Radioativos escrita por MahriRin


Capítulo 14
The Fear Cure


Notas iniciais do capítulo

HELLO NOSES! Desculpem a demora para postar, mas é porque eu descobri só agora que o site estava dando problema na minha postagem e não foi :v

Boa Leitura e Enjoy!



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–– Percy …

Fora tudo que saíra de sua boca naquele momento. Cautelosamente, levara a sua mão até a dele, segurando e retirando-a de cima de seus olhos, sem desprender a atenção dos dele, estes verdes-mar. Entrelaçaram seus dedos, enquanto que com a outra mão, o garoto acariciava o seu rosto, encostando suas testas e sentindo as respirações se misturarem em uma só, o coração de Maebh batendo mais forte que o normal. Seu corpo começara a brilhar, uma luz fraca e dourada que lhe envolvia tão magnificamente que chegava a ser surreal. Ela parecia uma deusa, os cabelos cor-de-churros e cacheados caindo no ombro como uma cascata, a pele pálida e alva brilhando, os olhos fechados deixando a sensação boa fluir-lhe o corpo. Então entonara uma linda canção, os lábios movendo-se vagarosamente, apenas fazendo um ritmo, sem nenhuma palavra. Percy sentia como se estivesse em algum tipo de transe que a voz de Maebh emitia. Mas não era um transe ruim, era um transe bom, que lhe acalmou no mesmo instante. Naquele momento ele sentiu uma vontade tão grande de beijá-la, que era quase impossível de existir. E foi tão grande, que quase fizera isso, mas se controlou bem a tempo –– e sentira-se meio culpado por ter essa vontade, afinal, nunca havia tido emoções assim em relação a ela. Os dois já haviam parado de se concentrar nos monstros já faz tempo, e agora só mantinham sua atenção um no outro, naquele momento onde suas sensações vinham a flor da pele.

–– Mae …

Quando a canção parou, a luz foi diminuindo aos poucos, até não sobrar mais nada. Os dois lentamente abriram os olhos, ela corada e ele com o coração batendo fortemente.

–– Os monstros! –– Percy falou, assustado, empurrando-a para trás para que possa ver.

–– Mas o quê …? –– ela perguntou, observando que eles haviam se transformado em pedra –– Não me lembro de ter virado a medusa ou trazido a cabeça dela.

–– Droga. –– falou o garoto, fitando as mãos com um olhar perdido –– Eu soltei por impulso. Queria ter ficado mais tempo naquela posição …

Percy levantara a cabeça, vendo que ela havia ficado vermelha, as sobrancelhas abaixadas, como se estivesse com raiva.

–– Ah, não! Digo … –– ele levou a mão até a cabeça, conçando-a –– É melhor acharmos logo a saída daqui, antes que apareçam mais daquelas coisas.

–– S-sim, você tem razão.

Os dois se levantaram, batendo algumas vezes nas roupas para tirar a sujeira. Maebh notou que os machucados haviam quase sumido, assim como os de Percy, como se estivessem si curando. No minuto ela apenas ignorou, seguindo o moreno. Ele dissera que tinha uma coisa para mostrá-la em uma sala. Ficara um pouco surpresa quando vira o quão sem sentido era aquele lugar. Estava tudo de cabeça para baixo, exceto alguns computadores. Ela acessou em um deles, vendo os nomes de todos os Radioativos e clicando no link embaixo.

–– “Lendas dizem que o Ritual da Imortalidade é realizado após cumprir três desafios: em segredo do céu e da terra, o cálice dourado de Cronos se esconde no túmulo sagrado; onde o sol mais alcança na beirada daquele não acreditado por vós, guarda-se o icor despejado daquele que foi o primeiro a governar o universo; e no brilho mais dourado vigiado pela criatura, uma prova de amor entre dois deuses. Por fim, misturas isto e tomastes. Mas, para que finalmente te tornes um deus, é preciso roubar um pouco da imortalidade de outro. Este que tu escolherás para roubar vai te pôr em uma prova e, se passar, eres agora um profano deus.”. –– ela leu, mordendo a unha do polegar enquanto pensava –– Em segredo do céu e da terra? Terra é Gaia e céu é Urano? Não sei … Onde o sol mais alcança na beirada daquele não acreditado por vós, guarda-se o icor despejado daquele que foi o primeiro a governar o universo … Bem, o primeiro a governar o universo foi Urano, filho de Caos. Dizem que quando Cronos o matou junto aos seus irmãos, o icor dele foi despejado pelo mundo inteiro. Atualmente ele se concentra apenas em um único lugar, mas dizem que é quase impossível de chegar lá.

–– E como fazemos para chegar lá? –– falou Percy, passando o braço em volta do pescoço dela e inclinando-se até ficar na sua altura, que por sinal é muito pequena.

–– Segundo os livros de mitologia antiga, temos que estar ao pôr do sol no Triângulo das Bermudas. Quando o sol finalmente sumir, temos que virar o navio de cabeça para baixo e uma luz verde brilhará. Ao emergirmos, já não estaremos mais no mesmo lugar, e sim no pós-mundo, ou como nós estamos acostamos, no outro lado do Véu, isto é …

–– O mundo dos mortos.

–– Isso mesmo.

–– Você é tão bonita quando é inteligente, Garota Irlandesa. –– ele disse, beijando sua bochecha.

–– E você é idiota--

Ela se interrompeu ao ver o nome lá no final da página.

–– O quê? O que foi?

–– Esse nome …

–– Que nome? Não estou vendo nenhum nome.

Maebh virou-se para trás imediatamente e, no mesmo minuto, alguma coisa a atingiu, jogando-lhe contra a parede. Percy gritou seu nome e correu em sua direção, preocupado. Entrando pela porta, um homem de vestes pretas. Observava com medo aqueles dois olhos brancos, sem pupilas ou íris, o rosto coberto de cicatrizes de batalhas anteriores e a língua bifurcada lambendo os lábios secos e pálidos. Seu sorriso revelava vários dentes pontudos e ameaçadores, o cabelo era meio grisalho e preto. Era, de fato, uma visão terrível, sem falar que Percy sentia calafrios pelo corpo inteiro.

–– Maldito, quem é você e o que fez com Maebh?! –– ele perguntou, esquecendo o medo completamente.

–– Ora, ora, eu sou um antigo amigo dela. Meu nome é Deimos, o deus do pânico.

–– Você não era do bem?

–– Era, até uma mulher me surgir com uma proposta de vida melhor. Ser bom é tão …chato.

Aquele cara havia lançado algum feitiço nela. Seu corpo inteiro tremia, os olhos fechados e a cabeça balançando negativamente.

Percy sacara a sua espada, partindo pra cima do cara, que se desfez em escuridão. Pegara uma concha no bolso e atirara na direção dele, soltando um jato. O monstro simplesmente desviou, pulando para o lado e lançando uma rajada invisível que atirou o moreno na parede com força.

–– Ela daqui a pouco irá se matar, se continuar assim. Finamente obterei os resultados que eu quero! –– o homem gritou, rindo alto.

“Morrer …? A Mae vai morrer …?”, ele pensou. Aquilo ele não aceitava. Não aceitava de jeito nenhum. Com o rosto sombrio, levantou-se, apoiando as mãos nos joelhos para ficar de pé. Um terremoto sacudiu o lugar inteiro, algumas pedras caindo do teto. Um barulho baixo de lava começara a zunir, até que ela começara a transbordar das pequenas frestas que haviam se aberto no chão com o evento anterior. O ar ficara mais pesado a medida que sua raiva subia, um tridente feito de água surgindo em sua mão e virando uma forma sólida.

–– Morra. –– ele disse, apontando a arma para o monstro e jogando tudo aquilo em cima dele. Uma explosão de fumaça subiu e tomou conta do cômodo.

Maebh mantinha suas mãos na cabeça, enquanto permanecia de joelhos ao chão. As lágrimas escorriam por suas bochechas com ferocidade. A imagem de Percy sendo destroçado em sua mente permanecia. Aquele só podia ser o pior pesadelo de todos. O seu maior medo se realizara. Perdê-lo para sempre. Nunca imaginara que este era seu pavor mais profundo. Ela sentia uma sensação estranha quando estava perto do garoto. Seu coração acelera, o rosto cora, e os olhos mudam de cor. Gostava de quando Percy sorria, gostava do jeito de como ele parecia abobalhado, gostava de seu abraço. E vê-lo morrendo em sua frente, era a pior coisa de todas. Aquilo doía. Doía muito. Seu coração estava partido, e as lágrimas pingavam no chão, apesar de Maebh cobrir seu rosto com as mãos.

Percy correu ao encontro da garota, abaixando-se em sua frente e soltando o tridente no chão.

–– Mae? –– o garoto a chamou, porém não parecia ouvir –– Mae, você pode me ouvir?

Tentou sacudi-la, mas estava no transe de pesadelos em que Deimos a colocou. Seus olhos estavam sem pupila e íris, apenas totalmente brancos. Ela chorava alto e pedia por ajuda, enquanto ele apenas observava, horrorizado, a cena.

Então a verdade o atingiu de uma vez.

Na biblioteca, quando conheceram Katherine, ela havia dito a eles que o medo pode ser curado. Maebh não podia senti-lo porque estava emersa demais em seu pesadelo. Então, de algum jeito, teria de fazê-la sentir uma coisa mais forte do que o que ela estava vendo. Pensou um pouco. Só conseguiu pensar em um jeito. Percy a encarou, um semblante triste possuindo-lhe o rosto. Aquilo provavelmente estragaria a amizades dos dois, mas ele faria o que for preciso para salvá-la –– apesar dele estar com uma enorme vontade de fazer aquilo com ela naquele dia mais cedo. Levou lentamente a mão para o rosto da garota, pousando-a na bochecha, limpando as lágrimas e levantando seu queixo. Ela não teve reação alguma.

Maebh já estava desistindo. Deixando-se levar pela insanidade. Não aguentava mais vê-lo sendo destroçado daquele jeito. Mas então, sentiu algo. Lábios mornos e macios encostando-se lentamente ao dela, em um beijo superficial. Uma luz ofuscante invadiu sua mente, e seus olhos antes brancos, começaram a assumir a forma de dois olhos vermelhos-sangue, arregalados. O coração vindo a mil, e as bochechas bastantes coradas. Conseguia ver o rosto de Percy, bem próximo ao seu. Finalmente, permitiu-se ser levada pela sensação morna que transcorria por seu corpo. Remexeu-se um pouco, enquanto estava sentada nas batatas das pernas, aprofundando o beijo, as lágrimas rolando sem parar por seus olhos. O moreno ficara surpreso por um tempo, arregalando os olhos, mas logo os fechando novamente, o coração batendo forte, mas o rosto já não ficava vermelho tão facilmente. Maebh levou as mãos para o peitoral de Percy, agarrando sua camisa, enquanto o moreno levava a sua mão livre para a cintura da garota.

Quando o ar esvaiu-se dos pulmões, eles se separaram, em silêncio.

–– Percy … –– foi o que conseguiu dizer, antes de desmaiar.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Amaram? Reviews? Recomendações?


Um beijo, um queijo, e até o próximo capítulo, Potatos do meu Heart!



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