguei um pouco de água no rosto e me olhei brevemente no espelho. Nunca fui do tipo humilde e sempre me considerei bonito, ou como diria minha Tia Dafne "um pedaço de mal caminho", mas nesse momento eu estava um caco. Bufei para meu reflexo repetindo mentalmente que essa missão era minha última chance e abri a porta quase sofrendo um ataque cardíaco.

Rose, que tinha se assustado assim como eu, estava parada com a mão na maçaneta afim de abrir a porta do banheiro.

_ Por Merlin Rose! - exclamei saindo pro corredor. - Quer me matar do coração? Aparecendo assim igual um fantasma!

Bom, ela não parecia um fantasma. Rose era branquinha, mas tinha as bochechas sempre rosadas. Seus cabelos ruivos estavam bagunçados e parecendo um ninho em chamas. Seus olhos estavam inchados de sono e a bochecha estava marcada pela coberta, mas ainda assim Rose me parecia bonita, porque em todos os anos que a conheço nunca a vi feia. Ela parecia ter um tipo de beleza natural, onde ela não precisava se esforçar.

E é claro que seu pijama minúsculo e um pouco indecente contribuía.

Não que esteja reclamando.

_ Larga de viadagem Scorpius. - ela me responde revirando os olhos. - Se você se assusta tão fácil eu acho que me pai devia ter mandado outro auror para me proteger.

_ Impressionante! Meio da madrugada e a língua continua afiada. - resmungo virando as costas, não sem antes dar uma breve olhada nas pernas de Rose e indo me deitar no sofá. Fechei meus olhos e tentei dormir.

*

POV Rose

A nova cama não era tão má para, bem, uma nova cama, e tirando as duas horas que passei pensando na poção, mas uma hora que pensei na minha vida e o tempo que levei para parar de pensar que Scorpius fica bonito de moletom e camiseta, eu dormi muito bem.

Acordei de bom humor e fui ao banheiro, agora sem encontrar ninguém saindo de lá. Tomei um banho e me vesti.

Depois de muito pensar decidi esquecer toda essa bagunça que Jon aprontou e aproveitar um pouco essa fuga. Pretendia visitar a cidade hoje e conhecer melhor a vizinhança.

Encontrei Scorpius deitado na sala com o corpo no tapete e as pernas no sofá. Dormindo assim ele era até fofo.

Fui pra cozinha e procurei no armário até achar ingredientes para panquecas. Nunca fui boa cozinheira, mas quando se mora sozinha deve-se saber algumas coisas. Ultimamente, quem cozinhava era Jon, e eu sempre me naravilhei com sua comida. Senti um estranho pesar em me lembrar que meu chef apaixonante era um falso traidor. O anel de noivado brilhava no meu dedo, e em um ato de frustração joguei os ingredientes com brutalidade na mesa, levando farinha na cara já que o saco se estourou no baque. Tossi vendo a nuvem de farinha e dei de ombros, recolhendo tudo e colocando na tigela. Comecei a mexer a massa cantando minha canção favorita, Your Song de Sir Elton John.

Não sei o que foi exatamente, mas Scorpius acabou acordando. Ele veio até a cozinha e passou o olho pela farinha na mesa, no meu rosto, na panela e na pilha de panquecas prontas que começou a se formar. O loiro apenas arqueou as sobrancelhas e se sentou na mesa em silencio. Eu, que esperava algum comentário, apenas dei de ombros e continuei a cantar até que todas as panquecas ficassem prontas. Coloquei o prato na mesa e percebi que ela estava limpa e com pão, queijo, pratos e xícaras.

_ Como..?

Scorpius girou a varinha em resposta e pegou um pote de calda no armário.

_ Nós não devíamos usar muita magia. - comentei vendo ele por água em uma chaleira e com um aceno fazia ela ferver. - Se um trouxa nos ver...

_ Não tem nenhum trouxa aqui. E não se preocupe Rose, eu sou o encarregado da segurança aqui. - ele responde enchendo a xícara de água e colocando um saquinho de chá.

_ Ótimo. - resmungo imitando seu gesto com o chá. Scorpius se serviu de panquecas, colocou um pouco de queijo e então cobriu tudo com calda de caramelo. Fiz uma careta quando ele pos tudo na boca e ele me encarou.

_ Que foi?

_ Sua... panquecas com queijo e caramelo? É nojento!- exclamo.

_ Não é nojento, é agridoce. - ele responde em um tom superior. Nego com a cabeça. - Tudo bem você não gostar, é um estilo maus refinado mesmo.

_ Está insinuando que não sou refinada para comer panquecas con queijo e caramelo? - indago exasperada. Scorpius dá de ombros e continua comendo aquela coisa enquanto eu tenho um desejum decente.

_ Como passou a noite? - pergunto incomodada com o silêncio que se seguiu. Conversar com Scorpius nunca me foi uma boa opção, mas agora eu não tinha opções, e ficar calada nunca foi meu estilo.

_ Depois de um tempo o cansaço venceu e eu dormi. - ele responde tranquilo.

_ Você estava em uma posição estranha quando te vi. - comento risonha.

_ Me observando enquanto eu durmo Weasley? - ele indaga subjetivo e eu fecho a cara.

_ Claro Malfoy! Ver sua cara se bobo enquanto dorme sempre foi meu maior desejo. - digo lhe dando um sorriso falso.

_ Sempre soube. - ele comenta sarcástico. - Mas falando sério, aquele sofá é terrível!

_ E porque você não conjurou uma cama ou um colchão confortável?

Scorpius pareceu pensar na minha pergunta.

_ Pensando por esse lado eu fui estúpido mesmo. – ele concorda acenando com a cabeça. Ainda era meio estranha a ideia de estar em um apartamento em New York com Scorpius tomando café da manhã, mas depois de descobrir que meu noivo era um criminoso, as situações estranhas tem se tornado mais digestivas.

_ Eu estava querendo ir conhecer a cidade hoje. – disse me levantando a colocando as coisas na pia. – Quer ir junto?

_ Não. – ele responde brevemente.

_ Ok, então. – digo calmamente. – Se quiser te trago uma miniatura da Estátua da Liberdade... Ou uma blusa “Eu amo NY.”

_ Não. – ele repete tomando seu chá. – Você não vai sair.

_ Desculpe? – pergunto não entendendo o que ele disse.

_ Você não vai sair desse apartamento. – ele esclarece pausadamente e mantendo uma expressão calma enquanto eu o encaro surpresa.

_ E porque você acha que eu não vou? – pergunto mostrando minha confusão na voz.

_ Porque eu estou mandando. – Scorpius diz levantando os olhos para mim. Esperei ele dizer que era brincadeira, mas ele não fez isso então soltei um riso.

_ Mandando? – repito com desdém.

_ Isso Rose. – Scorpius diz sem parecer nervoso. – Caso não se lembre, nós estamos aqui nesse apartamento fingindo ser trouxas porque tem um bando de criminosos lá fora querendo te pegar. Minha missão é protegê-la. Você não vai sair sem minha permissão e principalmente sem minha companhia. Portanto, pode se aquietar por aqui mesmo.

_ Ah! E você pretende me trancar aqui dentro contra minha vontade? – desafio cruzando os braços e empinando meu nariz.

_ Se quiser sair sem minha permissão... sim. – ele responde.

_ Você não é minha babá!

_ Não, eu sou seu segurança. – Scorpius afirma se levantando e ficando na minha frente. Um pouco perto demais para meu gosto. – Tenho ordem de meus superiores e de seu pai para não deixá-la sozinha, quando mais andar por aí sozinha. Então, por favor Rose, fique aqui.

_ Ok. – digo me surpreendendo pelo seu tom educado. Scorpius acenou afirmativo com a cabeça e se afastou indo para a sala, e eu o segui. – Mas se vamos ficar presos aqui dentro é bom você pensar em algo interessante para fazermos, porque eu me entedio muito fácil. – comento ainda contrariada.

_ Você pode se divertir assistindo esse.... essa televisão. – Scorpius sugere sem interesse pegando alguns papéis na mochila e se sentando no sofá.

_ Não, obrigada. – digo olhando de soslaio para a TV. – Nunca fui muito afim de TV.

_ Hm. – Scorpius resmunga sem tirar os olhos dos papéis.

_ Sabe, acho que nós precisamos conversar. – afirmo tendo uma ideia e me sentando animada ao seu lado no sofá.

_ Sobre o que exatamente? – Scorpius pergunta ainda sem me olhar.

_ Sobre nós. – respondo fazendo enfim ele me dar atenção, parecendo confuso.

_ Nós..?

_ É! Nós vamos viver juntos nesse apartamento, e já que você quer dar uma de auror resmungão e não vai me deixar sair sem você... Acredito que passaremos muito tempo juntos. – digo gesticulando sobre seu olhar. Eu tinha a estranha necessidade de “falar com as mãos”, sempre, gesticulando. Scorpius arqueou as sobrancelhas com a parte do auror resmungão mas continuou em silencio. – E considerando nosso histórico de convivência... Acho que precisamos nos entender.

_ E o que sugere? – Scorpius indaga encostando-se ao sofá e colocando um dos braços estendidos no encosto em minha direção.

_ Bom, seria bom nós temos regras. – respondo me levantando e indo para meu quarto rapidamente. Peguei pergaminho, tinta e pena na minha mala e voltei logo para a sala onde Scorpius continuava na mesma posição com uma expressão de total confusão.

_ Regras? – ele repete enquanto eu me sento no chão e coloco as coisas sobre a mesinha de centro.

_ Exato. – digo molhando a pena e escrevendo no pergaminho um caprichoso “Regras”. – Nós somos um homem e uma mulher, vivendo no mesmo lugar, e com um passado não muito amigável. Nós precisamos de regras de convivência.

_ Ok, Weasley. – ele suspira cansado e escorrega para o meu lado.

_ Muito bem. Número 1. – digo escrevendo. – “Nada de nudez.”

_ Nudez? E o que você acha? Que eu vou começar a andar por aí pelado? Eu estou em uma missão! – ele exclama incrédulo.

_ Ainda assim. Isso quer dizer que não será permitido nudez total ou parcial. Nada de andar por aí de cueca.

_ Eu não ia andar....

_ Número 2. – o corto rapidamente. – “ A limpeza da casa é dever dos dois.” – espero Scorpius dizer algo mas ele fica quieto. – Número 3.

_ “ Proibido sair escondido do apartamento”. – ele anuncia me fazendo olhá-lo e revirar os olhos. – Número 4. “ Proibido falar com estranhos.”

_ Como eu vou falar com alguém estranho se nem posso sair daqui? – pergunto retoricamente. Scorpius sorri cinicamente e pisca como se dissesse “É isso aí!”. – Espera... O porteiro e aquela nossa vizinha estão incluídos?

_ Eles são estranhos... bem estranhos! – Scorpius diz pensativo. – Mas acho que não.

_ Ótimo. Número 5. “Nada de parceiros amorosos ou sexuais no apartamento.” Se você quiser se divertir com seu amiguinho aí de baixo vai ter que fazer isso em outro lugar.

_ Qual parte do eu estou trabalhando você não entende? – Scorpius pergunta nervoso.

_ A parte na qual você diz ser profissional. Eu na confio nisso. – respondo tranquilamente ainda escrevendo a regras no pergaminho.

_ Porque acha isso?

_ Eu não acho, eu tenho certa certeza. – digo levantando me rosto e o olhando. – Lembra alguns anos atrás quando nós dois fomos nomeados monitores? Eu da Grifinória e você da Sonserina?

_ Sim...

_ Você faltava em quase toda reunião. E não aplicava castigos adequadamente. E mal fazia as rondas... – afirmo categórica e Scorpius solta uma bufada.

_ Eu era mais jovem e imaturo. E aquilo eram rondas em uma escola! – ele defende dando de ombros. – Agora isso é minha profissão. Eu sou um auror e sou profissional. Prometi até dar minha vida para te salvar.

_ Sério? – indago surpresa e Scorpius me encara com a testa franzida. Eu nunca tinha visto seus olhos cinza tão de perto, e era como encarar um céu nublado.

_ Você ainda não percebeu o quanto tudo isso é sério, não é? – ele pergunta baixinho. – Tem pessoas lá fora querendo te pegar, te torturar e até mesmo te matar. Nós estamos nos escondendo. E sim, eu faria de tudo para te proteger! Essa é minha missão Weasley!

Seu tom não era muito gentil ou caridoso. Scorpius falava com frieza e até mesmo rudeza. Sua expressão estava séria e determinada, e me pareceu que aquela situação toda significava algo a mais para ele. Como se me proteger fosse sua última chance de provar algo. Mas além de perceber tudo isso, sua postura superior que me olhava como se eu não entendesse o que estava havendo me fez ficar nervosa.

_Essas pessoas querem me pegar Scorpius, porque meu noivo me enganou por anos, fez-me apaixonar e me manipulou para que eu conseguisse uma maldita formula para ele! – exclamo. – Eu sei muito bem o que está acontecendo. E me desculpe se não estou fazendo a vitima perfeita, chorando, assustada com toda essa situação. Mas sinceramente... eu não quero ficar pensando nisso. Não quero me concentrar no fato de boa parte da minha vida ter sido uma mentira. – abaixei o olhar e rolei o meu anel de noivado no dedo, percebendo o olhar de Scorpius sobre mim. – Entretanto, eu sei muito bem a gravidade da situação.

Scorpius ficou em silencio, assim como eu. Odiava esse tipo de clima, pesado, onde as pessoas não sabem o que fazer. Falar e talvez piorar tudo, ou ficar em silencio e sentir aquele peso desconfortável... Scorpius pelo jeito preferia a primeira opção.

_ Seu pai e o Sr. Potter me deram um relatório com toda a história, incluindo seu depoimento e dos prisioneiros. – ele comenta apontando para as pastas. – Sobre a poção que você criou... Sinceramente Rose, sempre soube que era inteligente, mas aquilo...

_ Foi a maior burrice. – resmungo girando a pena entre os dedos.

_ Não, foi brilhante. – ele exclama me surpreendendo. – Claro, que nas mãos desses criminosos é uma arma terrível. Mas se for usada corretamente, pode ser sensacional! Poderíamos tirar os poderes dos bruxos das trevas ao invés de prendê-los em Askaban com todos aqueles guardas.

_ Foi para isso que eu a criei. – digo me encostando-se ao sofá e suspirando. – Eu tinha acabado de começar a trabalhar quando Jon me mostrou a ideia... Eu fiquei extasiada! Sempre ouvi meu pai e meus tios discutirem sobre o problema que Askaban se tornou depois que os dementadores foram expulsos. Trabalhei tanto!

_ Mas você conseguiu.

_ E agora estou fugida, escondida, nos EUA. – digo suspirando outra vez que me virando para ele.

_ Não é tão ruim. – ele comenta dando de ombros. – Você está dividindo o apartamento com um cara muito gostoso que é seu guarda pessoal.

_ Oh claro! – digo sarcástica e rindo. Scorpius não riu, mas abriu um sorriso singelo.

_ Bom, quando as regras... – ele diz olhando pro pergaminho.

_É mesmo. – murmuro pegando o pergaminho. – Número 6 “ Nunca deixar a tampa do vaso levantada.”

_ Mas que porra de regra é essa?


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Notas finais do capítulo

COMENTÁRIOOS????


Esperando os reviews, até o proximo, beeijos!