Love Story escrita por Annabeth Fray Lancaster


Capítulo 9
Flores em vida / Only hope


Notas iniciais do capítulo

Oieee voltei rápido né? Então as músicas desse capítulo são meio desconhecidas (pelo o menos a primeira) então o link dela tá no começo do capítulo. Bjos e aproveite.



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https://www.youtube.com/watch?v=Kt1Izjm6G6Y

P.O.V Leo

Cheguei em casa confuso. Caly me deixou muito preocupado. Eu não sei no que ela estava pensando, mas sei que ela tem cicatrizes. Cicatrizes profundas que o vento não pode levar. Nem o tempo. Nem ninguém. Todos nós temos cicatrizes. As minhas, no caso, são em relação à minha mãe.

Nesse momento, um flashback enorme invadiu minha mente, e eu não consegui não pensar nas lembranças daquele dia horrível...

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Flashback on

–Mamãe! Olha só o que eu fiz! – mostrei todo orgulhoso o pequeno brinquedo que tinha acabado de construir com peças sobressalentes da mecânica.

– Que legal, filho! – ela respondeu levantando da cadeira e me dando um abraço sujo de fuligem – só vou terminar umas coisinhas e a gente já pode ir para casa. Mas se você quiser, pode brincar um pouquinho na rua. Mas lembre-se: não fale com estranhos e não se afaste muito.

–Oba! – dei mais um abraço nela – Te amo mamãe. – com isso saí pulando para brincar na rua, não sem antes pegar minha bike.

O sol estava quase se pondo quando saí. Dei umas voltas pelo quarteirão, dizendo bom dia a todos que encontrava. Esse era o privilégio de morar afastado da cidade grande. Nesse época, morava em Cape Charles, Virgínia. Era uma boa cidade. Até que o carro do sorvete passou. Era uma coisa muito rara por aqui. Uma multidão de crianças saiu de suas casas, correndo em direção ao carrinho. Eu cheguei perto, mas não tão perto. Vai que o moço achava que eu compraria um sorvete. Mas esse mês tá difícil. Não posso me dar ao luxo de um sorvete. As crianças já estavam lambuzadas, cada uma com um sabor diferente na mão. Parece que naquela hora o clima parecia mais... alegre, colorido. Elas davam risadas, lambiam seu sorvete fervorosamente. Já estava babando, com os olhos fechados, imaginando o sabor. -Ih, olha só o babão! – disse um menino que tinha se aproximado e nem o tinha visto, junto com outro amigo. -Ele só está com inveja da gente porque ele não pode comprar um sorvetinho. -Ah, tadinho dele. Não vai ter sorvetinho hoje. Vai chorar? Os meninos eram uns dois anos mais novos que eu, mas eram quase da mesma altura. Eu sempre tive problema com eles: Richard e Robbie. Eles eram de famílias muito ricas, que davam tudo o que eles queriam. Infelizmente, não tive essa oportunidade. Ou felizmente, quem sabe se eu fosse rico não seria a mesma pessoa que sou hoje.

Mas mesmo assim fiquei abalado. Queria tanto um sorvete. Também queria que as pessoas fossem melhores. E que todos pensassem em todos. E que todos tivessem uma mãe como a minha, que ensinava tantos valores. Então, fiquei triste. Triste por aqueles meninos, triste pelo mundo, triste por não poder comprar um sorvete. E saí correndo para casa. Mas logo que me virei, caí no chão. A oficina estava pegando fogo. Pegando fogo! Meus deuses e agora! Vi dois carros de ambulância chegando perto, e vários de polícia se aproximando. Tentei entrar dentro da oficina, mas dois braços fortes me pegaram. Era um policial.

–Minha mãe está lá dentro! – eu gritava com toda a força de meus pulmões. Mas eles pareceram nem ligar para os meus gritos. Me colocaram dentro de uma viatura e me deixaram lá.

Logo, vejo o corpo da minha mãe em cima de uma maca, indo em direção à ambulância. Várias pessoas estavam em cima dela com aparelhos que não faço a mínima ideia do que são. As portas da ambulância fecharam, e aquela foi a última vez que eu vi minha mãe viva.

Flashback Off

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Escuto meu celular tocar, mas o número era desconhecido.

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L- Alô?

M- Oi, aqui é a Mary, a host mom da Calypso. Escuta, é melhor você vir para cá agora, ela se trancou no quarto e não quer sair. Parece que ela está chorando! Venha rápido.

L- Oquê?! Já estou indo, sra Pieterse.

–~~-

Com isso, desliguei o telefone e fui para a casa dela o mais rápido que pude.

Chegando lá, Toquei a campainha, subi as escadas o mais rápido que pude e bati na porta. Nada. Bati novamente, então ouvi alguns soluços.

–Caly, sou eu, o Leo.

Ela parou um momento e veio até a porta, e a abriu vagarosamente. Logo que ela apareceu, eu a abracei o mais forte que pude. Nós entramos e sentamos na beirada da cama. Ela deitou a cabeça no meu colo, e eu fiquei massageando o seu cabelo, até ela cair no sono, vagarosamente.

Eu ia ir embora, mas ver ela assim, com os olhos inchados de tanto chorar. Mas mesmo assim, seu rosto estava sereno, pois estava dormindo. Quando eu estava quase saindo, ela acordou e se sentou ao meu lado. Nós nos abraçamos e ela ficou com a cabeça apoiada no meu ombro. Depois de uns cinco minutos, ela começou a falar:

–Minha mãe, ela... ela... – então começou a chorar novamente.

Eu a abracei mais firmemente e deixei ela chorar. Sabia que era preciso, depois de passar pela mesma experiência. Quando ela estava se acalmando, contei a minha história. Ela sabia que minha mãe tinha morrido num incêndio, mas não sabia dos detalhes. Aliás, ninguém sabia. Sem nem mesmo perceber, comecei a chorar, e foi a vez dela me amparar. Sem perceber, nós deitamos na cama e ficamos ali, abraçados, sentindo a respiração um do outro. Não dissemos sinto muito um ao outro porque não faz diferença, mesmo que sentimos muito. Dei um beijo em sua testa e disse.

–Agora, sua vida vai seguir. O seu maior conforto será seus amigos. Se apoie neles. Divida esse cargo pesado que você tem que levar, não tente carregar isso sozinha. É para isso que os seus amigos estão aqui. É para isso que eu estou aqui.

Ela olhou para mim com lágrimas formando em seus olhos, e me deu um beijo. Um beijo calmo. Depois, meu celular vibrou, era uma mensagem de Julie, pedindo para eu ir para casa. Dei um selinho de despedida e fui embora.

O resto do dia foi um borrão. Cheguei em casa, tomei banho, comi e dormi.

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P.O.V Calypso

Eu não sabia da história completa do Leo. Fiquei realmente abalada. Como um menino podia aguentar tanta dor? Mas ele aguentou. Seguiu a vida, e se tornou esse garoto maravilhoso que conheço.

Mas aquilo que ele me falou depois me impressionou. Eu sabia que ele estava certo. Sabia que os meus amigos eram aqueles que iam me apoiar nos dias difíceis. Principalmente o Leo. Peguei os fones de ouvido e coloquei no aleatório. Começou a tocar a música only hope, da Mandy Moore. Aquela música que toca no filme “ Um amor para recordar”. A música parecia ter sido feita para mim e para o Leo. Ele era minha única esperança.

Sem saber ao certo o que estava fazendo, levantei da cama e comecei a dançar. Balé, para ser mais exata. Eu fazia aulas quando eu era pequena, mas parei com uns nove anos. Mas naquele momento, dançar parecia tão certo. Coloquei a música alta e comecei a dança.

Meus movimentos eram leves, com uma certa tristeza em cada movimento.

Quando a música acabou, não estava mais triste. Quero dizer, estava, mas conseguia guarda-la para mim. Sempre lembraria da minha mãe. Sempre estarei triste. Sei que agora tenho uma nova cicatriz. Mas com o tempo, a gente acaba se acostumando com elas. Quase esquecendo que elas existem. Só lembramos quando tentamos cutucar. Ou quando alguém tenta te cutucar.

Nesse momento, meu pai ligou novamente e não excitei ao atender. Ele disse que meu voo sairia amanhã, as 18:45. Concordei e agradeci. Nos despedimos e eu desliguei. Desci as escadas e falei com Mary e Julius. Expliquei a situação toda. Eles concordaram e me abraçaram. Senti que podia contar com eles também. Já faziam parte da família. Não sei mais como seria me separar deles. Quando voltei para o meu quarto, peguei um caderno e um lápis e comecei a desenhar.

E isso foi o que saiu. A palavra mom está escrita no fundo. Com vários riscos representando como a vida é confusa. A linha vermelha são os seus últimos batimentos. Isso era a minha mãe. Pode parecer besteira, mas o desenho me fez sentir melhor. Eu consegui por pra fora tudo o que queria, mesmo isso não sendo um desenho completo. Mas me ajudou mesmo.

No dia seguinte, separei uma pequena mala, pois ia ficar apenas uma semana lá. Passei o dia com Mary, fazendo compras e cozinhando. Ela me distraiu bastante. Quando era umas 15h, tomei um banho e fomos para o aeroporto. Lá, os meus amigos já estavam me esperando. Dei um abraço apertado em cada um deles. Conversamos um pouco, depois eu embarquei. Embarquei para o lugar onde eu sempre chamei de lar, para o meu país.


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Notas finais do capítulo

A imagem não está indo, então eu vou tentar postar ela no próximo okay? Bjos



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