Radioativos escrita por MahriRin


Capítulo 2
I'm Not The Only One


Notas iniciais do capítulo

HELLO NOSES! Mais um cap pra vcs, meus divos!


Boa Leitura e Enjoy!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/560775/chapter/2

Maebh poderia jurar que sua cabeça explodiria em milhões de pedaços.

Havia nódoas em toda a sua testa e lábios. O líquido rubicundo manchando a roupa, que agora estava em trapos. O carro estava de cabeça para baixo e o motorista e a mulher que estavam encarregados de levarem-na para o Orfanato estavam desacordados. Tomou uma grande quantidade fôlego, estirando seus braços em direção ao cinto e apertando-lhe, libertando-se. Seu corpo caiu como um golpe da gravidade no teto do carro, um pedaço de vidro cortando-lhe as mãos ao apoiá-las. Maebh rastejou-se pelo teto até ficar rente à janela, chutando-a e estilhaçando o vidro por todo lugar. A garota saltou do veículo um pouco zonza e desacordada, a dor vindo ao corpo tão rápido que cambaleou assim que pôs-se de pé. Agarrou a bolsa, averiguando por algo útil que pudesse ajudar-me com a dor infernal. Nada além de roupas e sapatos, algumas guloseimas esmagadas e alguns produtos de higiene pessoal. A tontura apenas piorava uma ânsia de vômito que ardia no fundo do estômago. Era irrecusável para Maebh virar as costas para aqueles dois e fugir. Viver por trás de muros de Orfanatos realmente era horrível. Por mais que as pessoas digam o contrário, Maebh é uma garota comum, que gosta de ler livros –principalmente isto –, assistir filmes e ter amigos –o que não possuí bastante, pois é, segundo ao médico, antissocial – como qualquer outra adolescente comum. As pessoas costumam a dizer que é uma aberração e que gosta de invocar espíritos, por isso que não consegue ter amigos, todos de seu Orfanato ou tem medo de Maebh, ou acham-na estranha. Geralmente pensam que é o demônio e que vai queimar o Orfanato inteiro e jogar todos no Inferno –a parte de queimar Maebh não duvidaria, já que têm um certo talento com explosões.

Subitamente, algo gélido e sólido cortou-lhe as costas. O machucado ardeu por todo corpo e as feridas pareciam competir em qual causava mais danos. Já estava anoitecendo. O Sol escondia-se por trás de nuvens e a Lua erguia-se redonda e brilhante ao alto. Algo sobre vê-la deixou Maebh um tanto mais forte, e parte de sua dor aliviou-se, mesmo que por um segundo fugaz.

Era o homem de preto. Ele sempre está espionando Maebh, mas nunca aproximou-se ou tentou atacar. O que mais a perturba é a simples pergunta: Por que agora? Ele teve doze anos para lhe matar e, cá entre nós, Maebh tinha muitos momentos vulneráveis. E, pelo que se lembra, a última vez que lutou pela sua vida foi do jogo de queimada junto aos valentões de seu antigo Orfanato. E, acredite, o resultado da pobre criança que levou uma bolada no rosto não foi nada bem. Se não fosse pelas suas habilidades que surgiam do nada, Maebh teria acabado daquele jeito.

–O que quer? –berrou, os punhos cerrados prontos para atacar e o ódio subindo ao sangue.

–Por muito tempo eu andei …

–Me vigiando e perseguindo? –interrompeu –Sabe que não tenho essa sua doença de ser idiota.

–Muito bem, garotinha. Você é muito boa observadora. Mas durante doze anos venho querendo lhe atacar e algo me impede. Uma barreira, um campo de força impossível ao seu redor. Só que, por alguma razão, ele desapareceu apenas há alguns dias atrás e fiquei nas espreitas, esperando o momento certo para atacar.

–Quem realmente é você? Se estou prestes a morrer, quero saber o nome do que matou meu pai.

–Quer uma dica? Encontre os Radioativos.

O homem riu outra vez, o mesmo som estridente que fez a garota querer tampar seus ouvidos. Vociferou e atacou de ímpeto, cortando sua perna com uma longa espada e metal negro. Algo naquela espada dizia a Maebh que era sobrenatural. O corte manifestou-se por todo seu corpo, como um veneno em suas veias. Pulou para o lado e rolou três vezes, desviando de um golpe mortal. Estava decidida a usar seus poderes, apesar de tentar evitá-los na maior parte do tempo. Observou o lugar. Uma coisa que havia aprendido consigo mesma era que poderia manipular o ambiente em sua volta ao seu favor. Havia árvores enrugadas e à beira da morte em alguns cantos escondidos pela escuridão, outras eram cobertas de folhagens verdes e vívidas, cujo espalhava um cheiro muito bom de chuva. Algo sobre isto fez Maebh pensar em uma memória nublada no fundo de sua mente, mas nada com rostos ou nomes.

A garota respirou fundo, sentindo o poder correr por suas veias. A noite já havia caído no local. Apenas alguns postes iluminavam fracamente a estrada. Maebh estendeu a mãos para os lados e concentrou-se. Não sabia ao exato o que fazer, mas algo lhe dizia que se deixasse levar pelo ambiente. Então notou algo diferente. Era os postes. As luzes piscavam e farfalhavam, tornando o local tenso. O Homem de Preto apenas ria e a cada vez mais que Maebh usava seus poderes, mais animado ele ficava. Os cortes ardiam fortemente no corpo da garota, e estava prestes a desmaiar, mas, mesmo assim, obrigou-se a ficar com consciência ativa. Um ruído começou. Então Maebh percebeu que estava cochichando alguma coisa em outra língua que não conhecia, mas, de fato, conhecia.

–Sabe qual é a melhor coisas de passar doze anos tentando atacar? –o Homem de Preto perguntou, brandindo a espada ao alto –É que eu aprendi novas habilidades.

Algo no interior de Maebh começou a ser sugado. A garota parou de usar seus poderes, caindo ao chão. Uma dor surda começou em seu peito e a respiração parou. Seja lá o que o homem estava fazendo a ela, estava lhe matando. Tentou respirar fundo, tornando a fechar os olhos. Nada.

Subitamente, algo aconteceu. Maebh ficou surpresa por minutos com a água em forma de uma gigantesca mão que flutuava ao redor do homem e lhe agarrava. A mão fez um movimento brusco e jogou-o para um lado, enquanto Maebh corria para outro. A sensação desconfortante havia passado de uma vez e a garota viu sua chance: pulou em um precipício e começou a rolar, tombando com vários gravetos pontiagudos –que arranhavam-lhe o corpo e rosto –e folhagens. Saltou sobre um galho, segurando-se antes que acertasse em uma pedra, que poderia ter certeza de que é bem sólida e lhe quebraria inteira. Desceu do galho e pegou a mochila, que estava esparramada ao chão depois da queda e começou a correr rumo a escuridão da floresta.

***

Maebh não sabe quanto tempo passou correndo.

Suas pernas estavam exaustas e o corpo implorava por descanso. Cada célula de sua garganta pedia água desesperadamente e o corte que a espada negra do Homem de Preto havia lhe causado estava infectando de uma maneira estranha. Ao menos havia achado um homizio. Uma grande estrutura de pedra, com um teto alto e várias colunas de estilo grego. Sentou-se ao fim do salão, segurando uma ponta de seu casaco e arrancando, amarrando-a em seu corte. Isto pararia o sangramento. Mas o que pararia a dor? Maebh soltava contínuos gemidos pela sensação agonizante. E, de vez em quando, ao tossir, uma fumaça preta saia-lhe da boca. A garota tinha uma certa experiência com plantas venenosas –sabe tudo sobre elas –e isto está começando a lhe parecer com sintomas da erva cicuta, usada para matar Sócrates há muito tempo. A falta de ar, a paralisia que começava a tomar-lhe conta do corpo. E, por incrível que pareça, os efeitos colaterais estão mais fracos e lentos do que deveriam ser. Estendeu a mão para o chão, a barriga subindo e descendo tão rapidamente que parecia que teria um ataque, e concentrou-se. Uma planta começou a crescer do chão. Não sabia como podia fazer isto, mas pegou a planta. Era uma Cayaponia Tayuya, planta usada para curar picadas de cobra, que também causam paralisia. Era sua única chance. Arrancou uma folha e raiz, amassou-a com as mão e a engoliu, sentindo um péssimo gosto descer por sua garganta.

O que lhe restava era dormir. Talvez mais tarde isto tudo viria a melhorar. Fechou os olhos, sentindo o sono abater-lhe. Estava quase dormindo, quando …

–Você está bem?

O primeiro instinto de Maebh foi socar a voz masculina ao seu lado, porém ele segurou seu pulso. Têm curtos cabelos negros, a pele bronzeada contrastando seus olhos verdes-mar, o corpo é forte e bem definido, mas não forte como aqueles marombas de academia, alto, como mais ou menos 1,86. Não deveria ter mais de dezessete anos de idades. Um forte odor marítimo emitia-se do garoto, que, por mais estranho que pareça, acalmou Maebh na hora. Apesar da espada que estava segurando em uma das mãos, a garota não se sentiu ameaçada.

–Precisa de ajuda?

Maebh juntou forças para falar.

–Você …Foi você …Água?

Por alguma razão, sabia que fora aquele garoto que usara a água para lhe salvar. Ele observou o corte na perna de Maebh e fez uma careta. Remexeu no bolso e retirou um pedaço de alguma coisa dourada. Se fosse o que ela estava pensando, ia começar a surtar.

–Tome. O sátiro disse que é você.

–Sátiro?

O garoto pareceu animado em responder a pergunta, como se não tivesse a chance de fazer isto muitas vezes no dia.

–Criaturas com pernas …

–Eu sei o que é um sátiro, cabeção! –Maebh tossiu mais uma vez –Quero dizer, você tem um sátiro aí com você? Sério?

–Sim! Saímos do Acampamento Meio-Sangue a procura de uma semideusa e …

–Espera, espera, espera! Acampamento Meio-Sangue? O Acampamento Meio-Sangue?

–Sim …Você conhece?

Maebh ficou surpresa. A verdade atingiu-lhe tão fortemente que, em vez de sentir alívio pôr o impossível realmente existir, sentiu uma raiva crescer em seu peito.

–Não me diga que você é o …

–Eu sou quem?

–Meu pai …Meu pai me contou sobre um garoto …Uma lenda de um filho de Poseidon, assim como ele.

–E quem é esse garoto?

–Percy Jackson.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram? Amaram? Reviews? Recomendações?


Aquele Beijin e até o próximo cap, Potatos do meu Heart!